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ENFERMAGEM NEUROCIRÚRGICA PROFA DRA GISELE HIRANO SAUDE DO ADULTO 2024 CIRURGIA INTRACRANIANA • CAUSAS: • Remoção de tumores • Aliviar a PIC • Remoção de um coágulo de sangue (AVE?) • Controlar Hemorragia (TCE? AVEh?) • Reparação de tecido cerebral ou de vasos sanguíneos lesionados (TCE?) TUMORES CEREBRAIS ANEURISMA CEREBRAL TUMORES CEREBRAIS Qualquer neoplasia que se origina dentro do crânio. Os tumores podem originar-se no cérebro (primários) ou disseminar-se para este a partir de outros órgãos (metastáticos). • graduados com base no grau de malignidade. A classificação e o grau são empregados para prever o resultado do paciente. • muitos tumores cerebrais podem ser de baixo grau ou “benignos”, porém sua localização pode impedir a remoção cirúrgica e provocar edema cerebral, bem como deslocamento das estruturas circunvizinhas. • Etiologia desconhecida, na maioria dos casos TUMORES CEREBRAIS • Neuroepiteliais (aproximadamente 50% dos tumores primários) • Tumores de Nervos Periféricos (cerca de 8% dos tumores cerebrais primários) • Tumores Meníngeos (cerca de 30% dos tumores cerebrais primários) • Linfomas e Tumores Hematopoiéticos (cerca de 3% dos tumores cerebrais primários) • Tumores de Células Germinativas (cerca de 1% dos tumores cerebrais primários) • Tumores Selares (cerca de 7% dos tumores cerebrais primários) • Tumores Metastáticos (cerca de 150.000 novos casos por ano; ocorrem em 20 - 40% dos pacientes com câncer) Imagem de ressonância magnética coronal do glioblastoma multiforme com realce em anel (A), com evidência de efeito expansivo (B). Sinais e sintomas dos tumores cerebrais específicos com base na sua localização. TUMORES CEREBRAIS • DIAGNÓSTICO – Histórico – Sintomatologia – Exames de imagem: TC e RM de crânio – Angiografia por RM TUMORES CEREBRAIS • TRATAMENTO –CIRÚRGICO –RADIOTERAPIA –QUIMIOTERAPIA ANEURISMA CEREBRAL • Enfraquecimento da parede arterial, que provoca um efeito de protrusão ou distensão global do vaso afetado. • Podem ser lesões arteriais congênitas ou degenerativas. • Necessidade de intervenção: quando a protrusão da parede vascular se rompe ou fica suficientemente grande para exercer pressão sobre as estruturas cerebrais circunvizinhas ANEURISMA CEREBRAL MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Muitos são silenciosos Aproximadamente metade dos pacientes apresenta alguns sinais de advertência antes da ruptura de um aneurisma, como: cefaleias, letargia, dor no pescoço, um “ruído na cabeça” e disfunção do nervo craniano óptico, oculomotor ou trigêmeo. Quando há rompimento: queixa de cefaleia insuportável; náuseas, vômitos, déficits neurológicos focais Círculo arterial do cérebro com locais comuns de aneurisma (vista ventral do encéfalo). TIPOS DE ANEURISMAS Escala de Hunt e Hess para a apresentação clínica de aneurismas cerebrais Escala de Hunt e Hess 0 Aneurisma não roto 1 Assintomático, ou discreta cefaleia ou rigidez de nuca 1a Nenhuma reação meníngea, mas com déficit fixo de nervo craniano. 2 Paralisia de nervos cranianos, rigidez de nuca, cefaleia de moderada intensidade. 3 Discreto déficit focal, sonolência ou confusão mental. 4 Torpor, moderada/severa hemiparesia. 5 Coma profundo. Adicionar 1 ponto para doença sistêmica (Hipertensão arterial sistêmica, diabetes mellitus, aterosclerose ou doença pulmonar obstrutiva crônica) ou vasoespasmo angiográfico grave. ANEURISMA CEREBRAL ANEURISMA CEREBRAL DIAGNÓSTICO • Histórico • Exame Físico • TC de crânio • Angiografia cerebral TRATAMENTO • Farmacológico: anti-hipertensivos, emolientes fecais, antipiréticos • Cirúrgico: clampeamento, espiral ( embolização com bobina) https://www.youtube.com/watch?v=Vq2ghPk5i0c ANEURISMA CEREBRAL Angiografia pré-operatória. (A) e pós-operatória (B): clampeamento do aneurisma na porção terminal da artéria carótida interna direita. CIRURGIA INTRACRANIANA Três procedimentos possíveis: A craniotomia A craniectomia A cranioplastia CRANIOTOMIA • Abertura do crânio cirurgicamente para acessar as estruturas intracranianas. • Finalidade: • Remoção de tumores • Aliviar a PIC • Remoção de um coágulo de sangue • Controlar Hemorragia • Reparação de tecido cerebral ou de vasos sanguíneos lesionados. • Obter tecido para o diagnóstico patológico • Reparar uma anormalidade (ex. aneurisma) CIRURGIA INTRACRANIANA ▪ Craniectomia: remoção de uma parte de um osso do crânio. ▪ Descompressiva? ▪ Cranioplastia: reparação do defeito de um osso do crânio (placa de plástico ou de metal) Calota craniana “guardada” no tecido subcutâneo abdominal CIRURGIA INTRACRANIANA • Abordagens – Supratentorial – Infratentorial – Transfenoidal CIRURGIA INTRACRANIANA Supratentorial Infratentorial Transfenoidal Local da Cirurgia Acima do Tentório (prega dupla da duramater que separa o cérebro do cerebelo). Abaixo do tentório, tronco cerebral Região da hipófise – retirada de tumores hipofisários. Incisão Acima da área a ser operada, geralmente posterior a linha do cabelo Na base do pescoço, em torno do lobo occipital Sob o lábio superior para acessar o interior da cavidade nasal ou pelo palato duro Prescrições de Enfermagem Selecionadas • Cabeceira 30-45° em alinhamento neutro; • Posicionar o paciente em decúbito lateral ou dorsal (Evitar manter o paciente do lado em que o tumor foi removido) • Manter a nuca em alinhamento retilíneo; • Evitar a flexão da nuca para prevenir a possível laceração da linha de sutura; • Posicionar de lado de acordo com protocolos Uso de colar cervical. • Manter o tampão nasal no lugar e reforçar quando necessário; • Instruir o paciente a evitar assoar o nariz; • Realizar cuidados orais frequentes; • Manter a cabeceira do leito elevada para promover a drenagem do local da cirurgia. O paciente submetido a Cirurgia Intracraniana Anestesia: Geral Endovenosa. Posicionamento cirúrgico: Inúmeras possibilidades, de acordo com a abordagem que será realizada. Cuidados no pré-operatório • SSVV e avaliação neurológica • Anticonvulsivantes: convulsões no pós operatório = fenitoína (hidantal) • Esteróides: para reduzir o edema cerebral (dexametasona) • Restrição hídrica • Agente Hiperosmótico: reduzir edema (manitol) • Diurético: reduzir edema (furosemida) Cuidados no pré-operatório • Cateter vesical de demora • Administração de pré-anestésico (geralmente não indicada), ver prescrição e protocolos • Antibioticoprofilaxia e preparo do couro cabeludo (tricotomia), devem estar de acordo com o protocolo institucional vigente Cuidados no pós-operatório • UTI (geralmente seguem intubados) • Clínica Cirúrgica (geralmente com oxigenoterapia complementar) • Medicação terapêutica: manitol – (que aumenta a osmolaridade sérica e retira água das áreas do cérebro) e dexametasona (por 24 as 72 horas, com a dosagem reduzida de modo gradual) • O líquido é depois excretado pela diurese osmótica (furosemida) Cuidados no pós-operatório • Hipertermia: o paracetamol é comumente dado para temperaturas acima de 37,5°C • Cefaléia por causa do estiramento e irritação dos nervos no intra-operatório, podendo ser tratados com codeína. • Convulsão: fenitoína ou diazepam (pós craniotomia supratentorial – alto risco de convulsão) • Monitorizar a PIC para identificar/mensurar a Hipertensão Intracraniana (principal complicação) INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM • Atenção ao estado respiratório: queda de SpO2 pode levar à má oxigenação cerebral • Controlar a temperatura: o aumento de temperatura é esperado; administrar antipiréticos, remover cobertores, realizar compressas frias • Melhorar a troca gasosa: mobilizar o paciente para prevenir atelectasias e acúmulo de secreções • Melhorar a auto-imagem: encorajar o paciente a verbalizar seus sentimentos acerca de mudanças na sua aparência • Monitorar e controlar complicações potenciais Complicações em pós operatório de neurocirurgias• diminuição do nível de consciência • vasoespasmo cerebral, • convulsões refratárias • reoperação • hemiparesia • hipertensão intracraniana, • déficits motores, • hematoma subdural recorrente, • hemorragia intraparenquimatosa • náuseas e vômitos, • hipotensão, • desconforto respiratório • infecção do sítio cirúrgico • Diabetes insípido (síndrome da secreção inadequada de hormônio antidiurético produzido pela hipófise) • Convulsões • Lesão de nervos cranianos PRESSÃO INTRACRANIANA 37 A caixa craniana é fixada em tamanho (constrangida pelo crânio) e quase completamente preenchida de líquido não compressível e minimamente compressível por tecido cerebral; consequentemente, qualquer edema ou hematoma, o qual não tenha onde se expandir, aumenta a pressão intracraniana. O fluxo cerebral sanguíneo é proporcional à pressão de perfusão cerebral (PPC), que consiste na diferença entre pressão arterial média (PAM) e pressão intracraniana (PIC) média PRESSÃO INTRACRANIANA 38 Definição: pressão exercida no interior da caixa craniana. • O valor normal em adulto varia entre 5 a 15 mmHg. • É pulsátil e oscila com os ciclos respiratório e cardíaco. • A ocupação total do espaço intracraniano e o contínuo fluxo sanguíneo cerebral determinam a PIC normal, que se expressa na seguinte equação: PIC = Pcérebro + Psangue + Plíquido cefalorraquidiano PPC (Pressão de Perfusão Cerebral) = Pressão arterial média (PAM) - pressão intracraniana (PIC) PIC = 5 a 15 mmHg HIC Hipertensão Intracraniana HIC Hipertensão Intracraniana Aumento do valor normal da PIC; quanto maior for a PIC, maior é a morbidade e mortalidade. • Classificação: – Leve (20 a 29 mmHg) – Moderada (30 a 40 mmHg) – Grave (> 40 mmHg) Aumento da pressão intracraniana (PIC): • Perda da capacidade de manter o equilíbrio da relação: encéfalo, sangue e LCR • Ativação de mecanismo compensatórios: aumento da PAM HIC Hipertensão Intracraniana Sinais e Sintomas • Estado mental alterado, cefaléia, náusea, vômitos, diplopia, visão borrada (papiloedema) e cegueira. • No edema cerebral, podem ser observados sintomas progressivos, incluindo perda de consciência, hipertensão, bradicardia, Irregularidade respiratória(bradipneia), convulsões e herniação cerebral em casos graves (Cushing) HIC Hipertensão Intracraniana Tríade de cushing BRADIPNEIA HIC Hipertensão Intracraniana Herniação • Deslocamento do tecido através de aberturas rígidas. Herniação Caso a PIC se iguale com a PAM, ocorrerá uma interrupção do fluxo sanguíneo cerebral. HERNIAÇÃO HIC Hipertensão Intracraniana • Aumento da PIC • Reduz FSC (fluxo sanguíneo cerebral) e PPC (presssão de perfusão cerebral) • Resulta em aumento de CO2 e redução da O2 • Morte celular Existem três formas de monitorar a PIC: • através do dispositivo intraventricular, • intraparequimatoso, • Subaracnóide, subdural, epidural. HIC Hipertensão Intracraniana Objetivo: • Manter a perfusão cerebral adequada. Terapêutica: • Administração de manitol • Suporte ventilatório • Sedação e analgesia • Craniectomia descompressiva HIC Hipertensão Intracraniana - TRATAMENTO Cateteres intraventriculares: DVE e DVP • São os mais utilizados – localizados dentro das cavidades ventriculares, repletas de LCR, • Sua passagem/colocação é realizada na sala cirúrgica. • Mais confiável para mensuração da PIC. • Permite monitoramento e tratamento simultâneo e imediato da PIC por meio da drenagem intermitente do LCR. • DVExterna: PROVISÓRIO • DVPeritoneal: DEFINITIVO HIC Hipertensão Intracraniana - TRATAMENTO DVP Hidrocefalia congênita ou adquirida DERIVAÇÃO VENTRICULAR EXTERNA DERIVAÇÃO VENTRICULAR EXTERNA (DVE) https://www.youtube.com/watch?v=b47L6r UYeIo&pp=ygUfZGVyaXZhw6fDo28gdmVu dHJpY3VsYXIgZXh0ZXJuYQ%3D%3D DVE – cuidados no pós- operatório cabeceira do leito elevada entre 30 a 45 graus; sistema DVE/PIC em um suporte exclusivo; checagem do sistema a cada 6 horas; zerar o cateter de DVE no conduto auditivo externo, evitando o tracionamento do mesmo; em caso de obstrução não desobstruir e/ou reposicionar; nunca aspirar ou ejetar solução no cateter; não esquecer de abrir o cateter de DVE depois da realização de qualquer procedimento; cuidados no esvaziamento da bolsa coletora da DVE; avaliação do aspecto e volume do débito; realização do curativo. Observar sinais e sintomas de infecção: mudança na coloração normal (incolor, límpido), calafrios, febre, confusão mental, rebaixamento do nível de consciência, alteração pupilar ou leucocitose, déficits motores, cefáleia, rigidez de nuca, vômitos; • Manipular com cuidado o paciente para evitar o tracionamento do cateter. Se houver tração, nunca reposicionar e comunicar imediatamente a equipe de neurocirurgia; DVE – cuidados no pós- operatório • Manter decúbito de 30°; • Inspecionar a região de inserção do cateter na admissão e uma vez por plantão, anotando o aspecto da ferida operatória; • Desprezar a bolsa coletora quando atingir 2/3 de sua capacidade. Ao manipular a via de saída da bolsa, manter técnica asséptica; • Registrar o tempo de permanência do cateter; DVE – cuidados no pós- operatório BRAIN4CARE – MÉTODO NÃO INVASIVO DE MONITORAR A COMPLACÊNCIA CEREBRAL https://youtu.be/IbLZewyoaZY Referências MARTINS, H. S., DAMASCENO, M.C.T., AWADA, S. B. Pronto Socorro: Condutas do Hospital das Clinicas da Faculdade de Medicina da USP, Barueri. Editora Manole, 2007. PETROIANU, A. Urgências Clínicas e Cirúrgicas Rio de Janeiro. Guanabara Koogan, 2002. ANDREOLI, T. E. Cecil de Medicina Interna Básica 5 ed. Rio de Janeiro Gaunabara-Koogan, 2002. LIPPINCOTT, W; WILKINS: tradução Ivan Lourenço Gomes; revisão técnica Ana Cristina Silva de Carvalho: Assistência de Enfermagem nas intervenções clíncias e cirúrgicas; Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008, pág. 79-80. MORTON.P.g; FONTAINE, D. Cuidados Críticos em Enfermagem: Uma Abordagem Holística. Guanabara Koogan; 10ª edição Siqueira, Ellen Maria Pires e Diccini, Solange. Complicações pós-operatórias em neurocirurgia eletiva e não eletiva. Acta Paulista de Enfermagem [online]. 2017, v. 30, n. 1 [Acessado 9 Abril 2022] , pp. 101-108. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/1982-0194201700015>. Epub Jan-Feb 2017. ISSN 1982-0194. https://doi.org/10.1590/1982-0194201700015. Slide 1: ENFERMAGEM NEUROCIRÚRGICA Slide 2: CIRURGIA INTRACRANIANA Slide 3: TUMORES CEREBRAIS ANEURISMA CEREBRAL Slide 4: TUMORES CEREBRAIS Slide 5: TUMORES CEREBRAIS Slide 6 Slide 7 Slide 8: TUMORES CEREBRAIS Slide 9: TUMORES CEREBRAIS Slide 10: ANEURISMA CEREBRAL Slide 11: ANEURISMA CEREBRAL Slide 12 Slide 13: TIPOS DE ANEURISMAS Slide 14: Escala de Hunt e Hess para a apresentação clínica de aneurismas cerebrais Slide 15: ANEURISMA CEREBRAL Slide 16: ANEURISMA CEREBRAL Slide 17: ANEURISMA CEREBRAL Slide 18 Slide 19: CIRURGIA INTRACRANIANA Slide 20: CRANIOTOMIA Slide 21 Slide 22: CIRURGIA INTRACRANIANA Slide 23 Slide 24 Slide 25 Slide 26: CIRURGIA INTRACRANIANA Slide 27 Slide 28: CIRURGIA INTRACRANIANA Slide 29: O paciente submetido a Cirurgia Intracraniana Slide 30 Slide 31: Cuidados no pré-operatório Slide 32: Cuidados no pré-operatório Slide 33: Cuidados no pós-operatório Slide 34: Cuidados no pós-operatório Slide 35: INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM Slide 36: Complicações em pós operatório de neurocirurgias Slide 37: PRESSÃO INTRACRANIANA Slide 38: PRESSÃO INTRACRANIANA Slide 39 Slide 40: HIC Hipertensão Intracraniana Slide 41: HIC Hipertensão Intracraniana Slide 42 Slide 43: HIC Hipertensão Intracraniana Slide 44: HERNIAÇÃO Slide 45: HIC Hipertensão Intracraniana Slide 46 Slide 47 Slide 48 Slide 49: DVP Slide 50: DERIVAÇÃO VENTRICULAR EXTERNA Slide 51: DERIVAÇÃO VENTRICULAR EXTERNA (DVE) Slide 52: DVE – cuidados no pós-operatório Slide 53 Slide 54: DVE – cuidados no pós-operatório Slide 55: BRAIN4CARE – MÉTODO NÃO INVASIVODE MONITORAR A COMPLACÊNCIA CEREBRAL Slide 56: Referências
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