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1 CULTURA DO MAMOEIRO Universidade de São Paulo Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” Departamento de Produção Vegetal Prof. Angelo P. Jacomino Fruticultura Tropical e Subtropical Centro de origem: América Dispersão: países tropicais Brasil: 1967 = vírus do mosaico do mamoeiro ou da mancha anelar Usos: fruta, papaína (aplicação industrial: bebidas, alimentos, medicamentos) Estado Produção (t) Participação (%) ES 426.616 38 BA 316.163 28 CE 114.299 10 RN 85.523 7,7 MG 40.342 3,6 PB 26.429 2,4 Total 1.107.761 100 Principais estados brasileiros produtores (2022) País milhões toneladas Índia 5,540 Brasil 1,256 Indonésia 1,168 R. Dominicana 1,156 México 1,134 Nigéria 0,895 Outros (60 países) 2,940 Mundo 14,097 Produção mundial de mamão (2021) FAO http://www.fao.org/faostat/en/#data/QC/visualize (20/out/2023) IBGE https://sidra.ibge.gov.br/ (20/out/2023) 2 PRINCIPAIS DESTINOS DAS EXPORTAÇÕES: México: ~ 100% EUA Guatemala: 70% EUA Malásia: ~ 100% Cingapura Brasil: 70% Europa 5% Am. Latina 5% EUA País mil toneladas México 183 Brasil 50 Guatemala 47 Malásia 19 Principais Países Exportadores (2021) Fonte: FAO, 2023 https://www.papayabrasil.com.br/palestras/Bruno_BRAPEX.pdf Bruno Rosa Pessoti, Papaya Brasil, 2022 https://www.papayabrasil.com.br/palestras/Bruno_BRAPEX.pdf 3 CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA Família Caricaeae Gêneros: Carica (23 espécies) Jaracatia (6 espécies) Jarilla (1 espécie) Cylicomorpha (2 espécies) Espécie: Carica papaya Jaracatia spinosa DESCRIÇÃO DA PLANTA Planta: haste única, até 8 m altura folhas no topo Caule: até 30 cm diâmetro, ereto cicatrizes foliares herbáceo/semi-lenhoso látex suculento Sistema Radicular: raiz pivotante superficial frágil Folhas: 4 DESCRIÇÃO DA PLANTA Caule e Folhas DESCRIÇÃO DA PLANTA Caule e Folhas Folhas: grandes palmatilobadas pecíolo longo 5 DESCRIÇÃO DA PLANTA Caule, Folhas e Flores Mamão grupo Solo DESCRIÇÃO DA PLANTA Fruto e Semente Mamão grupo Formosa Sementes frescas Sementes secas Fruto do tipo Baga unilocular sarcotesta gelatinosa 6 a b c d A B C D A – geralmente uma por folha B- botão fusiforme da flor feminina C- flor aberta D- corte longitudinal de uma flor: a) cálice; b) ovário; c) estilo; d) estigma BIOLOGIA FLORAL DO MAMOEIRO Classificação em até 15 tipos (3 tipos básicos) Flor Feminina Ovário grande 5 estigmas Pedúnculo curto Pétalas livres até a base Flor pentâmera: 5 pétalas 5 sépalas 5 carpelos A- pequenos rácimos axilares. B- flor fechada. C- for aberta. D- corte longitudinal de uma flor: a) estigma; b) antera; c) ovário; d) cálice. BIOLOGIA FLORAL DO MAMOEIRO A B C D a b c d Flor Hermafrodita (perfeita ou elongata) Ovário alongado (flor elongata) 5 estigmas 2 séries de 5 estames 5 carpelos Pétalas parcialmente presas 7 A- em forma de rácimos axilares de longos pedúnculos B- flor fechada. C-flor aberta, gamopétala. D- corte longitudinal de uma flor: a) cálice; b) pistilo rudimentar; c) anteras. BIOLOGIA FLORAL DO MAMOEIRO a b c A B C D Flor Masculina ou Estaminada Não possui ovário Não possui estigma Tubo da corola estreito e longo Pétalas presas 2 séries de 5 estames BIOLOGIA FLORAL DO MAMOEIRO Flor Masculina ou Estaminada 8 Semelhante à flor feminina (externamente) Possui 5 estames presos na parede do ovário Origina frutos com “sulcos” – Fruto Pentândrico BIOLOGIA FLORAL DO MAMOEIRO Flor Hermafrodita Pentândrica carpeloidia ovocarpismo Flores anormais (diversos tipos) 2 a 10 estames 5 a 10 carpelos Fusão de estames com pétalas e/ou ovário (carpeloidia) Frutos deformados BIOLOGIA FLORAL DO MAMOEIRO Flor Hermafrodita “intermediária” 9 BIOLOGIA FLORAL DO MAMOEIRO Flor Hermafrodita “intermediária” Flor Feminina Flor Hermafrodita (perfeita ou elongata) Flor Hermafrodita Pentândrica Flor Masculina ou Estaminada Mamão “redondo” Mamão com “sulcos” Mamão “carpeloide” Mamão “alongado” Não produz frutos PLANTA FLOR GENÓTIPO Ginóicas (feminina) ........... Só feminina ................................ mm Andróicas (masculinas) .... Variável para “hermafrodita” .... M1m Hermafrodita ....................... Variável para “feminina” ..........M2m BIOLOGIA FLORAL DO MAMOEIRO M2 m M2 M2M2 M2m m M2m mm Progênie: 1/3 = feminina 2/3 = hermafrodita 10 GRUPO SOLO Mamão papaya ou Havaí Frutos 0,3 a 0,4 kg, 50 t/ha Precoce (8-9 meses) Boa coloração e sabor Mercado interno e externo • Sunrise solo 72-12 • Baixinho de Santa Amália • Grampola • Golden • Gran-golden • Golden THB • Aliança Rb 0014 GRUPO FORMOSA Híbridos de Sunrise com outras variedades Sementes de alto custo Boa coloração e sabor Frutos com 0,9 a 2kg, mais de 100 t/ha Mercado interno (e externo) •Tainung •Calimosa •Rubi Variedades cultivadas no Brasil CLIMA E SOLO Não tolera geada e ventos fortes Temperatura: 22-33ºC Precipitação: 2.000 mm/ano Altitude (cultivado em regiões a menos de 800 m) Solo areno-argiloso, poroso e profundo, matéria orgânica 11 Colheita dos frutos (hermafroditas) 30 a 40 dias Muda pronta (15 a 20 cm) Transplante Germinação e emergência 10 a 20 dias PRODUÇÃO DE MUDAS Lavar, secar e tratar as sementes com fungicidas 2 a 3 dias Semeadura PRODUÇÃO DE MUDAS 12 SEMEADURA 13 CICLO DE PRODUÇÃO Semeadura Plantio no campo 3 a 4 meses Início Florescimento 2 meses Início Colheita 5 a 6 meses Plantio em linha e em sulco 14 Plantio em covas Irrigação Selecionar uma planta hermafrodita por cova, eliminando as demais com um corte rente ao chão SEXAGEM 15 Grupo Solo 2000 pls/ha 1500 pls/ha ESPAÇAMENTO Grupo Formosa Linhas Simples: 3 x 3 m (1111 pl/ha) Linhas Duplas: 4 x 2,5 x 2,5 m (1250 pl/ha) Exigente em água (crescimento e produção) Consumo de água: até 35 litros / planta / dia (em produção) Sensível ao encharcamento IRRIGAÇÃO 16 NUTRIÇÃO Recomendação de adubação, com base a análise química do solo, do plantio aos 120 dias pós-plantio. Recomendação de adubação, com base a análise química do solo, da floração até os 360 dias pós-plantio. Fonte: Costa (1995) CULTIVO INTERCALAR Aproveitamento das adubações (próximas das fileiras) Plantas anuais no primeiro ano de implantação do pomar Redução das plantas daninhas infestantes Propiciam cobertura e proteção do solo. Ciclagem de nutrientes Mamão-café Mamão-feijão 17 PRODUÇÃO ORGÂNICA CULTIVO INTERCALAR DESBROTA 18 CONTROLE DE PLANTAS DANINHAS Capina manual ou roçadeira (sistema radicular superficial) Herbicidas (altamente sensível) PRAGAS Mosca-das-frutas (Ceratitis capitata) • As larvas da mosca se alimentam da polpa do mamão, tornando flácida a região atacada do fruto. • Controle: armadilhas, 1 armadilha para 3 ha • Nível de controle: 14 machos/armadilha/semana 19 Cigarrinha verde (Empoasca sp) Sugam seiva das folhas mais velhas, normalmente na página inferior do limbo, as quais apresentam manchas amareladas. MARTINS (2003) Ácaro branco (Polyphagotarsonemus latus) “careca” do mamoeiro Ocorrem em folhas jovens, localizadas no ápice da planta 20 Ácaro rajado (Tetranychus urticae) Dilaceram as células do tecido foliar (mesófilo), provocando amarelecimento do limbo foliar, seguido de necrose e, posteriormente perfurações. DOENÇAS Sintomas: amarelecimento, mosaico e deformação no limbo foliar manchas oleosas alongadas nos pecíolos manchas em forma de anéis nos frutos Transmissão: Afídeos Hospedeiros: cucurbitáceas Controle: treinamento de pessoal para reconhecimento produção de mudas criteriosamente erradicação de hospedeiros erradicação de mamoeiros velhos vistoria e erradicações frequentes Vírus do mosaico do mamoeiro ou Vírus da mancha anelar 21 22 Meleira • Década de 80: afetando pomares no Sul da Bahia e no Norte do Espírito Santo (VIDAL et al., 2004). • O vírusda meleira é transmitido mecanicamente, através de ferimentos produzidos por instrumentos perfurantes contaminados (Barbosa et al., 1998). • temperaturas médias mais baixa: aumento na percentagem de plantas sintomáticas, especialmente com necrose nas folhas (Tatagiba et al. ,2002). Sintomas: Nos frutos: escorrimento de látex Meleira 23 Varíola ou pinta preta (Asperisporium caricae) Ocorre nas folhas e nos frutos Folhas: • página superior- manchas necróticas arredondadas, perdo-escuras, circundadas por halo amarelado • página inferior crescimento pulverulento do fungo, de coloração cinza a preto Frutos: inicialmente áreas circulares de aspecto aquoso,com a evolução tornam-se marrons, salientes, com pontuações esbranquiçadas. Não atingem a polpa Controle • práticas culturais •controle químico Sintomas: Varíola ou pinta preta (Asperisporium caricae) 24 Podridão do pé (Phytophtora palmivora) aparece no colo da planta, coalescem, aprodrecem e anelam o caule, podendo haver exsudação gomosa na área lesionada os tecidos parenquimatosos são destruídos, mas os vasculares ficam intactos amarelecimento de folhas, queda prematura de frutos, murcha do topo, tombamento e morte da planta. Controle: • evitar o plantio em solos excessivamente argilosos; • efetuar a rotação de culturas preferêncialmente com gramíneas; • utilizar solo esterilizado para semeadura; • utilizar sementes sadias e tratadas com fungicidas; • evitar ferimentos nas plantas durante os tratos culturais; e • remover as plantas e os frutos doentes do pomar. Sintomas: Podridão do pé (Phytophtora palmivora) Podridão nas raízes e região do colo 25 Sintomas: infecção pode ocorrer em qualquer estádio de desenvolvimento e permanecer quiescente até que os frutos se tornem maduros. As lesões nos frutos são arredondadas e profundas Com a evolução - crescimento róseo disposto em camadas concêntricas, gelatinoso e posteriormente se torna escuro. Controle: escolha da área; evitar o excesso de umidade; práticas culturais; redução do inóculo; controle químico; Resistência genética. Antracnose (Colletrotrichum gloesporioides) Antracnose (Colletrotrichum gloesporioides) 26 Agente causal é uma outra raça de Colletotricum gloeosporioides (Penz) Sacc. Manchas superficiais vermelho-amarronzadas que podem se expandir e aprofundar na polpa. BLEINROHT & SIGRIST (1989) Mancha chocolate (Colletotricum gloeosporioides (Penz) Sacc) (Phoma caricae-papayae, Lasiodiplodia, Phomopsis, Fusarium, Colletotrichum gloeosrioides, Mycosphaerella sp., Alternaria alternata, Stemphylium Iycopersici e Rhizopus stolonifer) Sintomas: Surgem após a colheita na região de corte do pedúnculo, tomando a parte basal do fruto no início do amadurecimento Tornando o tecido negro, rugoso e seco, coberto por uma massa esponjosa de cor acizentada Podridão peduncular Controle: Controle químico 27 PRATEAMENTO Mancha fisiológica: Pequenas pontuações escuras nos frutos Geleificação da polpa: Aspecto de geléia em parte da polpa 28 “SYSTEM APPROACH” Sistema integrado de medidas para diminuição do Risco • Monitorar e controlar moscas das frutas nos pomares • Campo de produção em boas condições de sanidade • Colher frutos nos estádios 0 a 2 • Levar frutos colhidos para casa de embalagem protegida contra isentos • Usar “pallets” telados e lacrados Mamão Grupo FORMOSA COLHEITA E PÓS-COLHEITA Gentileza: Gabriel Bitencourt 29 EMBALAGEM, TRANSPORTE, MANUSEIO EMBALAGEM, TRANSPORTE, MANUSEIO 30 Mamão Grupo SOLO Mamão grupo solo – mercado interno 31 Papayas for exportation 32 Papayas for exportation 33 (47°C) 118ºF 20 minutes (14°C) 57ºF 17 a 20 minutes Fungicide Cold water Tratamento térmico para controle da mosca das frutas Hot water