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saude ocular 3

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Conteudista: Prof. Marcelo Santana 
Revisão Textual: Aline Gonçalves 
 
Objetivos da Unidade:
Conhecer o aparelho biomicroscópio;
Analisar as condutas e sistemas de iluminação.
˨ Material Teórico
˨ Referências
Biomicroscópio
Apresentação do Aparelho
O biomicroscópio deve seu nome ao fato de permitir que o pro�ssional observe, com pouco
aumento, os tecidos vivos do olho. O instrumento consiste em um sistema de iluminação, um
sistema de observação, um aparato mecânico necessário para seu suporte e coordenação. O
aparelho também é conhecido como lâmpada de fenda, porém, em algumas literaturas, a
biomicroscopia é de�nida como a ação da observação feita com o aparelho chamado Lâmpada
de Fenda. 
1 / 2
˨ Material Teórico
Figura 1
Fonte: Fotolia
O sistema de iluminação consiste em uma incidência luminosa precisa e variável, com
mecanismo de abertura em fenda e diafragmas de vários tamanhos.
O sistema de observação é um microscópio binocular com capacidade para amplo aumento. 
Possui �ltros: azul de cobalto, verde e difusor (para incidência homogênea de luz sobre o polo
anterior do olho). Possui sistema de magni�cação de 7X a 40X. Porém, quanto maior a
magni�cação, menor será o campo visual.  
Figura 2 – As partes do aparelho no modelo Haag-Streit
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 3 – As partes do aparelho no modelo Zeiss
Fonte: Acervo do Conteudista
O aparato mecânico é dividido em sistemas, que, por sua vez, são: iluminação, microscópio e
focalização. Cada sistema possui as seguintes características: 
Tabela 1 – Sistema do biomicroscópio 
Sistema de  
iluminação (SI)
Sistema
microscópico
Sistema de
focalização
Sistema de  
iluminação (SI)
Sistema
microscópico
Sistema de
focalização
Lâmpada de
tungstênio ou
halógena.
Prisma de Porro. Joystick.
Lentes
condensadoras. 
Objetivas. Base.
Diafragma
(vertical e
horizontal). 
Canhões (oculares). Trava da base. 
Espelho. Cremalheira. 
Filtros. 
Rotação da fenda. 
Inclinação. 
Rotação. 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE, 1989; MÉIJOME, 2005; BERNUY; BRUSI, 2014
Vamos analisar os sistemas separadamente. 
O primeiro sistema que estudaremos será o de iluminação. A Figura 4 destaca todo o sistema
de forma isolada, a �m de se obter noção clara dele.  
Figura 4 – Sistema de iluminação
Fonte: Acervo do Conteudista
As lâmpadas do aparelho podem ser a halógena (possui iluminação mais intensa) ou a comum
de tungstênio (que aquece mais no decorrer da manobra de avaliação, porém com custo
menor). Mas com ambas o aparelho funciona bem.
Na parte superior do sistema de iluminação teremos a lâmpada. Os aparelhos podem funcionar
tanto com lâmpadas halógenas quanto por lâmpadas de tungstênio. 
Figura 5 – Lâmpadas halógena e tungstênio
Fonte: Reprodução
Além das lâmpadas, outro importante item no aparelho é o conjunto das lentes
condensadoras. O diferencial de custo de um aparelho está vinculado diretamente à qualidade
dessa parte, pois a qualidade das lentes condensadoras estará ligada à aberração cromática.
Figura 6 – Lentes condensadoras
Fonte: Reprodução
Para diminuir ou aumentar a abertura, torná-la paralelepípedo ou fenda, os diafragmas vertical
e horizontal serão decisivos para as diversas manobras. Na Figura 7, veremos o local do
sistema de iluminação para modi�car essas aberturas.
Figura 7 – Diafragma vertical e horizontal
Fonte: Acervo do Conteudista
O controle de altura e largura da fenda é feito por meio dos dois diafragmas: vertical e
horizontal. 
Diafragma vertical diminui no sentido vertical o feixe luminoso, produz feixe luminoso
cilíndrico (lápis luminoso – diâmetro grande; pincel luminoso – diâmetro pequeno), ajusta a
altura da fenda e ainda ajusta o �ltro azul. Porém pode ser mudado conforme o modelo do
aparelho. 
Um item importante no gabinete optométrico é a �uoresceína, que é usada com o �ltro azul
de cobalto do biomicroscópio. Quando precisamos fazer uma adaptação de lentes de contato
rígida, ou analisar possível lesão na córnea, usamos a �uoresceína sódica tópica (Figura 8). 
Figura 8 – Fluoresceína sódica em tiras ou gotas
Fonte: Divulgação
A �uoresceína sódica com o �ltro azul é usada pelo pro�ssional médico e optometrista. Na
Tabela 2  veremos de forma resumida o uso da �uoresceína e �ltro azul pelas duas pro�ssões.
Tabela 2 – Filtro azul de cobalto e sua utilidade
Medicina Óptico optometrista
Veri�car pio com o tonômetro
de aplanação de Goldmann.
Comportamento da face
posterior da LCRGP e face
anterior da córnea.
Analisar face anterior da
córnea. 
Lesões corneanas. 
Medicina Óptico optometrista
 
Hipertro�a papilar e folicular
tarsal. 
 
Medir diâmetro da pupila com
baixa iluminação. 
 Medir menisco lacrimal. 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE, 1989; MÉIJOME, 2005; BERNUY; BRUSI, 2014
A dinâmica que o biomicroscópio nos oferece para uma avaliação bem ampla do polo anterior
do olho está ligada diretamente à mudança do diafragma (paralelepípedo e fenda) e à
possibilidade de rotação da fenda, como na Figura 9. 
Figura 9 – Modi�cação da fenda
Fonte: Acervo do Conteudista
A fenda vertical é usada normalmente pelo optometrista. Fenda horizontal e oblíqua é usada
(pelo médico) com frequência para o estudo da retina na periferia, corpo vítreo, ângulo
camerular e polo posterior (com lentes três espelhos de Goldmann).
Alguns modelos não têm a haste, e sim uma roda dentada para alterar o diâmetro das
aberturas. Na Figura 10 temos o exemplo de uma haste para essa função (modi�car o
diâmetro da abertura).
Figura 10 – Hastes
Fonte: Acervo do Conteudista
A modi�cação da abertura ou fenda, em alguns aparelhos, pode ser medida em milímetros.
Com a modi�cação da fenda (Figura 9) e a haste (Figura 10), a �nalidade é medir o tamanho
vertical, horizontal e inclinado de uma lesão na córnea, nevus, diâmetro total da íris (Diâmetro
Horizontal Visível da Íris – DHVI), diâmetro pupilar (com �ltro azul de cobalto), entre outras
funções.
Figura 11 – Modi�cação do tamanho da abertura ou fenda
Fonte: Acervo do Conteudista
Na Figura 11 observamos a escala das aberturas dos diafragmas na haste – ao girar a haste
(Figura 10), projetaremos a luz em diafragma circular (com diversos milímetros de tamanho),
assim como também projetaremos a luz em diafragma com ajuste vertical e o �ltro azul de
cobalto.
Figura 12 – Localização dos ajustes do biomicroscópio
Fonte: Acervo do Conteudista
O biomicroscópio nos dá a liberdade de diminuir a abertura de forma horizontal (Figura 13) e
vertical (Figura 10).
Figura 13 – Ajuste do diafragma horizontal
Fonte: Acervo do Conteudista
Diminuirá o feixe luminoso no sentido do meridiano horizontal, produzindo duas fendas
luminosas: paralelepípedo e o corte óptico.
Figura 14 – Paralelepípedo e corte óptico (fenda)
Fonte: Acervo do Conteudista
Na Figura 15 vemos quais partes interpretaremos quando projetarmos a fenda para observar
córnea e cristalinos. A imagem é de uma pupila dilatada, mas com a pupila menor
conseguiremos observar também. 
Figura 15 – Partes do olho que observamos com o
biomicroscópio
Fonte: Acervo do Conteudista
O biomicroscópio possui dois espelhos que ajudam na visualização do polo anterior (espelho
grande) e fundo de olho (espelho pequeno). O último é o mais utilizado pelo oftalmologista.
O espelho grande é o mais utilizado para uma avaliação geral do polo anterior do olho, porém,
para avaliação de fundo de olho que o médico faz com o colírio midriático para dilatar a pupila
e veri�car a retina periférica, o espelho menor é o mais utilizado.
Figura 16 – Local do espelho 
Fonte: Acervo do Conteudista 
Na Tabela 3, deixo separada a função dos espelhos.
Tabela 3 – Espelhos
Espelho grande Espelho pequeno
Espelho grande Espelho pequeno
Investigação do polo anterior e
câmara anterior.
Investigação da câmara
posterior.
Fonte: Adaptada de ORÉFICE, 1989; MÉIJOME, 2005; BERNUY; BRUSI, 2014
Outra característica do aparelho são seus �ltros. Cada �ltro ajudará a manter a avaliação do
paciente confortável ou observar possíveis alterações entre a pigmentação e hemorragias.
Figura 17 – Sistema de �ltros
Fonte: Acervo do Conteudista
Na Tabela 4 há a função de cada �ltro no manuseio do aparelho para a investigação do polo
anterior.
Tabela 4 – Filtros
Filtro calor 
Diminui a temperatura do calor
emitido pela lâmpada. 
Filtro polarizador
Para amenizar a sensibilidade
do paciente que tem fotofobia. 
Filtro verde 
Contraste entre pigmentação e
sangue (�cará mais escuro).
Fonte: Adaptada de ORÉFICE, 1989; MÉIJOME, 2005; BERNUY; BRUSI, 2014
Uma função não tão utilizada pelo optometrista é a inclinação do sistema de iluminação (SI).
Figura 18 – Inclinação do sistema de iluminação (SI)
Fonte: Acervo do Conteudista
A inclinação do sistema de iluminação serve para estudar a região iridocorneana, corpo vítreo
e retina em sua periferia (usado por médico). A incidência de luz será mais espessa e
convergente (oblíquo e horizontal) em cada estrutura acima (quando focado). 
Os sistemas de iluminação e o de microscopia estão acoplados quando conjugados, ou seja,
ambos se cruzam em um mesmo plano. Quando desacoplamos, separamos os dois sistemas e
transformaremos o cruzamento em eixos paralelos.
Figura 19 – Desacoplagem (click stop) do SI
Fonte: Acervo do Conteudista
Saindo do sistema de iluminação, vamos para o sistema de observação. No sistema de
observação temos as objetivas, que podem ser alteradas por meio de alavanca, mudanças no
canhão das objetivas ou dispositivo lateralizado. Com isso, muda-se a magni�cação do
aparelho.
Figura 20 – Sistema de microscopia
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 21 – Local das objetivas 
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 22 – Objetivas 
Fonte: Acervo do Conteudista
As objetivas na ocular podem ser trocadas para uma ampla observação do polo anterior ou,
ainda, apesar da troca das objetivas que ajudam na observação do polo anterior do olho, com a
modi�cação da alavanca podem magni�car a imagem ainda mais. Na Figura 23 há um terceiro
tipo de ajuste das objetivas, na região lateral do aparelho.
Figura 23 – Mudança das objetivas por meio de sistema
lateral do biomicroscópio 
Fonte: Acervo do Conteudista
Dispositivo lateralizado para a troca da magni�cação.
Figura 24 – Sistema de alavanca 
Fonte: Acervo do Conteudista
Alavanca
A mudança da magni�cação do biomicroscópio pode ser realizada apenas na troca da ocular
ou por meio da alavanca (ou, ainda, por ambas com um conjugado de alavanca e ocular – com
essa combinação a magni�cação será aumentada conforme mostra a Tabela 5), ou apenas
girando na lateral a magni�cação que for desejada. Isso dependerá do modelo.
Tabela 5 – Combinação de magni�cação – ocular e alavanca
Ocular Objetiva Magni�cação
Campo
de Visão
Estereopsia
10x 1.0 10x 18 mm Ótima 
10x 1.6 16x 11,2m Boa 
16x 1.0 16x 16 mm Boa 
16x 1.6 25x 10 mm Ruim 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE, 1989
O aumento ou a magni�cação do aparelho será importante desde observações gerais até
especí�cas. O aparelho apresenta três níveis de magni�cação:
Tabela 6 – Magni�cação
Magni�cação Valor De�nição
Baixa 7x a 10x 
Análise do polo
anterior. 
Média 16x a 25x 
Córnea, íris e
cristalino 
Alta 30x a 40x (até 60x) 
Observação de
detalhes e
manobras
especí�cas. 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE, 1989; MÉIJOME, 2005; BERNUY; BRUSI, 2014
O terceiro e importante sistema é o de focalização, pois mesmo que você saiba os ajustes
necessários, se não souber focalizar o polo anterior do paciente, não conseguirá ter êxito nas
manobras.  
Figura 25 – Sistema de focalização 
Fonte: Acervo do Conteudista
O joystick serve para: ajustar o foco (empurrando ou puxando o aparelho no sentido do
paciente), vasculhar a estrutura (quando deslizamos o aparelho de um lado para o outro) ou
subir e descer o aparelho (girando-o).  
O aparelho possui travas. Essas travas, uma vez acionadas, imobilizarão o aparelho para não
modi�car a posição deste em relação à estrutura analisada. Com o aparelho travado, podemos
registrar com uma câmera (celular ou fotográ�ca) a imagem para futuros trabalhos
(comportamento das lesões, nevus etc.).
O sistema de acomodação do paciente corresponde ao posicionamento dele no aparelho. Se o
paciente se afastar por estar incomodado em frente ao aparelho, você não conseguirá ver
nitidamente.
Figura 26 – Sistema de acomodação do paciente 
Fonte: Acervo do Conteudista
É fundamental que, no momento da avaliação, o paciente �que confortável, com o queixo na
queixeira e a testa na testeira. Ao menor movimento do paciente para se afastar da testeira ou
da queixeira, a imagem �cará desfocada.
Figura 27 – Ajustes dos ângulos 
Fonte: Acervo do Conteudista
Na Figura 27 o círculo vermelho da imagem indica onde devemos ajustar o sistema de
iluminação e observação criando um ângulo. Alguns aparelhos não possuem medidas como na
�gura citada, levando o especialista a realizar um ângulo dos sistemas de forma subjetiva.    
Quando você for trabalhar em algum lugar em que outros pro�ssionais se utilizem do mesmo
biomicroscópio para observar o polo anterior, é importante ajustá-lo com o bastão de ajuste
de foco.
Figura 28 – “Eye pience”, Bastão de ajuste de foco ou
Haste de focalização 
Fonte: Acervo do Conteudista
No kit do biomicroscópio há o bastão de ajuste de foco, sua função é ajustar o foco na objetiva
do aparelho de acordo com o problema refrativo do avaliador.
Ajuste do Biomicroscópio 
Conduta e Sistema de Iluminação
Você perceberá que muitas manobras no sistema de iluminação têm nomes na optometria e
na medicina. Pretendo colocar ambos os nomes para você fazer a manobra na optometria e,
caso converse com um médico, saber de qual manobra estará falando.
Vamos analisar o estado anatômico do polo anterior (portanto é muito importante fazer uma
revisão de anatomia ocular apenas no polo anterior), a patologia (estudar a patologia sabendo
Se você tiver uma dioptria entre +/- 6,00DE, faça o ajuste sem a sua correção. Se
tiver um astigmatismo até 1,50, faça o Equivalente Esférico e ajuste na ocular do
biomicroscópio; 
1
Segure a ocular e gire para ajustar em +6,00D; 2
Coloque na base do biomicroscópio o bastão de foco;3
Ligue o aparelho e projete no diafragma maior, no bastão de ajuste de foco, o
diafragma maior;
4
Observe, através da ocular, com o olho direito aberto e o esquerdo fechado, a
projeção do diafragma maior no bastão de ajuste de foco;
5
Ajuste na ocular (que você deixou com +6,00D), girando no sentido a diminuir a
dioptria até ajustar o foco do diafragma projetado no bastão de ajuste de foco;
6
Quando ajustar a imagem no olho direito, repita o processo, fechando o olho
direito e abrindo o esquerdo;
7
Após ajustar o foco de ambos os olhos, segure as oculares com as duas mãos,
como se fossem um binóculo, assim, observe no bastão de ajuste de foco o
movimento nas duas oculares até chegar a imagem única com ambos os olhos
abertos.
8
O aparelho está ajustado para observar as estruturas.9
o estado anatômico normal o ajudará neste primeiro momento) e o estado �siológico.
Importante explicar o exame ao paciente, para que ele colabore. Oriente-o sobre a necessidade
de não se afastar da queixeira nem da testeira. Paciente não usará a sua correção.
Na rotina do atendimento, trabalharemos das estruturas mais anteriores para as posteriores, e
das estruturas superiores para as inferiores, rastreando da temporal para a nasal, sempre
observando do geral (macro) para o especí�co (micro), com ajuste da magni�cação da menor
para a maior, maior abertura de luz para a menor abertura, enquanto a intensidade de luz será
da menor para a maior.
As Figuras a seguir mostrarão o mapa de avaliação com a lâmpada de fenda.
Figura 29 – Manobras da biomicroscopia – Sistema de
iluminação direta 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE, 2013
Figura 30 – Manobras de biomicroscopia – Sistema de
iluminação indireta 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE, 2013
Sistema de Iluminação Direta 
A magni�cação
corresponde a quanto teremos de aumento na imagem. Apesar de a
magni�cação ser denominada “Baixa”, a imagem aumenta signi�cativamente. Ângulo
corresponde ao sistema de iluminação em relação ao sistema de observação. Já intensidade de
Magni�cação: baixa (7x a 10x);
Ângulo do sistema de iluminação: 30° a 60°;
Abertura: diafragma maior (8x8 mm);
Intensidade da iluminação: baixa;
Observação (macro – geral): polo anterior.  
luz baixa (baixar a iluminação) é o sistema de iluminação cuja incidência de luz e cujo ponto
de observação estão na mesma localização, ou seja, no mesmo plano. 
Sistema Direto Difuso Feixe Cilíndrico
Figura 31 – Feixe cilíndrico com iluminação de observação 
Fonte: Reprodução
Sistema de Iluminação Difusa – Difusor
Medida de 8 x 8 mm;
Estudo do polo anterior. 
Não há margens de�nidas;
Principalmente para fotogra�as. 
Figura 32 – Iluminação difusa maior campo de observação 
Fonte: Reprodução
Sistema de Iluminação Direta Difusa
No sistema de iluminação direta difusa analisaremos de forma macro o polo anterior, portanto
é importante observar as seguintes estruturas: 
Pálpebras;
Cílios;
Sobrancelhas;
Glândulas de Meibomius;
Menisco Lacrimal;
Conjuntiva (Tarsal, Bulbar e Fórnice);
Córnea;
Esse primeiro momento da avaliação é para veri�car se há alguma alteração a ser investigada.
É a avaliação geral, a macro, para perceber se anatomicamente está dentro de uma
normalidade. Assim, com o sistema direto eu iluminarei (sistema de iluminação) e observarei
a mesma estrutura. Após veri�car alguma alteração possível, mudo a manobra para o sistema
de iluminação direta focal. 
No sistema de iluminação direta focal teremos cerca de seis manobras. As duas primeiras são
o paralelepípedo e a fenda. 
Íris;
Pupila;
Lentes de contato.
Saiba Mais 
Importante recordar as aulas de anatomia ocular e patologia do
segmento anterior. Enquanto a primeira ensinou uma estrutura
normal, a segunda mostrou alterações. Portanto agora você está
aprendendo a vê-los ao vivo!  
Figura 33 – Diferença entre paralelepípedo e fenda  
Fonte: Adaptada de ORÉFICE; BORATTO, 1989 
Tabela 7 – Estudo do paralelepípedo e fenda
Paralelepípedo Fenda
Apresenta quatro faces: anterior,
posterior, medial e lateral.
Apresenta duas bases: superior e
inferior.
Apenas duas linhas.
Estuda a posição das estruturas
e lesões.  
Estuda as depressões,
saliências e localização da
estrutura no sentido
anteroposterior das lesões. 
Fonte: Adaptado de ORÉFICE, 1989
Sistema de Iluminação Direta Focal em Paralelepípedo de Vogt
Com essa manobra estudaremos a localização especial das lesões da córnea (anterior e
posterior) e o cristalino. Veri�car alterações de transparência da córnea ou depósitos nas
lentes de contato. 
Magni�cação: baixa (7x a 10x);
Ângulo do sistema de iluminação: 30° a 60°;
Abertura: largura de 2 a 3 mm;
Intensidade da iluminação: média;
Observação (micro): rico em detalhes.  
Figura 34 – Paralelepípedo 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE; BORATTO, 1989
Sistema de Iluminação Direta Focal em Fenda Óptica (Corte Óptico
ou Secção Óptica) 
Observe e analise a córnea, a câmara anterior e o cristalino. Avalie de forma profunda a córnea
(corpo estranho, opacidade, espessura, edema e in�ltrados) e camadas do cristalino.
Magni�cação: média a máxima (16x a 40x);
Ângulo do sistema de iluminação: 30° a 60°; 
Abertura: largura de 1 mm;
Intensidade da iluminação: média e máximo;
Observação (micro): lesões em profundidade e com muito detalhe.
Figura 35 – Observação pela manobra da fenda 
Fonte: Reprodução
Re�exo Especular
Magni�cação: média a máxima (16x a 40x);
Ângulo do sistema de iluminação: 45º (esquerdo do observador);
Abertura: largura de 1 mm;
Intensidade da iluminação: 45° (direito do observador) máxima;
Observação (micro): padrão do endotélio corneano e epitélio do cristalino. 
Figura 36 – Manobra do re�exo especular 
Fonte: Reprodução
Na Figura 36, na imagem em paralelepípedo, percebemos pontinhos na parte posterior do
paralelepípedo (no círculo). Padrão normal do endotélio corneano. 
Técnica ou Manobra de Van Herick 
Magni�cação: baixa (7x a 10x);
Ângulo do sistema de iluminação: 60°;
Feixe Cônico
No feixe cônico observamos o humor aquoso, que se encontra na câmara anterior, para
veri�car se há células in�amatórias ou perda da transparência. 
Abertura: fenda de 1 mm;
Intensidade da iluminação: alta;
Observação (micro): analisar se a câmara anterior é rasa. 
Magni�cação: média a alta (16x a 40x);
Ângulo do sistema de iluminação: 25° a 60° na temporal do paciente;
Abertura: menor círculo 1 mm;
Intensidade da iluminação: máxima;
Observação (micro).
Importante! 
Quando assistimos a �lmes de terror, percebemos um feixe de luz em
um ambiente escuro. No feixe de luz costumamos perceber uma
espécie de fumaça ou uma poeira. Este efeito é chamado Tyndall.
Iluminação Tangencial    
Sistema de Iluminação Indireta
O sistema de iluminação indireta é aquele em que iluminamos uma estrutura próxima para
observarmos possível alteração no ponto não iluminado. 
É um sistema de iluminação cuja incidência de luz e o ponto de observação não estão na
mesma localização, ou seja, não se encontram no mesmo plano.
Quando olhamos para a câmara anterior, projetamos o feixe cônico e
vemos uma “poeira” na câmara anterior, é um indicativo de células
in�amatórias. Sinal clínico de possível uveíte. 
Magni�cação: baixa a média (7x a 16x);
Ângulo do sistema de iluminação: 70° a 90° na temporal do paciente (na borda da
íris); 
Abertura: menor círculo 1 mm;
Intensidade da iluminação: média a máxima; 
Observação (micro): tumor na íris, pigmentação da íris e estudo na iridologia.  
Figura 37 – Esquema do sistema de iluminação indireta 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE, 1989 
Sistema de Iluminação Indireta Focal/Retroiluminação Indireta
Iluminação incidindo em uma região próxima ao ponto de
observação;
Desacoplado (click-stop) sistema de observação e iluminação. 
Figura 38 – Sistema de iluminação indireta focal 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE; BORATTO, 1989
Sistema de iluminação indireta difusa manterá em paralelo o sistema de observação e
iluminação, portanto não estarão cruzando em um mesmo plano. Vamos desacoplar (click-
stop) os sistemas para �carem paralelos.
Sistema de Iluminação Indireto Difuso Campo Negro/ Dispersão
Escleral
Figura 39 – Sistema de iluminação indireta tipo campo
negro 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE; BORATTO, 1989
Sistema de Iluminação Indireta Difuso Campo Branco
Sistemas desacoplados (click-stop);
Incidir a luz na região do limbo temporal. 
Figura 40 – Sistema de iluminação indireta campo branco 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE; BORATTO, 1989
Sistema de Iluminação Indireta Difuso Campo
Vermelho/Retroiluminação da Retina
Toda estrutura à frente do cristalino.
Incidir a luz na pupila sem tocar na borda da íris, criando um
re�exo (geralmente vermelho) na pupila;
Figura 41 – Sistema de iluminação indireta campo
vermelho 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE; BORATTO, 1989
Sistema de Iluminação Indireta Difuso Campo
Amarelo/Retroiluminação da Íris
Se houver falta de transparência o re�exo não será vermelho;
Corpo vítreo, cristalino e íris.
Figura 42 – Sistema de iluminação indireta campo
amarelo 
Fonte: Adaptada de ORÉFICE; BORATTO, 1989
Além das manobras, podemos utilizar �ltros para melhorar a nossa observação.
Luz incidida na íris. 
Iluminação com Filtro Azul de Cobalto
Iluminação com Filtro Verde
Magni�cação: baixa a alta (7x a 40x);
Ângulo do sistema de iluminação: variada;
Abertura: todas as aberturas;
Intensidade da iluminação: variada;
Observação (micro): �uoresceína, �ltro wratten#12. Contatologia e lesões da
córnea e conjuntiva.
Magni�cação: qualquer;
Ângulo do sistema de iluminação: variada;
Abertura: todas as aberturas;
Intensidade da iluminação: variada;
Observação (micro): conjuntiva.
Em Síntese 
Não tenha medo de manusear o biomicroscópio. Ele será útil para
avaliação de polo anterior
do olho. Aprendemos que o aparelho com
pouca magni�cação proporcionará magni�cação signi�cativa. No
momento em que percebermos alterações da estrutura do olho, o
aparelho tem ajustes e manobras que nos ajudam a analisar cada
estrutura de forma especí�ca. Com isso, podemos dizer que o
biomicroscópio é um grande aliado na avaliação da saúde ocular
dentro do gabinete optométrico. 
ADLER. Fisiologia del ojo: aplicación clinica. São Paulo: Panamericana, 2003.
BERNUY, R. R.; JARA, P. L. de la. Biomicroscopia: técnicas de iluminación. Columna Internacional
de IACLE. Revista Imagen Óptica. 
BICAS, Harley E. A.; ALMEIDA, H. C. de; DIAS, C. R. S. Estrabismo. Rio de Janeiro: Editora
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BRUSI, L. E.; PANARONI, D. H.; SALCEDO, L. V. A.; FACCIA, P. A. Exploración com biomicroscopio
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BUSKIRK, E. M. V. Atlas clínico de glaucoma. São Paulo: Editora Santos, 1990. 
CALOROSO, E. E.; ROUSE, M. W. Clinical Management of strabismus. EUA: Butterworth-
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DIAZ, J. P. & D.; DIAS, C. de S. Estrabismo. 4. ed. São Paulo: Livraria Santos Editora, 2002.
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˨ Referências
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