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marxismo 4

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CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
1 
 
 
 
Fundamentos Histórico Teórico 
Metodológicos do Serviço Social – 
Dimensão Marxista 
 
 
 
 
 
 
Aula 4 
 
 
Profa. Raquel Barcelos de Araújo 
 
 
 
 
 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
2 
Conversa inicial 
Caro(a) aluno(a), seja bem-vindo(a) à quarta aula de Fundamentos 
Histórico Teórico Metodológicos do Serviço Social – Dimensão Marxista. 
Neste encontro, buscaremos aprimorar nossos conhecimentos sobre os 
conceitos fundamentais do marxismo, dando enfoque ao método proposto pela 
teoria social de Marx. Tais reflexões nos ajudarão a compreender os princípios 
da teoria marxista e de seu método e, principalmente, a relação entre essa 
proposição teórica e esse método com o Serviço Social em seu processo de 
ruptura com o conservadorismo e de reconceituação. 
Para tanto, temos alguns objetivos a cumprir: 
 Refletir sobre os elementos do método marxista: a teoria do valor 
trabalho e a perspectiva da revolução como possibilidade histórica; 
 Compreender como acontece a produção e a reprodução do ser social 
a partir da categoria trabalho; 
 Realizar uma leitura crítica dos anos 1960 a 1980, que no Serviço Social 
têm como marco o ano de 1979, no qual aconteceu o “congresso da 
virada”; 
 Entender quais foram as primeiras influências de diferentes marxismos 
para o Serviço Social através de aproximações ao marxismo sem a ida 
ao pensamento de Marx; 
 Compreender o Serviço Social e a construção de um projeto profissional 
nas décadas de 1980 e 1990. 
Assim sendo, estabeleceremos um dinâmico processo de aprendizagem 
que conta com recursos variados, tais como explicações escritas, vídeos 
gravados pela professora, indicações de leituras e atividades. Serão várias 
formas de enriquecer o seu conhecimento. 
Contextualizando 
Estamos em um momento importante, já que iremos refletir sobre o 
método e a teoria que lançou os fundamentos para a constituição do Serviço 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
3 
Social contemporâneo. Tal processo passa pelo movimento de ruptura com o 
conservadorismo, caminhando para o período de renovação, onde o Serviço 
Social lança novos fundamentos teóricos e metodológicos que vão dar origem 
ao Serviço Social contemporâneo. 
Quais características do Serviço Social conservador te chamam mais 
a atenção? Que desafios você considera que os Assistentes Sociais 
enfrentaram para romper com o conservadorismo? 
Não vamos responder a essas questões agora! Cabe ressaltar que o 
conhecimento adquirido nessa aula irá contribuir para que entendamos que todo 
esse processo histórico influenciou em muito a forma como o Serviço Social foi 
construindo o seu processo de ruptura com o conservadorismo. 
Tema 1: Elementos do Método Marxista 
Vimos em nossos estudos que a teoria social de Marx é uma teoria que 
busca trazer elementos explicativos da sociedade burguesa e de suas formas de 
produção e reprodução. 
Nessa aula, buscaremos entender dois dos três pilares da teoria social de 
Marx para análise da realidade social, que são o método dialético, a teoria 
valor-trabalho e a perspectiva da revolução. Falaremos agora sobre os dois 
últimos, pois em nossas aulas anteriores já tratamos do método dialético. Tais 
contribuições de Marx estão retratadas em sua obra Crítica da Economia 
Política, de 1982. 
A relação estrutural do método em Marx, com a teoria do valor trabalho e 
a perspectiva da revolução, objetiva explicar a produção e a reprodução do ser 
social que tem o trabalho como categoria fundante de sua sociabilidade como 
práxis primeira. O trabalho é a categoria que possibilita aos homens diminuírem 
aos poucos as barreiras naturais, humanizar a natureza e ser modificado por 
essa relação. 
 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
4 
Vemos em Marx (2010) que o trabalho é indispensável à existência 
humana e cria o valor de uso. É o que faz o intercâmbio entre o homem e a 
natureza, promovendo a manutenção da vida humana. Sendo assim, é 
considerado a base da atividade econômica de uma sociedade na medida em 
que torna possível a produção de todos os bens, criando valores que formam a 
riqueza social e revelando o modo de ser dos homens e da sociedade. Portanto, 
ao modificar a natureza, o homem modifica também a sua própria natureza 
interior. 
Segundo Netto e Braz (2006, p. 32, grifo dos autores) “[...] o trabalho é 
uma atividade projetada, teleologicamente direcionada, ou seja: conduzida a 
partir do fim proposto pelo sujeito”. Vemos assim que essa habilidade é o que 
difere o homem do animal, já que o último idealiza as suas atividades antes de 
realizá-las. 
A produção de valores de uso por meio da apropriação da natureza tem 
como fim satisfazer as necessidades humanas. Entendemos assim que apenas 
o ser social age com teleologia, propõe finalidades antecipando metas e dispõe 
da capacidade de projetar. 
Para Marx, o ser social se particulariza porque é capaz de executar 
atividades teleologicamente orientadas, tratando suas atividades e a si mesmo 
de modo reflexivo, consciente e autoconsciente. Na medida em que o ser social 
se desenvolve e se diferencia da natureza, ele se enriquece com novas 
objetivações. 
Percebemos assim que o processo de trabalho composto por seus 
elementos é atividade dirigida com o fim de criar valores de uso, transformando 
os elementos naturais para satisfazer as necessidades humanas; é condição 
necessária do intercâmbio material entre o homem e natureza. 
Conforme vimos, para entendermos a teoria do valor, precisamos 
entender a importância do trabalho na sociedade capitalista e ainda 
compreendê-lo no seu movimento histórico, no processo de sua constituição. O 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
5 
modo de produção capitalista foi formado de acordo com algumas mediações e 
condições que possibilitaram seu desenvolvimento. 
Desse modo, percebemos que a crítica de Marx a partir da teoria valor-
trabalho objetiva explicar os mecanismos da extração material da mais-valia 
e o trabalho como fonte original do valor nas diferentes fases do 
capitalismo. 
A referida teoria ganha concretude como possibilidade de ruptura 
revolucionária, a partir das contradições internas contidas na própria ordem 
burguesa. Isso se baseia no fato de que os mesmos mecanismos que oferecem 
as condições para acumulação do capital recolocam os próprios mecanismos 
para sua superação, reforçando a desigualdade social estrutural e os dilemas 
contidos nessa sociabilidade. 
A perspectiva de revolução está presente na obra de Marx e em sua vida, 
na medida em que ele vivencia e explicita o acirramento entre a ascensão do 
capitalismo industrial no século XVIII e as manifestações operárias. Vemos em 
várias obras (principalmente em dois textos publicados no periódico “Anais 
Franco Alemães”, entre 1843 e 1844: “Para questão Judaica” e “Para a Crítica 
da filosofia do direito de Hegel”) as contribuições que visavam captar o 
movimento expresso pelo processo de pauperização da classe trabalhadora, que 
caminhava com a mesma velocidade em que ocorria a concentração da riqueza 
nas mãos da burguesia. 
Sendo assim, a classe operária não assistiu passivamente a ascensão do 
capitalismo e a sujeição de sua vida ao domínio do capital, mas se mobilizou 
enquanto classe social. Podem ser encontrados registros de seu processo de 
organização desde as décadas iniciais do século XIX, em especial na Inglaterra, 
um processo de recusa e resistência operária que expressavam asrelações 
antagônicas entre as classes. 
Assim compreendemos que, no início do século XIX, os trabalhadores 
começaram a perceber que os seus verdadeiros opressores eram os donos dos 
 
CCDD – Centro de Criação e Desenvolvimento Dialógico 
 
6 
meios de produção e não as máquinas, já que elas eram simplesmente um 
instrumento de dominação da burguesia. 
Na obra Para a Questão Judaica, Marx trata da emancipação política e 
humana, questões fundamentais para a compreensão do processo que leva à 
revolução. Diante desse debate, pudemos entender que a emancipação política 
não implica emancipação humana, que é uma condição para além da religião e 
de direitos políticos. Marx explicita que, mesmo quando o homem se torna 
público, (laico) age movido pelo egoísmo, elemento inevitável da vida fundada 
na propriedade privada e nas relações sociais mediadas pelo dinheiro e pela 
troca. 
Como muito bem explica Netto (2008, p. 29): 
“A emancipação humana supõe a ultrapassagem de uma sociedade 
civil cuja essência é a reprodução ampliada das desigualdades! A 
condição elementar para emancipação humana é a supressão da 
exploração do trabalho pelo capital. ” 
 
Percebemos, portanto, que a superação da emancipação política e 
chegada à emancipação humana é ter como perspectiva a supressão da 
propriedade privada. 
Assim sendo, compreendemos que a revolução não é uma abstração, 
mas uma possibilidade histórica real, cujas origens constituem estruturalmente 
o mundo do capital. Mundo este que tem implícito em seu processo de 
constituição tanto a apropriação privada da produção social como a lei geral da 
acumulação capitalista. Portanto, a sociedade do capital, que possui luta de 
classes e suas próprias contradições como ordem social, oferece os elementos 
necessários e fundamentais para sua superação material. 
Entendemos, portanto a importância da perspectiva da revolução como 
um dos pilares fundamentais, já que a obra de Marx é impensável sem 
considerar o protagonismo da classe operária, principalmente após a Revolução 
de 1848, quando o proletariado se articulou como classe para si e não somente 
uma classe em si. 
 
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7 
Uma classe que se constitui para si na medida em que estabelece uma 
luta aguerrida por seus direitos e pelo reconhecimento de sua importância 
política, histórica, social e econômica. A possibilidade concreta da revolução é 
uma estratégia de supressão da ordem burguesa e, assim sendo, se torna 
essencial na constituição na teoria marxiana. 
Recomendamos o vídeo a seguir para um maior embasamento sobre as 
revoluções ocorridas em 1848: 
https://www.youtube.com/watch?v=Oq0tdsQtlRw 
Vemos que o engajamento revolucionário de Marx e seu compromisso 
com a classe operária estavam além de um mero compromisso ideológico e 
político, pois ele foi um dirigente revolucionário e protagonista no movimento 
operário urbano-industrial, configurando no que Netto (2008) chama de “nexo 
constitutivo de sua obra”, uma vez que há um compromisso político e ideológico 
de Marx com o movimento operário por dentro e não por fora. Ou seja, Marx 
falava de dentro do movimento operário e isso possibilitou um olhar diferenciado 
sobre a ordem burguesa, fundamental para sua produção teórica. 
Podemos compreender ainda que o outro pilar que sustenta a obra 
marxiana é a teoria do valor trabalho, que não foi criada por Marx, mas ao 
entender, a partir dos economistas clássicos, que o trabalho é o principal gerador 
de valor na ordem política e econômica moderna, se promove a subversão da 
lógica proposta pelos clássicos e torna a teoria do valor um pilar importante na 
análise da ordem burguesa. 
Conclui-se assim que a ordem burguesa e a relação capital-trabalho se 
apoiam na exploração, já que a realização do trabalho humano produz um valor 
excedente ao gasto de execução. 
Sendo assim, podemos concluir que esses pilares são de suma 
importância para compreender a teoria social de Marx e seu método, uma vez 
que redundam de uma construção teórica baseada na vida e nos estudos desse 
autor. 
 
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8 
Conclui-se também que essa produção marxiana e sua visão de mundo 
sobre a ordem burguesa, com todas as suas contradições, serviram de influência 
para o Serviço Social contemporâneo em sua busca por compreender e analisar 
a sociedade burguesa, a fim de intervir nessa realidade social. 
Tema 2: A produção e a reprodução do ser social a partir da 
categoria trabalho 
Para compreendermos como acontece a produção e a reprodução do ser 
social, é importante considerarmos a relação entre os homens e a natureza, e 
entender como a categoria trabalho é fundamental para a constituição do homem 
como ser social. 
Imaginemos que alguém precise descascar uma laranja e para isso 
algumas alternativas são possíveis: tirar a casca com a boca; construir uma faca 
para descascá-la; ou comer a laranja com casca. Para realizar a escolha, é 
preciso avaliar o resultado obtido a partir de cada uma, ou seja, antecipar na 
consciência o resultado provável das alternativas. 
A antecipação possibilita a escolha de uma das alternativas, que fará com 
esse sujeito pratique a ação de acordo com tal escolha. Sendo assim, o sujeito 
objetiva a alternativa escolhida. 
Podemos perceber que o homem possui a capacidade ideal e material 
para transformar a natureza. Assim, o resultado do processo de trabalho é a 
transformação da realidade e a objetivação produz uma nova situação já que a 
realidade é transformada assim como o indivíduo que a transforma uma vez que 
esse sujeito aprende algo ao realizar tal transformação. Desse modo, 
entendemos que, ao transformar a natureza, o homem se transforma. Algumas 
considerações para enriquecer nossa reflexão: 
1. A natureza produz a laranja, mas não a faca para cortá-la, esta é fruto do 
trabalho humano; 
2. O trabalho implica então na transformação da natureza de acordo com o 
desejo do homem; 
 
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9 
3. A ideação prévia é uma resposta dada diante de uma necessidade 
concreta; 
4. Todo trabalho dá origem a uma nova situação; 
5. Quando o homem constrói uma realidade objetiva, também constrói a si 
mesmo enquanto ser social. 
Assim sendo, podemos entender como o trabalho eleva o homem ao 
status de ser social, na medida em que transforma a natureza e se transforma 
ao mesmo tempo, através do processo de ideação prévia ou teleologia, que 
permite a construção na consciência de um resultado provável de ação 
determinada. Desse modo, vemos acontecer a chamada objetivação: a ideação 
prévia no sentido de transformar a realidade. Percebemos, por fim, que trabalho 
é o resultado do processo de prévia ideação e da objetivação. 
Desse modo, vemos que o trabalho é o fundamento ontológico do ser 
social, sendo a raiz das objetivações pelas quais o mundo dos homens se realiza 
concretamente. A mediação fundamental entre o homem e a natureza ocorre a 
partir do trabalho, ação esta que instaura um novo plano ontológico, que se 
caracteriza por níveis progressivos de socialização. 
Para conhecer os significados do termo ontologia, acesse: 
http://www.dicio.com.br/ontologia/ 
Segundo Lukács (1981:135), a possibilidade de tal processo ocorre 
porque os atos de trabalho são necessários e contínuos, sendo emitidos para 
além de si mesmos, ou seja, o trabalho produz sempre o novo. Coloca ainda 
que, por outro lado, “o trabalho [...] como categoria desenvolvida do ser social, 
só pode chegar a sua verdadeira e adequada existência num complexo social 
que se mova e se reproduzaprocessualmente” (Lukács, 1981, p. 135). 
 
Partindo de tais reflexões, conseguiremos entender o conceito de 
reprodução social. Lukács (1981) coloca que: 
 
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10 
“Ela se realiza nas ações dos indivíduos – no imediato, a realidade 
social se manifesta no indivíduo –, todavia estas ações, para se 
realizarem, se inserem, por força das coisas, em complexos relacionais 
entre homens, os quais uma vez atingidos possuem uma determinada 
dinâmica própria; isto é, não só existem, se reproduzem, operam na 
sociedade independente da consciência dos indivíduos, mas dão 
também impulsos, direta ou indiretamente, mais ou menos 
determinantes às decisões alternativas. ” (Lukács, 1981:156). 
 
Dito isso, podemos perceber que a reprodução social tem a ver com as 
relações estabelecidas pelos homens a partir das construções que fazem em 
sua vida. Pensemos então em Lukács (1981), que traz alguns pontos da 
reprodução social necessários para sua compreensão: 
 
1. Há uma dialética entre trabalho e reprodução social. O trabalho é o 
fundamento e condição de existência do ser social, logo, da própria 
reprodução deste. Porém, o trabalho só se efetiva no contexto da 
reprodução social. 
2. O ser social e suas ações histórico-genéricas, como criação humana, 
fundam-se nas atividades individuais que são concretas e singulares. Tais 
ações são explicitações parciais do gênero humano, gerando e 
reproduzindo constantemente e de maneira cada vez mais ampliada e 
complexa o mundo dos homens. 
Em outras palavras, compreendemos que todo processo de trabalho 
sempre está voltado para o atendimento de uma necessidade concreta, 
historicamente determinada, e termina por ir muito além de si próprio. Suas 
consequências objetivas e subjetivas não se limitam à produção do objeto 
imediato, mas se estendem por toda a história da humanidade. 
Ele promove ainda o desenvolvimento das capacidades humanas, das 
forças produtivas, das relações sociais, de maneira que as sociedades se tornam 
cada vez mais desenvolvidas e complexas. É esse complexo processo que, 
fundado pelo trabalho, acaba dando origem às relações entre os homens que 
não mais se limitam ao trabalho: a reprodução social. 
 
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Tema 3: Renovação, reconceituação e o processo de 
incorporação do marxismo pelo Serviço Social brasileiro 
Abordaremos neste tema o período de renovação profissional 
compreendido entre as décadas de 1960 e 1980, momento caracterizado pela 
degradação do Serviço Social tradicional nos mais variados aspectos, conforme 
explicita Netto (1996), ao destacar uma interlocução com o marxismo através de 
diferentes apropriações dessa corrente teórico-filosófica. 
Coloca Netto (1996) que o feito se reverteu não apenas na revisão crítica 
dos valores tradicionais da profissão, mas também numa interlocução eclética e 
vulgar do marxismo, uma vez que as fontes teóricas consultadas incluíam desde 
o marxismo produzido pelo bloco soviético stalinista, afamado como marxismo 
da II Internacional, até a consulta às primeiras obras do marxismo gramsciano, 
que serviu de base teórico-cultural. Saiba mais sobre essas fontes nos artigos a 
seguir: 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Internacional 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Antonio_Gramsci 
Vemos assim que ocorreu uma afinidade com algumas vertentes que se 
aproximavam do marxismo (com todas as diferenças existentes em seu interior), 
cujo objetivo era o enfrentamento e “intenção de ruptura” com o Serviço Social 
tradicional. Tais ações foram consolidando o Movimento de Reconceituação, que 
ocorreu ao longo dos anos 1980. 
O período de 1960 a 1980 foi um momento de grandes transformações 
políticas e sociais no Brasil e no mundo, cenário com os quais os teóricos 
marxistas trabalharam, considerando ainda a crise do marxismo-leninismo, 
originada na Rússia, e que a América Latina era palco de contestações civis, 
influenciado, principalmente, pela possibilidade de instauração do socialismo no 
continente. No Brasil não foi diferente, tanto que o país passou por duas décadas 
de ditadura militar e posteriormente por um processo de reabertura democrática 
nesse curto período. 
 
 
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12 
NETTO (1996:88) coloca que o Brasil, portanto, “[...] inscreve-se num 
mosaico internacional de sucessão de golpes de Estados”. Do mesmo modo que 
em toda a América Latina, aqui o objetivo do golpe “de abril de 1964” tinha como 
eixo central o projeto hegemônico americano de divisão internacional do capital. 
A especificidade do capitalismo brasileiro formou as bases econômicas e 
políticas necessárias ao capital monopolista, ou seja, úteis ao capital estrangeiro. 
Assim sendo, vivenciamos o que Netto (1996) chama de projeto de 
modernização conservadora, projeto esse que não só dinamizou a ampliação 
da burguesia rural, a partir da reconcentração da propriedade e da ruína do 
campesinato, mas também usou como “linha mestra” de modernização o 
interesse dos monopólios, através das benesses ao capital estrangeiro, sem 
nenhum controle democrático ou parlamentar. 
Diante deste contexto, alguns autores afirmam que o mercado de trabalho 
para os assistentes sociais passou por um profundo redirecionamento a partir 
dessa projeção histórico-societária. Netto (1996) destaca que não apenas se deu 
a inserção desse profissional na reorganização do Estado, até porque ele já era 
o principal empregador do assistente social, mas o mercado nacional da 
profissão foi dinamizado por outro polo, a saber, as grandes empresas 
monopolistas e estatais. 
O autor ressalta também que esse espaço profissional não apenas 
cresceu a partir de uma demanda industrial, mas teve sua função sociopolítica 
redimensionada, já que os assistentes sociais comporiam os setores de 
vigilância e controle da força de trabalho no território da produção. Afirma ainda 
que no chamado período autocrático burguês, que se deu até o final da década 
de 1960, as ações e discursos governamentais reforçavam o Serviço Social 
tradicional. 
Compreendemos que esse Estado necessitava de “[...] um firme estrato 
de executores de políticas sociais localizadas, bastante dóceis e, ao mesmo 
tempo, de contra arrestar projeções profissionais potencialmente conflituosas” 
(NETTO, 1996, p. 118). 
 
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13 
A partir de 1966 e 1967, o mercado de trabalho redefinido pelo grande 
capital e pelo Estado autocrático coloca um novo padrão de exigências para seu 
desempenho profissional. Vemos em Netto (1996) que a racionalização 
burocrático-administrativa com que a modernização conservadora atingiu os 
espaços institucionais requereu um assistente social “moderno”, que atendesse 
às finalidades da racionalidade do Estado autocrático. 
Desse modo, percebemos a consolidação do processo de ruptura com o 
serviço social tradicional, implicando em um dimensionamento técnico-racional 
que foi de encontro com a tradicional postura humanista-cristã adotada pelos 
Assistentes Sociais. Nesse sentido, a profissão do Serviço Social precisou 
passar por um processo de renovação profissional, se vendo obrigada a redefinir 
as matrizes histórico-sociais e ideológico-culturais no interior da profissão. 
Entendemos assim que é de fundamental importância conectar a análise 
do processo de renovação do Serviço Social com o contexto histórico do período 
ditatorial, pois, sem as demandas colocadas pela autocracia burguesa, o Serviço 
Social não teria desenvolvido as potencialidades que caracterizariam a profissão 
na década de1980. 
Por exemplo, se analisarmos a primeira metade da década de 1960, 
veremos que o exercício da profissão do Serviço Social não apontava 
controvérsias e trazia certa homogeneidade nos seus desdobramentos teórico-
práticos. Vemos que, depois de 1965, acontece uma nova proposição de 
alternativas profissionais. 
Vivencia-se, a partir deste período, uma tensão diante da proposição de 
diversas propostas teórico-metodológicas, resultando em projetos profissionais 
diferentes que confrontavam diretamente o chamado Serviço Social tradicional. 
Nesse período de renovação profissional, temos como destaque o que 
Netto (1996) chama de processo de fortalecimento da laicização da profissão. 
Processo este que tem seu início na década de 1950, sendo consolidado apenas 
“(...) pelo desenvolvimento das relações capitalistas durante a modernização 
conservadora” desse modo, a laicização “[...] só é possível levando-se em conta 
 
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14 
as suas incidências no mercado de trabalho e nas agências de formação” 
(NETTO, 1996:129). Além disso, com a consolidação da laicização, ocorre uma 
diferenciação na categoria profissional. 
O referido autor coloca que a categoria diferenciação é um elemento 
fundamental para o processo de renovação profissional, uma vez que, nesse 
período autocrático, para ele, a profissão passou por uma redefinição 
profissional, tanto “[...] no âmbito da sua natureza como na funcionalidade 
constitutiva”, mudando-se, portanto, as condições do exercício profissional, a 
composição dos quadros profissionais, os padrões de organização “[...] e seus 
referenciais teórico-culturais e ideológicos”. (Netto 1996:48). 
Vemos assim, a configuração de um cenário que ultrapassa as 
requisições da autocracia burguesa ao serviço social. Tais requisições acabam 
por trazer novas funções à prática profissional dos assistentes sociais a partir 
dos novos espaços profissionais e, ao redefinir as agências de formação, 
forjando contraditoriamente novas tendências no interior da profissão. 
Desse modo, acabam surgindo segmentos profissionais que vão 
contestar o regime autocrático e provocar a renovação do Serviço Social de 
acordo com as suas necessidades e interesses. Ou seja, a autocracia burguesa 
criou ao mesmo tempo um espaço onde se inscrevia a possibilidade de se 
gestarem alternativas às práticas e às concepções profissionais que ela 
demandava. (NETTO, 1996, p. 119). 
Compreendemos que foi o Estado ditatorial, com todas as suas 
contradições, que provocou o surgimento desses segmentos profissionais de 
assistentes sociais, a partir de suas ações sociopolíticas, gerando um novo 
pensamento social de oposição ao regime ditatorial, “explicitamente reclamando-
se de esquerda” (NETTO 1996:103). Percebemos que o berço deste 
pensamento e movimento são os espaços universitários, que se tornam espaços 
de resistência e oposição, como uma nova reflexão crítica sobre a sociedade 
brasileira como um todo. 
 
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15 
Para caracterizar esse processo, podemos citar o período ditatorial dos 
anos 1970, no qual as escolas e o ensino brasileiro estavam aliançado ao modelo 
modernizador e sob controle político. Vários professores, insatisfeitos, passaram 
a explicitar suas demandas corporativas e políticas, e ainda a refletiram 
criticamente sobre a educação brasileira. O fruto desse momento foi uma vasta 
produção acadêmica que dá salto qualitativo em busca de vincular suas 
reflexões teóricas ao movimento social. 
Nesse período, criou-se um movimento social formado por grupos de 
docentes de diversas universidades que juntaram suas inquietudes até então 
reprimidas pela ditadura militar. Netto (1996), nos chama a atenção para o fato 
de que as inspirações desses grupos advinham de diferentes matizes de 
esquerda, desde “[...] a impostação socialdemocrata a requisições de corte 
socialista revolucionário, cobrindo proposições utópico-românticas e mesmo 
anarcóides” (NETTO, 1996:104). 
Formou-se, portanto, uma sucessão de fatos que contribuíram para a 
formação do pensamento de esquerda. A análise teórica de Netto (1996:129) 
demonstra que é neste espaço contraditório – no âmbito de uma universidade 
brasileira domesticada – que a interlocução entre o marxismo e setores do 
Serviço Social compor-se-á de uma renovação teórica para a profissão. 
Entendemos que, apesar das universidades brasileiras representarem esse 
espaço politicamente domesticado, era também um núcleo de reflexão para 
parte dos profissionais, que se tornaram a vanguarda da produção teórica 
profissional na década de 1980. 
O aporte teórico que deu origem à referida produção teórica veio da 
tradição marxista emergente no pré-64. Alguns autores consideram que a cultura 
de esquerda não se resumia ao marxismo, mas teve neste o seu componente 
fundamental. O resultado foram diferentes interpretações dos marxistas e das 
obras de Marx, como exemplo do maoismo, que foi usado para justificar o 
confronto armado com a autocracia e que acabou por converter o pensamento 
 
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16 
de Marx no que Netto (1996) considera como um repositório de citações e 
fórmulas rituais. 
No entanto, a despeito dos desvios teóricos no interior do pensamento da 
esquerda brasileira, fica claro que a autocracia burguesa promoveu as condições 
econômicas, sociopolíticas e culturais para o solo de construção “da tradição 
marxista brasileira que ela quis conjurar” (NETTO, 1996:112). 
Vemos que as contribuições de Marx foram adotadas a partir da 
fragmentação do conhecimento, que diluíram o pensamento marxiano: “Para os 
sociólogos críticos, Marx é um sociólogo; para os economistas heterodoxos, 
Marx é um economista etc.” (NETTO, 1998, p. 96). Podemos entender que nesse 
período houve o desmembramento do pensamento de Marx num ecletismo, que 
contou com várias consequências teóricas que se refletem até os nossos dias. 
Assim sendo, a principal característica do chamado período de renovação 
profissional foram as diferentes tendências profissionais que enriqueceram o 
debate profissional e enfraqueceram completamente a dimensão tradicional da 
profissão. Esse processo de fragilização do Serviço Social tradicional aconteceu 
também em toda a América Latina, onde ficou conhecido como movimento de 
reconceituação do Serviço Social, precisamente a partir de 1965. 
Tema 4: Os marxismos e o Serviço Social: Equívocos? 
Vemos em Faleiros (1987), que o Serviço Social latino-americano buscou 
uma ruptura com o tradicionalismo profissional, sendo inserido em um processo 
de rompimento com as amarras do capital imperialista, de luta pela libertação e 
identidade nacional e de mudança com a estrutura capitalista excludente, 
concentradora, exploradora. 
Para tanto, o Serviço Social buscou diferentes bases teóricas marxistas. 
É importante destacar que não se tratou da inserção das fontes originais, mas 
de um marxismo influenciado por uma leitura neopositivista e eclética. 
O Neopositivismo foi um movimento desenvolvido por membros do 
círculo de Viena na base do pensamento empírico tradicional e no 
 
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desenvolvimento da lógica moderna. Para os neopositivistas, os únicos 
enunciados que podem ser considerados científicos são os submetidos à 
verificação lógica, e os que não podem ser submetidos a verificação lógica 
empírica são considerados sem sentido e absurdos. 
Fonte: http://www.dicionarioinformal.com.br/neopositivismo/ 
Ecletismo é uma doutrina ou tendência que recolhe e seleciona 
elementos de outras teoriasque parecem apropriados. A essência do ecletismo 
está na liberdade de escolher e conciliar vários estilos diferentes. 
O termo eclético é aplicado, sobretudo, aos representantes da filosofia 
helenística, aos neoplatônicos e filósofos renascentistas que procuraram 
conciliar o pensamento de diversos autores clássicos. Se opõe a toda a forma 
de dogmatismo e radicalismo. 
Fonte: http://www.significados.com.br/ecletismo/ 
O Serviço Social brasileiro esteve na vanguarda da reconceituação latino-
americana, compondo um caráter profissional naquele período, como salienta 
Netto (1996, p. 148), desde uma considerável aproximação teórico-metodológica 
com o pensamento de Paulo Freire até o marxismo dogmático, identificando-se, 
sobretudo, com o pensamento de Althusser. O chamado marxismo dogmático foi 
uma das correntes que influenciaram uma parte dos assistentes sociais que 
abraçaram essa corrente. 
O autor de referência dessa corrente foi Louis Althursser, que aborda o 
tema da ideologia na sociedade, desvinculando o conceito de ideologia e 
elevando-o a uma categoria de análise. Em síntese, seu estudo ficou conhecido 
como a ideologia da ideologia. 
NETTO (1981), afirma que Althursser, neste sentido, considera tanto o 
papel da sociedade como reprodutora de elementos ideológicos como a 
construção por parte do estado e instituições de um poder sensível à sociedade. 
Poder esse reproduzido através do que Althusser considera como aparelhos de 
estado, termo elaborado por Marx para caracterizar os elementos regulatórios 
 
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e repressores de uma sociedade. Os referidos elementos se dariam em dois 
níveis: 
1. O primeiro é composto pelas instituições governamentais, como o sistema 
de administração e arrecadação, com suas respectivas formas de 
sancionar; 
2. O segundo plano é relativo às funções formativas, como a religião, a 
educação formal nas escolas, a família e os grêmios em artes e ciências. 
 
Uma segunda influência ideológica foi o chamado “confucionismo 
ideológico”, que buscou conectar um marxismo dogmático, como os de 
Althusser, Mao e Kendrov, com o marxismo “romântico” de Camilo Torres e 
Guevara, objetivando assim uma proximidade com a esquerda cristã. 
O Marxismo romântico, segundo LÖWY (2005:105), trata-se de um 
movimento que se manifesta em todas as esferas da vida cultural, incluindo o 
campo da política, da filosofia, da literatura, da religião, das ciências humanas e 
da teoria política, que constitui uma das formas fundamentais do espírito 
moderno. 
Podemos entender que o conceito de romantismo seria, ao mesmo tempo, 
uma estrutura de sensibilidade (Raymond Willians) e uma visão social de mundo 
(Lucien Goldmann), claramente mais “elástica” que a formulação “clássica”. 
Desse modo, vemos na pesquisa feita por Vicente (1992:664) sobre o 
documento de Sumaré, que este tinha por objetivo discutir “as três tendências 
mais marcantes do corpo profissional no conjunto da realidade brasileira: o 
Serviço Social e a cientificidade; o Serviço Social e a fenomenologia; O Serviço 
Social e a dialética. ” 
Segundo a autora, o documento propôs o debate sobre a cientificidade do 
Serviço Social, a fim de evidenciar uma particularização concreta de natureza 
histórico-social. Esse debate, segundo a autora, aconteceu por um viés 
funcionalista e teoricamente eclético. 
 
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19 
Ela coloca também que o debate buscou dar um enfoque dialético à 
problemática teórico-metodológica do Serviço Social, incluindo a discussão 
sobre o modo de produção social e das formações sociais, conjunturais, políticas 
e nacionais. Considera que as discussões ocorreram de forma eclética, 
“utilizando-se de textos heterodoxos do marxismo”: 
É interessante que o documento não utilize textos originais do 
pensamento marxiano, mas de alguns de seus intérpretes, como Garaudy na 
sua fase leninista, além de outros, como Foulquié, Kosick, Lefebvre, Vásquez. É 
intrigante que se recorra a Dilthey para o conhecimento de historicidade num 
texto que intenciona ser dialético. Aliás, o ecletismo é decerta forma assumido 
pelo próprio documento: 
“Não se entende [...] que o Serviço Social se atraia a uma única 
abordagem filosófica científica [...]. Absolutizar uma única abordagem 
seria absolutizar um único caminho, ou seja, negar a ciência ou o 
comportamento científico de uma prática ou disciplina profissional [...]. 
Assim, é inadequado enclausurar a ciência [...] em virtude de ser a 
ciência um movimento anterior a qualquer posicionamento e um projeto 
histórico em permanente construção. Centro Brasileiro de Cooperação 
e Intercâmbio em Serviço Sociais,1986, p. 41. ” (VICENTE,1992:666). 
 
Vemos nos estudos de Vicente (1992) que há uma crítica aos seminários 
da CBCISS, particularmente quando afirma que a produção teórica desse Centro 
foi eclética. Afirma que o documento de Sumaré teve como fundamento as teses 
de Howard Goldstein e em seu modelo topológico de pesquisa e dos quatros 
polos convergentes de critério de cientificidade: epistemológico, morfológico, 
teórico e técnico. 
Netto (1996) também tece suas críticas sobre o documento, tratando da 
abordagem teórico-metodológica da temática da cientificidade do documento de 
Sumaré e os específicos desdobramentos das proposições de Goldstein. 
Ressalta que essa influência teórica desviou o debate emergente da categoria, 
ou seja, fugiu completamente ao questionamento da tradição profissional de raiz 
funcionalista. 
A análise de Silva (1991:36) apresenta uma crítica feita por Hobsbawm 
acerca do fato de que essa “inserção marxiana” pela via althusseriana, longe de 
 
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revolucionar as matrizes ideológicas do intelectual brasileiro, levou à apreensão 
da teoria crítica de Marx como uma ciência que deveria ser aplicada na realidade 
apresentada. 
Entre os autores que se tornaram moda mundial, se pode indicar Althusser 
que, tornando “O Capital” como obra de epistemologia, foi o filósofo que, junto 
com seus discípulos, talvez tenha ido mais longe na substituição de uma prática 
política por uma teoria (a prática-teórica) e cuja influência se estendeu de 
meados anos 1960 até após 1975. (HOBSBAWM, 1988 apud SILVA 1991, p.15). 
Entendemos ainda que a influência althusseriana no Serviço Social 
redundou em uma produção teórica com vertentes estruturalistas, funcionalistas, 
existencialistas, entre outras. Nesse processo, com o tempo, o marxismo foi 
sendo apreendido, por parte da categoria profissional, como um método a ser 
acompanhado e aplicado para a implantação do socialismo, de maneira que o 
pensamento marxiano foi teoricamente amputado, deixando de lado categorias 
essenciais e promovendo revisões superficiais que provocaram novas 
fragmentações na tradição intelectual marxista. 
Compreendemos que esse primeiro encontro da profissão com o 
marxismo, segundo Santos (2007, p. 73) teve alguns rebatimentos nas posturas 
profissionais, tais como: o fatalismo dos que acreditavam na realização do 
socialismo como uma “inelutável” (aspas do autor), assim como as posturas 
profissionais messiânicas, materializadas por voluntarismo e moralismo, que 
vislumbravam a luta de classe como a luta do ‘bem e do mal’. Percebemos que, 
nos dois casos, havia uma concepção abstrata do homem e da sociedade. 
A unilateralidade dessa apreensão do marxismo como doutrina 
pragmático-científica “caiu como uma luva” para o momento de ruptura que se 
tencionava efetivar, justificando ideologicamente a necessidade de superação 
da neutralidade técnica. Determinada pela conjunturade crise da ditadura militar, 
a emergência da ‘intenção de ruptura’ pretendeu refundar as bases de 
legitimidade do serviço social, buscando-as junto aos sujeitos potencialmente 
 
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questionados da ordem capitalista e sua expressão ditatorial. (SANTOS, 2007, 
p. 74). 
Vemos em Santos (2007), que a segunda apropriação do marxismo ao 
longo da década de 1980 foi predominantemente epistemológica. Neste 
período aconteceram as primeiras aproximações com fontes marxianas e 
marxistas de maior densidade analítica, como Gramsci. A referida apropriação 
epistemológica do marxismo repercutiu na formação profissional, através do 
currículo aprovado em 1982, fundamentado por uma estrutura em três eixos 
dissociados: História, Teoria e Método. 
Segundo Barroco (1996 apud SANTOS, 2007, p. 76), outro reflexo da 
apropriação epistemológica do marxismo pelo Serviço Social foi a mudança do 
Código de Ética aprovado em 1986, que “[...] evidenciou os pressupostos 
marxistas de leitura da sociedade, sem as devidas mediações que particularizam 
o exercício profissional”. 
A autora afirma que essa proposição teórica por parte da categoria 
profissional, retrata “[...] predominantemente a apreensão do marxismo como um 
modelo que se aplica na prática”. (BARROCO, 1996, apud SANTOS, 2007, p. 
76). 
Sendo assim, podemos compreender que, para o Serviço Social, foi de 
suma importância todo esse processo de constituição de suas bases teóricas a 
partir de diferentes vertentes marxistas, até se consolidar a ruptura com o 
conservadorismo e se constituir os fundamentos para todos os documentos 
regulatórios do Serviço Social a partir dos anos de 1980. 
Tema 5: O Serviço Social e a construção de um projeto 
profissional nas décadas de 1980 e 1990 
Consideramos importante entendermos como se deu a construção de um 
novo projeto profissional para o Serviço Social a partir das décadas de 1980 e 
1990 e seus aspectos constituintes. Para tanto, segundo Netto (1996), devemos 
 
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levar em conta dois traços importantes originados a partir do movimento de 
reconceituação latino-americano. 
Primeiramente, devemos considerar a tradição marxista, reconhecida 
como central e que passou a ser “um dado da modernidade profissional”. É 
importante, neste momento, destacar que não se tratou da inserção das fontes 
originais, mas de um marxismo apropriado por uma leitura neopositivista e 
eclética. No entanto, tivemos a possibilidade de pensar a profissão sob a lente 
de correntes marxistas a partir de sua inserção em um marxismo. 
Em um segundo plano, devemos considerar o “confucionismo ideológico”, 
que conforme já vimos, faz uma conexão entre um marxismo dogmático, como 
os de Althusser, Mao e Kendrov, com o marxismo “romântico” de Camilo Torres 
e Guevara. 
Partindo dessas influências teóricas e seus embates, chegamos na 
década de 1980, muito produtiva para a definição dos rumos técnico-acadêmicos 
e políticos do Serviço Social. 
Foi ao longo dessas duas décadas que houve a construção de um projeto 
profissional para o Serviço Social, amplamente discutido e coletivamente 
construído, promovendo a conexão de segmentos significativos de assistentes 
sociais. O referido projeto partiu de algumas diretrizes norteadoras que 
resultaram em frutos como o Código de Ética Profissional do Assistente 
Social, de 1993, que foi consolidado tanto pela Lei da Regulamentação da 
Profissão de Serviço Social como na nova Proposta de Diretrizes Gerais 
para o Curso de Serviço Social. 
Desse modo, cria-se um projeto de profissão e de formação profissional 
hegemônico e historicamente situado. Por sua vez, é fruto e expressão de um 
amplo movimento da sociedade civil desde a crise da ditadura, onde busca a 
afirmação do protagonismo dos sujeitos sociais na luta pela democratização da 
sociedade brasileira. 
Segundo Iamamoto (1998), foi no contexto de ascensão dos movimentos 
sociais, das mobilizações para a formação da Assembleia Constituinte e 
 
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23 
aprovação da Carta Constitucional de 1988, das pressões populares que 
redundaram no afastamento do Presidente Collor, entre outras manifestações, 
que a categoria dos assistentes sociais foi sendo desafiada a questionar em sua 
prática política em diferentes segmentos da sociedade civil. 
Vemos assim, que os assistentes sociais não ficaram de fora desses 
acontecimentos. Muito pelo contrário, passaram a ser seus coautores, 
coparticipantes desse processo de lutas democráticas na sociedade brasileira. 
Encontra-se aí a base social para o novo ordenamento da profissão nos anos 
1980. 
Partindo dessa vivência foi proposto um novo currículo, com conteúdos 
que deveriam compor todas as grades curriculares dos cursos de Serviço Social 
do Brasil. Foi proposta então a composição de um currículo mínimo e o 
estabelecimento de diretrizes gerais para os cursos. Uma vez estabelecidas as 
diretrizes, foi colocado um patamar comum ao ensino no país, que segundo 
Iamamoto (1998), assegurou, ao mesmo tempo, a flexibilidade e 
descentralização deste às realidades locais e regionais, permitindo que o ensino 
das disciplinas da grade curricular acompanhasse as profundas transformações 
oriundas do mundo contemporâneo. 
Assim sendo, tivemos um contexto favorável à proposta da Associação 
Brasileira de Ensino em Serviço Social – ABESS, das "Diretrizes Gerais para o 
curso de Serviço Social" que foi encaminhada ao Conselho Nacional de 
Educação e tinha como base o currículo mínimo aprovado em Assembleia Geral 
Extraordinária de 8 de novembro de 1996. 
Compreendemos, a partir dos estudos de Iamamoto (1998), e de um olhar 
retrospectivo para as duas décadas que estamos estudando, de que não há 
dúvidas de que nesse período o Serviço Social deu um salto de qualidade e auto 
qualificação na sociedade. Ainda ganhou visibilidade pública por meio do 
estabelecimento de um Novo Código de Ética do Assistente Social (1993), das 
revisões da legislação profissional e das profundas alterações verificadas no 
ensino universitário na área. 
 
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24 
Vemos ainda o incremento do mercado editorial e da produção 
acadêmica. Parcela significativa do acervo bibliográfico e principais publicações 
do Serviço Social, disponíveis ainda em nossos dias, são resultantes dos 
estudos feitos a partir dos anos de 1980 e 1990. Os assistentes sociais 
adentraram os anos 1990 como uma categoria profissional que também faz 
pesquisa e ganha reconhecimento por isso, principalmente pelas agências de 
fomento. Olhando de outra perspectiva, percebemos que também 
amadureceram suas formas de representação político-corporativas, já que 
passou a se contar com órgãos de representação acadêmica e profissional, 
reconhecidos e legitimados. 
Outro fator significativo para a construção de um novo projeto profissional 
foi um amplo debate em torno das políticas sociais públicas, em especial da 
assistência social que, a partir da Constituição Federal de 1998, alcança o 
patamar de política de Estado e se consolida como um dos direitos sociais na 
teia das relações entre o Estado e a sociedade civil. Fato este que, para 
Iamamoto (1998), contribuiu para adensar o debate sobre a identidade desse 
profissional, fortalecendo o seu auto reconhecimento. 
Desse modo, entendemos que tanto a formação profissional quanto o 
trabalho do Assistente Social, nos anos 1980, conseguiram se consolidar através 
de um salto qualitativona análise sobre a profissão e de um exercício contínuo 
de ruptura. Alguns autores consideram que este exercício deva ser contínuo para 
se manter as conquistas já obtidas e preservá-las. E também deve ser mantida 
uma relação de ruptura em função das mudanças históricas ocorridas e da 
necessidade de superação de impasses profissionais vividos e condensados em 
reclamos da categoria profissional. 
Segundo Iamamoto (1998), quais seriam esses impasses profissionais? 
 Distanciamento entre o trabalho intelectual, de cunho teórico-
metodológico, e prática profissional cotidiana. Esse é um desafio 
colocado por estudantes e profissionais ao salientarem a defasagem 
 
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entre as bases de fundamentação teórica da profissão e o trabalho de 
campo. 
 Construção de estratégias técnico-operativas para o exercício da 
profissão, ou seja, preencher o campo de mediações entre as bases 
teóricas já acumuladas e a operabilidade do trabalho. 
A autora comenta que o caminho para superação desses impasses 
parece estar no cultivo de um trato teórico-metodológico rigoroso. Considera que 
vários avanços aconteceram nos anos de 1980, devido à aproximação do 
Serviço Social aos seus fundamentos, em diferentes matrizes: às concepções 
de cunho positivista ou estrutural-funcionalista, fenomenológica e teoria social-
crítica. E ainda ressalta que essa longa trajetória de construção teórica, dada 
pelo Serviço Social, merece ser preservada e aprofundada, aliada a um atento 
acompanhamento histórico da dinâmica da sociedade. 
Por fim, precisamos refletir sobre os pressupostos em que se baseou a 
procura de novos pilares para o exercício profissional e os desvios de rota 
verificados, que segundo Iamamoto (1998), são: 
Temos como o pressuposto primeiro a crença de que a apropriação 
teórico-metodológica no campo das grandes matrizes do pensamento social 
permitiria a descoberta de novos caminhos para o exercício profissional. Vemos 
que a assertiva é que a busca de novos caminhos passaria por uma apropriação 
mais rigorosa da base teórico-metodológica. 
O segundo pressuposto é o reconhecimento da dimensão política da 
profissão e as suas implicações, que vão além do campo estrito da ação 
profissional, pensada a partir da inserção nos movimentos organizados da 
sociedade. Vemos que a assertiva é a de que o mero engajamento político, 
descolado de bases teórico-metodológicas e do instrumental operativo para a 
ação, não é suficiente para trazer luz a novas perspectivas para o Serviço Social. 
O terceiro pressuposto é de que o aperfeiçoamento técnico-operativo se 
mostra uma exigência para a inserção qualificada do Assistente Social no 
mercado de trabalho. Vemos que a assertiva seria a de articular a profissão e a 
 
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26 
realidade, um dos maiores desafios, pois se entende que o Serviço Social não 
atua apenas sobre a realidade, mas também na realidade. 
Nesta perspectiva, pudemos compreender que as análises conjunturais 
são de suma importância para compreensão dos rumos tomados pelo 
profissional a partir das décadas de 1980 e 1990, uma vez que foi um período 
de suma importância para a constituição do projeto profissional que desfrutamos 
ainda em nossos dias. Na perspectiva assinalada, a investigação e o espírito 
indagativo adquirem um patamar fundamental no Serviço Social como condições 
essenciais ao exercício profissional. Precisaremos, claro, aprofundar esses 
estudos em nossas próximas aulas. 
Trocando Ideias 
Sugerimos que você assista às palestras proferidas por professores e 
assistentes sociais que participaram do chamado Congresso da Virada, marco 
para nossa categoria profissional. 
Ressaltamos a importância da fala da Assistente Social Rosalina Santa 
Cruz, que compartilha sua vivência de luta pela anistia, abertura política e pela 
construção de um projeto profissional comprometido com os movimentos sociais 
e com a classe trabalhadora. A palestra está disponível a seguir: 
https://www.youtube.com/watch?v=QqHPVzEsoSI 
Também não deixe de trocar ideias com seus colegas no fórum! 
Na Prática 
Imaginemos que uma Assistente Social foi convidada a trabalhar em uma 
instituição que a 50 anos atende famílias de uma comunidade extremamente 
vulnerável. O principal serviço prestado pela instituição é a distribuição de cestas 
básicas e de roupas. 
A referida assistente social é convidada a trabalhar nessa instituição, 
desempenhando as seguintes funções: 
 Traçar o perfil socioeconômico das famílias; 
 
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27 
 Selecionar as famílias a serem beneficiadas 
 Fazer reuniões com os beneficiários para tratar sobre educação de filhos 
e controle de natalidade. 
Você acha que essa profissional deve aceitar essa proposta, mesmo 
sendo uma intervenção com viés conservador? Que contraproposta ela poderia 
apresentar? 
Síntese 
Nesse encontro, buscamos aprimorar nossos conhecimentos sobre os 
conceitos fundamentais do marxismo, dando enfoque ao método proposto pela 
teoria social de Marx. Tais reflexões foram de suma importância para que 
possamos compreender os princípios da teoria marxista e de seu método, e 
principalmente qual relação a proposição teórica e o método têm com o Serviço 
Social em seu processo de ruptura com o conservadorismo e de reconceituação. 
Para tanto, fizemos uma reflexão sobre a teoria do valor trabalho e a 
perspectiva da revolução como possibilidade histórica e percebemos que esse 
debate é fundamental, pois ambas proposições teóricas fazem parte dos pilares 
constitutivos da teoria social de Marx e de seu método. Outro fator importante 
em nosso debate foi entender a importância da categoria trabalho para a 
compreensão do processo de produção de reprodução do ser social. Pudemos 
também entender o movimento de ruptura do Serviço Social com a perspectiva 
conservadora. 
Por fim, pudemos refletir sobre as primeiras influências de diferentes 
marxismos para o Serviço Social, através de aproximações ao marxismo sem a 
ida ao pensamento de Marx. Isso redundou numa série de equívocos que foram 
sendo superados ao longo das décadas de 1980 e 1990, através da construção 
de um projeto profissional, um currículo mínimo, novas diretrizes curriculares e 
outras mudanças muito significativas e determinantes para constituição do 
Serviço Social até nossos dias. 
 
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28 
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