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ITU na gestação 1 ITU na gestação REVISÃO A ITU é comum durante a gestação devido a alterações do trato urinário, como estase urinária pela redução do peristaltismo ureteral, aumento da produção de urina, glicosúria e aminoacidúria favorecendo o crescimento bacteriano e infecções. Manifesta-se em 3 formas: Bacteriúria assintomática: pode progredir para cistite sintomática ou pielonefrite e deve ser tratada. Há uma predisposição da grávida desenvolver pielonefrite aguda. ITU baixa (cistite): os sintomas mais conhecidos são disúria, polaciúria e dor supra-púbica. Deve ser questionado febre, dor lombar ou outros sintomas sistêmicos que possam sugerir sepse — se descartado, o provável diagnóstico é cistite. O tratamento é ambulatorial. Cistite complicada: presença de hematúria franca e/ou febre. Nesse caso, é utilizado o tratamento parenteral. ITU alta (pielonefrite): a gestante apresenta disúria, polaciúria, dor supra- púbica, dor lombar e febre. É necessário avaliar a presença de sepse. O tratamento é hospitalar, com alta após melhora clínica e ausência de febre por 24 a 48h. A bacteriúria assintomática, ITU e pielonefrite aumentam o risco de TP pré- termo e de RPMO. É uma das principais causas de septicemia na gravidez. São sinais de ITU complicada: presença de febre, taquicardia, calafrios, náuseas, vômitos, dor lombar com Giordano + e dor abdominal. O diagnóstico é feito por meio de exame de urina e cultura. Deve ser sempre solicitado EAS urocultura TSA a cada rotina. Após o tratamento, é necessário urocultura de controle. O tratamento deve ser escolhido de acordo com o TSA, mas boas escolhas empíricas iniciais incluem cefalexina 500mg 1cp 6/6h por 57 dias), amoxicilina-clavulanato 500mg 1cp 8/8h por 57 dias), nitrofurantoína 100mg 1cp 12/12h por 57 dias)e sulfametoxazol/trimetoprima. ITU na gestação 2 A nitrofurantoína é contraindicada para gestantes a termo, durante o TP e parto ou quando o início de TP é iminente (deve ser evitada após a 36ª semana de IG, pois pode levar à anemia hemolítica no RN. Só deve ser utilizada no 1º trimestre quando não houver alternativas disponíveis. O SMX/TMP pode causar malformações congênitas e kernicterus no neonato. Só deve ser usado durante o 1º trimestre quando não houver alternativas disponíveis. A primeira escolha para pielonefrite é ceftriaxona 1 a 2mg IV a cada 24h. Se a pacietne ficar afebril por 48 a 72h, pode receber alta, completando o esquema VO por 10 a 14 dias. Se houver recaída constatada por urinocultura de controle 7 dias após, está indicado novo antimicrobiano por 7 a 10 dias, seguindo profilaxia antibiótica até o final da gestação. Se a gestante for sintomática, não postergar o início do tratamento até o resultado da urocultura. Se for cistite, o tratamento inicial é empírico. 💡 Antes das 32s, a melhor indicação é nitrofurantoína 100mg 6/6h. Após as 32s, a melhor indicação é clavulin 500 125mg 8/8h. Mulheres que tiveram pielonefrite ou mais de um episódio de ITU podem exigir terapia supressora, geralmente com SMX/TMP (antes da 34ª semana) ou nitrofurantoína 100mg 1x/dia pelo resto da gestação. A prevenção da recorrência é indicada se: 2 ITUs na gestação. 3 ITUs no ano. Pielonefrite na gestação. 1 ITU baixa complicada. História prévia de ITU.