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Terapia Intensiva – Amanda Longo Louzada 1 DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE DEFINIÇÃO DE CHOQUE: ➔ Estado de hipoperfusão tecidual e hipóxia celular por desbalanço entre a oferta e o consumo de oxigênio ➔ Hipotensão não é obrigatória ➔ Existe o choque por disfunção celular e mitocondrial, levando a hipoperfusão e consequentemente ao choque FISIOPATOLOGIA: ➔ O principal componente da fisiologia cardiovascular é o coração, que funciona como bomba gerando fluxo sanguíneo necessário para a circulação ➔ Após o coração o sangue passa para o sistema arterial que é um sistema de resistência e abriga cerca de 30% do sangue, possui o objetivo de manter a pressão mais ou menos estável ➔ Depois o sangue passa para a rede capilar, onde ocorre a troca de nutrientes entre o sangue e o tecido ➔ Após vai para o sistema venoso, que é um sistema de capacitância, que abriga cerca de 70% do volume sanguíneo, ele funciona como um reservatório podendo ser recrutado em situações de estresse ➔ A pressão arterial varia em relação ao DC e a RVS ➢ PA = DC x RVS ➔ O débito cardíaco varia em função da FC (quantidade de vezes que o coração bate em um minuto) e do volume sistólico (volume ejetado pelo coração a cada batimento) ➢ DC = FC x VS ➔ Os principais determinantes do volume sistólico são a pós-carga (pressão contra qual o coração tem que trabalhar, hemodinamicamente é definida como pressão no VE ao final da sístole, quanto maior a pós-carga menor o volume sistólico), contratilidade (capacidade contrátil do coração, quanto maior a contratilidade maior o volume sistólico) e a pré-carga (pressão no coração quando ele começa a trabalhar, ou seja, a pressão no final da diástole, possui relação com a volemia, retorno venoso, ou seja, quanto maior a pré-carga maior o volume sistólico) ➔ A resistência vascular, é a pressão na qual o sangue vai trabalhar, ela varia de acordo com comprimentos do vaso, viscosidade sanguínea e diâmetro do vaso (quanto menor o diâmetro maior a resistência) ➔ Quando a DO2 cai (vai para a esquerda), o organismo aumenta a taxa de extração de oxigênio, isso pode ser visto com a queda da SvcO2, que vai caindo progressivamente, conseguindo manter isso estável, até chegar ao ponto que a taxa de extração é máxima, chamada de D02 crítica, em que o organismo não consegue mais aumentar a taxa de extração e o consumo de oxigênio começa a cair, e o organismo começa a produzir ATP através da via glicolítica, que tem como produto o lactato, fazendo com que ele suba DIAGNÓSTICO: SINAIS E SINTOMAS: ➔ Cardiovasculares: ➢ Hipotensão, sinal tardio de choque, pois já marca disfunção orgânica associada ao choque ➢ Taquicardia, sinal mais precoce de choque, costuma aparecer em indivíduos jovens ➔ Renal: oligúria, sinal tardio de choque, pois já marca disfunção orgânica associada ao choque ➢ Pode acontecer tanto por hipofluxo ou lesão induzida por citocinas ➔ Neurológicos: alteração do estado mental, sinal tardio de choque, pois já marca disfunção orgânica associada ao choque ➢ Pode acontecer tanto por hipofluxo ou lesão induzida por citocinas ➢ Pode ser rebaixamento do nível consciência, sonolência, confusão mental ➔ Pele: fria e pegajosa ➢ Tempo de enchimento capilar alargado: maior que 3 segundos, comprime o dedo do paciente por 15 segundos, com força suficiente para que o dedo do examinador fique branco, e depois vai ver o tempo que o capilar leva para encher • Quanto maior o tempo, maior a gravidade do paciente ➢ Mottling Score: vai de 0 a 5, quanto maior o grau de livedo reticular, maior a gravidade do paciente • 0: ausente • 1: na ponta do joelho • 2: pega todo o joelho • 3: até a extremidade distal da coxa • 4: raiz da coxa • 5: vai além da raiz da coxa EXAMES LABORATORIAIS: ➔ Lactato: é um sinal laboratorial que aparece antes dos sintomas Terapia Intensiva – Amanda Longo Louzada 2 DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE ➢ Pode ser usado para fazer o diagnóstico de choque e para prognóstico ➢ A hiperlactetemia, gera acidose metabólica CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE: CHOQUE DISTRIBUTIVO: ➔ Ocorre vasodilatação arterial devido a liberação de citocinas ➔ Fazendo com que ocorra uma diminuição da RVS ➔ Fazendo com que o retorno venoso diminua, levando a uma diminuição da PVC ➔ Para tentar compensar isso o DC aumenta ➔ Resumo: ➢ PVC baixa ➢ DC alto ➢ RVS baixa ➔ Etiologias: ➢ Sepse ➢ Inflamatório: • Pós-operatório • Pancreatite • Politrauma • Grande queimado ➢ Drogas e toxinas, como intoxicação exógena ➢ Anafilático ➢ Endócrino: coma mixedematoso e insuficiência adrenal ➢ Choque Neurogênico: quando tem uma insuficiência medular, levando a perda do tônus adrenérgico. Levando a bradicardia e hipotensão CHOQUE CARDIOGÊNICO: ➔ Ocorre falência ventricular, então a primeira alteração é a diminuição do DC, fazendo com que o retorno venoso não seja bombeado, gerando um aumento da PVC, para tentar manter a PA estável, ocorre aumento da RVS ➔ Resumo: ➢ Aumento da PVC ➢ Diminuição do DC ➢ Aumento da RVS ➔ Etiologias: ➢ Cardiimiopatia: • IAM (> 40% VE ou VD) • IC descompensada • Miocardite ➢ Arritmogênico: • Fibrilação atrial e flutter atrial • Taquicardia e fibrilação ventricular, mais comum • Bloqueio atrioventricular ➢ Mecânico: disfunções valvares CHOQUE HIPOVOLÊMICO: ➔ Ocorre uma perda de volemia por sangramento ou por mecanismos não hemorrágicos, quando a volemia diminui leva a uma diminuição da PVC, levando a uma diminuição da DC, para tentar compensar ocorre um aumento da RVS ➔ Resumo: ➢ PVC baixa ➢ DC baixo ➢ RVS alto ➔ Etiologias: ➢ Hemorrágico: • Trauma • Peri-operatório • Hemorragia digestiva ➢ Não hemorrágico: • Gastrointestinais: diarreia e vômito • Cutâneas: grande queimado • Renais: abuso de diuréticos Terapia Intensiva – Amanda Longo Louzada 3 DIAGNÓSTICO E CLASSIFICAÇÃO DO CHOQUE • Extra-vascular: pancreatite, abdome agudo obstrutivo CHOQUE OBSTRUTIVO: ➔ Se comporta como choque cardiogênico, então primeiro ocorre uma diminuição do DC, após ocorre um aumento da PVC e por mecanismo de compensação ocorre aumento da RVS ➔ O que vai diferenciar é que a causa do choque está fora do coração ➔ Resumo: ➢ Aumento da PVC ➢ Diminuição do DC ➢ Aumento da RVS ➔ Etiologias: ➢ Vascular Pulmonar: • Embolia pulmonar • Hipertensão pulmonar ➢ Mecânicas: • Pneumotórax hipertensivo • Tamponamento cardíaco • Pericardite constritiva
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