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Incoterms multimodais

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Incoterms aplicados a qualquer modo de transporte - multimodais
EXW – Ex-works / Na origem (local de entrega designado)
Na condição de venda EXW, o exportador é responsável apenas por colocar a mercadoria à disposição do importador em suas próprias dependências ou em local designado: fábrica, armazém, usina, fazenda etc.
O exportador não se responsabiliza pelo carregamento no veículo transportador nem pelo desembaraço ou embarque.
É o termo que representa a obrigação mínima do exportador, cabendo ao importador assumir todos os riscos e custos a partir da entrega no ponto combinado.
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Atenção!
Se for o caso, o exportador deve dar assistência ao importador para a obtenção de licenças, autorizações, certificados e outras exigências alfandegárias, para que a exportação seja viabilizada. O importador também deve tomar as devidas providências aduaneiras para exportação da mercadoria.
O exportador deve comunicar ao importador "o aviso" para que este possa receber a mercadoria. O importador deve informar o exportador sobre o momento da retirada da mercadoria.
Os bens são entregues pelo exportador quando são colocados à disposição do importador em suas instalações ou em outro local combinado, sem carregamento e sem desembaraço para exportação.
No Brasil, EXW é um termo pouco utilizado, já que a legislação não permite que o estrangeiro efetue a tarefa de desembaraço da exportação, cabendo ao exportador registrar a Declaração Única de Exportação no Siscomex (DU-e). Para as importações brasileiras, não há nenhuma restrição para o termo EXW, mas o importador deve conhecer os trâmites de desembaraço no país de origem.
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Comentário
Esse Incoterm é utilizado quando os países fazem fronteira ou são parceiros em acordos comerciais, como o Mercosul ou o Mercado Comum Europeu.
FCA — Free carrier / Transportador livre
FCA indica que o exportador entrega as mercadorias para o importador nas instalações do exportador ou em outro local designado (aeroporto, porto, ponto de fronteira ou outro local dentro do país do exportador), desembaraçadas para exportação e já carregadas no meio de transporte providenciado pelo importador ou por meios próprios.
Quando a entrega é realizada em outro local que não as instalações do exportador, este só é responsável pelo carregamento; o descarregamento fica por conta do importador.
Os bens são entregues ao transportador designado pelo importador, desembaraçados para exportação. Se o local da entrega for outro que não o domicílio do exportador, ele não é responsável pelo descarregamento naquele local.
Observe a responsabilidade de cada um dos envolvidos nessa comercialização:
· O exportador se responsabiliza por todos os riscos de perda ou dano até a entrega da mercadoria, inclusive devendo providenciar as formalidades alfandegárias, licenças e certificados para a exportação.
· O importador assume os riscos de perda ou dano a partir do momento da entrega dos bens.
O exportador deve entregar a mercadoria no local combinado ao transportador ou a outra pessoa designada pelo importador. Caso a entrega ocorra nas dependências do exportador, ela finaliza com o carregamento das mercadorias no meio de transporte fornecido pelo importador ou por meios próprios.
Os bens são entregues ao transportador designado pelo importador, desembaraçados para a exportação e carregados, se o local de entrega for o domicílio do exportador.
Esse termo é aplicado principalmente nas exportações via aérea, terrestre ou multimodal; nas exportações via marítima, só no caso de utilização de contêineres.
Nas exportações brasileiras, o FCA pode ser utilizado sem nenhuma restrição. Quando a entrega da mercadoria ocorre no domicílio do exportador, o que acontece principalmente nas vendas via terrestre, o cumprimento do termo só vai ocorrer na fronteira, onde será feito o desembaraço aduaneiro. Quanto às importações brasileiras, não há nenhuma restrição para a utilização do FCA.
CPT – Carriage paid to / Transporte pago até (local de destino designado)
O CPT indica que o exportador deve entregar a mercadoria ao transportador ou a outra pessoa responsável, devendo contratar e pagar os custos de transporte para enviar as mercadorias até o local de destino.
A obrigação do exportador se encerra quando ocorre a entrega da mercadoria ao transportador, e não quando a mercadoria chega ao destino. Portanto, o risco a cargo do exportador vai até a entrega, e os custos vão até o destino.
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Comentário
No caso de transporte multimodal, a obrigação quanto às mercadorias será considerada cumprida na entrega ao primeiro transportador. No entanto, como o custo até o destino é por conta do exportador, é importante identificar com precisão o local dentro deste destino. Cabe ao exportador contratar um transporte que seja adequado e habitual, mas não tem obrigação de contratar o seguro, embora possa fornecer informações ao importador para que ele o faça.
O Incoterm CPT corresponde ao termo FCA acrescido do valor do frete:
CPT = FCA + frete
Como demonstrado na imagem a seguir, a responsabilidade do exportador vai até a entrega no país de origem, porém seus custos (C) vão até o destino.
Os bens são entregues ao transportador nomeado pelo exportador, desembaraçados para exportação, com custo de transporte pago para enviar os bens até o local de destino designado.
O exportador tem de fornecer ao importador o documento de transporte que ateste o cumprimento das condições do contrato de venda. Esse documento deve conter os bens do contrato e estar datado nos limites do período combinado. O documento de transporte, negociável e emitido em vários originais, precisa ser entregue ao importador, que o aceitará desde que esteja conforme a negociação entre as partes.
O termo CPT pode ser utilizado sem nenhuma restrição para as exportações e importações brasileiras.
CIP – Carriage and insurance paid to / Transporte e seguros pagos até (local de destino designado)
O Incoterm CIP determina que o exportador entregue a mercadoria ao transportador ou a outra pessoa indicada pelo exportador em um local combinado, devendo contratar e pagar não apenas os custos de transporte necessários para o envio das mercadorias até o local de destino, mas também o seguro contra riscos de perda ou dano durante o transporte. Em geral, esse seguro é abrangente, mas as partes podem negociar os níveis de cobertura, desde que devidamente descritos no contrato.
Os bens são entregues ao transportador nomeado pelo exportador, desembaraçados para exportação, com custo de transporte e seguro pagos para enviar os bens até o local de destino designado.
O Incoterm CIP corresponde ao termo FCA acrescido do frete e do seguro ou ao termo CPT mais o seguro:
CIP = FCA+ frete + seguro / CIP = CPT + seguro
A obrigação do exportador se encerra quando ele entrega a mercadoria ao transportador, e não quando ela chega ao destino. São, portanto, dois pontos distintos:
· O risco é passado ao importador na entrega.
· O custo do exportador vai até o destino, conforme demonstrado na imagem anterior.
Na negociação, é importante deixar bem claro onde será o ponto de entrega.
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Comentário
Várias transportadoras trabalham da seguinte maneira: para a mercadoria chegar até o destino, o risco é transferido na entrega ao primeiro transportador. Caso as partes decidam que o risco será transferido em fase posterior (por exemplo, num porto ou aeroporto), essa condição deve estar claramente especificada em contrato, bem como o local exato onde a mercadoria será colocada (em um porto ou aeroporto), já que os custos até esse ponto são de responsabilidade do exportador.
O exportador deve fornecer ao importador o documento de transporte que ateste o cumprimento das condições do contrato de venda. Esse documento deve conter os bens do contrato e estar datado no período combinado. O documento de transporte, negociável e emitido em vários originais, deve ser entregue ao importador, que o aceitará desde que esteja conforme o contrato entre as partes.
O termo CIP pode serutilizado sem restrição para as exportações e importações brasileiras.
DPU – Delivered at place unloaded / Entregue em Local ou Terminal Alfandegado
DPU indica que o exportador entrega as mercadorias depois de descarregadas do meio de transporte e as coloca à disposição do importador em um terminal portuário, aeroportuário, rodoviário, ferroviário ou em um local de destino combinado. Assim, o exportador precisa organizar e preparar esse descarregamento.
Os bens são entregues em local ou terminal alfandegado, descarregados. Qualquer despesa após o descarregamento é por conta do importador.
O Incoterm DPU se refere ao termo CIF ou CIP com a obrigação do descarregamento:
DPU= CIF/CIP + descarregamento
Depois do descarregamento, o importador assume a responsabilidade e todos os riscos e custos da operação, como armazenagem, capatazia, desembaraço aduaneiro e tributação na importação.
Cabe ao exportador contratar um transporte ou utilizar meios próprios adequados e entregar a mercadoria (descarregada do meio de transporte) até o destino no país do importador.
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Comentário
Apesar de o exportador não ter obrigação de contratar o seguro, é recomendável que ele o faça, pois todos os riscos até a entrega no país de destino são de sua responsabilidade.
O termo DPU pode ser utilizado sem nenhuma restrição para as exportações e importações brasileiras. No entanto, nos casos de remessa ao exterior para pagamentos de serviços realizados a não residentes ou de ingresso de divisas do estrangeiro para pagamento de serviços realizados no Brasil, é necessário atentar para os regulamentos de cada país, principalmente quanto ao imposto de renda.
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Atenção!
Nos Incoterms "D", a entrega se dá no destino e, portanto, o exportador assume responsabilidades no país estrangeiro, ou seja, precisa superar barreiras burocráticas e geográficas no exterior. O emprego dos termos "D" exige que o exportador tenha experiência e cuidados especiais, como também um operador logístico de confiança.
DAP – Delivered at place / Entregue no local (local de destino designado)
O Incoterm DAP determina que o exportador entregue as mercadorias quando são colocadas à disposição do importador no local do país de destino indicado. As partes devem definir com clareza o local exato do destino da entrega, podendo ser no porto, a bordo do navio ou no armazém do importador na zona secundária. O desembaraço aduaneiro é feito pelo importador.
Cabe ao exportador contratar um transporte ou usar meios próprios adequados e entregar a mercadoria no país do importador.
O contrato com o transportador pode incluir despesas relacionadas à descarga da mercadoria. Apesar de o exportador não ter obrigação de contratar o seguro, é recomendável que ele o faça, pois todos os riscos até a entrega no país de destino ficam por sua conta.
Os bens são entregues em local de destino designado, desembaraçados para exportação, prontos para serem descarregados (neste caso, a bordo do navio), sem desembaraço para importação ou pagamento de qualquer direito de importação.
O Incoterm DAP refere-se aos termos CIF ou CIP acrescidos do frete e do seguro interno até o local indicado pelo cliente:
DAP = CIF/CIP + frete e seguro interno até a chegada ao local final indicado pelo cliente.
Se a entrega não for em local da zona primária, o exportador desembarca a mercadoria no terminal e aguarda o comprador fazer o desembaraço aduaneiro e o recolhimento dos impostos. Posteriormente, a responsabilidade volta para o exportador, que irá contratar o transporte interno até a entrega no local final, não tendo a obrigação do descarregamento.
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Exemplo
O exportador brasileiro acerta com um importador holandês que a operação será DAP-Amsterdam. A mercadoria embarca no porto do Rio de Janeiro com destino ao porto de Rotterdam, onde é desembarcada sob a responsabilidade do exportador. O importador holandês efetua o desembaraço aduaneiro e o pagamento dos impostos de importação. Após a nacionalização, o exportador brasileiro se encarrega de levar a mercadoria até o local combinado em Amsterdam, sem efetuar o descarregamento.
Se as partes desejarem que o exportador assuma os riscos do desembaraço e o pagamento dos impostos, o melhor termo para a transação será o DDP, que veremos adiante.
O termo DAP pode ser utilizado sem nenhuma restrição para as exportações e importações brasileiras. No entanto, nos casos de remessa ao exterior para pagamentos de serviços realizados a não residentes ou de ingresso de divisas do estrangeiro para pagamento de serviços realizados no Brasil, é necessário atentar para os regulamentos de cada país, principalmente quanto ao imposto de renda.
DDP– Delivered duty paid / Entregue com direitos pagos (o local de destino designado)
O uso do DDP implica que o exportador assuma todos os riscos e custos, inclusive tributários, além de outros encargos no país da importação, devendo levar a mercadoria até o domicílio do comprador ou a qualquer outro local por ele designado.
Esse termo representa o nível máximo de responsabilidades do exportador — o contrário do Ex-Works. O preço cobrado ao importador deve incluir todas as despesas logísticas.
Os bens são entregues no local de destino designado, desembaraçados para exportação, com todos os direitos de importação pagos, prontos para serem descarregados.
O Incoterm DDP refere-se aos termos CIF ou CIP acrescidos do descarregamento na zona primária do destino, mais o desembaraço e tributação, além do frete e seguro internos e serviço logístico no país de destino:
DDP = CIF/CIP + descarregamento na zona primária no destino + desembaraço e tributação + frete e seguro internos + serviço logístico no destino.
As responsabilidades do exportador e do importador podem ser vistas a seguir:
· O exportador deve obter licenças, autorizações, certificados e outras formalidades alfandegárias necessárias para a exportação e importação, incluindo o trânsito por qualquer país antes da entrega final.
· O importador poderá dar assistência ao exportador, para que este consiga atender às formalidades aduaneiras no país de importação.
Cabe ao exportador contratar um transporte ou usar meios próprios adequados e entregar a mercadoria até o destino no país do importador.
Apesar de o exportador não ter obrigação de contratar o seguro, é recomendável que ele o faça, pois todos os riscos até a entrega no país de destino são por sua conta.
Exemplo
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Certa empresa importadora brasileira adquire uma máquina com alto grau tecnológico de uma empresa espanhola. A máquina é embarcada rumo ao Brasil, porém no meio do Oceano Atlântico ocorre uma tempestade e a máquina fica avariada pela água do mar que invade a embarcação.
Ao chegar ao Brasil, a empresa constata o dano e cobra do exportador a indenização pelo acidente. O vendedor, sabiamente, apresenta o contrato entre as partes, no qual estava definido pelo Incoterm negociado que o seguro seria por conta do importador. Pouco precavido, o importador não havia feito o seguro. Fatal!
Esse tipo de equívoco ocorre em muitas negociações, pois os responsáveis não observam ou não dão importância ao Incoterm acordado, delegando decisões para a área de logística.
No caso das importações brasileiras, o termo DDP não pode ser utilizado, uma vez que no Brasil não é permitido que o exportador estrangeiro cumpra as formalidades aduaneiras de importação. Em contrapartida, pode ser usado para as exportações, desde que sejam observados os regulamentos quanto ao pagamento dos serviços realizados no exterior, em especial o relativo ao imposto de renda.
Como indicar o melhor incoterm
Para escolher o Incoterm mais adequado à operação comercial, devem ser analisados os seguintes aspectos:
Meio de transporte
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Qual das partes vai contratar e pagar a empresa de transporte (navio, avião, caminhão, trem).
Tipo de mercadoria
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Algumas mercadorias, por força de suas características ou de práticas de mercado, utilizam determinados termos.
Condições financeiras
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Dependendo dotermo escolhido, o exportador deve arcar com despesas como frete e seguro. No entanto, caso seja uma venda a prazo, o seu recebimento será postergado.
Controle de embarque
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Nas modalidades "E" e "F", o exportador não tem controle sobre o embarque, já que a contratação do transportador é responsabilidade do importador. Isso pode ser um problema, por exemplo, se o meio de transporte não foi definido no prazo correto.
Barreiras geográficas
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Os obstáculos de geografia na compra na modalidade "E" ou na venda na modalidade "D" podem causar transtornos, por isso é necessário conhecer o país estrangeiro.
Barreiras alfandegárias ou burocráticas
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É preciso conhecer muito bem os procedimentos burocráticos do outro país onde será realizada a compra ou a venda.
Valor das operações
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Na modalidade "D", o vendedor agrega vários serviços, podendo lucrar com os procedimentos. No entanto, é necessário verificar se realmente tem condições de cumprir e atender a todos os requisitos, para que a mercadoria chegue à porta do comprador conforme acordado.
Logística
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A mercadoria deve chegar ao destino de forma correta e dentro dos prazos acordados.
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