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Relações Humanas e Dinâmica de Grupos Graduação em Psicologia Prof.ª: Ma. Marília Oliveira 10ª Aula 08.11.22 11ª Aula 22.11.22 JACOB LEVY MORENO ( )Nasceu em Bucareste (Romênia), no ano de 1889. Quando tinha 5 anos de idade sua família se mudou para Viena Moreno foi um Psiquiatra romeno, de origem judaica, que estudou Medicina em Viena entre os anos de 1909 e 1917. JACOB LEVY MORENO No início da Faculdade de Medicina reunia crianças formando grupos de brincadeiras de improvisação. Depois trabalhou com um grupo de prostitutas, utilizando técnicas grupais. Em 1912, fundou o Teatro Vienense da Espontaneidade, onde começou a formar suas ideias da Psicoterapia de Grupo e do Psicodrama. JACOB LEVY MORENO Ao se abrir a cortina, havia uma coroa numa cadeira de veludo, espaldar alto e dourado, como um trono real. O tema utilizado por ele, era a busca de uma nova ordem de coisas, buscando no público os que tivessem espírito de liderança, sendo o rei por algum momento no qual o júri seria o resto da platéia. O grande ato público de Moreno, foi no Teatro Komödien Haus Quando lançou o "Jornal Vivo", onde as pessoas a partir das notícias de jornais locais realizavam uma dramatização, criou a raiz do Sociodrama. Transformou os atores profissionais fiéis ao seu trabalho em "egos-auxiliares". Assim, Moreno vai desenvolvendo seu trabalho, transformando o Teatro da Espontaneidade em Teatro Terapêutico e este no Psicodrama Terapêutico. Esta teoria de estudo se divide em sociometria, sociodinâmica e a sociatria. Socionomia é composta pelo estudo do grupo e suas relações. Sociometria pretende medir as relações entre os membros do grupo, evidenciando as preferências e evitações presentes nas relações grupais. Moreno desenvolveu o teste sociométrico com objetivo de mensurar e visualizar as relações existentes em um grupo. A sociodinâmica busca entender a dinâmica do grupo. Sociatria trata as relações grupais utilizando três métodos: o Sociodrama, a Psicoterapia de grupo e o famoso Psicodrama. Em 1925 foi morar nos EUA onde desenvolveu e sistematizou suas descobertas: A Socionomia Morre em 14 de Maio de 1974, com 85 anos, pedindo para gravar em sua sepultura: "Aqui jaz aquele que abriu as portas da Psiquiatria à alegria." Psicodrama é uma Psicoterapia de grupo, em que a representação dramática é usada como ferramenta para explorar a Psique Humana e seus vínculos emocionais. Utiliza como pontos básicos de sua teoria o conceito de espontaneidade-criatividade, a teoria dos papéis, a psicoterapia grupal. A ação dramática permite insights profundos por parte do protagonista e do grupo, a respeito do significado dos papéis assumidos. Para Moreno, toda ação é interação por meio de papéis. Fundamentos Teóricos PSICODRAMA É um método de Psicoterapia criado por Jacob Levy Moreno em que privilegia a AÇÃO através da DRAMATIZAÇÃO para que a pessoa desenvolva a sua CRIATIVIDADE e a ESPONTANEIDADE, ou seja, ela aprende a lidar com situações antigas que ela vivenciou ou que vivencia ainda, dando novas respostas a essas situações Indiferenciação Eu-Tu: Como quando o criança precisa que alguém faça algo por ela, porque ela ainda não consegue fazer. Esta é a técnica do duplo. Reconhecimento do Eu-Tu: Como quando a criança se olha no espelho e não se reconhece através da imagem. Esta é a técnica do espelho. Reconhecimento do Eu: É quando ocorre a tomada do papel do outro havendo a inversão de papéis. Esta é a técnica da inversão de papéis. Fases/Técnicas Dramáticas Dividimos o Psicodrama em três etapas: Aquecimento (inespecífico e específico) Dramatização Compartilhamento Metodologia Psicodramática Aquecimento Inespecífico: Iniciadores físicos, mentais, sociais e expressivos. Servem para auxiliar o surgimento do tema emergente do grupo. Aquecimento Específico: Delimitar a forma de trabalho com o tema emergente. Dramatização: Etapa onde o grupo participa terapeuticamente compartilhando seus sentimentos e vivências. Compartilhamento: Etapa indispensável para que as pessoas compartilhem o que foi vivido no grupo. Metodologia Psicodramática Cenário: Espaço onde acontece a produção e nele podem-se representar fatos simples da vida cotidiana, sonhos, delírios, alucinações. Protagonista: O protagonista pode ser um indivíduo, uma dupla ou um grupo. É aquele que no Psicodrama protagoniza seu próprio drama, representando a si mesmo e seus personagens Diretor: É o terapeuta que dirige o grupo ou a cena, orientando a encenação e sugerindo determinados papéis, guiando o protagonista para chegar à cena com espontaneidade. Público: É o grupo terapêutico.. Elementos da Dramatização Psicodrama A busca do Psicodrama é o encontro: o Ser Humano com a sua capacidade de se relacionar com o mundo e com outros Seres Humanos respeitando a si próprio e ao outro. A ação dramática é planejada para que o indivíduo possa refletir sobre os resultados que conseguiu a partir dela e da busca de saídas para as diferentes situações-problema. Afinal como é atribuído a Sócrates: “A vida que não passamos em revista, sem reflexão, não vale a pena viver” Psicodrama Com a visão de que a realidade é encenada e que cenas podem ser mudadas e revisitadas, o indivíduo pode ser capaz de mudar a sua ação no Mundo e as suas relações interpessoais e consigo mesmo. Desse modo, o Psicodrama ajuda a desenvolver a Inteligência Emocional, tornando o indivíduo corresponsável por seu futuro e dos grupos e das organizações em que atua. Ou seja, Ação Possibilidades Reflexão Ação - Reflexão Sociometria Para Moreno, o indivíduo é um ser social que nasce em sociedade, necessita dos outros para sobreviver e é apto para a convivência com as pessoas. Assim o indivíduo é orientado a se avaliar pelas relações sociais que estabelece com as pessoas – se positivas, negativas ou indiferentes. O Mapeamento dos papéis que desempenha e das relações – de afastamento ou de aproximação – que estabelece em relação a cada indivíduo dentro de um átomo social traz à luz os vínculos que ele mantém e facilita identificar os critérios com que estabelece esses vínculos, possibilitando realinhar as suas relações pessoais e profissionais. Como isso é feito? Sociometria Na sessão, é solicitado para desenhar um mapa sociométrico de suas relações no trabalho para que possa entender melhor essa dificuldade, é montado o esquema: A partir desse insight, pode-se realinhar as relações profissionais, afetivas, sociais; Esse desenho é aprofundado com o proposto nos estudos do átomo social. Foram trabalhados a estrutura social, a aproximação e o rechaço das relações e a sua adaptação ao grupo. O foco era COMO se vincula, PARA QUE se vincula desta forma (ganhos na relação) e também foram trabalhadas as características e das individualidades nos elos sociais que foi desenhado. Sociometria EU Átomo Social Átomo Sociais são os grupos a que pertencemos ao exercer diferentes papéis e criar diferentes vínculos – o conjunto de relacionamentos significativos que possuímos em certo papel e momento de vida, que sejamos considerados uma vítima impotente nesse átomo ou quem controla os acontecimentos, no seu interior, ainda somos o centro. Na realidade, não existe eixo, há apenas papéis que se expandem incessantemente e experiências nas quais se fundem forças individuais, sociais e culturais. Atividade: Átomo Social Quem no passado foi uma pessoa importante que me deu uma qualidade que me nutriu e estou usando? Que qualidade é essa? Como poderia se denominar a marca pessoal desta pessoa? Que competências eu quero desenvolver hoje como minha marca pessoal? Matriz de Identidade Matriz são as respostas positivas ou negativas dadas por nós a certas situações que aconteceram em certo momento de nossas vidas, em especial na infância. Foi uma adaptação ativa à realidade, diante de uma “aprendizagem da realidade” para contornar o confronto ou lidar com uma situação difícil. A necessidade de nos adaptar com inteligênciaà situação foi o núcleo dessa resposta. Algumas de nossas dificuldades ocorrem quando agora adultos, transportamos uma “resposta matrizada” a outros acontecimentos em nossas vidas, e esta resposta não satisfaz nem a nós (agente dessa resposta) nem ao mundo que nos cerca. Essa resposta é repleta de emoções advindas do estímulo recebido Objetos Intermediários Ao trabalharmos com grupos organizacionais utilizamos o objeto intermediário, um elemento real que permite a aparição do imaginário por meio do simbólico e facilita, amplia ou modifica a COMUNICAÇÃO entre as pessoas. O cliente, quando fala através dele, diminui o compromisso pessoal com o que é falado e se permite falar do mais íntimo, trazendo para o consciente, com mais falicidade, questões que estavam inconscientes. A expressão “objeto intermediário” foi criada por J. Bermudez há 25 anos. Bermudez queria ajudar pacientes psicóticos crônicos deteriorados de um hospital e com pouco contato externo, a restabelecer a comunicação interrompida pela patologia e longo tempo de hospitalização. Objetos Intermediários A proposta de reestabelecer a relação com eles utilizando o Psicodrama clássico apresentava dificuldades no aquecimento específico verbal. Esta parte foi então substituída por diferentes técnicas e estímulos, focalizando a atenção dos pacientes. Bermudez iniciou com teatro de fantoches manejados por profissionais. As respostas foram surpreendentes, o personagem adquiria um valor que desencadeava uma relação de comunicação (eu/outro/eu). Assim surgiram as máscaras, as pinturas etc. (Bermudez, 2005). Bermudez trabalha o objeto intermediário como uma relação com a comunicação natural, tendo uma elaboração semelhante à vivência de papéis, portanto, sendo visto como representante da estrutura da personalidade. Teoria dos Papéis É a forma que um indivíduo reage a uma situação específica onde outras pessoas e objetos estão envolvidos. Tipos de Papéis Psicossomáticos: Dimensão fisiológica do EU, desempenho das necessidades fisiológicas; Papéis Sociais: Dimensão social do EU, desempenhados em contexto social. Papéis Psicodramáticos: Dimensão Psicológica do EU, desempenhados no contexto Psicodramático MUSEU DE LOUVRE - PARIS AS TÉCNICAS MAIS UTILIZADAS Duplo Espelho Solilóquio Inversão de Papéis Ego Auxiliar Objeto Intermediário Átomo Social AS TÉCNICAS MAIS UTILIZADAS Duplo O indivíduo em certos momentos está no caos, imitando o mais fielmente possível sua postura, gestos, fala, tom de voz e ritmo de respiração, pomo- nos ao seu lado e expressamos, por ele, simultaneamente à ação desenvolvida, sensações, sentimentos e pensamentos que nos parece ele não estar conseguindo perceber ou verbalizar, por pressão ou inibição. AS TÉCNICAS MAIS UTILIZADAS Espelho O indivíduo sai da cena e passa a ser observador da sua representação na cena. Como em um espelho, ele nos vê representar o seu comportamento em cena. Com isso, pode identificar aspectos ou condutas que não está podendo reconhecer como suas. AS TÉCNICAS MAIS UTILIZADAS Solilóquio Durante a dramatização, quando o indivíduo mostra um bloqueio em sua interação com outros personagens, a cena é interrompida, e ele é estimulado a fazer o solilóquio. Falar em voz alta consigo mesmo ou “pensar com seus botões”, de forma amável, sentimentos e pensamentos ocultos que teve realmente naquela situação, ou agora, durante a ação dramática. Essa fala “não é ouvida pelos outros”, não permitindo diálogo. AS TÉCNICAS MAIS UTILIZADAS Inversão de papéis É literalmente se colocar no lugar do outro para poder entendê-lo. Assim, comumente, pedimos que um gerente se coloque no papel de um colaborador para falar dele gerente. Isto amplia sua visão sobre a própria conduta. O objetivo é quebrar o hábito ou estereótipo de ver o conflito sempre do mesmo ponto de vista. Não é “fazer de conta” e sim tentar “ser o outro” com sua postura física e modo de ser. TÉCNICAS OBJETO INTERMEDIÁRIO DESENHO LINHA DA VIDA Desenho da Criança Objetos Intermediários Quem é você nesse desenho? Como você se vê nele? Como é para você ser? Quando, em que momento você está presente no contexto desse desenho? Linha da Vida DRAMATIZAÇÃO
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