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Aula 01 - Abate Humanitário

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21/06/2013
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GCA133 –Tecnologia de Carnes e Pescados
Profa. Alcinéia de Lemos Souza Ramos
Abate Humanitário
Definições
� Abate Humanitário
� Conjunto de procedimentos técnicos e científicos que garantem
o bem-estar dos animais desde o embarque na propriedade rural
até a operação de sangria.
� Obrigação ético/moral
� Bem-Estar Animal
� Diz respeito à satisfação e ao sofrimento do animal que irá ser 
submetido ao abate, desde a sua criação até o momento de sua 
morte no abatedouro.
� Como medir a satisfação ou o sofrimento?
� Medindo respostas fisiológicas ao estresse
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Visão da Indústria
� Qualidade da carne
� ↓↓↓↓ mortes
� ↓↓↓↓ contusões, hemorragias, peles rasgadas, ossos quebrados
� Gera perdas de até 6% do valor da carcaça
� ↓↓↓↓ incidência de carnes defeituosas (PSE e DFD)
� ↑↑↑↑ vida de prateleira
� Marketing
� Pressão da opinião pública e legislação
� Selos de garantia de bem-estar
� “Freedom Foods” 
� “Assured British Pig”
Legislação Brasileira
� Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos 
de Origem Animal (RIISPOA)
� Atrasado � não há preceitos de abate humanitário
� Está sendo revisto!!!
� Instrução Normativa No. 3, de 17 de janeiro de 2000, do 
MAPA
� Padronização e modernização das etapas de movimentação, recepção, 
descanso, insensibilização e sangria
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Manejo e Instalações
� Manejo com o mínimo de excitação e desconforto
� Proibido qualquer ato ou uso de instrumentos agressivos à integridade 
física dos animais ou que promova reações de aflição IN3
� Medo é o maior estressor
� Animal demora cerca de 30 minutos para se acalmar
� Animais coagidos são difíceis de manejar
� Tornam-se nervosos e agitados
� Instalações bem delineadas
� Muitos problemas de bem-estar são instalações e equipamentos em 
condições inadequadas
� “Ponto de vista dos animais”Dra. Temple Grandin
� Observação do comportamento animal
� Aplicação no manejo e nas instalações
Manejo e Instalações
� Problemas comuns
� Iluminação
� Os animais tendem a caminhar de um local menos iluminado para outro mais 
iluminado
� Contrastes
� Reflexos ou contrastes farão o animal parar ou refugar
� Movimentos Bruscos
� Associação com predadores
� Barulho Excessivo
� Mais sensíveis ao som do que humanos 
� Ventos e Cheiro
� Cheiros novos farão o animal parar ou refugar
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Manejo e Instalações
InstalaçõesInstalaçõesInstalaçõesInstalações ManejoManejoManejoManejo
� Piso antiderrapante
� Portões em cercas de 
metal tubulares
� Sem arestas
� Caminhões em perfeitas 
condições
� Designs curvilíneos
� Operadores treinados
� Picanas (bastões elétricos)
� Apenas em condições 
extremas
� Aplicação de forma 
adequada
� < 50 V
� Não podem ser aplicados nas 
partes sensíveis dos animais 
Manejo e Instalações
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Transporte
� Evento mais estressante para o animal
� Cuidados no transporte
� Condições do caminhão
� Densidade
� Treinamento do motorista
� Tempo de transporte
� Temperatura ambiente
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Abate
� Insensibilização
� Visa tornar o animal inconsciente de modo que este possa ser 
abatido de forma eficiente, sem lhe causar dor e angústia
� Sangria
� Visa a morte do animal por falência circulatória, antes que este 
retorne à consciência, e a subseqüente remoção de todo sangue 
possível da carcaça
Insensibilização x Sangria
� Conceito antigo
� “Para a obtenção de carnes de qualidade superior, a insensibilização não 
deve levar à destruição do bulbo raquídeo para que o coração e o pulmão 
continuem funcionando com vistas a uma máxima expulsão de sangue 
da carcaça na etapa de sangria.”
� Sangria eficiente
� Venesecção dos grandes vasos do pescoço
� Realizada em até 3 minutos
� Por tempo suficiente (3 minutos)
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Insensibilização
� Métodos Abolidos
� Marretada
� Extremamente cruel
� Choupeamento ou enervação
� Corte da medula espinhal
� Permitido apenas para búfalos
� Arma de fogo
� Permitido apenas para eutanásia
Insensibilização
� Métodos permitidos
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Insensibilização
� Concussão cerebral
� Conduzido por dardo cativo
� Penetrante x Não penetrante
� Local de aplicação
� Adequado
� Por espécie
Pino de Disparo
Gatilho
Cartucho de Explosão
Dardo
Insensibilização
� Concussão cerebral
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Insensibilização
� Eletronarcose
� Passagem de corrente elétrica pelo cérebro
� Despolarização dos neurônios
� Estado de epilepsia
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Insensibilização
� Eletronarcose
� Animais caem com as patas posteriores flexionadas
� Fase Tônica cerca de 10 segundos
� Corpo tenso e rígido (tônico), o pescoço fica contraído, os olhos fechados 
e não há respiração rítmica
� Fase de Repouso variável, quase ausente
� Corpo relaxado e retorno da respiração rítmica
� Fase Clônica cerca de 30 segundos
� Movimentos involuntário de coices ou pedalar e o globo ocular se mexe 
para cima e para baixo
� Retorno da consciência
� Cerca de 40 a 60 segundos
Insensibilização
� Eletronarcose
� Corrente mínima
� Suínos 
� Entre as orelhas = 0,41 A
� Na nuca = 1,25 A
� Ovinos = 0,50 A 
� Coelhos = 140 mA
� Bezerros = 1,0 A
� Bovinos adultos = 3,0 A
� Frango = 105 mA
� Peru = 150 mA
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Insensibilização
� Eletronarcose
� Corrente x Resistência
� Lei de Ohm (V=R.I)
� Suínos e ovinos
� Insensibilizadores com sensor de ajuste automático da corrente
� Aves
� Banhos c/ sistemas de corrente constante
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Insensibilização
� Eletronarcose
� Suínos e Ovinos
� Local de aplicação
Cabeça – cabeça Cabeça – dorso Cabeça - costela
Inconsciência Inconsciência
Parada cardíaca
Inconsciência
Parada cardíaca
Fraturas ósseas
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Insensibilização
� Atmosfera controlada
� Insensibilização ou morte por anoxia
� CO2
� Vantagens
� Narcótico, natural e denso
� Desvantagem
� Irritante em alta concentração
� Não causa inconsciência instantânea
� Mistura de gases
� Sistemas de rápida inconsciência
� 90% Ar + 8% N2 + 2% O2
� 30% CO2 + 60% Ar + 8% N2 + 2% O2
� Aplicado em aves
Insensibilização
� Atmosfera Controlada
� Sistemas
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Insensibilização
� Abates Religiosos
� Sem insensibilização
� Degola
� Judaíco – Kosher
� Islâmico – Halal
� Decaptação
� Siquismo na Índia - Jhatka
Sangria
� MORTE
� Remoção do sangue
� ± 60%
� Porquê?
� Microbiológico
� Sensorial
� Deve ser feita o mais rápido possível após a insensibilização
� Máx. 60 segundos
� 5 a 10 segundos
� Ideal
� ↓ Salpicamento
� ↓ PSE
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Peixes
Os peixes podem sentir dor?
� As estruturas do cérebro que transmitem a dor em outros 
vertebrados também são encontradas em peixes.
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Opinião pública sobre a sensciência
dos peixes
� Entrevista no município de Araucária-PR
� 357 pessoas entrevistadas
� 87% acreditam que os peixes sentem dor
� As pessoas separam os peixes dos outros animais
� Programas de TV
� Caça de animais terrestres: animais perseguidos e abatidos
� Peixes se debatendo com uma anzol na boca
� Não causam mal-estar nos nos telespectadores?
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Insensibilização
� Objetivos da insensibilização:
� Redução de emoções como o medo e a dor durante o processo
de abate.
� Métodos de insensibilização
� Aplicação de CO2
� Atordoamento elétrico (choque)
� Golpe letal na cabeça
� Choque térmico (termonarcose)
� Secção da medula
� Remoção da água (morte por asfixia)
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Insensibilização
� Métodos causadores de menos sofrimento
� Atordoamento elétrico (choque)
� Golpe letal na cabeça insensibilização + rápida
� Secção da medula
� Morte por choque térmico
� Asfixia
� Não são aceitáveis (bem-estar)
� Causam sofrimento intenso e prolongado
� Substituição do choque térmico pelo choque elétrico
� Brasil: construção de protótipo para atordoamento elétrico
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Para Saber Mais!
� GOMIDE, Lúcio Alberto de 
Miranda; RAMOS, Eduardo 
Mendes; FONTES, Paulo Rogério. 
Tecnologia de abate e 
tipificação de carcaças. Viçosa, 
MG: Editora UFV, 2006. 370 p.
� Número de Chamada: 664.9029 
GOM tec
Material Didático
�Editora UFV
� De R$25,00 por R$20,00

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