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Tireoidite de Hashimoto

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hipervascular, com micronódulos, septações ecogênicas e diminuição da ecogenicidade. Tais características ultrassonográficas
podem anteceder as alterações bioquímicas e são muito sugestivas (Figura 36.4).47 Na fase final da tireoidite crônica, a glândula
se apresenta de tamanho reduzido com contornos irregulares e mal definidos e com textura heterogênea em razão da intensa
fibrose (Figura 36.5).29,30 É comum o achado de pseudonódulos e calcificações.47
A avaliação citológica pela PAAF confirma o diagnóstico, porém não é fundamental. Torna-se mandatória no caso de dor
local, crescimento rápido ou palpação de nódulos, para investigar a possibilidade de neoplasias associadas.
Diagnóstico diferencial
A TH deve sempre ser a primeira hipótese diagnóstica em pacientes com hipotireoidismo primário ou bócio difuso atóxico.
Nessas situações, achados de anticorpos anti-TPO em títulos elevados confirmam o diagnóstico. Devem, também, ser
considerados em qualquer paciente com bócio nodular atóxico, mas nesses casos a PAAF torna-se obrigatória para pesquisa de
uma eventual neoplasia tireoidiana. Em pacientes com hipertireoidismo e bócio difuso, a oftalmopatia infiltrativa e anti-TPO em
títulos não muito elevados são mais indicativos da doença de Graves.2–4,17 Raramente, oftalmopatia infiltrativa pode ser
observada em pacientes com TH, na ausência de hipertireoidismo.48 Na realidade, TH e doença de Graves são síndromes muito
intimamente relacionadas e fazem parte do espectro das DAT.1,4,17,31
Figura 36.4 Ultrassonografia revelando área pseudonodular em tireoide heterogênea, achado comum na tireoidite de
Hashimoto. (Cortesia do Dr. Sebastião Horácio Nóbrega Neto.)
Patologias associadas
 Doenças autoimunes. A TH pode ser associada a outras doenças autoimunes, endócrinas ou não, caracterizando a
síndrome poliglandular autoimune. A associação mais comum é com a doença de Addison (ver Capítulo 85, Síndromes
Poliglandulares Autoimunes).49
 Neoplasias tireoidianas. A concomitância de TH com o carcinoma papilífero (CPT) não é rara, mas aparentemente não
tem relação causal.50 Nessa situação, o CPT parece ser menos agressivo e cursar com menor tamanho, bem como com taxas de
recorrência e mortalidade mais baixas.51 Em contrapartida, a maioria dos casos de linfoma primário da tireoide é vista em
pacientes com TH (risco 60 a 80 vezes maior).50,52 Deve-se sempre pensar nessa associação, diante de um nódulo de
crescimento rápido em pacientes com TH.52
Células de Hürthle são encontradas normalmente à PAAF na TH. Entretanto, caso sejam abundantes na amostra, com pouco
ou nenhum macrófago ou linfócito, a hipótese de um tumor de células de Hürthle deve sempre ser considerada. Deve-se lembrar
que a TH representa a principal causa de resultados falso-positivos para neoplasias à PAAF.53 Além disso, a imagem da TH ao
18F-FDG-PET pode raramente mimetizar aquela dos carcinomas.54
 Outras patologias. Pacientes com síndrome de Down55 ou síndrome de Turner56 têm risco aumentado para TH. O mesmo
parece acontecer com a síndrome dos ovários policísticos, conforme recentemente demonstrado.57
 Encefalopatia de Hashimoto (EH). Trata-se de uma condição recentemente descrita que tem prevalência estimada de
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	Endocrinologia Clinica - Vilar 6 edicao

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