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Check-list de cirurgia segura 2

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Checklist de Cirurgia Segura
Alunos: 
Victor Hugo Alarcon Delboni
Wilton Clayton Falcão de Alencar Júnior
Checklist de Cirurgia Segura
INTRODUÇÃO:
Todo paciente, quando é encaminhado para a realização de um procedimento cirúrgico ou exame invasivo, passa por diversas etapas – tanto durante o pré-operatório quanto durante o intraoperatório – que possuem inúmeros riscos. 
A função do médico e de toda equipe multidisciplinar é a de reduzir esses riscos e, por isso, surgiu O PROTOCOLO DE CIRURGIA SEGURA, criado em 2002 pela OMS e adotado, em 2008, por meio do programa "Cirurgias Seguras Salvam Vidas" pelo Ministério da Saúde do Brasil! 
Para a garantia da segurança do paciente, foi criada uma lista de verificação padronizada, muito conhecida no centro cirúrgico como checklist.
Instituído pela Portaria GM/MS nº 529/2013;
Objetiva contribuir para a qualificação do cuidado em saúde em todos os estabelecimentos de saúde do território nacional;
A Segurança do Paciente é um dos seis atributos da qualidade do cuidado e tem adquirido, em todo o mundo, grande importância para os pacientes, famílias, gestores e profissionais de saúde com a finalidade de oferecer uma assistência segura;
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP):
World Alliance for Patient Safety (Aliança Mundial pela Segurança do Paciente)
A Organização Mundial de Saúde (OMS) demonstrando preocupação com a situação, criou, em 2002, a World Alliance for Patient Safety (Aliança Mundial pela Segurança do Paciente), que tem como objetivos organizar os conceitos e as definições sobre segurança do paciente e propor medidas para reduzir os riscos e diminuir os eventos adversos. 
As ações do PNSP articulam-se com os objetivos da Aliança Mundial e contemplam demais políticas de saúde para somar esforços aos cuidados em redes de atenção à saúde.
Ações importantes, inclusas no programa Cirurgias Seguras Salvam Vidas, aderido em 2008 pelo Ministério da Saúde do Brasil:
Prevenção de infecções do sítio cirúrgico;
Anestesia segura;
Equipes cirúrgicas seguras;
Indicadores da assistência cirúrgica.
Para a verificação desses indicadores, foi criada uma lista de verificação padronizada, muito conhecida no centro cirúrgico como checklist.
LISTA DE VERIFICAÇÃO PADRONIZADA
Antes do inicio da anestesia
Antes da incisão na pele
Antes da saída do paciente da sala de cirurgia
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SIGN IN:
TIME OUT
SIGN OUT:
O checklist possui 3 tempos diferentes:
SIGN IN: antes do início da anestesia
Identificação do paciente e presença de alergias. 
Marcação do sítio cirúrgico (local e lateralidade) 
Assinatura do termo de consentimento. 
Conformidade dos materiais solicitados (anestesia e cirurgia). 
Checar dificuldade de via aérea e risco de aspiração. 
Checar risco de sangramento
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Identificação do paciente:
	Confirmar a identificação do paciente por meio de:
Pulseira;
Da placa à beira leito, se for o caso;
Dos dados de identificação no prontuário;
Confirmação verbal do paciente, se possível.
Quando a confirmação pelo paciente não for possível, como no caso de crianças ou pacientes incapacitados, um tutor ou familiar poderá assumir esta função. 
Termo de consentimento:
Os Termos de Consentimento Informados - cirúrgicos e anestésicos - devem ser assinados pelo paciente ou seu representante legal, após os esclarecimentos feitos por médico membro da equipe cirúrgica, antes do encaminhamento do paciente para o local de realização do procedimento cirúrgico. 
Demarcação de lateralidade ou marcação do sítio cirúrgico: 
A identificação do sítio cirúrgico deverá ser realizada por médico membro da equipe cirúrgica antes do encaminhamento do paciente para o local de realização do procedimento. 
Realizar a demarcação do sítio cirúrgico em casos de lateralidade (direito e esquerdo), de estruturas múltiplas (p. ex. dedos das mãos, membros inferiores, costelas) e de níveis múltiplos (p.ex. coluna vertebral). 
Realizar a demarcação do sítio cirúrgico com o símbolo de um alvo sobre a pele, tala gessada e/ou curativo, se for o caso.
 
Utilizar marcador permanente específico (caneta dermográfica) para a demarcação do sítio cirúrgico. 
Sempre que possível, a identificação deverá ser realizada com o paciente acordado e consciente, que confirmará o local da intervenção. 
O símbolo a ser utilizado deverá ser padronizado pela instituição e deve permanecer visível após preparo da pele e colocação de campos cirúrgicos. Devem-se evitar marcas ambíguas como “x”, podendo ser utilizado, por exemplo, o sinal de alvo para este fim.
Conformidade dos materiais:
O anestesiologista deve confirmar a conclusão da verificação de segurança anestésica.
Antes da indução anestésica, o condutor confirma que um monitor multiparamétrico tenha sido posicionado no paciente e que esteja funcionando corretamente.
Checagem da via aérea, risco de aspiração e alergias:
Deve-se perguntar se o paciente possui uma alergia conhecida. Em caso de alergia, deverá confirmar se o anestesiologista tem conhecimento e se a alergia em questão representa um risco para o paciente. 
Deve-se confirmar verbalmente com o anestesiologista se este avaliou objetivamente se o paciente possui uma via aérea difícil. 
O risco de aspiração também deverá ser levado em consideração como parte da avaliação da via aérea.
Via aérea difícil: classificação de Mallampati 
A classificação de Mallampati se refere a uma forma de avaliar o quão difícil ou fácil pode ser a intubação do paciente.
Checagem do risco de sangramento:
Deve ser perguntado ao anestesiologista se o paciente tem risco de perder mais de meio litro de sangue (> 500 ml) ou mais de 7 ml/kg em crianças durante a cirurgia a fim de assegurar o reconhecimento deste risco e garantir a preparação para essa eventualidade.
TIME OUT: antes da incisão na pele.
Apresentação dos membros da equipe cirúrgica, anestesista e enfermeiros;
Confirmação verbal do nome do paciente, sítio cirúrgico e procedimento a ser realizado;
Confirmação da aplicação de antimicrobianos, quando indicados;
Disponibilidade dos exames de imagem;
Materiais (funcionamento e esterilização)
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Antes da incisão cirúrgica: Pausa Cirúrgica:
A Pausa Cirúrgica é uma pausa momentânea feita pela equipe imediatamente antes da incisão cutânea a fim de confirmar que as várias verificações essenciais para a segurança cirúrgica foram empreendidas e que envolveram toda equipe.
Antes da incisão:
O condutor solicitará que cada pessoa na sala se apresente pelo nome e função. Nas equipes cujos membros já estão familiarizados uns com os outros, o condutor pode apenas confirmar que todos já tenham sido apresentados, mas quando ocorrer a presença de novos membros ou funcionários que tenham se revezado dentro da sala cirúrgica desde o último procedimento, estes devem se apresentar.
Imediatamente antes da incisão cirúrgica, é conduzida uma nova confirmação pela equipe cirúrgica (cirurgião, anestesiologista e equipe de enfermagem) do nome do paciente, do procedimento cirúrgico a ser realizado, do sítio cirúrgico e, quando necessário, do posicionamento do paciente.
O condutor da Lista de Verificação conduz uma rápida discussão com o cirurgião, anestesiologista e enfermagem a respeito de riscos graves e planejamentos operatórios.
O cirurgião deverá informar à equipe quais são as etapas críticas e os possíveis eventos críticos e a perda sanguínea prevista.
O anestesiologista deverá revisar em voz alta o planejamento e as preocupações específicas para ressuscitação cardiopulmonar. Deverá informar também a previsão do uso de sangue, componentes e hemoderivados, além da presença de comorbidades e características do paciente passíveis de complicação, como doença pulmonar ou cardíaca, arritmias, distúrbios hemorrágicos, etc
O instrumentador ou o técnico deverá confirmar verbalmentea realização da esterilização e sua confirmação, verificar se as condições dos equipamentos, bem como infraestrutura tenham sido avaliadas pela enfermagem. 
O condutor perguntará em voz alta se os antimicrobianos profiláticos foram administrados durante os últimos 60 minutos antes da incisão da pele, e o responsável deverá confirmar verbalmente (geralmente o anestesiologista).
O condutor deverá perguntar ao cirurgião se exames de imagem são necessários para a cirurgia. Se sim, deverá confirmar verbalmente que os exames necessários para realização segura do procedimento cirúrgico estão na sala e expostos de maneira adequada para uso durante a cirurgia.
SIGN OUT: antes da saída do paciente da sala de cirurgia
Conferência de materiais utilizados: 
O profissional de enfermagem ou o instrumentador deverá confirmar verbalmente a 
conclusão das contagens finais de compressas e agulhas. Nos casos de cirurgia com 
cavidade aberta, a conclusão da contagem de instrumental também deve ser confirmada. 
Contagem de materiais como gazes, compressas);
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2. Identificação de amostras e materiais coletados 
O profissional de enfermagem deve confirmar a identificação/etiquetagem correta de qualquer amostra patológica obtida durante o procedimento pela leitura em voz alta do nome do paciente, descrição da amostra com indicação anatômica do local de origem da amostra e quaisquer outras indicações orientadoras.
Por exemplo: material anatomopatológico;
Revisando qualquer funcionamento inadequado de equipamentos ou questões que necessitem ser solucionadas;
Verificando o plano de cuidados e as providências quanto à abordagem pós-operatória e da recuperação pós-anestésica antes da remoção do paciente da sala de cirurgia.
ANTIBIOTICOPROFILAXIA CIRÚRGICA
1
	LIMPA – 
CLASSE 1	Procedimentos eletivos em que não há penetração dos trato aéreo, digestivo ou geniturinário. Risco de
infecção 1 a 2%.
EX: cirurgia ortopédica, hérnia abdominal, tireoidectomia.	Não é necessário.
	LIMPA CONTAMINADA OU POTENCIALMENTE CONTAMINADA – 
CLASSE II	Penetração de vísceras contaminadas colonizadas, porém em condições controladas. Cirurgia limpa com uso de prótese. Índice varia de 10 a 15%.
EX: colecistectomia por colelitiase – e não por colecistite-, histerectomia, cesariana, urológica.	Antibiótico profilático de espectro visando patógenos prováveis do sítio operatório. Via venosa. Mantida de 6 a 24 horas.
	CONTAMINADA – 
CLASSE III	Penetra tratos corporais. Inflamação não purulenta já instalada ou extravasamento de conteúdo luminar ou falha de técina asséptica. Risco de infecção varia de 10 a 20%.
EX: apendicectomia, colecistectomia por colecistite.	Aplicação preventiva de antibióticos. Como não há infecção estabelecida, a administração de ATB terapeutico pode ser interrompido mais precocemente.
	INFECTADA OU SUJA – CLASSE IV	Já existem abcessos intracavitários, ou para tratamento de feridas traumáticas com contaminação. Indice maior que 50%.
EX: aprendicite supurada, ruptura de alça intestinal com extravazamento de fezes na cavidade abdominal, tecidos necrosados.	Caráter terapeutico, com cobertura de largo espectro. É prudente coletar material para cultura e antibiograma.
ANTIBIOTICOPROFILAXIA CIRÚRGICA
Realizada entre 30 e 60 minutos antes da incisão cirurgica. A exceção são a fluoroquinolonas e a vancomicina que são administradas 120 minutos antes da incisão.
A maioria dos protocolos de antibioticoprofilaxia utilizam a cefazolina na dosagem entre 1 e 2 gramas para cobrir os patógenos cirurgicos mais comuns: Staphylococcus aureus e Staphylococcus coagulase negativo. Uma nova dose de antibiótico pode ser utilizado em caso de cirurgias com duração igual ou superior a 4 horas.
Em caso de cirurgias abdominais, trato biliar e cardíacas, se administram uma cefalosporina juntamente com metronidazol.
Questões:
1. Em relação ao uso da "Lista de Verificação de Cirurgia Segura", que busca garantir a segurança na realização de procedimentos cirúrgicos, sabemos que a cirurgia é dividida três fases:   
I – antes da indução anestésica (SIGN IN);
II – antes da incisão cirúrgica (TIME OUT);
III – antes do paciente sair da sala de cirurgia (SIGN OUT).
Assinale a alternativa que associa corretamente o passo a ser verificado e sua respectiva fase.
A - Confirmação verbal do sítio cirúrgico e procedimento a ser realizado – fase I.
B - Contagem de gazes e compressas – fase II.
C - Confirmar a aplicação da antibioticoprofilaxia – fase II.
D - Conferir se os exames de imagem estão na sala cirúrgica – fase I.
E - Assinatura do termo de consentimento – fase III.
2. (REVALIDA - UFMT, 2014) Na avaliação pré-anestésica de um paciente que será submetido à anestesia geral, procedeu-se ao exame da cavidade oral com a finalidade de realizar a classificação de Mallampati. No exame, foi possível a identificação apenas do palato mole, fauces e úvula. Isso implica afirmar que o paciente pertence à classe:
A - III.
B - II.
C - I.
D - IV.
3. (REVALIDA - INEP, 2017) Um homem com 48 anos de idade, tabagista crônico e hipertenso, é admitido em um hospital para correção de aneurisma aortoilíaco esquerdo, com a utilização de prótese vascular. Durante a checagem de informações do protocolo de cirurgia segura, a conduta adequada do cirurgião assistente é
A - indicar antibioticoterapia e não profilaxia para minimizar o risco de infecção.
B - indicar antibioticoprofilaxia em cirurgia vascular porque há o uso de prótese.
C - indicar antibioticoprofilaxia em paciente porque há comorbidades.
D - não indicar antibioticoprofilaxia por tratar-se de cirurgia limpa.
4. (Revalida – INEP 2020) Uma paciente com 25 anos de idade foi submetida à ressecção eletiva de segmento de cólon sigmoide de cerca de 10 cm devido à estenose intestinal ocasionada por endometriose pélvica. No pré-operatório, foi realizado apenas preparo de cólon distal com clister glicerinado. Durante a cirurgia, com duração de 4 horas, não houve extravasamento de fezes no momento da abertura colônica e foi realizada anastomose primária com fio inabsorvível monofilamentar. Para esse caso, a antibioticoprofilaxia adequada deve ser feita:
A - no momento da incisão com dose única.
B - no momento da incisão, com repetição da dose a cada 2 a 4 horas e manter por 24 horas após a cirurgia.
C - até uma hora antes da incisão cirúrgica, com repetição da dose a cada 2 a 4 horas e manter por 48 horas após a cirurgia.
D - até uma hora antes da incisão cirúrgica e com repetição da dose a cada 2 ou 4 horas apenas durante o ato operatório.
Obrigado pela atenção! : )
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