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4.7 4.8 poros varia linearmente de 60 kPa no topo da camada até zero na base. Usando a aproximação de diferenças finitas da equação unidimensional de adensamento, faça um gráfico da isócrona após o adensamento estar acontecendo durante um período de três anos, e, a partir dessa isócrona, determine o grau médio de adensamento da camada. Uma camada semifechada de argila tem 8 m de espessura, e pode-se admitir que cv = ch. Drenos verticais de areia com 300 mm de diâmetro, espaçados 3 m de centro a centro em um padrão quadrado, serão usados para aumentar a taxa de adensamento da argila sob a tensão vertical aumentada em consequência da construção de uma barragem. Sem drenos de areia, o grau de adensamento na ocasião em que a barragem deve entrar em funcionamento foi calculado como 25%. Que grau de adensamento seria atingido nesse mesmo tempo com os drenos de areia? Uma camada de argila saturada tem 10 m de espessura e borda inferior impermeável; deve ser construída uma barragem acima dela. Determine o tempo exigido para 90% de adensamento da camada de argila. Se forem instalados drenos de areia com 300 mm de diâmetro e espaçados 4 m de centro a centro, em que tempo o mesmo grau total de adensamento seria atingido? Os coeficientes de adensamento nas direções vertical e horizontal são, respectivamente, 9,6 e 14,0 m2/ano. Referências Al-Tabbaa, A. and Wood, D.M. (1987) Some measurements of the permeability of kaolin, Géotech nique, 37(4), 499–503. ASTM D2435 (2011) Standard Test Methods for One-Dimensional Consolidation Properties of Soils Using Incremental Loading, American Society for Testing and Materials, West Conshohocken, PA. Barron, R.A. (1948) Consolidation of fine grained soils by drain wells, Transactions of the ASCE, 113, 718–742. Bjerrum, L. 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McGown, A. and Hughes, F.H. (1981) Practical aspects of the design and installation of deep vertical drains, Géotechnique, 31(1), 3–17. Esse artigo analisa os aspectos práticos relacionados ao uso de drenos verticais, que foram apresentados na Seção 4.10. Para acessar os materiais suplementares desta obra, visite o site da LTC Editora. 1 2 3 4 5 Comportamento do solo sob o esforço de cisalhamento Resultados de aprendizagem Depois de trabalhar com o material deste capítulo, você deverá ser capaz de: Entender de que forma o solo pode ser modelado como um meio contínuo e de que forma seu comportamento mecânico (resistência e deformabilidade) pode ser descrito adequadamente usando modelos (constitutivos) de material elástico e plástico (Seções 5.1–5.3); Entender o método de operação dos equipamentos padronizados de ensaios em laboratório e obter as propriedades de resistência e deformabilidade (rigidez) do solo, a partir desses ensaios, para uso em análises geotécnicas subsequentes (Seção 5.4); Conhecer as diferentes características de resistência de solos grossos e finos e obter os parâmetros do material a fim de modelá-los (Seções 5.5, 5.6 e 5.8); Entender o conceito de estado crítico e seu importante papel na associação da resistência ao comportamento volumétrico no solo (Seção 5.7); Usar correlações empíricas simples para estimar as propriedades de resistência do solo com base nos resultados dos ensaios de caracterização e identificação dos solos (ver Capítulo 1) e saber como eles podem ser usados para fornecer suporte aos resultados dos ensaios em laboratório (Seção 5.9). 5.1 Uma introdução à mecânica do contínuo Este capítulo aborda a resistência do solo à falha estrutural por cisalhamento, cujo conhecimento é exigido para a análise da estabilidade de massas de solo e, portanto, para o projeto de estruturas geotécnicas. Muitos problemas podem ser tratados pela análise em duas dimensões, ou seja, aquela em que apenas as tensões e os deslocamentos em um único plano precisam ser considerados. Essa simplificação será usada inicialmente neste capítulo, enquanto a estrutura para o comportamento constitutivo do solo for descrita. Normalmente, um elemento de solo no campo ficará sujeito a tensões Figura 5.1 normais totais nas direções vertical (z) e horizontal (x) em consequência do peso próprio do solo e de qualquer carregamento externo aplicado (por exemplo, de uma fundação). Esse último também pode induzir a aplicação de uma tensão de cisalhamento, que adicionalmente age no elemento. As tensões normais totais e as de cisalhamento nas direções x e z de um elemento de solo são apresentadas na Figura 5.1a e têm magnitudes positivas, conforme apresentado; além disso, elas variam ao longo do elemento. As taxas de variação das tensões normais nas direções x e z são ∂σx/∂x e ∂σz/∂z, respectivamente; as das tensões de cisalhamento são ∂τxz/∂x e ∂τxz/∂z. Cada um desses elementos da massa de solo deve estar em equilíbrio estático. Balanceando os momentos em torno do ponto central do elemento e deixando de levar em consideração os termos diferenciais de ordem mais elevada, fica evidente que τxz = τzx. Equilibrando as forças nas direções x e z, são obtidas as seguintes equações: Estado bidimensional (plano) de tensão em um elemento do solo: (a) tensões totais; (b) tensões efetivas. Essas são as equaçõesde equilíbrio em duas dimensões em termos das tensões totais; para solos secos, a força de corpo (ou peso específico) γ = γseco, ao passo que, para um solo saturado, γ = γsat. A Equação 5.1 também pode ser escrita em termos da tensão efetiva. De acordo com o Princípio de Terzaghi Figura 5.2 (Equação 3.1), as forças efetivas de corpo serão γ′ = γ – γw, nas direções x e y, respectivamente. Além disso, se a percolação estiver ocorrendo com gradientes hidráulicos de ix e iz nas direções x e z, haverá forças de corpo adicionais em consequência dessa percolação (ver Seção 3.6) com o valor de ixγw e izγw nas direções x e z, isto é: Os componentes da tensão efetiva estão mostrados na Figura 5.1b. Em consequência do carregamento aplicado, pontos no interior da massa de solo serão deslocados em relação aos eixos e entre si, conforme mostrado na Figura 5.2. Se os componentes dos deslocamentos nas direções x e z forem denominados como u e w, respectivamente, então, as deformações normais nessas direções (εx e εz, respectivamente) serão dadas por e a deformação por cisalhamento será dada por Estado de deformação bidimensional induzido em um elemento de solo em consequência das tensões mostradas na Figura 5.1. No entanto, essas deformações específicas não são independentes; elas devem ser compatíveis umas com as outras para que a massa de solo como um todo permaneça contínua. Essa exigência leva ao seguinte relacionamento, conhecido como equação de compatibilidade em duas dimensões: A solução rigorosa de um problema específico exige que as equações de equilíbrio e de compatibilidade sejam satisfeitas para as condições de contorno determinadas (isto é, condições de cargas aplicadas e de deslocamentos conhecidos) em todos os pontos no interior de uma massa de solo; também é exigido um relacionamento apropriado tensão-deformação específica para ligar as duas equações. As Equações 5.1–5.3, sendo independentes das propriedades dos materiais, podem ser aplicadas a solos com qualquer relação tensão-deformação específica (o que também é denominado um modelo constitutivo). Em geral, os solos não são homogêneos, exibem anisotropia (isto é, apresentam diferentes valores para uma determinada propriedade em direções diferentes) e têm relacionamentos tensão-deformação específica não lineares, que dependem da história das tensões (ver Seção 4.2) e da trajetória particular de tensões percorrida. Isso pode tornar difícil a solução. Na análise, portanto, é empregada uma idealização apropriada da relação tensão-deformação específica a fim de simplificar os cálculos. Uma idealização desse tipo é mostrada pelas linhas pontilhadas na Figura 5.3a, na qual é admitido o comportamento elástico (isto é, a Lei de Hooke) entre O e Y′ (o ponto de escoamento assumido), seguido pela deformação plástica (ou fluxo plástico) ilimitada Y′P sob o efeito de tensão constante. Essa idealização, que é mostrada isoladamente na Figura 5.3b, é conhecida como o modelo elástico–perfeitamente plástico de comportamento do material. Se houver interesse apenas na condição de ruptura (fratura do solo) de um problema prático, então, a fase elástica pode ser omitida, podendo-se usar o modelo rígido–perfeitamente plástico, mostrado na Figura 5.3c. Uma terceira idealização é o modelo elástico com endurecimento por deformação plástica, mostrado na Figura 5.3d, no qual a deformação plástica além do ponto de escoamento necessita de aumento adicional de Figura 5.3 tensões, isto é, o solo endurece ou se torna mais resistente ao se deformar. Se ocorressem descarga e recarga após o escoamento no modelo de endurecimento por deformação plástica, conforme mostra a linha pontilhada Y″U na Figura 5.3d, haveria um novo ponto de escoamento Y″ em um nível de tensão mais alto do que o do Y′. Um aumento na tensão de escoamento é uma característica do endurecimento por deformação plástica. Ele não acontece no caso de um comportamento perfeitamente plástico (isto é, sem endurecimento), em que a tensão em Y″ é igual àquela em Y′, conforme mostram as Figuras 5.3b e 5.3c. Uma idealização adicional é o modelo plástico com amolecimento por deformação elástica, representado por OY ′P′ na Figura 5.3d, em que a deformação plástica além do ponto de escoamento é acompanhada por um decréscimo de tensões ou amolecimento do material. (a) Relação tensão–deformação típica para solo; (b) modelo elástico– perfeitamente plástico; (c) modelo rígido–perfeitamente plástico; e (d) modelos elásticos com endurecimento por deformação plástica e com amolecimento por deformação plástica. Na teoria da plasticidade (Hill, 1950; Calladine, 2000), são levadas em consideração as características de escoamento, endurecimento e fluxo; elas são descritas por uma função de escoamento, uma lei de endurecimento e uma regra de fluxo, respectivamente. A função de escoamento é escrita em termos de componentes de tensões ou de tensões principais e define o ponto de escoamento como uma função das tensões efetivas atuais e da história de tensões. O critério de Mohr–Coulomb, que será descrito na Seção 5.3, é uma função de escoamento possível (simples), se for admitido o comportamento perfeitamente plástico. A lei de endurecimento representa a relação entre o aumento da tensão de escoamento e os componentes de deformação plástica correspondentes, isto é, definindo o gradiente de Y′P ou Y′P′ na Figura 5.3d. A regra de fluxo especifica as dimensões relativas (isto é, não absolutas) dos componentes da deformação plástica durante o escoamento sob um estado particular de tensão. O restante deste livro tratará de modelos simples de material elástico–perfeitamente plástico de solo, de acordo com o que mostra a Figura 5.3b, na qual o comportamento elástico é isotrópico (Seção 5.2) e o comportamento plástico é definido pelo critério de Mohr–Coulomb (Seção 5.3). 5.2 Modelos simples de elasticidade do solo Elasticidade linear A região inicial do comportamento do solo, antes de seu colapso plástico (escoamento), pode ser modelada usando um modelo constitutivo elástico. O modelo mais simples é o de elasticidade linear (isotrópico), no qual a deformação por cisalhamento é diretamente proporcional à tensão de cisalhamento aplicada. Tal modelo é mostrado pelas partes iniciais dos relacionamentos tensão–deformação na Figura 5.3 (a, b, d), em que o relacionamento é uma linha reta, cujo gradiente é o módulo de elasticidade transversal, G, isto é, Para um elemento geral de solo bidimensional (2D), de acordo com o que mostram as Figuras 5.1 e 5.2, o carregamento pode não ser causado apenas por uma tensão de cisalhamento aplicada τxz, mas também pelos componentes de tensão normal σx e σz. Para um modelo constitutivo linearmente elástico, o relacionamento entre a tensão e a deformação é dado pela Lei de Hooke, na qual em que E é o Módulo de Young (ou Módulo de Elasticidade Longitudinal; = tensão normal/deformação normal), e ν é o coeficiente de Poisson do solo. Enquanto o solo permanecer elástico, a determinação da sua resposta (deformação específica) às tensões aplicadas exigirá apenas o conhecimento de suas propriedades elásticas, definidas por G, E e ν. Para um material isotropicamente elástico (isto é, o comportamento uniforme em todas as direções), pode-se demonstrar, além disso, que as três constantes elásticas do material estão relacionadas por Dessa forma, apenas é necessário conhecer duas das propriedades elásticas; a terceira sempre pode ser encontrada usando a Equação 5.6. Em mecânica dos solos, é preferível usar ν e G como essas duas propriedades. A partir da Equação 5.4, pode ser observado que o solo submetido ao cisalhamento puro é independente das tensões normais e, portanto, não é influenciado pela água dos poros (a água não pode transportar tensões de cisalhamento). Dessa forma, G pode ser medida para solos que estejam completamente drenados (por exemplo, após o adensamento estar concluído) ou sob uma condição não drenada (antes de o adensamento iniciar), com ambos os valores iguais. E, por outro lado,é dependente das tensões normais no solo (Equação 5.5) e, portanto, é influenciada pela água dos poros. Para determinar a resposta sob carregamento imediato e de longa duração, seria necessário conhecer dois valores de E, mas apenas um de G. O coeficiente de Poisson, que é definido como a razão entre as deformações específicas em duas direções perpendiculares sob a ação de carregamento uniaxial (ν = εx/εz sob a ação de cargas σz′ aplicadas, σx′ = 0), Parte 1 - Desenvolvimento de um modelo mecânico para o solo 4 Adensamento Referências Leitura complementar 5 Comportamento do solo sob o esforço de cisalhamento Resultados de aprendizagem 5.1 Uma introdução à mecânica do contínuo 5.2 Modelos simples de elasticidade do solo