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Gastroenterologia – Amanda Longo Louzada 1 SÍNDROME DE OGILVIE OU PSEUDOOBSTRUÇÃO COLÔNICA AGUDA DEFINIÇÃO: ➔ É uma pseudo-obstrução colônica aguda, que leva a uma distensão significativa do cólon e que não tem fatores obstrutivos EPIDEMIOLOGIA: ➔ É mais comum em pacientes hospitalizado, principalmente em UTI ➔ Incidência: 1:1000 internações/ano COMPLICAÇÕES: ➔ Isquemia em 10% dos casos ➔ Perfuração em 3 a 155 dos casos, aumentando a mortalidade em até 50% PACIENTES COM PIOR PROGNÓSTICO: ➔ Diâmetro cecal > 10 a 12 cm ➔ Duração maior que 6 dias ➔ Idade avançada FATORES DE RISCO: ➔ Quadro clínico basal grave ➔ Comorbidades: principalmente neurológicas ➔ Distúrbios hidroeletrolíticos: hipocalemia, hipocalcemia, hipopotassemia, hipomagnesemia e hiponatremia ➔ Uso de opioides ➔ Pós-operatório FISIOPATOLOGIA: ➔ Ainda é pouco compreendido ➔ Parece estar relacionado a um desbalanço do sistema nervoso entérico ➔ Um desbalanço entre o sistema nervoso simpático (excitatório – acetilcolina, neuroquinina, substância P) e parassimpático (inibitório – VIP, óxido nítrico e receptores opioides) ➔ A motilidade se torna não propulsiva, então o paciente evolui com uma atonia colônica, fazendo com que ele não consiga fazer a propulsão de gases e fezes QUADRO CLÍNICO: ➔ Deterioriação clínica ➔ Febre ➔ Leucocitose ➔ Aumento de PCR ➔ Abdome tenso ➔ Deve sempre descartar perfuração intestinal ANAMNESE: ➔ Distensão abdominal ➔ Dor abdominal: é difícil de avaliar em paciente intubado ➔ Náuseas e/ou vômitos: é difícil de avaliar em paciente intubado ➔ Constipação ➔ Diarreia paradoxal EXAME FÍSICO: ➔ Abdome timpânico ➔ Ruídos hidroaéreos presentes em 90% dos casos DIAGNÓSTICO: EXAMES RADIOLÓGICOS: ➔ TC de Abdome: exame de escolha ➢ Para afastar obstrução mecânica ➢ Faz diagnóstico diferencial de uma etiologia que esteja contribuindo para a síndrome ➔ Enema Contrastado: ➢ Opção de não tiver disponível TC ➢ Pode aliviar ou pode piorar o quadro Gastroenterologia – Amanda Longo Louzada 2 SÍNDROME DE OGILVIE OU PSEUDOOBSTRUÇÃO COLÔNICA AGUDA ➔ Raio-X de Abdome: Útil no seguimento TRATAMENTO: SUPORTE GERAL: ➔ Jejum ➔ Tratar causa base ➔ Correção de distúrbio hidroeletrolítico ➔ Controle infeccioso ➔ Mobilização se possível ➔ Raio-X de abdome seriado TRATAMENTO FARMACOLÓGICO: ➔ Deve ser feito para pacientes que não apresentam melhora com suporte geral em 48 a 72 horas ➔ Deve ser usado neostigmina: ➢ É um inibidor da acetilcolinesterase ➢ Eficácia: 90% ➢ 2 mg IV lento ➢ Monitorização de perto ➔ Efeitos Adversos: ➢ Bradicardia ➢ Hipotensão ➢ Broncoespasmo DESCOMPRESSÃO POR COLONOSCOPIA: ➔ Indicações: ➢ Falha no tratamento conservador ➢ Falha no tratamento farmacológico ➢ Contraindicação para o uso de neostigmina ➔ Taxa de sucesso de 80% ➔ Recorrência em 40% dos casos (menos que com o uso de neostigmina) ➔ Ocorre complicações em 3% dos casos CIRURGIA: ➔ Indicações: ➢ Sinais de peritonite ➢ Alta suspeita de isquemia ➢ Refratariedade ao suporte geral, farmacoterapia e descompressão colonoscópica