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Pratique e Compartilhe Und 4 Gestão das Organizações

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Pratique e Compartilhe Und. 4
INTRODUÇÃO A verificação da viabilidade ambiental de empreendimentos e atividades previamente à sua implantação constitui a finalidade do licenciamento ambiental como instrumento de política e gestão do meio ambiente, o que confere à etapa de licenciamento prévio uma posição de destaque na aplicação deste instrumento. Tal pressuposto deve ser aplicado a todos os tipos de empreendimentos potencialmente impactantes, notadamente àqueles que oferecem risco à população.
Proteção ao meio ambiente A natureza coletiva do meio ambiente impõe ao Poder Público o dever de orientar o uso dos recursos naturais em níveis tais que seja mantida a capacidade produtiva dos diferentes sistemas e compartimentos ambientais. Em outras palavras, significa que o Estado tem a prerrogativa de avaliar as propostas de intervenção no meio e estabelecer as condições para que estas se tornem ambientalmente viáveis. A capacidade dos países em promover o crescimento econômico juntamente com a proteção ao meio ambiente começa pelo estabelecimento, por parte de seus tomadores de decisão, de prioridades e políticas compatíveis entre si. Conforme observa Hecht (1999), a incorporação da sustentabilidade ambiental como um paradigma a ser observado pelos administradores durante o processo de tomada de decisão não é uma tarefa fácil, considerando a urgência por resultados de curto prazo imposta por conflitos de natureza econômica, social e ambiental. Por sua vez, incorporar a dimensão da viabilidade ambiental nos processos de tomada de decisão tem sido um grande desafio para planejadores e administradores públicos e privados, uma vez que demanda ações que incidem sobre os horizontes espacial e temporal e, por conseguinte, potencialmente conflitantes (especialmente considerando-se interesses puramente econômicos). 2. Impacto ambiental Para a empresa evitar o impacto ambiental, principalmente quando falamos em resíduos é necessário adotar medidas e planos de gerenciamento. Essas medidas visam minimizar a geração dos resíduos, orientando seu correto acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte e disposição final. Evitar o impacto ambiental ao destinar resíduos é uma preocupação de muitas empresas. Haja vista que elas são responsáveis pela destinação ambientalmente correta, como determina a Política Nacional de Resíduos Sólidos. As empresas devem considerar que mapear a geração de resíduos por fonte geradora não resulta só em gastos e trabalho inútil. O mapeamento é uma ferramenta importantíssima na gestão de resíduos e contribui para evitar os seus impactos ambientais. Com o mapeamento é possível avaliar quais as fontes que desperdiçam matéria prima, qual a melhor forma de dispor os resíduos gerados e quais alternativas para a sua redução na geração. Isso contribui diretamente no controle e redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos. Alguns dos impactos associados aos resíduos são: proliferação de vetores, contaminação das águas superficiais e subterrâneas, este último principalmente pelo chorume, poluição atmosférica, contaminação do solo, entre outros. A caracterização e classificação do resíduo adequada é o primeiro passo para as empresas evitar o impacto ambiental de resíduos. A organização precisa conhecer o tipo de resíduo gerado para dar a destinação final adequada. De acordo com a NBR 10.004:2004, da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) os resíduos têm a seguinte classificação: classe I – resíduos perigosos: São aqueles que apresentam periculosidade e características como inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade. classe II A – resíduos não inertes: são aqueles que não se enquadram nas classificações de resíduos classe I – Perigosos ou de resíduos classe II B – Inertes. Os resíduos classe II A – Não inertes podem ter propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou solubilidade em água. classe II B – resíduos inertes: São quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma representativa e submetidos a um contato dinâmico e estático com água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor. Além da NBR 10.004 temos outras normas de classificação de resíduos como a resolução CONAMA 307/2002 que considerou a necessidade de implementação de diretrizes para a redução dos impactos ambientais gerados pelos resíduos da construção civil. E a norma NBR 12808, que classifica os resíduos de saúde. 3. Evitando tragédias ambientais O rompimento da barragem da mina do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG), que resultou na morte de 259 pessoas e em 11 desaparecidos, além de imenso dano ambiental, suscita reflexões e ações efetivas para evitar tais desastres – risco que segue desafiando as mineradoras do Brasil. Eventos recentes, incluindo o de Mariana, em 2015, colocam o setor numa situação de fragilidade perante a sociedade e exigem práticas social e ambiental mais sustentáveis, como a da Atuação Responsável, adotada pela indústria química após o vazamento do gás isocianato de metila em Bhopal, na Índia, em dezembro de 1984, que afetou 500 mil habitantes. Um passo importante no nosso país foi a proibição de barragens de alteamento a montante. Porém, ainda há pelo menos 88 com esse método de construção ou modelo desconhecido, dentre as 717 listadas pela Agência Nacional de Mineração (ANM), sendo 43 classificadas como de alto dano potencial associado. Uma medida crucial é a instituição de uma nova e eficaz política de gestão e monitoramento de barragens, que torne públicos, por exemplo, os estudos de ruptura (dam break), para que o risco involuntário seja conhecido. Deve-se intensificar, ainda, o monitoramento contínuo, com a instalação de acelerômetros, inclinômetros, radares e satélites, assim como piezômetros e monitoramentos tradicionais. Outra providência cabível é instituir a exigência de um número proporcional de engenheiros e geólogos geotécnicos nos quadros das empresas, da mesma forma como ocorre na segurança e medicina do trabalho. Considerando que as companhias mineradoras não conferem a necessária atenção à integridade das barragens e, portanto, não têm condições de monitorá-las de maneira eficiente e segura, como ocorreu em Brumadinho e Mariana, uma alternativa complementar viável seria terceirizar a gestão desses ativos para empresas qualificadas e idôneas, com recursos garantidos e atendimento às exigências da ANM. Para a adoção de uma nova política, podese recorrer, também, a algumas diretrizes internacionais, a serem incorporadas pelos órgãos reguladores. No Brasil, por exemplo, ainda não se incluem estudos sismológicos no projeto de barragens. Os tremores de baixa intensidade, comuns no país, ainda são relegados a um plano secundário, embora nas avaliações de estabilidade aumentem enormemente os riscos em barragens com fatores de segurança estressados. Com relação ao monitoramento, há vários desenvolvimentos técnicos recentes que precisam ser incorporados, como os avanços em geofísica, bem como a utilização de laser e fotogramas. São tecnologias que ajudam na identificação de pequenas mudanças na conformação da barragem, no nível de água e na pressão total. São itens que contribuem para uma gestão mais segura, embora não dispensem o método tradicional. Outro avanço relevante seria a adoção no Brasil dos atestados de segurança das instalações, emitidos por consultores independentes certificados. No tocante à propalada solução do empilhamento a seco (dry stacking) como substituição às barragens, não é algo que possa ser generalizado. Em cada caso, seu custo precisa ser comparado ao referente ao projeto, construção, operação e monitoramento das barragens. É prioritário, ainda, avaliar os ônus ambientais das duas alternativas. Nos casos em que seja ecológica e economicamente pertinente, que se criem incentivos à adoção do empilhamento a seco, como a isençãotemporária de impostos dos equipamentos, até que a indústria nacional se atualize. Além de todas essas medidas de prevenção, cabe criar um Fundo Soberano da Mineração para Desastres, de modo a indenizar danos imediatos, proteger as comunidades atingidas, evitar acidentes subsequentes, promover a reparação integral e transformar a região de maneira resiliente, mais robusta e menos vulnerável a novos episódios de desastre. Deve-se, ainda, com o contingenciamento de suas verbas, impedir o desvio de função dos recursos.
CONCLUSÃO Também se sugere adequar a legislação penal, visando à criminalização exemplar do responsável maior da empresa em caso de desastre ecológico ou humano. Há tecnologia, boas referências nacionais e internacionais, experiência e capacidade técnica para se evitar a repetição de acidentes trágicos como o de Brumadinho. Se não conseguimos corrigir o passado, pelo menos poderemos mudar o futuro.

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