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Janice Natera AVALIAÇÃO EDUCACIONAL E-book 2 Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������������������� 3 AVALIAÇÃO NUMA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA PARA O ENSINO- APRENDIZAGEM ������������������������������������������������������4 AVALIAÇÃO COMO MEDIAÇÃO ��������������������������11 AVALIAÇÃO FORMATIVA �������������������������������������13 AVALIAÇÃO: QUANTIDADE OU QUALIDADE? �����������������������������������������������������������15 AVALIAÇÃO NUMA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA – TEORIA E PRÁTICA ����������17 PRÁTICAS AVALIATIVAS ��������������������������������������19 CONSIDERAÇÕES FINAIS �����������������������������������27 SÍNTESE ��������������������������������������������������������������������29 2 INTRODUÇÃO Neste módulo você conhecerá a importância que a avaliação de aprendizagem tem para o processo de construção de conhecimento do estudante, e não só para medir, mas para diagnosticar o aprendizado do estudante. Estudará também como a relação professor-estu- dante é de grande valia para uma boa aprendizagem. Com o diálogo, torna-se bem mais fácil este rela- cionamento, pois a construção de conhecimentos torna-se mais atrativa para o desenvolvimento do estudante. A avalição de aprendizagem pode ser realizada em várias situações, desde que o professor ao ensinar leve informações, tenha habilidades e competências. A avaliação de aprendizagem pode: Ser diagnóstica, para tomada de decisão tanto do estudante como para o professor; Ser feita da forma que nós conhecemos, com provas realizadas ao final de cada ciclo de aprendizagem; Portanto, ao longo deste módulo, você estudará so- bre os instrumentos avaliativos em sala de aula. 3 AVALIAÇÃO NUMA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM No aprendizado tradicional, que vem seguindo um modelo, diz-se que os estudantes que aprendem são aqueles que participam das aulas e os que não aprendem são aqueles que faltam, que são agitados, desatentos, ou então diz-se que é o professor que não sabe transmitir o conteúdo ao estudante. Existe sempre um culpado para o não aprendizado; se não é o estudante, é o professor, ou mesmo o passado do estudante (as séries e os professores anteriores). Para que o estudante possa ter interesse pelo apren- dizado, é preciso buscar novas técnicas de motiva- ção, mas ainda existe resistência entre professores, estudantes e família, ou seja, a própria sociedade é conservadora, não reflete, não há diálogo. A aprendizagem de cada estudante pode ser enten- dida diferentemente conforme sua vivência, ou mes- mo conforme a vivência do professor. Diante deste contexto, os professores precisam tomar cuidado ao avaliar o estudante. É necessário observar e refletir. O processo de construção da avaliação inicia-se a partir do planejamento, quando professores, coor- denadores e direção têm que estar unidos cada vez mais para estudo e reflexão de como serão direciona- 4 das essas avaliações, respeitando a individualidade de cada disciplina, sala e estudante, para que ele possa ter uma aprendizagem significativa e contí- nua. “Planejamento e avaliação são atos que estão a serviço da construção de resultados satisfatórios” (LUCKESI, 2014, p.165). Deve haver muita união nas relações professor-estu- dante e estudante-estudante, mas não só entre eles, como também entre a equipe pedagógica e toda a comunidade escolar. Com todo este envolvimento, a construção pedagógica envolve todos, e essa é a proposta da LDB 9394/96. A avaliação diagnóstica deve ser feita desde o iní- cio do ano letivo para servir como um norte para o professor começar a seguir o currículo. Se houver necessidade, ele pode ser mudado, o currículo é fle- xível, isso dependerá de como está sendo o anda- mento da aula. O professor deve estar munido de instrumentos pe- dagógicos para que o estudante tenha um desenvol- vimento construtivo, também preparado com vários tipos de metodologias, pois, se precisar, ele estará pronto para trabalhar com o estudante da melhor forma, afinal durante as aulas o professor além de ensiná-lo estará a avaliá-lo. A avaliação é feita constantemente, podendo ser, inclusive, a cada aula. Portanto, o professor precisa sempre estar preparando suas aulas, com muita re- flexão, pois, afinal, o currículo é flexível, cada sala de 5 aula e cada estudante tem a sua individualidade e, sendo ele transmissor de conhecimentos, o profes- sor tem que estar envolvido com seus estudantes, sempre com muito respeito e carinho, explicando quantas vezes for necessário. O professor deve preparar sua aula baseada na rea- lidade do estudante, porém se durante a aula surgir algum assunto com os estudantes, ou acontecimento do dia a dia, isso pode ser tema daquela aula. Dessa forma, quando ele construir uma avaliação, o seu contexto terá mais significado ao estudante, facili- tando a ele uma melhor interpretação. Isso mostra a importância de o professor estar aberto a mudanças e sempre se preparando para dar o melhor para o estudante. Com esse novo modelo de avaliação, deixa-se de excluir e se passa a incluir; o professor consegue ver e rever as dificuldades dos estudantes, desvencilhan- do-se daquele modo tradicional onde o estudante tinha medo do professor, passando a estabelecer laços, tornando a aprendizagem muito mais signifi- cativa para o estudante. O processo de construção do conhecimento do estu- dante tem que ser permanente e sucessivo, e deve ter uma relação dialógica, de troca, com discussões que possibilitarão o entendimento progressivo estudante- -professor e estudante-estudante. De acordo com a LDB 9.394/96, a avaliação deve ser: “contínua e cumulativa do desempenho do estudante, 6 com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais”. As avaliações realizadas pelo professor durante o ano letivo são para se conhecer o nível de aprendi- zado do estudante sobre os assuntos estudados, porém, nessas avaliações, tem que haver algum sig- nificado, tanto para o professor quanto para o estu- dante, não bastando saber se o estudante está apto ou inapto de acordo com o conteúdo transmitido. O professor tem sim que verificar se o conhecimento do estudante está adequado, avaliar o que realmente o estudante aprendeu e saber o que ele não apren- deu, ou seja, fazer um diagnóstico da aprendizagem do estudante, para saber de onde ele deve começar ou recomeçar. REFLITA Cuidado com esse “verificar” e “avaliar” que foi citado, não são para classificar os estudantes, mas sim para diagnosticar a absorção do conteúdo. A partir do momento que se diagnostica o que o estudante não aprendeu, o professor deve retomar o conteúdo, utilizando métodos diferentes até o es- tudante atingir os objetivos propostos, ajudando o estudante no seu ensino-aprendizagem. O que precisa priorizar sempre é o estudante, princi- palmente sua individualidade, que muitas vezes não 7 é respeitada. Cada estudante tem suas dificuldades, com desempenhos diferentes. Para isso, a necessi- dade do professor é conhecer bem seus estudantes. Os professores devem evitar a comparação dos estu- dantes entre si, porque isso pode ser uma avaliação classificatória, já que no ponto de vista atual isto é um método avaliativo. Muitas vezes ouvimos esta frase de alguns professo- res: “Não irei voltar conteúdo, tenho um planejamen- to a seguir”. Percebe-se que esse professor parou no tempo e não aceita novos paradigmas, não está preparado para trabalhar com ensino, para ser um professor eficiente é necessário que ele esteja em constante aperfeiçoamento. Entretanto, na prática, o caminho da formação contínua do professor, que teoricamente deveria ser responsá- vel por minimizar ou mesmo extinguir as deficiências conceituais, práticas e epistemológicas da formação inicial deste profissional, assim como oferecer novos caminhos oriundos dos avanços científicos,tecnológi- cos e econômicos da sociedade, vem também sendo objeto de críticas (GRANVILLE, 2007, p.168). Você percebe a importância de o professor estar sempre em formação continuada, assim ele pode estar atualizado, com métodos voltados para o de- senvolvimento do estudante. Diante destas necessidades, com essas atualizações, o professor tem que estar preparado, com novos métodos. Assim, ele precisa voltar com o conteúdo 8 se o estudante tiver alguma dúvida durante aulas e isso gerar dificuldades de aprendizado. A avaliação inicia-se durante as aulas. É necessá- rio o diálogo entre professor-estudante, assim eles se conhecerão, não tendo somente o professor que avaliá-lo com provas ou exames finais. Acompanhando o estudante, o professor consegue diagnosticar e voltar o conteúdo, recomeçando de onde o estudante deixou de entender. Assim se inicia a prática avaliativa, auxiliando o estudante no seu desenvolvimento educacional de aprendizagem. A avaliação é um diagnóstico do que o estudante aprende, pois é preciso ter interesse em que ele aprenda, se não houver, deixa de ser avaliação e passa a ser uma verificação. “A avaliação é um diag- nóstico da qualidade dos resultados intermediários ou finais; a verificação é uma configuração dos re- sultados parciais ou finais. A primeira é dinâmica, a segunda, estática” (LUCKESI, 2014, p.100). Na relação professor-estudante tem que ter cumplicidade. Comunicação Participação Reflexão Amigo Respeito Colaboração Envolvimento Construção Articulação Diálogo Cumplicidade União Avaliação: Professor X Aluno Figura 1: Articulação: Avaliação, Professor e Estudante. Fonte: Elaboração própria 9 Com a avaliação sendo contínua, o professor e o estudante devem caminhar juntos para que haja uma aprendizagem significativa, assim, o papel do profes- sor é de mediador e dialético. O professor tem um papel muito importante, ele pas- sou a ser o mediador do estudante, com o objetivo de diagnosticar suas dificuldades e, a partir dos erros, retomar o conteúdo. 10 AVALIAÇÃO COMO MEDIAÇÃO O processo corretivo feito na avaliação tradicional era classificatório e atribuía média ao estudante, repro- vando ou aprovando, o que poderia levar o professor a cometer injustiças, adotando posturas autoritárias, sem deixar o estudante expor suas próprias ideias. Na prática tradicional, o estudante sabe se errou ou acertou, mas não sabe o porquê. É necessário que se faça uma avaliação mediadora, assim o estudante saberá o seu erro e aprenderá com ele. Hoje, o processo de construção do conhecimento do estudante se dá através da avaliação mediadora, ou seja, na correção de uma avaliação, o professor, ao corrigir um exercício respondido incorretamente, dá oportunidade ao estudante de expressar suas ideias, estabelecendo um diálogo professor-estudante. O professor valoriza o estudante fazendo com que o erro seja um erro construtivo, pois é uma tentati- va em busca do acerto, onde o professor não deve corrigi-lo, mas sim criar condições para descobrir o caminho certo e assim ele irá compreender e não simplesmente decorar uma resposta. A avaliação mediadora geralmente acontece no início de uma aula ou de um novo conteúdo. Tem como propósito verificar habilidades e conhecimentos pré- vios sem se preocupar com notas e iniciar novas aprendizagens. 11 A avaliação mediadora está presente justamente entre uma tarefa do estudante e a tarefa posterior. Consiste na ação educativa decorrente de análise dos seus en- tendimentos, de modo a favorecer a essa criança o alcance de um saber competente e a aproximação com a verdade científica (HOFFMANN, 2005, p. 114). A avaliação serve como orientação para que o pro- fessor e o estudante tenham um norte para dar continuidade à aprendizagem, assim o professor saberá os diferentes instrumentos que poderão ser utilizados para o desenvolvimento do conhecimento do estudante. O professor precisa avaliar o seu estudante durante toda a sua aula, para que possa ter uma avaliação contínua e intervir quando necessário, assim ele tor- na-se um professor mediador. “A avaliação mediado- ra exige a observação individual de cada estudante, atenta ao seu movimento no processo de construção do conhecimento” (HOFFMAN, 2005, p. 75). O professor é mediador e, quando ele começa a partir do que o estudante sabe, isto é, quando tem como ponto de partida a prática da avaliação diagnóstica, auxilia o estudante no seu desenvolvimento pessoal a partir do processo ensino-aprendizagem. 12 AVALIAÇÃO FORMATIVA A avaliação formativa é realizada durante o ano leti- vo. Sabe-se que em uma sala de aula existem as di- versidades, cada estudante tem os seus conhecimen- tos e o seu tempo de aprendizagem. Sendo assim, o objetivo da avaliação é a verificação dos estudantes nos resultados alcançados e as suas habilidades durante os desenvolvimentos das atividades. O bom da avaliação formativa é que o professor dá ao estudante o feedback, e assim permite que ele possa identificar as suas dificuldades. Ao mesmo tempo, este feedback mostra ao professor outras possiblidades de como ensinar e aperfeiçoar suas práticas didáticas. Uma avaliação formativa ajuda o estudante a compre- ender e a se desenvolver. Colabora para a regulação de suas aprendizagens, para o desenvolvimento de suas competências e para o aprimoramento de suas habili- dades em favor de um projeto. Um professor compro- metido com a aprendizagem de seus estudantes utiliza os erros, inevitáveis sobretudo no começo, como uma oportunidade de observação e intervenção. Com base neles, propõe situações-problema cujo enfrentamento requer uma nova e melhor aprendizagem, possível e querida para quem a realiza (MACEDO, 2007, p. 118). A avaliação formativa é aquela em que se observa cada momento vivido pelo estudante, dentro ou fora da sala de aula. O professor valoriza o estudante e ele o avalia como um todo. Avaliar significa muito 13 mais do que os conteúdos programáticos e sim o todo de um ser humano. O professor precisa recuperar o estudante que ficou para trás. Nesse momento, o professor também ava- liará o seu trabalho, é então que ele saberá o quanto foi eficiente ou falho, e o momento de retomar e re- pensar suas metodologias. Na avaliação formativa é importante salientar-se a necessidade de dar muito mais atenção àqueles estudantes que têm mais dificuldades, essa é uma face da avaliação formativa, seria uma atenção mais específica, mais solidaria para um estudante com mais dificuldades, um ritmo de aprendizagem menos acelerado. 14 AVALIAÇÃO: QUANTIDADE OU QUALIDADE? Devemos saber que qualidade é diferente de quan- tidade. Qualidade não é o contrário de quantidade. “Na qualidade não vale o maior, mas o melhor; não o extenso, mas o intenso; não o violento, mas o envol- vente; não a pressão, mas a impregnação” (DEMO, 2008, p. 24). Na avaliação, quando um estudante se torna um nú- mero é mais fácil, basta classificá-lo. Precisamos estar atentos e temos que entender o que é avaliar. Não existem “receitas”, é preciso buscar caminhos. Alguns professores se apropriam de instrumentos – provas – sem saber se o significado desta é re- almente o correto. Avaliar um estudante é um pro- cesso lento e de diálogo, é ter capacidade de ava- liar e se autoavaliar, é ter qualidade de participação. Qualidade não se pode pegar, tocar, contar, não é material. Qualidade é participação, é ser produtivo, é criar, é ter observação profunda. Avaliação qualitativa supõe, em seu grau mais elevado e em si correto, um profundo processo participativo, que realiza não somente a necessária envolvência política, mas o surgimento de outras formas de conhecimento, obtidas da prática, da experiência, da sabedoria, sem com isto desprezar, em momento algum, a boa teoria (DEMO, 2008, p. 47). 15 É preciso que os professores tomem ciência e deem valor à qualidade do aprendizado do estudante. Muitos professores ainda se preocupamcom a quantidade, achando que assim eles serão “bons” professores; até mesmo alguns estudantes ainda acham isso. Tem sim que se valorizar a qualidade, assim sabe-se que os estudantes terão uma apren- dizagem de significação, que o conhecimento vai além da quantidade de informação. Muitos professores estão preocupados com a quan- tidade, não só durante as aulas, inclusive com tarefas para os estudantes levarem para casa, pois o “impor- tante” é a quantidade. Não verificando se realmente o estudante aprendeu com qualidade. O professor é um transmissor de conhecimentos, ele deve repetir quantas vezes for necessário o conteúdo para que ele seja assimilado, não pode se preocu- par só com a quantidade e sim com a qualidade do aprendizado do estudante. Acesse o Podcast 1 em Módulos 16 AVALIAÇÃO NUMA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA – TEORIA E PRÁTICA A avaliação não pode ser excludente, o professor tem que pensar em vários instrumentos de avaliação, não pode usar um único, desde o início do ano letivo ele deve fazer um diagnóstico com seus estudantes para conhecê-los, pois, para facilitar a aprendizagem do estudante, o melhor que se tem a fazer é conhecer a realidade dele, assim tornará mais fácil a relação professor-estudante. O avaliar é um processo de ensinar e aprender, deve ocorrer numa perspectiva construtiva, ser realizada gradativamente. A avaliação já se inicia a partir do momento em que professor transmite o conhecimen- to ao estudante, que começa a adquiri-los. [...] o objetivo da avaliação é a aprendizagem: avaliação deve ser uma orientação para o professor na condução de sua prática docente e jamais um instrumento para reprovar ou reter estudantes na construção de seus esquemas de conhecimento teórico e prático. Reprovar, selecionar, classificar e filtrar indivíduos não é missão do educador. Outros setores da sociedade devem se encarregar dessa missão (D’AMBROSIO, 2001, p.98). Ouve-se muito “aquele estudante não quer nada”, “aquele estudante só bagunça”, porém o profes- sor, desta maneira, acaba excluindo seu estudante. 17 Geralmente acaba acontecendo isso com o estudan- te porque ele não entendeu algum conteúdo, perdeu- -se no meio do caminho, e alguns professores não costumam tirar dúvidas e muito menos voltar o con- teúdo para que o estudante o entenda. É necessário que haja parceria entre professor e estu- dante, que necessita do mínimo de atenção para que possa sanar suas dúvidas, assim o estudante cons- truirá seu conhecimento, vencendo suas dificuldades. Portanto, os seguintes elementos devem sempre andar juntos: Cumplicidade Avaliação ConhecimentoConteúdo Figura 2: Elementos do processo ensino-aprendizagem. Fonte: Elaboração própria. Assim, a avaliação será de construção e de conhe- cimento significativo para a evolução do estudante, dando oportunidade a ele de rever conceitos que não conseguiu assimilar. A avaliação é realizada de forma contínua e cumula- tiva, e tem o objetivo de diagnosticar a dificuldade de cada estudante, sempre de forma construtiva, para uma aprendizagem significativa. 18 PRÁTICAS AVALIATIVAS Como saber se o estudante aprendeu? Esse é um questionamento que vem sendo muito discutido nas escolas, pois geralmente é através da avaliação que é diagnosticado se o estudante apren- deu ou não. Sabe-se que a avaliação é continua, po- rém também pode ser realizada em forma de prova. FIQUE ATENTO A função da avaliação é garantir o sucesso da aprendizagem do estudante, seja como for o tipo de avaliação, pois é ela que pesquisa a qualida- de do resultado, tanto do professor quanto do estudante. Outro questionamento para se pensar: E se o estudante não aprendeu, quem fracassou? Provavelmente o estudante diz que foi o professor e vice-versa, porém a avaliação é um instrumento de coleta de dados que revela o desempenho do estu- dante. Se foi: ● Satisfatório – ótimo, o estudante atingiu os objetivos; ● Insatisfatório – é inclusiva, subsidia a reinvestir no estudante, retoma o conteúdo. 19 Com certeza não existe um culpado, ao contrário, se houve um fracasso, tem que se ver onde está o erro, porque para uma boa aprendizagem tem que haver um bom ensinamento. Professor e estudante têm que andar juntos, têm que ter uma cumplicidade entre eles. Assim, o ensino será produtivo e, sendo produtivo, o professor ao avaliar o estudante será justo. Professor Avaliação Aluno Figura 3: Relação entre os entes do processo avaliativo. Fonte: Elaboração própria. Uma prova, ao ser aplicada, serve como um termô- metro. Porém o professor, ao formulá-la, tem que ter precisão no que pedir, tem que ser incluído o que ele ensinou, as informações têm que ser bem claras, para que o estudante não se sinta confuso e acabe sendo prejudicado. (Re)construção Continuação Sistematizar Avaliação Correção Leitura dos Resultados Aprendizagem do aluno Figura 4: Processo avaliativo Elaboração própria. 20 Porém, não é só pela prova que o estudante é ava- liado. Ao ensinar, o professor já está avaliando, não há necessidade de aplicar uma única prova, existem vários instrumentos avaliativos, até mesmo em um olhar do professor, em uma pergunta de um estudan- te e em um debate, entre outros, o professor já pode avaliar, também retomando o conteúdo, se achar necessário. O registro do professor é uma forma de avaliação. Deve ser feito a partir de observação e reflexão do aprendizado do estudante. Muitos professores regis- tram a atitude do estudante e não o seu desempenho. Os registros precisam ter significados; devem ter uma linguagem de entendimento: se for um relato de atividades, deve mostrar se está ou não prejudicando o aprendizado do estudante. Quando se fala em relatório de avaliação, está se falando em relatório de acompanhamento, de cons- trução do conhecimento (avaliação mediadora), ob- servação, reflexão, avanços, conquistas, relatos de sua evolução e desenvolvimento. Acesse o Podcast 2 em Módulos A tabela a seguir tem uma função muito interessan- te. Ela é bem clara para entendermos o propósito e a época às quais as modalidades citadas dizem respeito. 21 Modalidade Função Propósito Época Diagnóstica Diagnosticar Verificar a presença ou ausência de pré- -requisitos para novas aprendizagens. Detectar dificuldades específicas de aprendi- zagem, tentando identi- ficar suas causas. Início do ano, semestre leti- vo ou unidade de ensino. Formativa Controlar Constatar se os ob- jetivos estabelecidos foram alcançados pelos alunos. Fornecer dados para aperfeiço- ar o processo de ensino-aprendizagem. Durante o ano letivo, isto é, ao longo do processo de ensino-apren- dizagem. Somativa Classificar Classificar os resulta- dos de aprendizagem alcançados pelos alunos, de acordo com os níveis de aproveita- mento estabelecidos. Ao final de um ano ou semes- tre letivo, ou ao final de uma unidade de ensino. Quadro 1: Quadro-síntese das Modalidades e Funções da Avaliação Escolar. Fonte: Haudt (1997). Alguns autores definem a avalição com algumas denominações antes e pós-LDB 9394/94. É muito interessante conhecermos essas denominações, que alguns utilizam conforme as seguintes tabelas: Afonso (2001) Antes Pós Regulação Emancipação Seletiva Diagnóstica 22 Afonso (2001) Promoção Facilitadora Controle Validar Poder Contínua Dominação Articular Quantidades Tabela 1: Denominações antes e pós-LDB 9394/94 por Afonso (2001). Fonte: Elaboração própria. Hoffman ( 2005) Antes Pós Tradicional Mediadora Classificatória Dialógica Nota/Conceito Construtivista Aprovado/Reprovado Desenvolvimento Erro/Acerto Orientação Poder Reflexão Resistência Progresso Culpa Observar Autoritarismo Registro Tabela 2: Denominações antes e pós-LDB 9394/94 por Hoffmann (2005). Fonte: Elaboração própria. 23 Demo(2008) Antes Pós Quantitativa Qualitativa Autoritário Participativa Poder Dialética Julgar Reflexão Medir Representatividade Provas Progressiva Maior IgualitáriaExtenso Melhor Violento Intenso Pressão Envolvente Tabela 3: Denominações antes e pós-LDB 9394/94 por Demo (2008). Fonte: Elaboração própria. Luckesi (2014) Antes Pós Classificatória Diagnóstica Verificação Aprendizado Medida/Média Desenvolvimento Prova Construção Seletiva Interesse Nota Planejamento Poder/Autoritarismo Democrática Ameaça/Medo Qualidade Quantidade Defasagem Conservador Inclusão 24 Luckesi (2014) Exclusão Mínimo Erro/Acerto Retomando/Reoriantando Aprovação/Reprovação Necessário Tabela 4: Denominações antes e pós-LDB 9394/94 por Luckesi (2014). Fonte: Elaboração própria. Apesar dos autores usarem essas diferentes deno- minações, você percebeu que o sentido é o mes- mo? Antes da LDB 9394/96 havia um ensino onde o professor falava e o estudante ouvia, hoje a relação professor-estudante é de mais diálogo, onde o es- tudante questiona e o professor dá a liberdade dele se expressar. Portanto, a avaliação já se inicia nesse momento e a “prova” por si só é apenas uma forma de realmen- te o professor analisar o seu estudante de forma a ajudá-lo. REFLITA O texto “Fábula sobre avaliação” serve como re- flexão para o tema Avaliação de Aprendizagem. Acesse neste link: https://edisciplinas.usp.br/plu- ginfile.php/4170549/mod_resource/content/1/ Fabula%20.pdf, acesso 24 de janeiro de 2020. O professor tem muito a ensinar, mas o estudante também tem muito o que ensinar ao professor; se ambos ensinam, ambos aprendem. É necessário que 25 saibam a hora de ouvir e a hora de falar, portanto, têm que entender que o diálogo é o principal instrumento da relação professor-estudante. O diálogo é uma das melhores formas do professor avaliar seus estudan- tes; através de conversas podem surgir curiosidades e dúvidas e assim o professor poderá esclarecer e analisar seu estudante. Uma das formas com que também se pode avaliar um estudante é a troca de lugar entre eles. É um grande desafio, é uma forma com a qual o profes- sor eleva a autoestima do estudante e, ao mesmo tempo, o estudante aprende e o professor analisa o que ele aprendeu, podendo interferir quando achar necessário. O avaliar não é uma punição e sim um meio de ensinar. 26 CONSIDERAÇÕES FINAIS Os instrumentos que vêm sendo utilizados, depois da nova Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 20 de dezembro de 1996, trouxeram ao Brasil uma nova forma de se olhar para a educação. Por meio dessa lei, foram implantadas algumas formas de avaliação, deixando essa de ser apenas classificatória, meritória, passando a ser formativa, dialógica e mediadora. O professor passou a repen- sar o seu trabalho. Essas avaliações vieram para revolucionar a educa- ção. Muitos professores foram resistentes a essas novas mudanças, pois não haviam percebido que esses meios de se avaliar os estudantes só vieram para melhorar a relação professor-estudante, pois passou a existir diálogo entre eles. Os professores devem adotar maneiras diferentes de corrigir os erros dos estudantes, construindo uma prática adequada à realidade do estudante da escola, analisando suas respostas. Quando o estudante não chega ao resultado propos- to, não é necessário que o professor corrija imedia- tamente, ele deve registrar, refletir, para depois criar situações, provocá-lo e não o conduzir à resposta, assim ele estará valorizando as tarefas de seus es- tudantes, construindo seus conhecimentos. 27 A avaliação não é um único instrumento, ela é re- alizada a partir do momento em que o professor entra na sala de aula, é contínua, o estudante está em constante aprendizado e o professor sempre acompanhando o estudante, não o deixando sem compreender o conteúdo. 28 SÍNTESE AVALIAÇÃO EDUCACIONAL CONTEÚDO: Neste módulo estão alguns tipos de avaliações pós LDB 9394/96, que podem ser aplicadas para uma melhor qualidade de ensino do aluno. Tipos de avaliação: Diagnóstica; Dialética; Mediadora; Contínua; Construtiva. Hoje a forma de se avaliar tornou o ensino mais significativo, tanto para o aluno como para o professor. A avaliação é a construção do conhecimento, pois avalia-se o aluno não só com um único instrumento. A avaliação passou a ser contínua e construtiva. A avaliação é realizada a partir do início do ciclo de aprendizagem, é dialética e mediadora, o professor está preocupado com a aprendizagem do aluno. A relação professor-aluno é de diálogo, se o aluno não entendeu, o professor retoma o conteúdo dando ao aluno oportunidade de ele entender e dar continuidade aos estudos. Desta forma, há a necessidade de o professor tomar cuidado com o tipo de instrumento que utilizará. A avaliação é contínua e cumulativa. Assim, o aluno deixa de ter a ideia de que a avalição é para medir e passa a entender que é para ajudar a construir o seu conhecimento. Referências Bibliográficas & Consultadas AFONSO, A. J. Avaliação Educacional: regulação e emancipação. São Paulo: Cortez, 2001. CASTILHO ARREDONDO, S. Práticas de avaliação educacional: materiais e instrumentos. Curitiba: InterSaberes, 2013. [Biblioteca Virtual]. DEMO, P. Avaliação Qualitativa. São Paulo: Cortez, 2008. D’AMBROSIO, U. Educação pra uma sociedade em transição. 2. ed. Campinas: Papirus, 2001. FREITAS, L. C. et al. Avaliação educacional. 7. ed. Petrópolis: Vozes, 2014. [Biblioteca Virtual Pearson]. GRANVILLE, M. A. Teorias e práticas na formação de professores. Campinas (SP): Papirus, 2007. HAYDT, R. C. C. Avaliação do processo ensino- -aprendizagem. 6. ed. São Paulo: Ática, 1997. HOFFMANN, J. Avaliação mediadora: uma prática em construção da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Educação e Realidade, 2005. LUCKESI, C. C. Avaliação da aprendizagem esco- lar. São Paulo: Cortez, 2014. MACEDO, L. Avaliação na Educação. Marcos Muniz Melo (Org.). 2007. MÉIER, M. Avaliação na Educação. Marcos Muniz Melo (Org.). 2007. PERRENOUD, P.; CHITTONI, P. Avaliação: da ex- celência à regulação das aprendizagens entre duas lógicas. Porto Alegre: Artmed, 2007. [Minha Biblioteca] SANTOS, P. K.; GUIMARÃES, J. Avaliação da apren- dizagem. Porto Alegre: SAGAH, 2017. [Biblioteca Virtual]. INTRODUÇÃO AVALIAÇÃO NUMA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA PARA O ENSINO-APRENDIZAGEM AVALIAÇÃO COMO MEDIAÇÃO AVALIAÇÃO FORMATIVA AVALIAÇÃO: QUANTIDADE OU QUALIDADE? AVALIAÇÃO NUMA PERSPECTIVA CONSTRUTIVISTA – TEORIA E PRÁTICA PRÁTICAS AVALIATIVAS CONSIDERAÇÕES FINAIS SÍNTESE
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