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SAÚDE DA MULHER Escola Técnica Complemento Professora Enfermeira Sarah Canelas sarah.canelas@gmail.com Acompanhamento do desenvolvimento e vitalidade fetal O peso fetal, estimado em USG, é caracterizado a partir da medida do fêmur, da cabeça e do abdome do bebê e o valor encontrado está em uma escala de 0 a 100. Quando associamos o peso à idade gestacional, o RN é classificado segundo o seu crescimento intra- uterino em: ◦ RN grande para a idade gestacional (GIG): peso acima do percentil 90. ◦ RN adequado para a idade gestacional (AIG): peso entre o percentil 10 e 90. ◦ RN Pequeno para a Idade Gestacional (PIG): peso abaixo do percentil 10. A Macrossomia Fetal é definida como peso ao nascer entre 4.000 e 4.500 g, é frequentemente encontrada na prática obstétrica, sendo considerada um fator de risco para algumas complicações, como distocia de ombro, trauma durante o parto e lesões no recém-nascido. Recém-Nascido de Baixo Peso É considerado recém-nascido de baixo peso, todo aquele que nasce com peso inferior a 2.500g. Neste critério estão incluídos tanto os prematuros quanto os RN a termo com crescimento intrauterino restrito. Classificação APGAR O índice de Apgar, largamente utilizado para mensurar a vitalidade do recém-nascido, varia de 0 a 10 e avalia cinco sintomas objetivos: ◦ Freqüência cardíaca ◦ Ausente: 0. ◦ < 100/min: 1. ◦ > 100/min: 2. ◦ Respiração ◦ Ausente: 0. ◦ Fraca/irregular: 1. ◦ Forte/choro: 2. ◦ Irritabilidade reflexa ◦ Ausente: 0. ◦ Algum movimento: 1. ◦ Espirros/choro: 2. ◦ Tônus muscular ◦ Flácido: 0. ◦ Flexão de pernas e braços: 1. ◦ Movimento ativo/boa flexão: 2. ◦ Cor ◦ Cianótico/pálido: 0. ◦ Cianose de extremidades: 1. ◦ Rosado: 2. A avaliação da coloração da pele e das mucosas do RN não é mais utilizada para decidir procedimentos na sala de parto. Estudos têm mostrado que a avaliação da cor das extremidades, do tronco e das mucosas é subjetiva e não tem relação com a saturação de oxigênio ao nascimento. Além disso, o RN com esforço respiratório e FC adequados pode demorar alguns minutos para ficar rosado. Para os RN que não precisam de procedimentos de reanimação ao nascer, a saturação de oxigênio com um minuto de vida situa-se ao redor de 60 - 65%, só atingindo valores de 87% - 92% no 5º minuto de vida A importância do índice de Apgar como indicador de risco para a morbimortalidade neonatal tem sido ratificada em várias pesquisas recentes. Assistência ao RN com boa vitalidade Imediatamente após o nascimento, a necessidade de reanimação depende da avaliação rápida de quatro situações referentes à vitalidade do concepto, sendo feitas as seguintes perguntas: Gestação a termo? Ausência de mecônio? Respirando ou chorando? Tônus muscular bom? Caso a resposta seja afirmativa a todas as perguntas, considera-se que o RN está com boa vitalidade e não necessita de manobras de reanimação e devem ser realizadas as seguintes intervenções: ◦ Proceder ao clampeamento do cordão umbilical após cessadas suas pulsações (aproximadamente 1 a 3 minutos), exceto nos casos de mães isoimunizadas ou HIV /HTLV positivas. Nesses casos o clampeamento deve ser imediato. ◦ Manter o RN sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o corpo da mãe como fonte de calor, garantindo que o posicionamento da criança permita movimentos respiratórios efetivos. O contato pele a pele imediatamente após o nascimento, em temperatura ambiente de 26°C, reduz o risco de hipotermia em RNs a termo com respiração espontânea e que não necessitam de ventilação, desde que cobertos com campos pré –aquecidos. ◦ RN a termo com boa vitalidade deve ser limpo (o banho só deve ser dado em caso de mãe HIV positivo e taxas altas) posicionado sobre o abdome da mãe ou ao nível da placenta por 1 a 3 minutos ou até o término da pulsação do cordão umbilical para só após realizar o clampeamento. ◦ Identificar o RN com pulseira e clamp umbilical contendo o nome da mãe, número de prontuário, data de nascimento, sexo e hora. ◦ Realizar o aleitamento precoce para promoção do contato mãe-bebê imediato após o parto, evitando intervenções desnecessárias que interferem nessa interação nas primeiras horas de vida. Deve ser estimulado o contato pele a pele e o aleitamento materno na primeira hora de vida, exceto em casos de mães HIV ou HTLV positivos. Assistência ao RN com boa vitalidade ◦Coletar o sangue do cordão umbilical para exames laboratoriais. ◦ Realizar a laqueadura do cordão umbilical, fixar o clamp à distância de 2 a 3cm do anel umbilical, envolvendo o coto com gaze embebida em álcool etílico 70% ou clorexidina alcoólica 0,5%. Em RN de extremo baixo peso utiliza-se soro fisiológico para possibilidade de cateterização umbilical. ◦ Aspirar boca e narinas, caso seja necessário. ◦ Realizar exame físico simplificado. ◦ Realizar o “Credé” para prevenção da oftalmia gonocócica. A profilaxia deve ser realizada dentro das primeiras 4 horas após o nascimento, tanto no parto vaginal quanto cesáreo, o uso d pomada eritromicina a 0,5% como primeira escolha, seguida de tetraciclina a 1% e como ultima escolha, o nitrato de prata a 1%. ◦ Administrar vitamina K para prevenção do sangramento, 1mg de vitamina K por via intramuscular ao nascimento. ◦ Administração da vacina contra Hepatite B. A administração desta faz parte do calendário vacinal mínimo obrigatório e inicia o esquema de imunização do indivíduo contra a Hepatite B. Tem como objetivo proteger o recém-nascido contra o vírus da Hepatite B. ◦ Realizar antropometria, incluindo peso, comprimento e o perímetro cefálico. Assistência ao RN com necessidade de Reanimação ◦ Promover Calor: ◦ Secar e desprezar os campos úmidos. ◦ IG < 29 semanas ou peso ao nascer <1,500g recomenda-se o uso de saco plástico transparente de polietileno de 30x50 cm. ◦ Manter a permeabilidade das vias aéreas: ◦ Avaliar FC e FR, após a execução do passos iniciais da reanimação. ◦ FC >100bpm e respiração rítmica e regular, o RN deve receber os cuidados de rotina na sala de parto. ◦ FC < 100bpm e respiração irregular, indica-se a ventilação com pressão positiva, que deve ser iniciado nos primeiros sessenta segundos de vida (“minuto de ouro”). ◦ Ventilação com Pressão Positiva: Após 30 segundos da execução dos passos iniciais está indicada nas seguintes situações: ◦ Apnéia ◦ Respiração irregular ◦ FC menor que 100bpm ◦ Massagem Cardíaca ◦ A massagem cardíaca só deve ser iniciada, após 30 segundos de ventilação com oxigênio suplementar para o RN que apresentar ou persistir com FC inferior a 60bpm. ◦ No RN, a massagem cardíaca e ventilação são realizadas de forma sincrônica ◦ Medicações ◦ Quando a FC permanecer abaixo de 60bpm a despeito de ventilação efetiva e de massagem cardíaca adequada, o uso de adrenalina, expansor de volume ou ambos está indicado. Parto Humanizado Há muito polêmica em torno do que significa de fato o conceito de “parto humanizado”. Relativamente novo no Brasil, esse cenário humanista ainda gera muitas dúvidas, pois vem na contramão de uma cultura que evidencia a cada dia mais a violência obstétrica como algo natural. Infelizmente, muitas mulheres ainda têm o seu direito de ter uma assistência de parto respeitosa negado. Cenários onde o protagonismo feminino também é deixado de lado em prol de intervenções médicas desnecessárias, ainda são muito frequentes. Parto Humanizado não pode ser entendido como um tipo de parto, onde alguns detalhes o definem como o uso da água ou a posição, intensidade da luz, presença do acompanhante e etc. A Humanização do parto deve ser entendida como um processo, não um produto que é entregue pronto! Parto humanizado tem a ver com deixar a natureza fazer o seu trabalho, realizando o mínimo de intervenções médicas e deixando que a mulher assuma o seu protagonismo. É assumir uma postura respeitosa quanto aos desejos e necessidades da mãe e do bebê, levando em conta sempre sua saúde e bem-estar. O objetivo da assistênciahumanizada é deixar que o processo fisiológico de parir aconteça. Médico e equipe só ficam ali como expectadores, interferindo apenas se ocorrer algum problema. Parto Humanizado As vantagens de um parto humanizado são inúmeras! Para os bebês, sabe-se que com menos stress e uso de medicamentos envolvidos no processo, o risco de complicações tende a diminuir. Nascer em um ambiente de harmonia e respeito também é essencial para promover um vínculo saudável com mãe nesse começo de vida. Para a mulher, o maior conforto e apoio emocional neste momento, podem lhe gerar uma percepção totalmente positiva do parto. Sem o uso desnecessário de intervenções médicas, a parturiente tende a ter também uma recuperação muito mais rápida e sem complicações. Propiciar a experiência do parto humanizado a uma mulher, é garantir o respeito aos seus diversos aspectos culturais, individuais, psíquicos e emocionais. É acreditar na fisiologia da gestação e do parto, devolvendo o protagonismo e poder a quem lhe é de direito! Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Mesmo sendo considerado um mecanismo fisiológico, o trabalho de parto é caracterizado por alterações mecânicas e hormonais que promovem contrações uterinas, resultando na dilatação do colo uterino e descida da apresentação fetal. Na fase de dilatação, a dor corresponde a uma sensação subjetiva, descrita como aguda, visceral e difusa. Enquanto que, na fase de descida fetal, a dor é somática, mais nítida e contínua, podendo ser intensificada pelo estado emocional da parturiente e por fatores ambientais. Uma tarefa importante em obstetrícia é ajudar as mulheres a suportar a dor do parto. Isto pode ser alcançado através de alívio da dor com métodos não farmacológicos, ferramentas importantes e com comprovação científica, utilizadas durante o trabalho de parto. Estas orientações devem se iniciar, na medida do possível, durante o pré-natal, para que a gestante se familiarize com os métodos. Nesta ocasião deve ser enfatizada também a importância de um acompanhante, de escolha da parturiente, antes e durante o parto, para apoiá-la e, assim, contribuir para uma experiência positiva do parto e no alívio da dor. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Fatores que podem influenciar na intensidade da dor ◦ Sentimentos como medo, ansiedade e tensão. ◦ Motivação para o parto e maternidade. ◦ Paridade. ◦ Participação em cursos de preparação para o parto. ◦ Idade da paciente. ◦ Condições socioeconômicas. ◦ Tamanho do feto. ◦ Peso da paciente. ◦ Experiências anteriores. ◦ Uso de drogas para induzir / aumentar as contrações uterinas. ◦ Filosofia institucional. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Medidas para o conforto da parturiente: ◦ Medidas ambientais ◦ Diminuição da luminosidade. ◦ Diminuição dos ruídos sonoros. ◦ Privacidade. ◦ Aconchego. ◦ Música. ◦ Aromaterapia ◦ Hidroterapia ◦ Terapias Térmicas ◦ Bola Suíça ◦ Exercicios Respiratórios ◦ Reflexologia ◦ Rebozo ◦ Livre movimentação e Exercícios Perineais ◦ Cavalinho ◦ Banqueta ◦ Medidas físicas ◦ Caminhar durante o trabalho de parto. ◦ Exercícios pélvicos. ◦ Acupuntura e Acupressão ◦ Terapias Térmicas Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Livre movimentação e Exercícios Perineais: A mulher, que está vivenciando/sentindo em seu próprio corpo, precisa estar livre para mover-se e posicionar-se de forma que encontre conforto e alívio. Este é o caminho para um parto fisiológico e uma experiência positiva. Nas mais diferentes culturas, as vivências do parto foram de caráter íntimo e privado, e uma experiência compartilhada entre mulheres (parteiras e outras mulheres da comunidade), e a maioria das mulheres de todas as raças e culturas adotava a posição vertical durante o trabalho de parto e parto. Entre os séculos XVI e XVII surge na assistência ao parto a figura do cirurgião, que no período era vista com ansiedade e medo pois o médico só era chamado para casos com intercorrências. No ensino médico, a obstetrícia nasce como especialidade em 1806, sob a tutela cirúrgica. Os primeiros profissionais que atendiam ao parto estavam mais focados na hemostase, sutura e drenagem, fato que retardou o desenvolvimento de um saber voltado às particularidades da gestação e da fisiologia do parto. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Livre movimentação e Exercícios Perineais: Com a hospitalização/medicalização da assistência ao parto e a invenção do fórceps obstétrico (Hugh Chamberlen, 1670), ocorreram várias mudanças no processo de assistir ao parto e uma delas diz respeito à postura e à posição adotadas pela mulher durante o período de dilatação, expulsão e dequitação. Atribui-se a François Mauriceau, médico francês do século XVII, a maior influência na mudança da posição da mulher no parto de vertical para semi reclinada. Neste contexto a posição litotômica se estabeleceu em definitivo por facilitar o trabalho do profissional para extrair a criança, observar atentamente a situação do períneo e realizar a episiotomia. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Livre movimentação e Exercícios Perineais: Ao longo da prática as pesquisas descrevem que a posição litotômica tem como resultado: ◦ Maior risco de trauma perineal; ◦ Maior risco de incontinência urinária; ◦ Menor mobilidade do sacro, dificultando a descida fetal; ◦ Relatos de experiência mais dolorosas no parto; ◦ Trabalho de partos comparativamente mais longos; ◦ Alterações dos padrões de frequência cardíaca fetal de forma não tranquilizadora; ◦ A mulher deve utilizar um aumento de 35% da força total do parto quando realiza os esforços do puxo em posição horizontal, como consequência da falta de ação da força da gravidade. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Livre movimentação e Exercícios Perineais: ◦ Para as parturientes, a liberdade de movimentação pode melhorar muito seu senso de controle, permitindo a vivência de uma experiência positiva de parto. ◦ Pode diminuir o tempo total de trabalho de parto. ◦ Favorece o processo de descida fetal facilitando o alinhamento do feto aos planos da pelve materna. ◦ Proporciona maior mobilidade do sacro, promovendo mais espaço para o feto no estreito inferior da pelve. ◦ Promovem bem estar materno e fetal pois podem evitar a compressão dos vasos intra-abdominais, especialmente de veia cava inferior, portanto, menos padrões de frequência cardíaca fetal não tranquilizadoras. ◦ Melhor equilíbrio ácido básico materno e fetal em posições não supinas. ◦ Descompressão do diafragma materno. ◦ Por ação da gravidade, a mulher em posição vertical recebe uma força extra, calculada de 30% a 40% em milímetros de mercúrio, para empurrar o bebê. ◦ Contrações uterinas mais eficientes pela melhor circulação uterina. ◦ Contrações mais suportáveis ◦ Permite que a mulher busque posições de conforto durante a contração, o que pode promover analgesia não farmacológica. ◦ Diminuição da solicitação de analgesia. ◦ Diminuição de lacerações graves, provavelmente relacionada a adaptação gradual do períneo a descida da cabeça fetal. ◦ Diminuição do número de parto instrumental. ◦ Redução da realização de episiotomias. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Posições Possíveis Durante o Trabalho De Parto e Parto ◦ Cócoras ◦ Agachada ◦ Em pé com os dois pés no chão ◦ Em pé com uma das pernas apoiadas ◦ Em decúbito lateral ◦ Sentada na bola ◦ Em suspensão ◦ Tronco apoiado e penas assimétricas ◦ Na banheira sentada ou de quatro apoios ◦ Movimentos livres com o corpo (dançar) ◦ Caminhar ◦ Deitada de lado com travesseiros ou bola feijão entre as pernas ◦ Em pé ou sentada no chuveiro ◦ Joelho/Quatro apoios na bola, na cama ou no chão ◦ Na banqueta ◦ No chuveiro em pé, de cócoras ou na banqueta ◦ Na banheira sentada ou de quatro apoios Quem decide a posição para parir, é quem está parindo! Métodos não Farmacológicos de Alivioda Dor Medidas ambientais Quando estamos em situação de dor e estresse o nosso organismo automaticamente busca maneiras de gerar segurança, esse extinto está ligado as partes mais primitivas ao cérebro humano, gerando por vezes comportamentos involuntários em resposta ao ambiente. Como parte do processo de parto, o organismo da mulher busca um ambiente adequado para o ato de parir buscando ambientes com penumbra, poucos ruídos e privacidade. Quando os profissionais envolvidos no processo de parturição se atentam a esses fatores, existe uma diminuição da liberação de Cortizol (hormônio do estresse) que compete diretamente cm a Ocitocina, se refletindo em um parto mais rápido e seguro. O uso da música de agrado da parturiente ou uma musica suave também se reflete em pontos positivos no parto. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Massagens corporais: A massagem é um método de estimulação sensorial caracterizado pelo toque sistêmico e pela manipulação dos tecidos. No trabalho de parto, a massagem tem o potencial de promover alívio da dor, além de proporcionar contato físico com a parturiente, potencializando o efeito de relaxamento, diminuindo o estresse emocional e melhorando o fluxo sanguíneo e a oxigenação dos tecidos. A colocação da mão sobre um ponto dolorido, o afago dos cabelos ou da face em um gesto de afeição, um abraço firme ou a massagem intencional mais formal da mão ou de outras partes do corpo, todos transmitem ao receptor uma mensagem de interesse, de vontade de estar perto e ajudar. O objetivo da massagem é fazer as pessoas sentirem-se melhor, ou aliviar a dor e facilitar o relaxamento. A massagem pode adquirir a forma de golpes leves ou firmes, vibração, amassamento, pressão circular profunda, pressão contínua e manipulação articular. Podem-se usar as pontas dos dedos, as mãos ou vários aparelhos que rolam, vibram ou pressionam. Teoricamente, as várias formas de massagem estimulam diferentes receptores sensoriais. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Acupuntura e acupressão: Estudos sugerem que a auriculoterapia é efetiva na duração e na severidade da dor do TP, devido a liberação de endorfinas, importantes para o relaxamento muscular. A experiência da dor do parto é fisiologicamente real, mas possui influencia de outros fatores emocionais da parturiente, como as angústias, o medo e a ansiedade. Desta forma, a acupuntura promove uma melhora quanto a essas condições e não apenas ao sofrimento físico, por isso, seu uso presta um olhar holístico às parturientes. A acupressão faz parte da medicina tradicional chinesa que consiste em estimular os pontos de acupuntura através das mãos e/ou dedos. Tal técnica surgiu a partir da “teoria dos portões”, na qual acredita-se que o estímulo da massagem e do toque podem estimular fibras que transmitem impulsos à medula espinhal. O ponto Hegu/Hugo/Hoku, como assim denomina-se o ponto de acupressão LI4 está localizado na região entre o primeiro e o segundo ossos metarcapais no lado radial da mão. Esse estímulo demonstrou redução e estabilização nas percepções de dor, realizada por pressão ou frio intenso. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Terapias térmicas Conhecidos como cuidados de origem milenar, a utilização do calor ou do frio sempre se mantiveram como fonte terapêutica não farmacológica no alívio a dor. O uso da crioterapia ameniza a dor durante toda a fase ativa e o período expulsivo, promove redução na duração da evolução do parto, sem alterações quanto ao grau de laceração, frequência cardíaca fetal e escore de Apgar. Ela pode ser realizado nas costas e na região inferior do abdomen durante o período de dilatação, recomenda-se também a continuidade em região perineal durante o período expulsivo. A termoterapia também pode ser utilizado em região lombar, assim como no períneo durante o período expulsivo e apresenta grande diminuição no escore de dores relacionados a lombalgias. O calor promove a liberação de endorfinas, bem como estimula receptores de toque e temperatura, amenizando a sensação de dor. Vale ressaltar que embora tenha bons resultados, o método possui mais efeito quando utilizado em associação a outros, como a bola suíça Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Exercícios respiratórios: Têm a função de reduzir a sensação dolorosa, melhorar os níveis de saturação sanguínea materna de O2, proporcionar relaxamento e diminuir a ansiedade. Os exercícios respiratórios podem não ser suficientes na redução da sensação dolorosa durante o primeiro estágio do trabalho de parto, porém são eficazes na redução da ansiedade. Nesta fase, prioriza-se a respiração torácica lenta com inspiração e expiração profundas e longas em um ritmo natural, sendo realizada no momento das contrações uterinas. Estes exercícios não devem ser iniciados precocemente a fim de evitar hiperventilação da parturiente. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Hidroterapia: A água aquecida induz a vasodilatação periférica e redistribuição do fluxo sanguíneo, promovendo relaxamento muscular. O mecanismo de alívio da dor por este método é a redução da liberação de catecolaminas e elevação das endorfinas, reduzindo as taxas de Cortizol, e consequentemente a ansiedade e promovendo a satisfação da parturiente. Apesar da existência de poucos estudos utilizando o banho de chuveiro durante o trabalho de parto, este recurso parece exercer influência positiva sobre a dor. Nos últimos anos, a imersão em água durante o trabalho de parto e o parto despertou interesse em muitos países, em resposta às solicitações femininas dessa forma de conforto. A prática varia muito e inclui o uso de duchas, banheiras, hidromassagem e “piscinas de parto” especiais. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Bola Suíça: Na bola a parturiente consegue ficar sentada com a coluna bem alinhada, sem desconforto. Ao contrário da cadeira (que é muito rígida), a bola amolda o corpo da gestante. Ela pode ficar simplesmente parada ou realizando movimentos laterais mobilizando o quadril. Isto, além de ajudar na descida do bebê, também alivia a dor. A parturiente pode ainda, fazer movimentos rotativos (de bambolê). A movimentação do quadril facilita a rotação do bebê, auxiliando-o a se deslocar para a posição correta. Outra opção é ficar encaixando e desencaixando o quadril (projetando a pélvis para frente e para trás). Em todos esses exercícios sobre a bola, é recomendável que a parturiente segure as mãos do profissional de saúde ou do companheiro, para ficar com mais firmeza. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Aromaterapia: É o uso intencional de concentrados voláteis extraídos de vegetais - os óleos essenciais (OE) - a fim de promover ou melhorar a saúde e o bem-estar, através do equilíbrio e harmonia do organismo, de mulheres em trabalho de parto e tem como finalidade auxiliar, de forma complementar, a reestabelecer um equilíbrio próprio, nas dimensões física e/ou emocional da mulher em trabalho de parto, que opte por este cuidado. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Rebozo: Julgando pela sua aparência, o rebozo é uma peça muito simples: um pedaço comprido de tecido. Os estudos apontam o uso do rebozo como um método natural muito eficaz de alívio da dor durante o trabalho de parto. Usado para relaxar a musculatura e ligamentos do útero, desbloquear tensões do assoalho pélvico, aliviar as sensações das contrações, proporcionar movimento para o quadril e auxiliar a descida do bebê. Métodos não Farmacológicos de Alivio da Dor Cavalinho e Banqueta: O “cavalinho” e o “banquinho U” são equipamentos do pré-parto, bancos cuja utilização visa o relaxamento, aumento da dilatação e a diminuição da dor. O “cavalinho” é semelhante a uma cadeira com assento invertido, onde a gestante apóia o tórax e os braços jogando o peso para frente e aliviando as costas. Durante as contrações, a parturiente também pode ficar nessa posição parareceber massagem na lombar, com a finalidade de relaxar e aliviar a dor do trabalho de parto. O “banquinho U” é bem baixinho e é usado sob o chuveiro morno para ajudar a dilatação.
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