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21/08/2013 1 DEFUMAÇÃO PRODUTOS DEFUMADOS Alcinéia L. S. Ramos 07/08/2013 Produtos Defumados Produtos que após o processo de cura são submetidos à defumação, para lhes dar cheiro e sabor característicos, além de maior prazo de vida comercial por desidratação parcial 21/08/2013 2 Composição da Fumaça • Fumaça – Suspensão de partículas sólidas e líquidas em um meio gasoso – Fase dispersa (vapor) • aroma, cor e maior poder de conservação – Fase particulada • reservatório dos componentes da fumaça Composição da Fumaça • Compostos Fenólicos – Mais desejáveis • antioxidante • favorece cor e sabor • ação bacteriostática • Compostos Carbonila – Aldeídos e cetonas • Aroma • Cor 21/08/2013 3 Composição da Fumaça • Ácidos Orgânicos – Ácidos de até 10 carbonos • Desenvolvimento de Textura • Conservação – Acidez na superfície do produto • Alcoóis – Metanol • Diluente – Carreia outros componentes • Sabor Composição da Fumaça • Hidrocarbonetos Aromáticos Policíclicos (HAP) – Formado na combustão incompleta da matéria orgânica – Deve ser evitado – Efeitos toxicológicos • carcinogênicos Indesejável! 21/08/2013 4 Efeito da Fumaça sobre o Produto • Confere ao produto características especiais desejáveis • Importa efeitos indesejáveis – Deposição de compostos tóxicos – Degradação de aminoácidos essenciais (lisina) e vitaminas Efeito da Fumaça sobre o Produto • Sabor e Aroma – Sabor característico e variável – Aroma vai depender da madeira empregada • Cor – A fumaça associada ao calor acelera o processo de cura – Resultante da reação de Maillard • Textura – Coagulação protéica na superfície 21/08/2013 5 Efeito da Fumaça sobre o Produto • Conservação – Antioxidante • Retarda a rancificação oxidativa e hidrolítica da gordura • Contrabalanceia o efeito pró-oxidante conferido pelo sal – Bactericida 21/08/2013 6 Defumador Convencional • Queima lenta da serragem/madeira – Sem produção de chama • Artesanal 21/08/2013 7 21/08/2013 8 Defumação a frio • Temperaturas a baixo de 28ºC – Sem ação do calor • Maior tempo de defumação – Maturação – Maior penetração da fumaça • Melhor cor, sabor, odor e vida-de-prateleira – Maior quebra • Aplicação – Embutidos crus – Embutidos de massa fina e alto teor de gordura Defumação a quente • Temperatura superior a 60ºC – Aquecimento feito através de eletricidade, vapor ou gás – Fumaça obtida a partir de um gerador • Fixação de cor – Cerca de 1 hora • Aquecimento escalonado – Temperatura no ponto frio deve atingir 72-73ºC • Sabor mais intenso e forte • Brilho proveniente da exsudação de gordura 21/08/2013 9 Fumaça Líquida • Substitui o processo de defumação – Livre de hidrocarbonetos cancerígenos • Extratos de fumaça – Natural • Controlando o teor de HAP – Artificial • Mistura de compostos químicos presentes na fumaça Extratos de Fumaça • Fumaça líquida ou fumaça condensada – Condensação em água – Refino e purificação • Destilação fracionada • Filtração • Substratos defumados – Dissolução ou fixação da fumaça em um veículo • Líquido (água, óleo, etc.) • Sólidos (sal, hidrolisado protéico, etc.) 21/08/2013 10 EMULSÃO PRODUTOS EMULSIONADOS Emulsão • Mistura estável de dois líquidos imiscíveis num sistema heterogêneo – O/A • fase dispersa = óleo • fase contínua = água – A/O • fase dispersa = água • fase contínua = óleo • Exemplos – Maionese (O/A) – Manteiga (A/O) 21/08/2013 11 Emulsão • Manutenção das gotículas dispersas na fase contínua – Requer energia • Tensão interfacial – Agente ativo de superfície • Emulsificante Emulsão Cárnea • O/A – Matriz de fibras de tecidos muscular e conectivo, suspensas num meio aquoso (fase contínua) – Gorduras dispersas (fase dispersa) • Emulsificantes ⇒ Proteínas Fase Contínua Gordura Fragmentos de fibra muscular Fibras de tecido conectivo Filme protéico 21/08/2013 12 Emulsificantes • Proteínas – Miofibrilares – Sarcoplasmáticas – Tecido Conectivo • Pobres emulsificantes • Gelatinizam com a temperatura – Retém água • Ideal: < 25% de colágeno na massa Seleção de Matéria Prima • Seleção da Matéria-Prima – Capacidade Emulsificante • Alta • Intermediária • Baixa • Enchedores – Cor 21/08/2013 13 Tabela. Classificação de matéria-prima cárnea segundo sua capacidade emulsificante (CE) Classificação Exemplos Alta Carne bovina, especialmente touros; Lombo de suíno desossado; Paleta suína e dianteiro de bovino; Recortes magros (mínimo de 75% de tecido muscular) de suínos e bovinos; Carne de aves sem pele. Intermediaria Carne de cabeça e bochechas de bovinos e suínos (papada); Flancos e barrigas de bovinos; Canelas de bovinos; Joelhos de suínos; Recortes regulares (50% de tecido muscular) de suínos. Baixa Carne de peito de bovinos e suínos; Costas desossadas de aves; Coração; Língua; Focinho suíno; Carne de garganta (músculos do esôfago). Enchedores Tripas; Pulmão; Estômago suíno; Pele suína e de aves; Lábios de suínos e bovinos; Fígado. Proibidos (RIISPOA) Amígdalas e glândulas salivares; Baço; Nodos linfáticos e hemolinfáticos; Matérias-primas proveniente de fetos; Ovários e testículos Fonte: TAKAHASHI (1984); e ABERLE et al. (2001). Emulsões Cárneas • Estabilidade – “Quebra” de emulsão • Reagrupamento de pequenas partículas dispersas de gordura • “visível” 21/08/2013 14 Emulsões Cárneas • Estabilidade – Depende 1) A espessura do filme interfacial da proteína (FPI) e; 2) A densidade e integridade da matriz que envolve a emulsão e sua estabilidade Gordura Gordura Gordura Gordura Gotículas de gorduraPoro Ruptura Filme protéico Emulsões Cárneas • Estabilidade – Tamanho das gotículas de gordura • � tamanho da partícula – Emulsões mais estáveis –� área superficial »� quantidades de proteína solúvel 21/08/2013 15 Emulsões Cárneas • Estabilidade – Quantidade de gordura • Estabilidade da emulsão cresce com o aumento da quantidade de gordura adicionada até um máximo – “Quebra” da emulsão » Carência de proteína – Tipo de Gordura • Gorduras insaturadas tendem a produzir emulsões com menor estabilidade – Menor ponto de fusão » Expansão dentro dos glóbulos, aumentando a pressão interna Emulsões Cárneas • Estabilidade – Temperatura da massa • Trituração ����� temperatura da massa • Fusão das gotas de gordura encapsuladas – Expansão dentro dos glóbulos, aumentando a pressão interna • Possibilidade de desnaturação protéica –� Coesividade e elasticidade do filme protéico » � Susceptibilidade à ruptura 21/08/2013 16 Emulsões Cárneas • Estabilidade – Cozimento • Coagulação da matriz protéica – > 60ºC • Efeito térmico muito alto – Quebra da emulsão » T > 90ºC » UR > 90% • Cozimento escalonado – 60 a 85ºC » 55ºC e 80% UR » 80ºC e 75% UR Mortadela • Produto cárneo emulsionado, obtido de carne bovina e, ou, suína, miúdos e vísceras comestíveis, pele e tendões –estômago, coração, língua, fígado, rins, pele e tendões (Aves: fígado, moela e coração) –Acrescido ou não de gordura, água e CMS, e adicionados de sais de cura, condimentos e constituintes não-cárneos finamente triturados 21/08/2013 17 Mortadelas Tabela 5 - Características de identidade e qualidade de mortadela (Instrução Normativa n o 4 de 31/03/2000) Porcentagem Produtos Cárneos Umid. (máx) Proteína (mín) Gordura (máx) Amido (máx) Carboid. Totais (1) (máx) Cálcio BS (máx) CMS (2) (máx) Prot. não- cárneas (3) (máx) Miúdos (máx) Mortadela 65 12 30 5 10 0,9 60 4 10 Mortadela Tipo Bologna 65 12 30 5 10 0,3 20 4 10 Mortadela Italiana 65 12 35 0 3 0,1 0 4 0 Mortadela Bologna 65 12 35 0 3 0,1 0 4 0 Mortadela de Carne de Ave 65 12 30 5 10 0,6 40 4 5 BS = Base seca (1) A somatória de amido máximo e carboidratos totais não deverá ultrapassar 3% ou 10%. (2) CMS = carne mecanicamente separada(espécie animal). (3) Permite-se a adição de proteínas não-cárneas (vegetal e, ou, animal), como proteína agregada. Nas mortadelas Bologna e Italiana, permite-se apenas a adição de proteínas lácteas. Mortadelas Cutter Tripa artificial 21/08/2013 18 Mortadelas • Processamento – Matérias-primas • Carne – Animais jovens ou carne pré-rigor (boa CRA) – Carne congelada • Toucinho – Cubos – Congelado – Papada (↑ ponto de fusão) • Água/Gelo Mortadelas • Processamento – Pré-moagem • Moídos separadamente • Mantidos congelados – Cuterização • Trituração da massa • Formação da emulsão • Temperatura < 16ºC – Ideal < 12ºC 21/08/2013 19 Mortadelas Mortadelas • Processamento – Embutimento • A vácuo • Bexigas ou tripas 21/08/2013 20 Mortadelas • Processamento – Cozimento • Estufa ou imersão • Escalonado • Temperatura interna de 73 a 75ºC – Defumação • Temperatura < 90ºC • Quebra da emulsão Mortadelas • Processamento – Resfriamento • Choque térmico • Banho de aspersão ou imersão por cerca de 5 minutos • Até atingir temperatura ambiente nas peças – Estocagem • Preferencialmente em câmaras frias 21/08/2013 21 Salsichas • Produto cárneo industrializado, obtido da emulsão de carne de uma ou mais espécies de açougue, vísceras e outros miúdos autorizados para o consumo humano, embutido em envoltório natural ou artificial, ou processo de extrusão e submetido a processo térmico adequado • Processos alternativos – Depelagem – Tingimento • Urucum – Defumação Salsichas Tabela. Características de identidade e qualidade de salsichas (Instrução Normativa n o 4 de 31/03/2000) Porcentagem Produtos Cárneos Umid. (máx) Proteína (mín) Gordura (máx) Amido (máx) Carboid. Totais (1) (máx) Cálcio BS (máx) CMS (2) (máx) Prot. não- cárneas (3) (máx) Miúdos (máx) Salsicha 65 12 30 2 7 0,9 60 4 10 Salsicha Viena/Frankfurt 65 12 30 2 7 0,1 0 4 0 Salsicha Tipo Viena/Frankfurt 65 12 35 2 7 0,6 40 4 10 Salsicha de Carne de Ave 65 12 30 2 7 0,6 40 4 10 BS = Base seca (1) A somatória de amido máximo e carboidratos totais não deverá ultrapassar 7%. (2) CMS = carne mecanicamente separada (espécie animal). (3) Permite-se a adição de proteínas não-cárneas (vegetal e, ou, animal), como proteína agregada. Nas salsichas Viena e Frankfurt, permite-se apenas a adição de proteínas lácteas. 21/08/2013 22 Salsichas Urucum Ác. fosfórico 1% Remoção da tripa artificial“Hotdog” Tipo Viena Salsichas • Processamento – Semelhantes ao da mortadela • Seleção de MP • Pré-moagem • Cuterização • Cozimento • Defumação 21/08/2013 23 Salsichas • Processamento – Embutimento • Embutideiras acopladas a equipamentos que torcem e formam os gomos (9 a 12 cm) • Pendura dos gomos em engradados – Choque térmico • Água a temperatura ambiente e depois água gelada por 5 min • Choque térmico muito brusco ⇒ enrugamento dos gomos Salsichas • Processamento – Depelagem • Remoção da tripa artificial – Tingimento • Banho de extrato de urucum • Banho de ácido fosfórico e sal – Fixação da cor 21/08/2013 24 Salsichas • Processamento – Enlatamento • Salmoura • Ascorbato de sódio 0,05% – Evita alteração na cor – Esterilização • Tamanho e formato da lata
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