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Saude da Mulher - Aula 5

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SAÚDE DA 
MULHER
Escola Técnica Complemento
Professora Enfermeira Sarah Canelas
sarah.canelas@gmail.com
Acompanhamento do desenvolvimento 
e vitalidade fetal
O peso fetal, estimado em USG, é caracterizado a partir da medida do fêmur, da cabeça e do
abdome do bebê e o valor encontrado está em uma escala de 0 a 100.
Quando associamos o peso à idade gestacional, o RN é classificado segundo o seu crescimento intra-
uterino em:
◦ RN grande para a idade gestacional (GIG): peso acima do percentil 90.
◦ RN adequado para a idade gestacional (AIG): peso entre o percentil 10 e 90.
◦ RN Pequeno para a Idade Gestacional (PIG): peso abaixo do percentil 10.
A Macrossomia Fetal é definida como peso ao nascer entre 4.000 e 4.500 g, é frequentemente
encontrada na prática obstétrica, sendo considerada um fator de risco para algumas complicações, como
distocia de ombro, trauma durante o parto e lesões no recém-nascido.
Recém-Nascido de Baixo Peso
É considerado recém-nascido de baixo peso, todo aquele que nasce com peso inferior a 2.500g.
Neste critério estão incluídos tanto os prematuros quanto os RN a termo com crescimento intrauterino restrito.
Classificação APGAR
O índice de Apgar,
largamente utilizado para mensurar a
vitalidade do recém-nascido, varia
de 0 a 10 e avalia cinco sintomas
objetivos:
◦ Freqüência cardíaca
◦ Ausente: 0.
◦ < 100/min: 1.
◦ > 100/min: 2.
◦ Respiração
◦ Ausente: 0.
◦ Fraca/irregular: 1.
◦ Forte/choro: 2.
◦ Irritabilidade reflexa
◦ Ausente: 0.
◦ Algum movimento: 1.
◦ Espirros/choro: 2.
◦ Tônus muscular
◦ Flácido: 0.
◦ Flexão de pernas e braços: 1.
◦ Movimento ativo/boa flexão: 2.
◦ Cor
◦ Cianótico/pálido: 0.
◦ Cianose de extremidades: 1.
◦ Rosado: 2.
A avaliação da coloração da pele e
das mucosas do RN não é mais utilizada
para decidir procedimentos na sala de
parto. Estudos têm mostrado que a
avaliação da cor das extremidades, do
tronco e das mucosas é subjetiva e não
tem relação com a saturação de
oxigênio ao nascimento. Além disso, o
RN com esforço respiratório e FC
adequados pode demorar alguns
minutos para ficar rosado. Para os RN
que não precisam de procedimentos
de reanimação ao nascer, a saturação
de oxigênio com um minuto de vida
situa-se ao redor de 60 - 65%, só
atingindo valores de 87% - 92% no 5º
minuto de vida
A importância do índice de
Apgar como indicador de risco para a
morbimortalidade neonatal tem sido
ratificada em várias pesquisas recentes.
Assistência ao RN com boa vitalidade
Imediatamente após o nascimento, a necessidade
de reanimação depende da avaliação rápida de quatro
situações referentes à vitalidade do concepto, sendo feitas as
seguintes perguntas: Gestação a termo? Ausência de mecônio?
Respirando ou chorando? Tônus muscular bom? Caso a resposta
seja afirmativa a todas as perguntas, considera-se que o RN está
com boa vitalidade e não necessita de manobras de
reanimação e devem ser realizadas as seguintes intervenções:
◦ Proceder ao clampeamento do cordão umbilical após
cessadas suas pulsações (aproximadamente 1 a 3 minutos),
exceto nos casos de mães isoimunizadas ou HIV /HTLV
positivas. Nesses casos o clampeamento deve ser imediato.
◦ Manter o RN sobre o abdome e/ou tórax materno, usando o
corpo da mãe como fonte de calor, garantindo que o
posicionamento da criança permita movimentos respiratórios
efetivos. O contato pele a pele imediatamente após o
nascimento, em temperatura ambiente de 26°C, reduz o risco
de hipotermia em RNs a termo com respiração espontânea e
que não necessitam de ventilação, desde que cobertos com
campos pré –aquecidos.
◦ RN a termo com boa vitalidade deve ser limpo (o banho só deve
ser dado em caso de mãe HIV positivo e taxas altas) posicionado
sobre o abdome da mãe ou ao nível da placenta por 1 a 3
minutos ou até o término da pulsação do cordão umbilical para
só após realizar o clampeamento.
◦ Identificar o RN com pulseira e clamp umbilical contendo o
nome da mãe, número de prontuário, data de nascimento,
sexo e hora.
◦ Realizar o aleitamento precoce para promoção do contato
mãe-bebê imediato após o parto, evitando intervenções
desnecessárias que interferem nessa interação nas primeiras
horas de vida. Deve ser estimulado o contato pele a pele e o
aleitamento materno na primeira hora de vida, exceto em
casos de mães HIV ou HTLV positivos.
Assistência ao RN com boa vitalidade
◦Coletar o sangue do cordão umbilical para exames
laboratoriais.
◦ Realizar a laqueadura do cordão umbilical, fixar o
clamp à distância de 2 a 3cm do anel umbilical,
envolvendo o coto com gaze embebida em álcool
etílico 70% ou clorexidina alcoólica 0,5%. Em RN de
extremo baixo peso utiliza-se soro fisiológico para
possibilidade de cateterização umbilical.
◦ Aspirar boca e narinas, caso seja necessário.
◦ Realizar exame físico simplificado.
◦ Realizar o “Credé” para prevenção da oftalmia
gonocócica. A profilaxia deve ser realizada dentro
das primeiras 4 horas após o nascimento, tanto no
parto vaginal quanto cesáreo, o uso d pomada
eritromicina a 0,5% como primeira escolha, seguida
de tetraciclina a 1% e como ultima escolha, o nitrato
de prata a 1%.
◦ Administrar vitamina K para prevenção do
sangramento, 1mg de vitamina K por via intramuscular
ao nascimento.
◦ Administração da vacina contra Hepatite B. A
administração desta faz parte do calendário vacinal
mínimo obrigatório e inicia o esquema de imunização
do indivíduo contra a Hepatite B. Tem como objetivo
proteger o recém-nascido contra o vírus da Hepatite
B.
◦ Realizar antropometria, incluindo peso, comprimento
e o perímetro cefálico.
Assistência ao RN com necessidade de 
Reanimação
◦ Promover Calor:
◦ Secar e desprezar os campos úmidos.
◦ IG < 29 semanas ou peso ao nascer <1,500g
recomenda-se o uso de saco plástico transparente de
polietileno de 30x50 cm.
◦ Manter a permeabilidade das vias aéreas:
◦ Avaliar FC e FR, após a execução do passos iniciais da
reanimação.
◦ FC >100bpm e respiração rítmica e regular, o RN deve
receber os cuidados de rotina na sala de parto.
◦ FC < 100bpm e respiração irregular, indica-se a
ventilação com pressão positiva, que deve ser iniciado
nos primeiros sessenta segundos de vida (“minuto de
ouro”).
◦ Ventilação com Pressão Positiva:
Após 30 segundos da execução dos passos iniciais
está indicada nas seguintes situações:
◦ Apnéia
◦ Respiração irregular
◦ FC menor que 100bpm
◦ Massagem Cardíaca
◦ A massagem cardíaca só deve ser iniciada, após 30
segundos de ventilação com oxigênio suplementar
para o RN que apresentar ou persistir com FC inferior a
60bpm.
◦ No RN, a massagem cardíaca e ventilação são
realizadas de forma sincrônica
◦ Medicações
◦ Quando a FC permanecer abaixo de 60bpm a
despeito de ventilação efetiva e de massagem
cardíaca adequada, o uso de adrenalina, expansor de
volume ou ambos está indicado.
Parto Humanizado
Há muito polêmica em torno do que significa de fato o conceito de “parto humanizado”.
Relativamente novo no Brasil, esse cenário humanista ainda gera muitas dúvidas, pois vem na contramão de
uma cultura que evidencia a cada dia mais a violência obstétrica como algo natural.
Infelizmente, muitas mulheres ainda têm o seu direito de ter uma assistência de parto respeitosa
negado. Cenários onde o protagonismo feminino também é deixado de lado em prol de intervenções médicas
desnecessárias, ainda são muito frequentes.
Parto Humanizado não pode ser entendido como um tipo de parto, onde alguns detalhes o definem
como o uso da água ou a posição, intensidade da luz, presença do acompanhante e etc. A Humanização do
parto deve ser entendida como um processo, não um produto que é entregue pronto!
Parto humanizado tem a ver com deixar a natureza fazer o seu trabalho, realizando o mínimo de
intervenções médicas e deixando que a mulher assuma o seu protagonismo. É assumir uma postura respeitosa
quanto aos desejos e necessidades da mãe e do bebê, levando em conta sempre sua saúde e bem-estar.
O objetivo da assistênciahumanizada é deixar que o processo fisiológico de parir aconteça. Médico e
equipe só ficam ali como expectadores, interferindo apenas se ocorrer algum problema.
Parto Humanizado
As vantagens de um parto humanizado são inúmeras! Para os bebês, sabe-se
que com menos stress e uso de medicamentos envolvidos no processo, o risco de
complicações tende a diminuir. Nascer em um ambiente de harmonia e respeito
também é essencial para promover um vínculo saudável com mãe nesse começo de
vida.
Para a mulher, o maior conforto e apoio emocional neste momento, podem lhe
gerar uma percepção totalmente positiva do parto. Sem o uso desnecessário de
intervenções médicas, a parturiente tende a ter também uma recuperação muito mais
rápida e sem complicações.
Propiciar a experiência do parto humanizado a uma mulher, é garantir o
respeito aos seus diversos aspectos culturais, individuais, psíquicos e emocionais. É
acreditar na fisiologia da gestação e do parto, devolvendo o protagonismo e poder a
quem lhe é de direito!
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Mesmo sendo considerado um mecanismo fisiológico, o trabalho de parto é
caracterizado por alterações mecânicas e hormonais que promovem contrações
uterinas, resultando na dilatação do colo uterino e descida da apresentação fetal. Na
fase de dilatação, a dor corresponde a uma sensação subjetiva, descrita como aguda,
visceral e difusa. Enquanto que, na fase de descida fetal, a dor é somática, mais nítida
e contínua, podendo ser intensificada pelo estado emocional da parturiente e por
fatores ambientais. Uma tarefa importante em obstetrícia é ajudar as mulheres a
suportar a dor do parto. Isto pode ser alcançado através de alívio da dor com métodos
não farmacológicos, ferramentas importantes e com comprovação científica, utilizadas
durante o trabalho de parto. Estas orientações devem se iniciar, na medida do possível,
durante o pré-natal, para que a gestante se familiarize com os métodos. Nesta ocasião
deve ser enfatizada também a importância de um acompanhante, de escolha da
parturiente, antes e durante o parto, para apoiá-la e, assim, contribuir para uma
experiência positiva do parto e no alívio da dor.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Fatores que podem influenciar na intensidade da dor
◦ Sentimentos como medo, ansiedade e tensão.
◦ Motivação para o parto e maternidade.
◦ Paridade.
◦ Participação em cursos de preparação para o parto.
◦ Idade da paciente.
◦ Condições socioeconômicas.
◦ Tamanho do feto.
◦ Peso da paciente.
◦ Experiências anteriores.
◦ Uso de drogas para induzir / aumentar as contrações uterinas.
◦ Filosofia institucional.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Medidas para o conforto
da parturiente:
◦ Medidas ambientais
◦ Diminuição da
luminosidade.
◦ Diminuição dos ruídos
sonoros.
◦ Privacidade.
◦ Aconchego.
◦ Música.
◦ Aromaterapia
◦ Hidroterapia
◦ Terapias Térmicas
◦ Bola Suíça
◦ Exercicios Respiratórios
◦ Reflexologia
◦ Rebozo
◦ Livre movimentação e
Exercícios Perineais
◦ Cavalinho
◦ Banqueta
◦ Medidas físicas
◦ Caminhar durante o
trabalho de parto.
◦ Exercícios pélvicos.
◦ Acupuntura e
Acupressão
◦ Terapias Térmicas
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Livre movimentação e Exercícios Perineais:
A mulher, que está vivenciando/sentindo em seu próprio corpo, precisa estar livre para
mover-se e posicionar-se de forma que encontre conforto e alívio. Este é o caminho para um parto
fisiológico e uma experiência positiva.
Nas mais diferentes culturas, as vivências do parto foram de caráter íntimo e privado, e uma
experiência compartilhada entre mulheres (parteiras e outras mulheres da comunidade), e a maioria
das mulheres de todas as raças e culturas adotava a posição vertical durante o trabalho de parto e
parto.
Entre os séculos XVI e XVII surge na assistência ao parto a figura do cirurgião, que no período
era vista com ansiedade e medo pois o médico só era chamado para casos com intercorrências.
No ensino médico, a obstetrícia nasce como especialidade em 1806, sob a tutela cirúrgica.
Os primeiros profissionais que atendiam ao parto estavam mais focados na hemostase, sutura e
drenagem, fato que retardou o desenvolvimento de um saber voltado às particularidades da
gestação e da fisiologia do parto.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Livre movimentação e Exercícios Perineais:
Com a hospitalização/medicalização da assistência ao parto e a
invenção do fórceps obstétrico (Hugh Chamberlen, 1670), ocorreram várias
mudanças no processo de assistir ao parto e uma delas diz respeito à postura e
à posição adotadas pela mulher durante o período de dilatação, expulsão e
dequitação.
Atribui-se a François Mauriceau, médico francês do século XVII, a maior
influência na mudança da posição da mulher no parto de vertical para semi
reclinada. Neste contexto a posição litotômica se estabeleceu em definitivo
por facilitar o trabalho do profissional para extrair a criança, observar
atentamente a situação do períneo e realizar a episiotomia.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Livre movimentação e Exercícios
Perineais:
Ao longo da prática as
pesquisas descrevem que a posição
litotômica tem como resultado:
◦ Maior risco de trauma perineal;
◦ Maior risco de incontinência urinária;
◦ Menor mobilidade do sacro,
dificultando a descida fetal;
◦ Relatos de experiência mais dolorosas
no parto;
◦ Trabalho de partos
comparativamente mais longos;
◦ Alterações dos padrões de
frequência cardíaca fetal de forma
não tranquilizadora;
◦ A mulher deve utilizar um aumento de
35% da força total do parto quando
realiza os esforços do puxo em
posição horizontal, como
consequência da falta de ação da
força da gravidade.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Livre movimentação e
Exercícios Perineais:
◦ Para as parturientes, a liberdade de
movimentação pode melhorar muito seu
senso de controle, permitindo a vivência
de uma experiência positiva de parto.
◦ Pode diminuir o tempo total de trabalho
de parto.
◦ Favorece o processo de descida fetal
facilitando o alinhamento do feto aos
planos da pelve materna.
◦ Proporciona maior mobilidade do sacro,
promovendo mais espaço para o feto no
estreito inferior da pelve.
◦ Promovem bem estar materno e fetal
pois podem evitar a compressão dos
vasos intra-abdominais, especialmente
de veia cava inferior, portanto, menos
padrões de frequência cardíaca fetal
não tranquilizadoras.
◦ Melhor equilíbrio ácido básico materno e
fetal em posições não supinas.
◦ Descompressão do diafragma materno.
◦ Por ação da gravidade, a mulher em
posição vertical recebe uma força extra,
calculada de 30% a 40% em milímetros
de mercúrio, para empurrar o bebê.
◦ Contrações uterinas mais eficientes pela
melhor circulação uterina.
◦ Contrações mais suportáveis
◦ Permite que a mulher busque posições
de conforto durante a contração, o que
pode promover analgesia não
farmacológica.
◦ Diminuição da solicitação de analgesia.
◦ Diminuição de lacerações graves,
provavelmente relacionada a
adaptação gradual do períneo a
descida da cabeça fetal.
◦ Diminuição do número de parto
instrumental.
◦ Redução da realização de episiotomias.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Posições Possíveis Durante o Trabalho
De Parto e Parto
◦ Cócoras
◦ Agachada
◦ Em pé com os dois pés no chão
◦ Em pé com uma das pernas apoiadas
◦ Em decúbito lateral
◦ Sentada na bola
◦ Em suspensão
◦ Tronco apoiado e penas assimétricas
◦ Na banheira sentada ou de quatro apoios
◦ Movimentos livres com o corpo (dançar)
◦ Caminhar
◦ Deitada de lado com travesseiros ou bola
feijão entre as pernas
◦ Em pé ou sentada no chuveiro
◦ Joelho/Quatro apoios na bola, na cama ou
no chão
◦ Na banqueta
◦ No chuveiro em pé, de cócoras ou na
banqueta
◦ Na banheira sentada ou de quatro apoios
Quem decide a posição para parir, é 
quem está parindo!
Métodos não Farmacológicos de Alivioda Dor
Medidas ambientais
Quando estamos em situação de dor e estresse o nosso organismo
automaticamente busca maneiras de gerar segurança, esse extinto está ligado
as partes mais primitivas ao cérebro humano, gerando por vezes
comportamentos involuntários em resposta ao ambiente. Como parte do
processo de parto, o organismo da mulher busca um ambiente adequado
para o ato de parir buscando ambientes com penumbra, poucos ruídos e
privacidade. Quando os profissionais envolvidos no processo de parturição se
atentam a esses fatores, existe uma diminuição da liberação de Cortizol
(hormônio do estresse) que compete diretamente cm a Ocitocina, se refletindo
em um parto mais rápido e seguro. O uso da música de agrado da parturiente
ou uma musica suave também se reflete em pontos positivos no parto.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Massagens corporais:
A massagem é um método de estimulação sensorial caracterizado pelo toque sistêmico e
pela manipulação dos tecidos. No trabalho de parto, a massagem tem o potencial de promover
alívio da dor, além de proporcionar contato físico com a parturiente, potencializando o efeito de
relaxamento, diminuindo o estresse emocional e melhorando o fluxo sanguíneo e a oxigenação
dos tecidos. A colocação da mão sobre um ponto dolorido, o afago dos cabelos ou da face em
um gesto de afeição, um abraço firme ou a massagem intencional mais formal da mão ou de
outras partes do corpo, todos transmitem ao receptor uma mensagem de interesse, de vontade de
estar perto e ajudar. O objetivo da massagem é fazer as pessoas sentirem-se melhor, ou aliviar a
dor e facilitar o relaxamento. A massagem pode adquirir a forma de golpes leves ou firmes,
vibração, amassamento, pressão circular profunda, pressão contínua e manipulação articular.
Podem-se usar as pontas dos dedos, as mãos ou vários aparelhos que rolam, vibram ou pressionam.
Teoricamente, as várias formas de massagem estimulam diferentes receptores sensoriais.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Acupuntura e acupressão:
Estudos sugerem que a auriculoterapia é efetiva na duração e na severidade da dor do TP,
devido a liberação de endorfinas, importantes para o relaxamento muscular. A experiência da dor do
parto é fisiologicamente real, mas possui influencia de outros fatores emocionais da parturiente, como as
angústias, o medo e a ansiedade. Desta forma, a acupuntura promove uma melhora quanto a essas
condições e não apenas ao sofrimento físico, por isso, seu uso presta um olhar holístico às parturientes.
A acupressão faz parte da medicina tradicional chinesa que consiste em estimular os pontos de
acupuntura através das mãos e/ou dedos. Tal técnica surgiu a partir da “teoria dos portões”, na qual
acredita-se que o estímulo da massagem e do toque podem estimular fibras que transmitem impulsos à
medula espinhal.
O ponto Hegu/Hugo/Hoku, como assim denomina-se o ponto de acupressão LI4 está localizado
na região entre o primeiro e o segundo ossos metarcapais no lado radial da mão. Esse estímulo
demonstrou redução e estabilização nas percepções de dor, realizada por pressão ou frio intenso.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Terapias térmicas
Conhecidos como cuidados de origem milenar, a utilização do calor ou do frio sempre se
mantiveram como fonte terapêutica não farmacológica no alívio a dor.
O uso da crioterapia ameniza a dor durante toda a fase ativa e o período expulsivo, promove
redução na duração da evolução do parto, sem alterações quanto ao grau de laceração, frequência
cardíaca fetal e escore de Apgar. Ela pode ser realizado nas costas e na região inferior do abdomen
durante o período de dilatação, recomenda-se também a continuidade em região perineal durante o
período expulsivo.
A termoterapia também pode ser utilizado em região lombar, assim como no períneo durante o
período expulsivo e apresenta grande diminuição no escore de dores relacionados a lombalgias. O calor
promove a liberação de endorfinas, bem como estimula receptores de toque e temperatura,
amenizando a sensação de dor. Vale ressaltar que embora tenha bons resultados, o método possui mais
efeito quando utilizado em associação a outros, como a bola suíça
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Exercícios respiratórios:
Têm a função de reduzir a sensação dolorosa, melhorar os níveis de
saturação sanguínea materna de O2, proporcionar relaxamento e diminuir a
ansiedade. Os exercícios respiratórios podem não ser suficientes na redução da
sensação dolorosa durante o primeiro estágio do trabalho de parto, porém são
eficazes na redução da ansiedade. Nesta fase, prioriza-se a respiração
torácica lenta com inspiração e expiração profundas e longas em um ritmo
natural, sendo realizada no momento das contrações uterinas. Estes exercícios
não devem ser iniciados precocemente a fim de evitar hiperventilação da
parturiente.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Hidroterapia:
A água aquecida induz a vasodilatação periférica e redistribuição do
fluxo sanguíneo, promovendo relaxamento muscular. O mecanismo de alívio
da dor por este método é a redução da liberação de catecolaminas e
elevação das endorfinas, reduzindo as taxas de Cortizol, e consequentemente
a ansiedade e promovendo a satisfação da parturiente. Apesar da existência
de poucos estudos utilizando o banho de chuveiro durante o trabalho de parto,
este recurso parece exercer influência positiva sobre a dor. Nos últimos anos, a
imersão em água durante o trabalho de parto e o parto despertou interesse
em muitos países, em resposta às solicitações femininas dessa forma de
conforto. A prática varia muito e inclui o uso de duchas, banheiras,
hidromassagem e “piscinas de parto” especiais.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Bola Suíça:
Na bola a parturiente consegue ficar sentada com a coluna bem
alinhada, sem desconforto. Ao contrário da cadeira (que é muito rígida), a
bola amolda o corpo da gestante. Ela pode ficar simplesmente parada ou
realizando movimentos laterais mobilizando o quadril. Isto, além de ajudar na
descida do bebê, também alivia a dor. A parturiente pode ainda, fazer
movimentos rotativos (de bambolê). A movimentação do quadril facilita a
rotação do bebê, auxiliando-o a se deslocar para a posição correta. Outra
opção é ficar encaixando e desencaixando o quadril (projetando a pélvis
para frente e para trás). Em todos esses exercícios sobre a bola, é
recomendável que a parturiente segure as mãos do profissional de saúde ou
do companheiro, para ficar com mais firmeza.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Aromaterapia:
É o uso intencional de concentrados voláteis extraídos de vegetais - os
óleos essenciais (OE) - a fim de promover ou melhorar a saúde e o bem-estar,
através do equilíbrio e harmonia do organismo, de mulheres em trabalho de
parto e tem como finalidade auxiliar, de forma complementar, a reestabelecer
um equilíbrio próprio, nas dimensões física e/ou emocional da mulher em
trabalho de parto, que opte por este cuidado.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Rebozo:
Julgando pela sua aparência, o rebozo é uma peça muito simples: um
pedaço comprido de tecido.
Os estudos apontam o uso do rebozo como um método natural muito
eficaz de alívio da dor durante o trabalho de parto. Usado para relaxar a
musculatura e ligamentos do útero, desbloquear tensões do assoalho pélvico,
aliviar as sensações das contrações, proporcionar movimento para o quadril e
auxiliar a descida do bebê.
Métodos não Farmacológicos de Alivio 
da Dor
Cavalinho e Banqueta:
O “cavalinho” e o “banquinho U” são equipamentos do pré-parto,
bancos cuja utilização visa o relaxamento, aumento da dilatação e a
diminuição da dor. O “cavalinho” é semelhante a uma cadeira com assento
invertido, onde a gestante apóia o tórax e os braços jogando o peso para
frente e aliviando as costas. Durante as contrações, a parturiente também
pode ficar nessa posição parareceber massagem na lombar, com a
finalidade de relaxar e aliviar a dor do trabalho de parto. O “banquinho U” é
bem baixinho e é usado sob o chuveiro morno para ajudar a dilatação.

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