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MICOLOGIA: AULA 13
Malassezia
M. pachydermatis
É uma levedura apenas lipofílica, não é lipodependente (tem predileção pelas
fontes de ácidos graxos, porém não depende disso, pode crescer sem ele)
Pode ser entendido como uma levedura lipofílica, não micelial e saprofítica,
ovóide a elipsóide, com brotamento unipolar que pode ser encontrada no canal
auditivo, nos sacos anais, vagina, reto e pele principalmente de cães, fazendo parte da
micobiota cutânea normal (por algum momento pode exacerbar esse crescimento e
provocar problemas)
Fatores que fazem com que a malassezia se torne um patógeno:
Predisposição do animal - Raças predisponentes de cães, como por exemplo,
aquelas com orelha caída. Circula menos ar, faz um microclima com mais umidade,
maior acumulo de cerumem e probabilidade de desenvolvimento de microorganismo.
Alterações no microambiente e nas defesas do animal
Microambiente da pele pode ser alterado pela:
Excessiva produção de gordura
Alterações na qualidade da gordura
Aumento de umidade
Rachaduras na superfície epidérmica
Doenças que levem a inflamação cutânea e alterem a produção de gordura
Alergias (atópica, alergia de contato, alergia alimentar, por pulgas)
Desordens de queratinização como a seborréia
Endocrinopatias (hiperadrenocorticismo, diabetes, hipotiroidismo)
Doenças bacterianas da pele
Neoplasias internas ou externas
*Raças mais suscetíveis de cães:
West Highland White Terrier
Dachshund
Setter Inglês
Basset hound
Cocker Spaniel
Shih Tzu
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Springer Spaniel
German Shep-herd
Pastor Alemão
OBS: O vira-lata é mais resistente. Porém, pode ocorrer nele também, inclusive na
pele.
Por qual motivo Malassezia é patogênica (fatores de virulência):
Produção de protease (exoenzima – produzida por muitos microorganismos e as
células liberam essa enzima para o meio externo- vai para o tecido onde o
microorganismo está se desenvolvendo e promove a degradação de proteínas)
Produção de fosfolipase (degradação de fosfolipideos)
Produção de urease (tem relação com a patogenicidade, virulência do
microorganismo)
Produção de fosfatases
Manifestações Clínicas
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Diagnóstico Laboratorial
▪ Exame microscópico direto/Histopatologia.
▪ NaOH, KOH, PAS, Tinta Azul, etc...
▪ Wood= fluorescência
coproporfirina.
Exame Laboratorial
▪ Colônias lipídeo dependentes.
▪ Ágar com 1% de óleo de oliva: crescimento creme – amarelado, liso ou
ligeiramente enrugada, brilhante ou fosca, margem lisa ou lobulada.
▪ Microscopia - Após 3 dias a 37oC:
▪ Forma oval mais abundante; células elipsoidais ou cilíndricas, 2.0-6.5 x 1.5 x
4.5µm.
▪ Células esféricas, 2.5-4.5 µm.
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▪ (Células elipsoidais – Midgley (1993) = M. ovale (Bizzozero) Acton & Panja;
células com brotamento sympodial = M. sympodialis Simmons & Guého (1990)
Malassezia pachydermatis em Animais
▪ Pitirosporose tegumentar. Peri-labial, Fossas Nasais, Pregas cutâneas
cefálicas, Região cervical ventral, axilar, interdigital, etc...; área com rarefação de
pelos, untuosas, lignificadas, descamativas, hiperpigmentadas.
▪ Pitirosporose do conduto auditivo. Cerúmem escuro, odor forte, eritema, etc....
▪ Biota normal: A levedura está presente em 58% a 78% animais sadios.
▪ Caninos: raças acometidas (Cocker Spaniel Inglês, Pastor Alemão, Poodle...)
▪ Animais selvagens (Elefantes, Ursos, Raposa, Macaco Rhesus, Pelicano, Pena
de Pombo...)
Sinais Clínicos
As infecções podem ser localizadas em orelhas, região perianal, dobras da pele facial e
espaços interdigitais ou apresentação mais generalizada
Ocorrem lesões pruriginosas e os animais procuram lamber ou morder as áreas
afetadas
O grau de comichão nem sempre corresponde ao número de leveduras. Alguns
animais apresentam um número pequeno mas apresentam maior sensibilidade
A pele dos animais geralmente apresenta-se eritematosa e podem estar presentes
crostas de coloração amarelada e descamação
Pode ocorrer hiperpigmentação e liquinificação
Diagnóstico
Citologia da pele e ouvido.
Amostras são colhidas, pressionando-se uma lâmina de microscopia contra a pele ou
usando-se swabs, fita adesiva ou raspagem da pele seca.
No ouvido, usar swabs;
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Realizar coloração com Gram, Giemsa, etc
Observar a lâmina com aumento de 1000 X
Alguns microrganismos observados a partir de material de pele ou orelha (1-2
microrganismos por campo) – considera-se normal. No entanto, uma maior número e
associados a eritema e outras alterações – considera-se anormal;
Considerar doenças subjacentes;
Fluorescência verde amarelada – UV 360 nm – ressalva para lesões não escamosas e
em casos de uso de antifúngicos tópicos;
Observação microscópica – Levedura com brotamento em colarete
Isolamento - Ágar seletivo para fungos patogênicos
meio de Dixon
Sabouraud acrescido de azeite de oliva
35-37ºC por 3 a 6 dias
Colônias de textura glabrosa e cor creme amarelada
Tratamento
Terapias tópicas com shampoos antifúngicos, sprays, loções;
Tratamentos sistêmicos com cetoconazol, fluconazol, terbinafina e itraconazol;
Uso de produtos tópicos apenas para infecções ligeiras ou localizadas;
Uso de produtos sistêmicos para infecções mais graves ou generalizadas;
Algumas infecções necessitam de terapias prolongadas;
Muitas vezes é necessária a administração de antibióticos, devido a associação de
bactérias com leveduras;
É necessário considerar patologias subjacentes e nestes casos ministrar dieta
hipoalergênica, terapias hormonais, suplementação vitamínica, tratamento de
ectoparasitos etc.
Chave para identificação de espécies:
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