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Aula 7 PARTE 2- Reparo tecidual e cicatrização

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06/11/2019
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Mecanismo de reparo tecidual
Regeneração e Cicatrização
Profa. Ma. Thayane Araujo
Universidade Paulista – UNIP
Patologia 
Continua na próxima aula…
Cicatrização
• A cicatrização é a substituição do tecido lesado por tecido conjuntivo
fibroso.
1 Instalação de reação inflamatória – células do exsudato de células
fagocitárias reabsorvem restos celulares e sangue extravasado.
2 Proliferação fibroblástica e endotelial formando o tecido conjuntivo
cicatricial (tecido de granulação).
3 Remodelação com redução do volume da cicatriz.
Cicatrização
Como a cicatrização por tecido fibroso é constituída por tecido mais
simples e mais primitivo do que os tecidos que ela substitui, essa
cicatrização implica na perda permanente da função fisiológica da região
comprometida. Dessa maneira, a cicatrização de uma região cardíaca,
após um infarto, reduz a função do órgão, sendo a cicatriz uma marca
residual permanente e irreversível.
Dada a grande variedade de situações onde ocorre a cicatrização, é
evidente que esse processo pode diferir na razão direta dessas situações.
Pode-se considerar dois tipos básicos de cicatrização: a primária (ou por
1ª intenção) e a secundária (ou por 2ª intenção).
Fases do reparo tecidual
A cicatrização é um processo ordenado, 
envolvendo diversas etapas
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Fase Inflamatória ou exsudativa (até 3 dias)
Fase proliferativa (3 a 14 dias)
• Formação de tecido de granulação: aproximadamente 4 dias após a
lesão inicial, a ferida é invadida por tecido de granulação, constituído
de leucócitos, fibroblastos, capilares neoformados, envoltos em
colágeno, fibronectina e ácido hialurônico
• Angiogênese: formação dos neovasos se inicia no segundo dia. Tem
função de repor capilares lesionados e melhor oxigenar e nutrir o
tecido novo em proliferação
Fase proliferativa (3 a 14 dias)
• inicia-se por volta do 3o dia após a lesão,
perdura por 2 a 3 semanas e é o marco
inicial da formação da cicatriz.
• tecido de granulação, que é constituído por um
leito capilar, fibroblastos, macrófagos, um
frouxo arranjo de colágeno, fibronectina e ácido
hialurônico
Tecido de granulação
Tecido conjuntivo neoformado e ricamente vascularizado, conjunto de
células e material extracelular (fibras e componentes da substância
fundamental). Aspecto macroscópico: coloração rósea e aspecto
granuloso, úmido e edemaciado. Microscopicamente pela proliferação de
vasos e fibroblastos.
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• Síntese proteica: cerca de 5 dias depois da lesão, predominam a
síntese e deposição de colágeno
• Contração da ferida: inicia-se 4 a 5 dias após a lesão. A contração é
caracterizada pela predominância de miofibroblastos na periferia da
ferida e auxilia o fechamento da ferida. Contração: movimento
centrípeto de toda a espessura da pele circundante, reduzindo a
quantidade e o tamanho da cicatriz. Este processo é um importante
aliado da cicatrização das feridas
Fase proliferativa (3 a 14 dias)
• A remodelagem da cicatriz começa a predominar a partir de 21 dias 
após a lesão. Ocorre equilíbrio entre taxa de síntese e transformação 
do colágeno. Este processo é controlado por mediadores presentes 
na lesão (metaloproteases principalmente).
• A remodelagem é essencial para a formação de uma cicatriz mais 
resistente
Fase de remodelagem (7 dias a 1 ano)
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http://www.ufrgs.br/blocodeensinofavet/ensino/tecnica-cirurgica/cicatrizacao-de-feridas
Cicatrização por 1ª intenção
• Também chamada de união primária, tem importância principalmente
em cirurgias e em ferimentos.
• É o tipo mais simples de reparação que pode ocorrer.
Cicatrização por 1ª intenção
Incisão
Morte de células epiteliais e 
elementos do tecido 
conjuntivo 
Sutura
Espaço entre as bordas é 
reduzido e fica cheio de 
coágulo
A fibrina formada induz a
migração e serve de
matriz para a proliferação
de fibroblastos e
angioblastos
Uma inflamação aguda com 
exsudato principalmente de 
neutrófilos e posteriormente 
de mononucleares
Fibroblastos e angioblastos proliferam
a partir das bordas e começam a
invadir a área inflamada dando origem
a um tecido rico em fibroblastos e
vasos neoformados conhecido como
tecido de granulação
Inicialmente é um tecido altamente celular mas com a contínua produção de fibras
colágenas torna-se menos celular e dentro de algum tempo a área está ocupada por
um tecido pouco celularizado e vascularizado, rico em fibras, constituindo a
cicatrização, marcando para sempre o local da incisão cirúrgica.
Cicatrização por 1ª intenção
Cicatrização por 2ª intenção
• Também chamada de união secundária, ocorre quando a área lesada
é mais extensa e as bordos não podem ser unidas por sutura, como
por exemplo em úlceras, abcessos ou então devido a contaminação
de uma incisão cirúrgica.
• O processo básico é o mesmo que na união primária, diferindo
apenas por ser a área lesada maior e ter grande quantidade de
exsudato inflamatório e restos necrosados.
• A cicatrização por segunda intenção ocorre inevitavelmente com a
formação de grande quantidade de tecido cicatricial. A formação
excessiva de tecido cicatricial pode provocar uma protuberância no
local.
Cicatrização por 2ª intenção
Cicatrização por segunda intenção.
Acima: Ferida aberta não infectada.
A fenda é primeiramente
preenchida por tecido de
granulação, o qual se contrai e
torna-se uma cicatriz.
Abaixo: Ferida infectada (as setas
vermelhas representam as
bactérias). A ferida é preenchida
com tecido de granulação, o qual
produz pus até as bactérias serem
eliminadas. Depois disso o tecido
de granulação contrai e produz
uma cicatriz.
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Cicatrização por 2ª intenção
Fibrose
Fibrose Complicações da Cicatrização
• Formação deficiente: tecido de granulação ou colágeno insuficientes,
levando a deiscência (abertura da cicatriz) e ulceração da ferida
• Contratura: exagero no processo de contração da ferida, podendo
causar por exemplo, mão em garra ou movimentos das articulações
limitados
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Complicações da Cicatrização Complicações da Cicatrização
Complicações da Cicatrização
Quando há excesso de crescimento do tecido conjuntivo, subtipos:
hipertrófica e quelóide.
• Cicatriz hipertrófica: estímulos continuados no mesmo local, como nas
queimaduras, cirrose hepática (fibroplasia, necrose, regeneração
hepatócitos). Reversível
• Cicatriz quelóide: pele, corpos estranhos (fio de sutura, talco, pêlos,
etc.), reação imune x proteínas estranhas. No homem existe uma
predisposição (mulheres negras). Irreversível ou quase.
• Há descontrole da síntese de colágeno (aumento de produção e/ou
redução de degradação da MEC).
Cicatrização anormal em diferentes graus devido à predisposição
pessoal. (Esquerda) Hipertrofia discreta somente na zona de maior
tensão da cicatriz. (Centro) Hipertrofia de toda a extensão da cicatriz.
(Direita) Quelóide.
Cicatrização patológica
• Formação do coágulo; 
• Ativação da inflamação (liberação de mediadores provenientes do 
coágulo, das células aprisionadas, do tecido conjuntivo das bordas e 
das células epiteliais das margens da lesão; 
• Liberação de IL-1 e TNFa por macrófagos residentes;
• Exposição de moléculas de adesão (ICAM, VCAM) e selectinas;
• Vasodilatação arteriolar por liberação de histamina (mastócitos) 
devido ao efeito mecânico;
Mecanismos de cicatrização
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• Migração dos leucócitos para a área; 
– Primeiras horas quimiotaxia - atração de neutrófilos 
– Após 18 horas quimiotaxias - atração de monócitos 
• Produção de tecido de cicatrização e proliferação do tecido epitelial
– Liberação de fatores de crescimento por macrófagos. 
• Formação de novos vasos 
– Fatores de crescimento + TNFa
– Células endoteliais formam brotos em direção do coágulo, os quais 
formam novos tubos e se conectam restabelecendo a circulação capilar 
no tecido neoformado.Mecanismos de cicatrização
Remodelação do tecido cicatricial 
• Aumento da quantidade de colágeno; 
• Substituição do colágeno do tipo I para do tipo III (mais grosso);
• Redução da capilarização; Redução das células inflamatórias;
• Diferenciação de fibroblastos em miofibroblastos; 
• Contração da cicatriz (pode chegar a 90% do volume inicial em 
cicatrização de segunda intenção).
Mecanismos de cicatrização
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