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PEF 2303 ESTRUTURAS DE CONCRETO e Introdução à Segurança Estrutural l Comportamento Básico dos Materiais 1.1.Elástico linear 1 .2. Visco-elástico 1.3.Elasto-plástico Comportamento dos Materiais 2. 1 . Concreto 2 .2 . AÇO 2.3. Concreto Armado Comportamento das estruturas 3.1 . Comportamento elástico linear 3.2. Comportamento não-linear 3.3. Redistribuição de esforços devido a acomodação plástica 3.4. Colapso da estrutura Métodos de Verificação da segurança 4.1 . Método das Tensões Admissíveis 4.2. Método da Ruptura ou do Coeficiente de Segurança Externo 4.3. Métodos Probabilísticos 4.4. Método Semi-probabílístico 4.5. Valores Característicos e Valores de Cálculo. Ações e Resistências 4.6. Consideração da Simultaneidade de Ações Variáveis no Valor de Cálculo das Ações 2 3 4 PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 18 Introdução à $çgurança estrutural 1) Diagrama tensão-deformação (a - 8) Figura l.l 1 . 1 . Comoortamento elástico linear 0' E - (módulo de deformação) 8 Material elástico Material elástico linear Figura l.l.l O material sujeito a uma solicitação a apresenta uma deformação c. Quando esta deformação se anula ao se retirar a solicitação que a provocou, diz-se que o material é elástico. Se o diagrama (a * 8) for linear tem-se o material elástico linear. 1 .2. Comportamento visco çlásliçQ Quando a deformação do material elástico linear é afetada pela permanência da carga, tem-se o comportamento visco-elástico. PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 19 Figura 1.2 A solicitação aplicada no instante to provoca a deformação inicial ou imediata 8. cujo valor aumenta assintoticamente para e«. O acréscimo 8c (o índice c vem de "creep''), é denominado deformação por fluência. Nomialmente, admite-se c. - e. .Q(t,t.) onde Q(t,t.) coeficiente de fluência A deformação total, no instante t, vale c. - c. + 8. - e. + e. .(P(t,t.) c. [] + Q(t,t.)] O concreto apresenta fluência com o coeficiente (p(.o,t.) podendo atingir, valores entre 2 e 3 1 .3. Comoortamento elasto-olástico Quando o material apresenta deformação residual, tem-se o comportamento plástico, isto é, ao se retirar a solicitação, a deformação provocada não se anula. Material elasto-plástico Material elasto-plástico perfeito Figura 1.3 PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 20 No material elasto-plástico linear, quando E -) ao, tem-se o comportamento rígido-plástico. 2) Comportamento dos materiais 2. 1 . Comportamento do concreto Os valores de tensão no concreto são limitados pelas resistências Çt de tração e f.. de compressão. O diagrama (a. * %) do concreto depende da idade do concreto, por causa do seu endurecimento, e da velocidade de carregamento. A âgura apresenta resultados correspondentes à idade do concreto de 28 dias, no instante da aplicação da carga. Em abscissas tem-se deformações de encurtamento (%') e nas ordenadas as tensões de compressão (a.') em valor relativo. As diversas curvas representam diferentes durações de carregamento (t) até a ruptura. Para durações maiores, a tensão última cai assintoticamente para a resistência a longo prazo, da ordem de 80% da de curto prazo Este fenómeno é conhecido como efeito RUSCH T20 t T 100 limite de C fluênc duração do carregamento ./ t= 3/ / \limitede/ fluência (t«)/ / Idade do concreto noinstante daaplicação dacarga-28 diu t: = resistência do concreto no ensaio rápido (curto prazo) Figura 2.1 Em geral, as cargas permanentes nas estruturas são aplicadas rapidamente e mantêm-se constantes ao longo do tempo. Dessa forma, inicia-se um incremento de deformação por causa da fluência do concreto. Se o nível de tensão atingido for superior à resistência a longo prazo, por exemplo, o ponto C na figura, poderá ocorrer ruptura no ponto D sobre a linha conespondente ao limite de ruptura, após certo tempo. Caso contrário, se o nível de tensão for inferior à resistência a longo prazo, por exemplo, o ponto A na figura, não haverá ruptura apesar do aumento (limitado) de deformação devido à fluência. Para idades maiores do concreto no instante da aplicação da carga, tem-se resultados semelhantes, porém, com deformações máximas menores por causa dos coeficientes de fluência que são menores para concretos mais velhos. Na prática, estes diagramas são substituídos por diagramas simpliâcados PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 21 2.2. Comportamento do aço de concreto armado Os aços usuais de dureza natural utilizados no concreto armado apresentam diagramas do tipo ilustrado na figura. cy - deformação de início de escoamento (costuma-se admitir um diagrama simétrico na compressão) $ res{ stêncía de escoamentol Figura 2.2 2.3. ComportamentQdQ ÇQDcreto armado O comportamento do concreto armado pode ser ilustrado através do diagrama momento x curvatura. Em uma seção, a um momento íletor M correspondem deformações 8. e 8s. !!.{!s:.:!1l)g} .u --= ' ' -curvatur,. d r d b As Figura 2.3 Se o comportamento for elástico linear, tem-se, ainda M 1 .. d2y EI r PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 22 resultando um diagrama momento * curvatura linear. O termo (EI) constitui o produto de rigidez à flexão que, neste caso, é constante. No concreto armado, o diagrama momento x curvatura apresenta, esquematicamente, o seguinte andamento com o aumento do momento: 8 Para momentos pequenos, as tensões são, também, pequenas e compatíveis com as resistências do concreto e o comportamento pode ser admitido elástico linear; tem-se o estádio l de solicitação. e Quando o valor da tensão normal máxima de tração se aproxima da resistência à tração (f.t), pode ocorrer ruptura do concreto por tração; porém, a amladura adequadamente dimensionada, juntamente com a parte comprimida da seção de concreto, garantem a capacidade resistente da seção fissurada impedindo a sua ruptura. Tem-se o patamar no diagrama e, nomtalmente, as tensões envolvidas são baixas (compressão no concreto e tração na armadura). B Prosseguindo com o aumento progressivo do momento, tem-se, com boa aproximação, um novo trecho de comportamento elástico linear constituindo o estádio ll de solicitação. e Para tensões no concreto bastante elevadas o diagrama (a. * e.) toma-se, pronunciadamente não linear, acarretando uma resposta não linear até atingir a resistência última da seção. O cálculo do momento último corresponde ao g$!ádiQ..!U de solicitação. Obs.: Nas peças de concreto armado sujeitas a flexão, por exemplo, nas vigas, as seções íissuradas mantêm certo espaçamento entre si. Dessa forma, a vizinhança de cada seção fissurada é constituída de seções relativamente íntegras com o concreto parcialmente tracionado. Como resultado, o diagrama de curvaturas ao longo da peça apresenta picos correspondentes a cada seção üissurada. Pode-se pensar em considerar na região um diagrama de curvatura médio e contínuo levemente reduzido. Tem-se, assim, um certo enrigecimento da seção no estádio ll (linha tracejada no diagrama). MI. "5 /tádio l M. = Momento último M. = Momento de fis suraçao M. Figura 2.4 PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 23 No estádio 111 a ruptura é por compressão com desagregação do concreto. Em seções adequadamente dimensionadas, a ruptura é precedida por um quadro de defomiação que permite detectar a iminência de sua ocorrência. Diz-se que a ruptura é dúctil ou com aviso (quando a ruptura é brusca tem-se a ruptura frágil - "sem aviso"). 3) Comportamento das estruturas 3. 1 . Comportamento (ou resposta) elástico linear A estrutura apresenta comportamento elástico linear quando existe proporcionalidade entre cargas e deslocamentos. Por exemplo, na viga em balanço de seção constante e de material elástico linear, o deslocamento transversal de sua extremidade é dado por a = 13iiiiiiil ' p + l-iiiiiill P = ap + ap Figura 3.1.1 Observa-se que existe proporcionalidade entre cargas e deslocamentos e vale a superposição de efeitos, pois a flecha total pode ser determinada somando-se as flechas provocadas pelas parcelas de carga consideradasindividualmente. 3.2. Comportamento (ou resposta) nãQJinç© Neste caso não existe mais a proporcionalidade entre cargas e deslocamentos, bem como, não vale mais a superposição de efeitos. No exemplo anterior, se o material apresentar comportamento não linear, evidentemente, a resposta será não linear pois o produto de rigidez secante à flexão (EI)s« dependerá do nível de solicitação. Para as flechas isoladas tem-se: ap:l 5'P4 ip ,. - [*L] . , e, para o efeito conjunto PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 24 , : [Jà].-*]*L] , * ,. *,, M / (n). l/r Figura 3.2.1 Neste caso, ocorre a resposta com não linearidade física (devido ao material) Considere-se a barra comprimida da figura, de seção constante e constituída de material de comportamento elástico linear. Figura 3.2.2 O momento fletor junto ao engastamento vale M=H.r+P.a Em geral, é desprezada a parcela (P.a) pois a força normal é relativamente pequena (lembrar que a flecha a é sempre desprezível nas estruturas correntes). Esta simplificação não vale para os pilares que são peças altamente comprimidas. Sabe-se que PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 25 Admita-se, por exemplo, seção quadrada de 40 cm de lado; e = 400cm; E - 2000 kN/cm2 H - 20 kN; P - 800 kN. Tem-se HZ3a; 3EI l onde pn =jil:BI n2EI n2 2000-(40'40 /12) :6580kN Pn =--ãlêr= 4.400a ''''''' 6580 1 M = H.Z+P.a = 20 400+800 1,138 = 8000+911= 8911kN.cm Observa-se que (P.a) não é mais desprezível pois representa, neste caso, 1 1,4% a mais de momento. Se as cargas forem dobradas, H - 40 kN e P - 1600 kN, tem-se: a ; 2,643 cm ; M - 20228 kN.cm. Dessa forma, com o a carga multiplicada por 2, o momento picou multiplicado por 20228/8911 - 2,27 evidenciando a resposta não linear da estrutura. Neste exemplo, tem-se a resposta com não l neandade geométrica. Nos pilares, deve-se considerar, obrigatoriamente, a !!ãe..!!nçalidade..g 3 .3. Redistribuição de esforços devido a acomodação olástica Em geral, os materiais apresentam certa acomodação plástica até a ruptura, a qual permite uma considerável redistribuição nos esforços solicitantes. Considere-se a viga biengastada de seção constante constituída de material de comportamento não linear com diagrama momento curvatura indicado na âgura. Admita-se que não haja problema de resistência ao cisalhamento 20.400a 3.EI = 1,138cm era] eométricaea!,.!!$iw e PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 26 Para um certo nível de carregamento pi tem-se o diagrama A, onde os momentos nos apoios (ptZ2/12) valem, em valor absoluto, o dobro do meio do vão(piy2/ 24). Aumentando-se a carga, os momentos crescem proporcionalmente, e para o valor particular p2, os momentos nos apoios passam a valer My, e no meio do vão, My / 2 (diagrama B). Figura 3.3 A viga admite, ainda, cargas maiores; os momentos nos apoios permanecem com o valor My, formando uma !tÓ!!1la:plástica, e os de vão terão valores maiores do que My / 2. Para curvatura última suficientemente grande pode-se atingir o diagrama C com a carga p« Para esta carga tem-se o colapso da viga com a igualdade dos momentos de apoio e de vão (M*). Observa-se, assim, uma redistribuição de momentos ao longo da viga por causa da acomodação plástica das seções permitindo sensível aumento da carga aplicada. Esta redistribuição é limitada pela capacidade de rotação da rótula que depende da curvatura última correspondente. 3.4. O colapso de uma estrutura corresponde à perda de sua capacidade portante Pode-se ter colapso dúctil e frágil. E dúctil quando apresenta sinais iminentes de sua ocorrência (colapso com aviso). É o caso de cabo constituído de deixe de aios onde Q colapso se inicia com a ruptura de um Hto e só termina com a ruptura de todos eles, emitindo, dessa forma, sinais de iminência de colapso. Exemplo de colapso frágil é o de um cabo constituído de um ülo apenas, onde o colapso está associado à sua ruptura. 4) A estrutura é considerada segura quando apresenta condições de suportar, sem atingir um ç$!ad!} !i!!!!!ç, as ações mais desfavoráveis ao longo da vida útil da obra em condições adequadas de funcionalidade. De um lado, deve-se ter boa garantia de que não ocorra a ruptura dos materiais e o colapso da estrutura (sslaílex.!i!!!lisa.1lJ!!nw) e, de outro, que sejam PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 27 mantidas as características apropriadas ao bom funcionamento da obra, tais como flecha máxima nas vigas e abertura máxima de fissuras no concreto armado (s$!adia.!i!!!ileg.çls 11111i4açãe). Convém lembrar que o não atendimento aos estados limites de utilização podem inviabilizar o uso da construção; por exemplo, a flecha exagerada em pontes ferroviárias que pode impedir a passagem de trens ou a fissuração com aberturas excessivas em caixas d'água de concreto eliminando a sua estanqueidade. Entende-se por ações todas as causas que provocam tensões. Portanto, constituem ações: cargas (forças aplicadas), vento, temperatura, retração e fluência do concreto, recalques de apoio, etc. O conceito de segurança é qualitativo, de difícil quantificação. Segurança exagerada implica em altos custos, tornando a estrutura antieconâmica. O projeto estrutural deve ser balizado de um lado pela insegurança e de outro pelo desperdício. Os métodos de avaliação da segurança são os seguintes: método da tensão admissível, método da ruptura e método probabilístico. 4. 1 . Método das tensões admissíveis Neste método impõe-se a condição de que a maior tensão de trabalho não ultrapasse a tensão admissível do material (a,d«), que é definida como a resistência (f) do material dividida por um número 'i(coeficiente de segurança interno). Assim, para verificações com tensões normais tem-se f (J $ aadm = O coeâlciente 'i deve considerar, entre vários fatores, a dispersão do valor da resistência f\ por exemplo, o aço deve ter coeâlciente menor ('i - 1,65) do que no concreto ('i - 2), para cobrir a incerteza gerada, nesse material, pela maior dispersão de resultados (a fabricação industrial confere ao aço uma qualidade mais uniforme do que no concreto). Desta forma, o coeficiente maior pode gerar a falsa idéia de que a segurança é maior, quando na realidade, ela mede a insegurança em relação ao comportamento do material O coeficiente de segurança deve medir a distância que separa a situação de utilização, da situação de ruina. Resulta, assim, a idéia de que a carga multiplicada por yi deve levar à mina da estrutura. Esta conclusão seria observada em estruturas de comportamento elástico onde existe proporcionalidade entre as ações e as solicitações correspondentes. Caso contrário, se a estrutura apresentar comportamento não linear, ela seria falsa, gerando insegurança ou desperdício de material. Por exemplo, com resposta não linear, se a tensão ficar multiplicada por 3 quando o carregamento Êor duplicado, a adoção de 'i - 3, pode levar à falsa idéia de que o carregamento poderia ser triplicado quando, na realidade, a sua duplicação poderia ocasionar a ruina da estrutura, gerando insegurança; numa situação contrária, se a tensão ficar duplicada quando o carregamento for triplicado, a adoção de 'i - 2, pode levar à falsa idéia de que o carregamento poderia apenas ser duplicado quando, na realidade, ela poderia ser triplicado, portanto acarretando desperdício de material. PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 28 Os comentários efetuados levam a conclusão de que a quantificação da segurança ülca prqudicada no método das tensões admissíveis 4.2. Método da ruptura ou do coeficiente de segurança externo Consiste em impor um limite para a carga de serviço (F) de modo que a aplicação desta carga multiplicada pelo coeficiente de segurança externo (F. - y..F) acarretaria a ruina da estrutura. Por exemplo, esta ruina poderia ocorrer quando a solicitação majorada numa seção alcançar a sua resistência última. Neste método, a não linearidade física é automaticamente considerada na determinação da resistência da seção através dos diagramas reais (a * 8). Constitui, assim,um método melhorado em relação ao das tensões admissíveis. Continua, porém, a incerteza sobre o nível de segurança, devido à variabilidade das resistências dos materiais; um mesmo coeficiente '. indica níveis diferentes de segurança conforme se trate de aço, concreto, madeira, etc 4.3. Métodos Drobabilísticos A segurança das estruturas é aâetada por uma série de fatores, por exemplo, as variabilidades das ações, das resistências e das deformabilidades; os erros teóricos da análise estrutura; a imprecisão de execução; etc. Tratam-se de fatores aleatórios que através de tratamento estatístico podem ser representados por: valores médios, desvios padrão e valores característicos. Nesta linha de raciocínio, o conceito de coeficiente de segurança pode ser substituído pelo conceito de probabilidade de ruina. Sejam S e R, grandezas que representem a solicitação e a resistência. R pode representar, por exemplo, uma resistência a compressão (fu), um esforço resistente último (N. , M., etc). S pode representar, uma tensão, um esforço solicitante, etc. A ruina ocorre quando a resistência R é alcançada pela solicitação S. A probabilidade p de R igualar S constitui a probabilidade de ruina. Representa-se por P : pÍR É S] Quanto menor a probabilidade de ruina p, ou sqa, quanto maior o nível de segurança, mais cara é a estrutura. Teoricamente, deve-se utilizar o valor de p que compatibilize custo com segurança adequada da obra. Por exemplo, uma probabilidade de ruina p = 10'3 = 1 / 1000 significa que na clonstrução de 1000 obras iguais, pode ocorrer a ruina de uma delas. O custo totaldestas obras é dado por C... = 1 000 . Ct + D onde Ct é custo de uma construção e D, o montante correspondente aos danos provocados pela ruina de uma obra. Portanto. o custo unitário médio vale PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 29 ] C = C. + -iooo ' D : Ci + P 'D C. é tanto maior quanto menor for a probabilidade de ruina p; D é, aproximadamente, constante. A figura mostra esquematicamente a determinação da probabilidade de ruina mais indicada (aquela que leva ao menor custo unitário). Ci+p.D Figura 4.3.1 A aplicação do método probabilístico na verificação de segurança é, praticamente, inviável por ser extremamente complexa. No concreto estrutural adota-se um método híbrido denominado semi-probabilístico. 4.4. Método gemi-Drobabilístico Trata-se de método híbrido onde são introduzidos dados estatísticos e conceitos probabilísticos, na medida do possível. A verificação da segurança consiste, basicamente, no seguinte procedimento: a) As ações e as resistências são consideradas através dos seus valores característicos, Fk e Ék, respectivamente, os quais apresentam 5% de probabilidade de serem ultrapassados para o lado desfavorável e os valores das ações Fk são alterados pelo multiplicador 'r (em geral, de majoração) gerando os chamados valores de cálculo Fó = 'r.Fk (ou, simplesmente, ações de cálculo) com a finalidade de reduzir bastante a probabilidade de serem ultrapassados; a aplicação destas ações de cálculo ao modelo estrutural permitem obter as solicitações em valor de cálculo, Sd (ou, simplesmente, solicitações de cálculo); e os valores das resistências, Êk, são alterados pelo divisor '« (em geral, de redução) gerando os chamados valores de cálculo fd - Sk / '« (ou, simplesmente, resistências de cálculo) com a finalidade de reduzir bastante a probabilidade de serem ultrapassados; a utilização destas resistências de cálculo nos modelos teóricos, permitem determinar os esforços resistentes em valor de cálculo, Rd (ou, simplesmente, esforços resistentes de cálculo): PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 30 b) a condição de segurança é atendida quando Sd É Rú Os valores 'r e y« são chamados coeficientes de ponderação, das ações e das resistências, respectivamente. Estes coeficientes levam em consideração os diversos fatores que afetam a segurança estrutural. O quadro seguinte lista estes fatores. Pode-se notar a influência destes fatores na segurança das estruturas Com relação ao fator (2) convém observar que a combinação simples de ações de naturezas diversas é muito pessimista, pois a probabilidade de ocorrência simultânea dessas ações, com seus valores máximos, é muito menor do que a de cada uma delas individualmente. Assim, costuma-se reduzir os efeitos quando da combinação dessas ações. O fator (lO) procura considerar, por exemplo, a influência de ambientes extremamente agressivos, as condições particularmente adversas de concretagem, etc Existe indefinição com relação às influências dos fatores (8), (9), (10); se em R ou, em S. De qualquer forma, são consideradas através dos coeficientes de ponderação '. chamados de coeHlcientes de comportamento. O coeficiente 'f pode ser desmembrada no produto de três termos 7r ' 'n . 'n . 'ís que levam em consideração os diversos fatores conforme se indica na tabela Nos cálculos usuais, admite-se a hipótese de estruturas de resposta elástico linear, onde existe proporcionalidade entre ações e solicitações. Dessa forma, pode-se determinar as solicitações de cálculo, multiplicando-se por 'r as solicitações determinadas com as ações características. 4.5. Valores característicos e valores de cálculo. Ações e resistências Ações e resistências constituem variáveis aleatórias Fatores aue aüetam a segurança afetam l -variabilidade das ações F 2 - simultaneidade das ações F 3 - erros teóricos da análise estrutural SeR yía e'ym 4 - imprecisões de cálculo SeR yn e '-- 5 - imprecisões de execução (geometria) SeR yí3 e'ym 6 - variabilidade das deÊormabilidades S 'yn e'ym 7 - variabilidade das resistências R Y« 8 - capacidade de redistribuição e aviso Y« 9 - responsabilidade de maior vulto Y« 1 0 - condições particularmente adversas PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 31 a) :Açõu Normalmente, considera-se a intensidade das ações correspondentes ao valor característico superior, Fk:.p, que apresenta 5% de probabilidade de ser ultrapassado. Costuma-se indicar a ação em valor característico por Fk. densidade de probabilidade distribuição ilonilal carga (F) Figura 4.5.1 O valor de cálculo das ações é definido por Fü = 'í . Fk Normalmente, as ações são constituídas pelas cargas permanentes (g) provenientes do peso próprio; pelas cargas variáveis ou acidentais (q) correspondentes às cargas úteis e ao vento; e por (8) correspondentes a deformações impostas, retração, fluência e temperatura. Em edifícios, adotam-se e para verificações de estados limites últimos ('rfg - 'Jti ' ] ,4); ('. - 1 ,2) de modo que Fd = 1,4 Fd: + 1,4 Fqk + 1,2 Fck e para verificações de estados limites de utilização ('fg - l e yrq - 0,7); ('. - 1) de modo que Fó= Fgk+ 0,7 Fqk+ F.k b) Resistências Normalmente, considera-se a resistência correspondente ao valor característico inferior, Ên.r, que apresenta 5% de probabilidade de ser ultrapassado (de ser menor). Costuma-se indicar a resistência em valor característico por Êk. PEF 2303 Introdução à Segurança Estrutural 32 probabilidade Figura 4.5.2 O valor de cálculo das resistências é definido por fd ' ek / Yr Adotam-se os seguintes va 8 estados limites últimos: 7. - 1,4 para o concreto; fcd - fck / 1,4 y; = 1,1 5 para as armaduras de concreto; fva = fvk / 1,15 e estados limites de utilização: 'y. = 1; '; = 1 (os estados limites de utilização são verificados com as tensões de serviço). 4.6. . Quando existirem ações variáveis de naturezas diferentes com pouca probabilidade de ocorrência simultânea, com Fqki 2 Fqk2 2 Fqk3 ... , adotam-se as seguintes ações de cálculo (combinação de ações): e para verificações de estados limites últimos: Fd = 1,4 Fü. + 1,4IFqki+ 0,8(Fqk2 + Fqk3 + ...)]+ 1,2 F.k para verificações de estados limites de utilização em ediHicio F.i = F.k + 0,7 [Fakt+ 0,8(Fak2 + F.k3 + ...)] + F.k lores nas verificaçõesr e Se
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