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Aula 4 - Inovacao e uma proposta nacional?

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AULA 4 
INOVAÇÃO ABERTA E 
REDES 
COLABORATIVAS 
PARA INOVAÇÃO 
INTRODUÇÃO 
Você já observou que um casamento, quando selado, tem 
alianças? Isso significa que há um compromisso entre eles, que 
tem objetivos em comum. Nesta etapa, vamos observar que as 
empresas fazem alianças estratégicas para conseguir crescer e 
alcançar alguns objetivos. Também existem espaços para a 
criação, como as incubadoras e os parques tecnológicos. Isso 
porque as organizações, assim como as empresas, precisam viver 
em sociedade, com trocas de informação e conteúdo. 
Nesta etapa, vamos estudar os seguintes temas: 
1. Alianças estratégicas; 
2. Espaços de criação: parques tecnológicos e incubadoras; 3. 
Será que sozinho é possível? 
4. A inovação é uma proposta nacional? 
5. A propriedade intelectual e os direitos sobre uma ideia. 
TEMA 1 – ALIANÇAS ESTRATÉGICAS 
O mercado exige de modo acelerado produtos baratos, com 
qualidade, tecnologia e inovação. O mercado é muito dinâmico e 
cada vez fica mais difícil para uma empresa conseguir resolver 
todas essas demandas totalmente sozinha. A globalização e a 
internacionalização das empresas abriram portas para uma nova 
realidade, que são as alianças estratégicas, que foram muito 
difundidas nos últimos anos, proporcionando expansões 
internacionais, porém, para terem sucesso, elas devem estar 
previstas no planejamento estratégico da empresa (Nascimento; 
Labiak Junior, 2011) 
As alianças estratégicas são parcerias entre duas ou mais 
empresas que unem esforços para alcançar uma atividade em 
comum, como a inovação que exige um projeto para investimento 
financeiro com a mobilização de recursos. As alianças estratégicas 
são uma alternativa para as empresas desenvolverem inovação 
com baixo custo, redução de riscos financeiros, agilidade de tempo 
para lançar os novos produtos no mercado. 
Segundo Hoskisson et al. (2009), as alianças facilitam o 
compartilhamento de riscos e recursos para entrar em outros 
mercados internacionais, sendo uma estratégia que permite as 
empresas menores atuarem como players no mercado globalizado. 
2 
Carstens e Fonseca (2019) citam como um exemplo de aliança 
estratégica que se a empresa está pensando em agregar valor ao 
produto por meio da inovação da geolocalização, é necessário ter 
know-how de tecnologia. Se a empresa não possui esse 
conhecimento, ela deve buscar parcerias, alianças com empresas 
que tenham esse domínio. Por outro lado, a empresa que está 
oferecendo o conhecimento tecnológico também será beneficiada, 
pois está abrindo seu mercado por meio da tecnologia. Segundo os 
autores, o conhecimento e a tecnologia são as principais 
contribuições nesse processo de parceria. 
Eiriz (2001, citado por Nascimento; Labiak Junior, 2011) descreve 
que a predominância de cooperação pode ocorrer em diversas 
áreas, como na comercial, na técnica (produção) ou mesmo na 
financeira, desmembrando alguns tipos de alianças conforme 
demonstrado no Quadro 1: 
Quadro 1 – Tipos de alianças estratégicas 
Predomínio de Cooperação 
 
▪Grupo de exportadores 
Comercial 
▪Acordo de distribuição 
▪Acordo de representação 
▪Central de compras 
▪Franquia 
▪Assistência comercial 
▪Formação e/ou assistência técnica 
 
Técnico ou de produção 
Saiba mais 
Know-how: palavra de origem inglesa que se refere a capacidade 
de uma empresa ou pessoa saber fazer uma tarefa, ter 
conhecimento técnico e prático, ter experiência.Várias são as possibilidades para a criação de uma aliança 
estratégica.
▪Subcontratação 
▪Acordo de produção conjunta 
▪Acordo de P&D 
▪Licenciamento de patentes 
▪Aquisição de empresa 
 
Financeiro 
▪Participação minoritária em empresa 
▪Joint Venture 
▪Fusão 
 
Fonte: Nascimento; Labiak Junior, 2011, p. 46 
Tipos de alianças estratégicas 
 
3 
1.1 Joint ventures 
As joint ventures são uma das possibilidades de aliança 
estratégicas, uma parceria temporária, ou não, entre duas 
empresas normalmente com nacionalidades diferentes para 
alcançar um objetivo específico, combinando recursos e 
potencializando resultado. A joint venture normalmente é 
estabelecida por meio de uma nova entidade jurídica independente 
das duas anteriores e pode ser o montada em outro país com 
ativos independentes (Fleury; Fleury 2000). As joint ventures 
possibilitam a transferência de cultura entre as empresas 
participantes. As parcerias por meio de joint venture são mais 
seguras que fazer aquisições, visto que as empresas fazem 
acordos para alcançar um mercado específico em outro local. 
Saiba mais 
Veículos elétricos – um exemplo de joint venture 
As empresas Honda Motor CO. e Hitachi Automotive Systems 
anunciaram em fevereiro de 2017 a criação de uma joint venture 
que tem como foco a fabricação e a criação de veículos elétricos, 
em um projeto na cidade japonesa Ibaraki que envolve o 
investimento de ¥ 5 bilhões de Iens (equivalente a cerca de US$ 45 
milhões de dólares). 
Fonte: Carstens; Fonseca, 2019. 
1.2 Desafios das parcerias 
As parcerias e as alianças apresentam desafios, e nem tudo são 
flores nesse processo de compartilhamento de ideias, de 
conhecimento, de know-how, de dinheiro... Conflitos de interesses 
podem surgir quando as empresas atuam no mesmo segmento, 
correndo o risco de acesso a informações estratégicas e dados 
confidenciais. Os conflitos ocorrem quando há uma busca por 
resultados diferentes e processo desigual de troca de informação. 
Esse é um dos principais motivos de desequilíbrio e de rompimento 
da parceria (Carstens; Fonseca, 2019). 
A parceria deve acontecer de modo equilibrado, com 
comprometimento de ambas as partes. A Fábula da parceria do 
porco e da galinha é um exemplo de envolvimento e 
comprometimento. Conta a história que um fazendeiro propôs a um 
porco e a uma galinha um desafio para cada um fazer um café da 
manhã diferente de ovos com bacon. Ambos estavam motivados 
com o desafio. 
4 
Entretanto, com o tempo, o porco percebeu que a galinha colocava 
os ovos somente sem envolvimento, sem nenhum 
comprometimento, enquanto ele tinha que ceder uma parte de si 
cada vez para entregar o bacon, ou seja, ele tinha 
comprometimento. 
empresas, em uma relação na qual todos ganham, ninguém perde. 
Essa relação tem que ser mais gratificante do que tentar inovar, 
resolver o problema de modo isolado. A parceria tem que oferecer 
confiança, baixo risco, alta capacitação, gerenciamento estratégico 
do marketing e uma determinação específica do objetivo que se 
pretende alcançar. 
TEMA 2 – ESPAÇOS DE CRIAÇÃO: PARQUES 
TECNOLÓGICOS E INCUBADORAS 
Observamos que são extremamente necessárias a inovação e as 
parcerias para o crescimento e a manutenção da empresa. 
Entretanto, fica a pergunta: como descobrir e estabelecer as 
parcerias? Uma possibilidade são os parques tecnológicos e as 
incubadoras tecnológicas, que são espaços organizados para 
fomentar apoio às pequenas e médias empresas na inovação, 
normalmente vinculadas a instituições acadêmicas, ou a alguma 
iniciativa do poder público para fomentar a inovação e as parcerias. 
Os parques tecnológicos são espaços geográficos que concentram 
empresas, instituições de ensino, centros de pesquisas e podem 
contar com o apoio e a parceria de programas governamentais que 
atuam de modo colaborativo para promover a inovação na área 
tecnológica. O objetivo é aumentar a competitividade das empresas 
envolvidas, por meio da troca de conhecimento e de tecnologia, 
com a criação de um ambiente de alta qualidade para atividade de 
pesquisa (Decicino, S.d.). 
Um dos exemplos mais conhecidos de polos de desenvolvimento é 
o Vale do Silício, na Califórnia (EUA), por ser lá que surgiram 
empresas inovadoras como a Apple, Facebook, Google, Netflix, 
entre outras. Entretanto, o Brasil também 
5 
conta com diversos parques tecnológicos. Desde 1990 o país tem 
investido na formação desses espaços para aumentar a 
competitividade dos produtos nacionais no mercado mundial. 
Atualmente, há 28 parques tecnológicos na regiãoSul do Brasil, 19 
no Sudeste, 7 no Nordeste, 3 no Centro-Oeste e 1 na região Norte, 
segundo informações do Ministério da Ciência, Inovação e 
Tecnologia (Conheça..., 2021). Dentre eles destacam-se (Henrie, 
2020): o Parque Tecnológico do Porto Digital, em Recife; Parque 
Tecnológico de San Pedro Valley, em Belo Horizonte; Parque 
Tecnológico do Rio de Janeiro; Parque Tecnológico do Vale da 
Eletrônica Santana do Sapucaí (MG); Parque Tecnológico de São 
José dos Campos; Parque Tecnológico Sapiens, Florianópolis. 
Dentro da realidade brasileira, destaca-se a empresa Embraer, que 
surgiu em 1969, reconhecida internacionalmente, fruto da parceria 
do governo brasileiro com o Instituto Tecnológico da Aeronáutica 
(ITA), com o objetivo de implementar uma indústria aeronáutica no 
país (Embraer, S.d.). Atualmente a empresa está na bolsa de 
valores, é uma potência e uma referência mundial no setor. 
2.1 Incubadoras tecnológicas 
O conceito conhecido de incubadora é o das maternidades, que 
têm como objetivo manter o recém-nascido vivo, até ele criar força 
e resistência para conseguir sobreviver fora da incubadora. No 
contexto empresarial, o propósito é simular como uma incubadora 
Saiba mais 
A Fábula do porco e da galinha é um clássico utilizado nas aulas 
de administração, demonstrando a importância do 
comprometimento para o sucesso da organização.As alianças e as parcerias devem ter comprometimento de ambas 
as
empresarial acolhe, estimula, fortalece e prepara as pequenas 
empresas para que elas possam crescer e se desenvolver. É um 
espaço dentro da empresa, da Universidade, ou mesmo do parque 
tecnológico que permite a criação de incubadas, oferecendo o 
suporte tecnológico, o conhecimento, o know-how, permitindo a 
empresa criar estrutura própria para depois poder ganhar 
autonomia sozinha no mercado. 
Uma iniciativa empresarial que surgiu incubada têm grandes 
chances de expansão e crescimento, visto que se utilizou de toda a 
experiência da empresa acolhedora (Incubadora..., 2017). Carstens 
e Fonseca (2019) explicam que surge um novo termo com 
aderência ao conceito incubadora, porém ligado à economia 
criativa: as aceleradoras, que atuam de modo similar as 
incubadoras, porém com foco no crescimento rápido, por meio da 
identificação de oportunidades no mercado, conhecidas como 
startups. 
As termo startup significa começar algo novo. Segundo Kolbe 
(2021), as startups são empresas em fase inicial, possuem 
propostas inovadoras e um 
6 
grande potencial de crescimento, conhecidos por utilizar tecnologia 
e o meio digital para suas operações. 
Airbnb, que revolucionou a forma como as pessoas se hospedam e 
vivem suas experiências quando viajam, e a Dropbox, que mudou a 
maneira de armazenar dados. No Brasil, destacam-se as empresas 
Nubank, Guia bolso, Quinto Andar, Loggi, entre outras (Startups..., 
2022). 
TEMA 3 – SERÁ QUE SOZINHO É POSSÍVEL? 
Aristóteles (384 – 322 a.C.) dizia que “O homem é por natureza um 
animal social”. Pesquisas sociológica realizadas com bebês 
mostram que, quando não há interação social, o bebê morre. Triste, 
mas é verdade! No contexto empresarial não é diferente. As 
empresas necessitam das outras para sobreviver em amplas 
dimensões: desenvolver parcerias de inovação, fornecedores de 
matéria-prima, transporte, mão de obra, divulgação, em suma, as 
empresas, assim como os seres humanos, são ambientes abertos 
e sociais, precisam de interação. 
No contexto sociológico, a cooperação é uma forma de interação 
social, na qual diferentes grupos, pessoas ou comunidades 
trabalham para alcançar um objetivo em comum (Oliveira, 2000). 
Segundo Guibert (1996, citado por Nascimento; Labiak Junior, 
2011), a cooperação no contexto organizacional é um conjunto de 
ações complementares estabelecidas por empresas 
interdependente, objetivando ganhos partilhados ou individuais, 
que envolve três aspectos importantes: complementaridade, 
interdependência e partilha de resultados. 
Segundo os autores, a interdependência demonstra o grau de 
confiança e de comprometimento na qualidade da relação 
interpessoal e interorganizacional. Parcerias para alcançar 
objetivos em comum dependem de motivação e interesse, que 
demanda recursos, objetos, tempo, dinheiro, entre outros, que 
justifique a existência da relação. Em suma, é necessário confiança 
no parceiro, pois dele depende parte dos recursos. 
Saiba mais 
Startups são empresas orientadas para a execução de ideias 
disruptivas, escaláveis, em um cenário de muita incerteza. Ao 
assumir riscos, elas também apresentam grandes chances de 
mudança para o mercado (8 Exemplos..., 2022). 
Dentre as startups famosas que passaram por aceleradoras, 
destaca-se a 
7 
As empresas com êxito e sucesso no mercado trabalham em 
cooperação com outras. Segundo Nascimento e Labiak Junior 
(2011), existem riscos em entrar em um processo de cooperação, 
pois a empresa, ao atuar em coletividade, perde o total domínio da 
situação, entretanto é necessário para produzir projetos. 
Segundo Le Cardinal et al. (citados por Nascimento; Labiak, 2011), 
vários são os motivos que impedem uma empresa de produzir um 
projeto sozinho: 
• Necessidade quantitativa: é necessário mais pessoas para 
atuar no projeto; 
• Necessidade qualitativa: falta know-how para desenvolver o 
projeto; 
• Necessidade legal: por uma questão de legislação é 
necessário a 
participação de mais atores sociais; 
• Necessidade de informação, fornecimento de materiais ou 
energia: 
parcerias comerciais, com expectativa de retorno financeiro; 
• Necessidade psicológica: apoio para avançar com o projeto 
Suprir a necessidade tem por objetivo reduzir a chance de 
fracasso que traria sérias consequências e prejuízos para a 
organização. A busca por parcerias empresariais nem sempre 
diz respeito à necessidade de outras empresas para alcançar 
seus objetivos; muitas vezes busca-se a cooperação para 
facilitar e trazer conforto na realização do seu projeto 
(Nascimento; Labiak Junior, 2011), que se caracteriza por 
compartilhamento de esforços; realização mais rápida de 
projetos, com melhor qualidade e precisão. 
Segundo Eiriz (2001, citado por Nascimento; Labiak Junior, 
2011, p. 44), algumas características de cooperação trazem 
para a empresa uma importância de dimensão estratégica: 
• Pode ser resultado de um conjunto coerente de decisões; 
• Desenvolvimento de vantagens competitivas sustentáveis; 
• Causa impacto organizacional a longo prazo; 
• Afeta decisões operacionais; 
• Envolve níveis hierárquicos; 
• Envolve todas as atividades da organização. 
Lembrando da frase atribuída a Aristóteles “uma andorinha só 
não faz verão” (Torres, 2009), as empresas também precisam 
da troca de outros atores sociais para crescer e se 
desenvolver. As empresas são organizações vivas, dinâmicas, 
que se adaptam ao meio e às necessidades para sobreviver. 
8 
TEMA 4 – INOVAÇÃO É UMA PROPOSTA NACIONAL? 
Observamos que trabalhar de modo colaborativo é fundamental ao 
processo de crescimento e transformação. O trabalho colaborativo 
para a inovação se diferencia de um país para o outro, conforme 
sua realidade. Observa- se que o desenvolvimento do país 
estimula e permite mais parcerias inovadoras. Assim, quanto mais 
desenvolvido e melhor o sistema educacional, maior é a tendência 
é que o sistema nacional seja inovador. 
Segundo Lundvall (2010, p. 2, citado por Carstens; Fonseca, 2019), 
um Sistema Nacional de Inovação (SNI) é definido como 
“elementos e a relação entre estes elementos que interagem na 
produção, difusão e uso de conhecimentos novos e 
economicamente uteis”. Um sistema que busca a inovação envolve 
os mais diversos atores sociais, como a indústria, os órgãos de 
pesquisa, as incubadoras, os órgãos governamentais e os 
financiadores, entre outros. Todos estão envolvidos com um 
objetivo em comum, participando de um projeto coletivo, cada qual 
com a sua parcela de contribuição, por meio de novas tecnologias, 
trocas de informação,regulação; em suma, há uma busca de algo 
em comum, com um trajeto que favorece o desenvolvimento 
nacional e que atenda à necessidade do mercado. 
Um sistema de inovação favorece a troca de informações, a troca 
de aprendizado e a troca de novas tecnologias e os atores sociais 
envolvidos. Segundo Carstens e Fonseca (2019), a realidade de 
inovação dos países emergentes se diferencia dos países já 
desenvolvidos, por exemplo, no Brasil (bem como em países 
subdesenvolvidos) o SNI é pouco eficiente se comparado com 
países desenvolvidos, como na Alemanha que tem um processo de 
inovação maduro e estruturado, com a participação de muitas 
organizações e parcerias do poder público, entre outros atores que 
buscam oportunidade para inovar. 
A capacidade de inovação no Brasil é baixa, com fraco 
desempenho. O país depende muito da tecnologia da estrangeira. 
O Brasil é conhecido por ser um país que produz em volume, 
porém com baixa capacidade de inovação tecnológica. Se 
olharmos para a indústria brasileira, observamos que o país recebe 
indústrias multinacionais que aqui se instalam para utilizar a mão 
de obra. Produzir no Brasil ainda é barato se comparado com os 
países desenvolvidos. Pela extensão territorial e pelo número de 
habitantes, o Brasil tem pouca representatividade com indústrias 
referências no mercado internacional – uma das 
9 
empresas de destaques é a Embraer. Essa realidade é 
consequência de uma educação de baixa qualidade, pouco voltada 
para a inovação e para o desenvolvimento tecnológico. 
Saiba mais 
Inovação no Brasil 
Segundo pesquisa da CNI, um a cada três empresários acredita 
que a indústria brasileira precisará dar um salto de inovação nos 
próximos cinco anos para garantir a sustentabilidade dos negócios 
em curto e longo prazos. Para 31%, o grau de inovação da 
indústria será alto ou muito alto nos próximos cinco anos, 
principalmente por necessidade. 
A pesquisa também mostra que 83% das indústrias precisarão de 
mais inovação para crescer ou mesmo sobreviver no mundo pós-
pandemia, sobretudo em sua linha de produção. E apesar das 
startups terem deslanchado em 2020, ainda tem muito mercado 
para crescer, pois 90% das indústrias grandes e médias brasileiras 
NUNCA trabalharam com uma startup. 
Ao longo dos anos os governos não deram prioridade para 
políticas, investimentos e o consequente desenvolvimento da 
ciência, tecnologia e inovação no Brasil. Retrato dessa realidade é 
que ocupamos apenas o 62o lugar no Índice Global de Inovação no 
ranking que abrange 131 países, posição incompatível com o fato 
de sermos a 9a principal economia do mundo. 
Os dez mais bem colocados do índice são: Suíça, Suécia, Estados 
Unidos, Reino Unido, Holanda, Dinamarca, Finlândia, Singapura, 
Alemanha e Coreia do Sul. Os países da OCDE investem em 
média 2% do PIB em P&D. Já os países considerados mais 
inovadores vão bem além. A Coreia do Sul destina 4,3% do PIB, 
Israel – 4,2% e o Japão – 3,4%. 
Países competitivos no cenário global têm indústria forte e 
elegeram a inovação como estratégia de desenvolvimento. É isso 
que o Brasil precisa! Essas nações priorizam investimentos em 
ciência, tecnologia e inovação e apostam fortemente em políticas 
com visão de futuro a fim de fortalecer a qualidade da educação e 
o sistema de financiamento e fomento à inovação. 
Como tornar a inovação uma realidade 
“Um ponto importantíssimo para que a indústria possa investir mais 
é a aprovação de marcos legais que tragam segurança jurídica 
para atrair investidores para o Brasil”, diz Gianna Sagazio, diretora 
de Inovação da CNI. 
10 
Outro fator essencial para o aumento dos investimentos é o 
descontingenciamento do Fundo Nacional de Desenvolvimento 
Científico e Tecnológico (FNDCT), principal ferramenta de 
financiamento à inovação do país. Em 2020, pouco mais de 10% 
dos R$ 680 milhões, apenas 13% dos R$ 6,8 bilhões previstos no 
orçamento para essa área foram liberados pelo governo federal. O 
Projeto de Lei Complementar (PLP) n. 135/2020, que impede a 
retenção de verbas destinadas ao fundo, foi aprovado pelo 
Congresso Nacional em dezembro, mas o principal ponto que trata 
do descontingenciamento dos recursos do Fundo foi vetado pelo 
presidente. Esperamos que o Congresso Nacional derrube o veto. 
“É preciso agir com rapidez, pois diante do ambiente de crescente 
competição internacional, a inovação será um grande diferencial 
com peso, cada vez maior, para o desenvolvimento de um país. 
Fortalecer a indústria e priorizar a inovação serão peças-chave 
para o crescimento e o desenvolvimento do Brasil”, completa 
Gianna 
Fonte: Inovação..., 2021. 
TEMA 5 – PROPRIEDADE INTELECTUAL E DIREITOS 
SOBRE UMA IDEIA 
A criação e o desenvolvimento de uma ideia dão ao responsável o 
direito de obter recompensa pela própria criação por um 
determinado período. O direito à propriedade intelectual é a forma 
pela qual as empresas protegem suas inovações, resguardando-se 
em caso plágio ou uso indevido ou não autorizado de tal 
propriedade (O papel..., 2020). 
A propriedade intelectual é a área do direito que garante aos 
inventores ou responsáveis, por meio de leis, o direito por qualquer 
produção do intelecto – seja nos domínios industrial, científico, 
literário ou artístico (Se tem empreendedorismo..., 2015). O 
objetivo da proteção intelectual é guardar o know- how da empresa. 
Segundo a Organização Mundial de Propriedade Intelectual 
(OMPI), o dispositivo da propriedade intelectual se divide em duas 
categorias (Se tem empreendedorismo..., 2015): 
• Propriedade Industrial que inclui as patentes (invenções), 
marcas, desenho industrial, indicação geográfica e proteção de 
cultivares; 
11 
• Direitos Autorais que abrangem trabalhos literário e artísticos, e 
cultura imaterial como romances, poemas, peças, filmes, música, 
desenhos, símbolos, imagens, esculturas, programas de 
computador, internet, entre outros. 
Segundo Carstens e Fonseca (2019, p.230), são três os objetivos 
da proteção intelectual: 
• Proteção jurídica do esforço inovativo dispendido para a 
criação de um bem ou serviço proveniente de uma ideia 
inovadora; 
• Monopólio provisório, normalmente de 20 anos, para a 
utilização da inovação, com legitimação para o criador 
explorar exclusivamente a invenção durante esse lapso 
temporal; 
• Garantia de retorno financeiro pelo trabalho de criação com 
base em uma ideia, o que estimula a atividade de pesquisa no 
sentido de prosseguir as buscas de mais inovações, acirrando 
o combate e estimulando a competitividade. 
No Brasil a Constituição Federal, em seu art. 5o, inciso XXIX, 
informa que a lei garantirá “aos autores de inventos industriais 
privilégio temporário para a sua utilização, bem como proteção 
e criações industriais, à propriedade de marcas, aos nomes de 
empresas e a outros signos distintivos, tendo em vista o 
interesse social e o desenvolvimento tecnológico e econômico 
do país” (Brasil, 1988). 
A defesa da propriedade criativa permite ao criador a 
obtenção de patentes garantida no Brasil pela Lei da 
Propriedade Industrial (LPI), a Lei n. 9.279, de 14 de maio de 
1996 (Brasil, 1996). Os avanços da tecnologia e da inovação 
demonstram que a lei necessita de atualização, pois a 
propriedade intelectual e relevante para a inovação do país. 
Para registrar uma marca, uma ideia, o primeiro passo é 
realizar um cadastro no Instituto Nacional da Propriedade 
Industrial (INPI, 2019), que é um órgão do governo vinculado 
ao Ministério da Economia. O registro de uma ideia, de uma 
marca, nome comercial, produtos, cores ou serviços pode ser 
realizado no Brasil com validade em outros países, conforme 
o Protocolo de Madri. 
Saiba mais 
INPI – Instituto Nacional de Propriedade Industrial. Protocolo de 
Madri. INPI, 8 jul. 2019. Disponível em: <https://www.gov.br/inpi/pt- 
br/servicos/marcas/protocolo-de-madri>. Acesso em: 13 out. 2022. 
12 
Saiba mais 
Protocolo de Madri 
Basicamente, é um processo que garante a proteção de empresasem territórios internacionais e que pode ser realizado tanto 
individualmente com o Estado de interesse, quanto em diversos 
países por meio do Protocolo de Madri. 
Também chamado de Sistema de Madrid, esse tratado 
internacional tem base legal e determina que uma empresa não 
precisa mais registrar sua marca em cada um dos países para 
onde exporta seus produtos e serviços. 
A adesão ao Protocolo de Madri também permite, desde 2019, que 
as empresas brasileiras façam o registro internacional de suas 
marcas, com a contrapartida de que as marcas estrangeiras aqui 
registradas gerem renda e tributos no País. 
No total, 120 países fazem parte do acordo, incluindo potências 
como Estados Unidos e China. Além disso, os países que 
assinaram o tratado representam 80% da economia mundial, o que 
significa que ótimas mudanças para cenário de exportação local 
podem acontecer. 
Fonte: Registro..., 2021. 
5.1 Registros e patentes tecnológicas 
Quando você é proprietário de um imóvel ou um bem, você tem 
uma nota fiscal, um registro em cartório certificando que você é o 
proprietário legal. O processo é similar ao que se refere uma ideia, 
uma patente. O que difere é o processo para a obtenção deste 
registro, que exige a observação e os registros das etapas legais 
que evidenciam que houve um processo de criação e inovação 
(Carstens; Fonseca, 2019). O registro ocorre mediante a obtenção 
da carta patente do INPI, que é liberado com base na 
demonstração de múltiplos registros que demonstrem e 
comprovem como surgiu o processo de inovação, sem essas 
evidencias o registro se torna inviável. 
Após a análise, o INPI oficializa publicamente quem é o proprietário 
da ideia. De modo geral, o proprietário da ideia é o detentor 
exclusivo por 20 anos de uso e reprodução de seu bem e fica 
resguardado conforme as proteções legais outorgadas pelo Estado. 
Segundo Tidd e Bessant (2015, citado por Carstens; Fonseca 
2019), alguns elementos validam a natureza jurídica da inovação: 
13 
• Novidade: o primeiro que registrar a inovação fica com a 
patente, mesmo que não tenha sido o primeiro a criar; 
• Etapa inventiva: a inovação pode ser uma das etapas de um 
processo produtivo, da forma de produzir; 
• Matéria patenteável: certificar-se que a inovação pertence a 
categoria que pode ser patenteado, em alguns países 
programas e matérias primas não podem ser patenteados. 
• Divulgação clara e completa: deixar registrado publicamente 
a inovação. 
Se você tem uma grande ideia, ou já fez alguma inovação, 
seguem algumas dicas para fazer o registro junto ao INOI. 
Saiba mais 
Guia básico para registrar uma patente – Instituto Nacional da 
Propriedade Industrial 
1. Entenda: ter a patente de um produto significa ter o direito de 
impedir terceiros de produzir, usar, colocar à venda, vender ou 
importar, sem o seu consentimento. Existem dois tipos de patente: 
a. Patente de Invenção (PI): para novas tecnologias, sejam 
associadas a produto ou a processo, como um novo motor de carro 
ou uma nova forma de fabricar medicamentos; 
b. Patente de Modelo de Utilidade (MU): para novas formas em 
objetos de uso prático, como utensílios e ferramentas, que 
apresentem melhorias no seu uso ou na sua fabricação. 
2. Faça buscas: antes de pedir sua patente verifique se ninguém 
desenvolveu algo parecido com sua invenção ou seu modelo de 
utilidade. O INPI só poderá te dar a patente se ninguém tiver 
inventado antes um produto ou processo idêntico ao seu. 
3. Inicie o pedido: se depois de fazer as buscas você achar que sua 
invenção ou seu modelo de utilidade realmente são diferentes do 
que já existe, então é hora de começar a escrever seu pedido. O 
pedido de patente é composto pelos seguintes documentos: 
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• Evidências. 
4. Pague a GRU: Verificar no site Fonte: INPI, S.d. 
• Relatório descritivo;
• Quadro reivindicatório; 
• Resumo; 
• Desenhos (se for o 
caso);
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