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Manual de neurologia

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Eng.º M. A. Mazoca 
 1ª Edição 2017 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E restituir-vos-ei os anos que comeu o gafanhoto, a locusta, e o pulgão e a lagarta, 
 o meu grande exército que enviei contra vós. E comereis abundantemente e 
vos fartareis, e louvareis o nome do Senhor vosso Deus, que procedeu 
 para convosco maravilhosamente; e o meu povo nunca 
 mais será envergonhado. - Joel 2: 25-26 
 
 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
RESISTÊNCIA	DOS	MATERIAIS	
 
LISTA DE TABELAS III 
LISTA DE FIGURAS IV 
PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS I 
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 1 
1.1. IMPORTÂNCIA E APLICAÇÃO DA RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 2 
1.2. CONCEITOS PRINCIPAIS DA RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 3 
1.3. TIPOS DE APOIOS OU SUPORTES 6 
1.4. TIPOS DE CARREGAMENTOS E SUAS APLICAÇÕES 7 
1.5. CLASSIFICAÇÃO DAS VIGAS 9 
1.6. CÁLCULO DAS REACÇÕES DE APOIO EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS 10 
CAPÍTULO 2. ESFORÇOS NUMA SECÇÃO TRANSVERSAL 13 
2.1. PRINCÍPIO DE CORTE 13 
2.2. CLASSIFICAÇÃO DOS ESFORÇOS INTERNOS 14 
2.3. CLASSIFICAÇÃO DOS ESFORÇOS INTERNOS NUMA SECÇÃO EM ESTRUTURAS PLANAS 16 
2.4. DIAGRAMAS DOS ESFORÇOS INTERNOS 27 
2.5. ESFORÇOS INTERNOS NUMA SECÇÃO EM ESTRUTURAS TRIDIMENSIONAIS 32 
CAPÍTULO 3. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS 34 
CAPÍTULO 4. DEFINIÇÃO DA TENSÃO 35 
4.1. CLASSIFICAÇÃO DOS MATERIAIS 36 
4.1.1. MATERIAL FRÁGIL 36 
4.1.2. MATERIAL DÚCTIL 37 
4.2. TENSÃO ADMISSÍVEL 38 
4.3. LEI DE HOOKE 38 
4.3.1. FORMA GERAL DA LEI DE HOOKE 39 
CAPÍTULO 5. TRACÇÃO E COMPRESSÃO 42 
5.1. TENSÕES E DEFORMAÇÕES EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS 42 
5.2. TENSÕES E DEFORMAÇÕES EM ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS 48 
5.3. TENSÕES E DEFORMAÇÕES TÉRMICAS 49 
CAPÍTULO 6. TEORIA DE ELASTICIDADE 58 
6.1. DEFINIÇÃO DAS TENSÕES 58 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
6.2. ESTADOS DE TENSÃO 60 
6.2.1. ESTADO MONOAXIAL DE TENSÃO 60 
6.2.2. ESTADO BIAXIAL (PLANO) DE TENSÃO 62 
6.3. CÍRCULO DE MOHR 69 
6.3.1. PASSOS PRINCIPAIS PARA A CONSTRUÇÃO DO CÍRCULO DE MOHR 69 
CAPÍTULO 7. FLEXÃO 73 
7.1. GEOMETRIA DE ÁREAS PLANAS 74 
7.1.1. MOMENTOS ESTÁTICOS 74 
7.1.2. MOMENTOS DE INERCIA E PRODUTOS DE INERCIA 77 
7.1.3. TRANSPOSIÇÃO DOS EIXOS DE INERCIA PARALELOS – TEOREMA DE STEINER 78 
7.1.4. TRANSPOSIÇÃO ANGULAR DOS EIXOS DE INÉRCIA 80 
7.1.5. MOMENTOS E EIXOS PRINCIPAIS DE INÉRCIA 80 
7.2. DETERMINAÇÃO DA DISTRIBUIÇÃO DAS TENSÕES 88 
7.2.1. FLEXÃO RECTA 88 
7.2.3. FLEXÃO DESVIADA 89 
7.3. DEFORMAÇÃO DEVIDA À FLEXÃO RECTA – EQUAÇÃO DA LINHA NEUTRA 92 
7.3.3. CONDIÇÕES DE FRONTEIRA E DE TRANSIÇÃO 95 
CAPÍTULO 8. TORÇÃO 102 
8.1. DEFORMAÇÃO POR TORÇÃO DE UM VEIO CIRCULAR 102 
8.2. FÓRMULA DE TORÇÃO 104 
8.2.1. VEIO COM SECÇÃO TRANSVERSAL MACIÇA 106 
8.2.2. VEIO COM SECÇÃO TRANSVERSAL OCA 108 
8.3. TENSÃO DE TORÇÃO MÁXIMA ABSOLUTA 109 
8.4. MOMENTO TORSOR OU TORQUE 114 
8.5. TRANSMISSÃO DE POTÊNCIA 115 
8.5.1. PROJECTO DO VEIO 116 
8.6. ÂNGULO DE TORÇÃO 118 
8.6.1. TORQUE E ÁREA DE SECÇÃO TRANSVERSAL CONSTANTES 120 
8.6.2. CONVENÇÃO DE SINAIS 121 
8.7. ESTRUTURAS ESTATICAMENTE INDETERMINADAS CARREGADAS POR UM TORQUE 138 
CAPÍTULO 9. TEOREMA DE CASTEGLIANO 147 
9.1. BASES TEÓRICAS 147 
9.2. APLICAÇÃO DO TEOREMA DO CASTEGLIANO EM ESTRUTURAS ISOSTÁTICAS 152 
9.3. APLICAÇÃO DO TEOREMA DE CASTEGLIANO EM ESTRUTURAS HIPERESTÁTICAS 155 
9.3.1. ESTRUTURAS EXTERIORMENTE HIPERESTÁTICAS 155 
9.3.2. ESTRUTURAS INTERIORMENTE HIPERESTÁTICAS 159 
CAPÍTULO 10. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 165 
 
 
 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 1. Coeficiente de Poisson ................................................................................ I 
Tabela 2. Módulo de elasticidade dos materiais .......................................................... I 
Tabela 3. Pressão ....................................................................................................... I 
Tabela 4. Peso específico dos materiais .................................................................... II 
Tabela 5. Coeficiente de dilatação térmica dos materiais........................................... II 
Tabela 6. Limites de escoamento e de ruptura de alguns materiais .......................... III 
Tabela 7. Tipos de apoios ou suportes de estruturas ................................................. 6 
Tabela 8. Tipos de carregamentos de estruturas e suas aplicações .......................... 8 
Tabela 9. Classificação das vigas .............................................................................. 9 
Tabela 10 – Tabela de cálculo .................................................................................. 86 
Tabela 11 – Tabela de cálculo .................................................................................. 87 
Tabela 12 - Tabela de cálculo ................................................................................ 154 
Tabela 13 – Tabela de cálculo ................................................................................ 155 
Tabela 14 – Tabela de cálculo ................................................................................ 157 
Tabela 15 – Tabela de cálculo ................................................................................ 159 
 
 
 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 1.1 - Parafusos usados no acoplamento duma estrutura metálica submetidos 
à tensão. ..................................................................................................................... 1 
Figura 1.2 - Campo de aplicação da resistência dos materiais .................................. 3 
Figura 1.3 - Solicitação estática .................................................................................. 5 
Figura 1.4 - Solicitação variável .................................................................................. 6 
Figura 1.5 - Exemplo 1.1 .......................................................................................... 11 
Figura 1.6 - Exemplo 1.2 .......................................................................................... 12 
Figura 2.1 - Análise de forças internas [Fonte: WELZK, Frank-Joachim] ................. 13 
Figura 2.2 - Sentido positivo dos momentos e das rotações .................................... 14 
Figura 2.3 - Coordenadas cartesianas...................................................................... 14 
Figura 2.4 - Classificação dos esforços internos ...................................................... 15 
Figura 2.5 - Esforços seccionais ............................................................................... 15 
Figura 2.6 - Acção dos esforços seccionais [Fonte: WELZK, Frank-Joachim] ......... 16 
Figura 2.7 - Exemplo 2.1 .......................................................................................... 18 
Figura 2.8 - Exemplo 2.2 .......................................................................................... 20 
Figura 2.9 - Exemplo 2.3 .......................................................................................... 21 
Figura 2.10 - Exemplo 2.4 ........................................................................................ 22 
Figura 2.11 - Exemplo 2.5 ........................................................................................ 24 
Figura 2.12 - Cargas perpendiculares ao eixo da viga ............................................. 26 
Figura 2.13 – Corte da viga por duas secções transversais ..................................... 26 
Figura 2.14 - Exemplo 2.6 ........................................................................................ 33 
Figura 2.15 - Exemplo 2.7 ........................................................................................ 37 
Figura 3.1 - Corpo-de-prova ..................................................................................... 34 
Figura3.2 - Máquinas de ensaio de tracção ............................................................. 35 
Figura 3.3 - Extensômetro por resistência eléctrica .................................................. 36 
Figura 4.1 - Barra prismática sob tracção ................................................................. 35 
Figura 4.2 - Tensão normal na barra prismática ....................................................... 36 
Figura 4.3 - Diagrama típico de um material frágil .................................................... 36 
Figura 4.4 - Diagrama tensão-deformação convencional para material dúctil (aço) . 37 
Figura 5.1 - Carregamentos por tracção e compressão ........................................... 42 
Figura 5.2 - Tensões e deformações térmicas ......................................................... 50 
Figura 6.1 - Definição das tensões ........................................................................... 59 
Figura 6.2 - Barra sujeita à tracção .......................................................................... 60 
Figura 6.3 - Estado monoaxial de tensão ................................................................. 61 
Figura 6.4 - Estado biaxial de tensão ....................................................................... 63 
Figura 6.5 - Tensões que aparecem numa faceta inclinada ..................................... 64 
Figura 6.6 - Círculo de tensões ou Círculo de Mohr ................................................. 69 
Figura 6.7 - Círculo de Mohr para o estado triaxial de tensão .................................. 71 
Figura 7.1 - Viga em consola sob flexão................................................................... 73 
Figura 7.2 - Superfície e linha neutra apresentadas num trecho de uma viga flectida
 ................................................................................................................................. 74 
Figura 7.3 - Exemplo 7.1 .......................................................................................... 76 
Figura 7.4 - Momentos e produtos de inércia ........................................................... 77 
Figura 7.5 - Flexão recta........................................................................................... 88 
Figura 7.6 - Flexão desviada .................................................................................... 90 
Figura 7.7 - Equação da deformada ......................................................................... 93 
Figura 8.1 - Torção de um veio altamente deformável ........................................... 102 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
Figura 8.2 - Ângulo de torção ................................................................................. 103 
Figura 8.3 - Deformação por cisalhamento do elemento ........................................ 103 
Figura 8.4 - Variação da deformação por cisalhamento ........................................ 104 
Figura 8.5 - Variação da tensão de cisalhamento ao longo da recta radial da secção 
transversal .............................................................................................................. 105 
Figura 8.6 - Veio com secção transversal maciça .................................................. 106 
Figura 8.7 - Variação da tensão de cisalhamento no veio maciço .......................... 107 
Figura 8.8 - Eixo de madeira submetido à torção ................................................... 107 
Figura 8.9 - Variação da tensão de cisalhamento no veio oco ............................... 109 
Figura 8.10 - Exemplo 8.1 ...................................................................................... 111 
Figura 8.11 - Exemplo 8.2 ...................................................................................... 111 
Figura 8.12 - Exemplo 8.3 ...................................................................................... 112 
Figura 8.13 - Veio em consola submetido à torção ................................................ 114 
Figura 8.14 - Exemplo 8.4 ...................................................................................... 117 
Figura 8.15 - ângulo de torção ................................................................................ 119 
Figura 8.16 - Veio sob torção ................................................................................. 120 
Figura 8.17 - Máquina de teste de torção ............................................................... 121 
Figura 8.18 - Convenção de sinais do torque e do ângulo de torção ..................... 122 
Figura 8.19 - Exemplo de uso de convenção de sinais .......................................... 122 
Figura 8.20 - Exemplo 8.6 ...................................................................................... 124 
Figura 8.21 - Problema 8.1 ..................................................................................... 126 
Figura 8.22 - Problema 8.6 ..................................................................................... 132 
Figura 8.23 - Problema 8.7 ..................................................................................... 133 
Figura 8.24 - Estruturas estaticamente indeterminadas sob torção ........................ 138 
Figura 9.1 - Viga carregada por forças e momentos............................................... 147 
Figura 9.2 - Trabalho produzido pelas forças ......................................................... 148 
Figura 9.3 - Exemplo 9.1 ........................................................................................ 153 
Figura 9.4 - Exemplo 9.2 ........................................................................................ 154 
Figura 9.5 - Exemplo 9.3 ........................................................................................ 156 
Figura 9.6 - Exemplo 9.4 ........................................................................................ 158 
Figura 9.7 - Exemplo 9.5 ........................................................................................ 161 
Figura 9.8 - Diagramas dos esforços internos em estruturas interiormente 
hiperestáticas ......................................................................................................... 163 
Propriedades Mecânicas dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
I 
PROPRIEDADES MECÂNICAS DOS MATERIAIS 
 
 
Tabela 1. Coeficiente de Poisson 
Material 𝝂 Material 𝝂 
Aço 0,25 − 0,33 Latão 0,32 − 0,42 
Alumínio 0,32 − 0,36 Zinco 0,21 
Bronze 0,32 − 0,35 Pedra 0,16 − 0,34 
Cobre 0,31 − 0,34 Vidro 0,25 
 
 
Tabela 2. Módulo de elasticidade dos materiais 
Material 
Modulo de 
elasticidade 
𝑬	[𝑮𝑷𝒂] 
Material 
Modulo de 
elasticidade, 
𝑬	[𝑮𝑷𝒂] 
Aço 210 Latão 117 
Alumínio 70 Ligas de Alumínio 73 
Bronze 112 Ligas de chumbo 17 
Cobre 112 Ligas de estanho 41 
Chumbo 17 Ligas de magnésio 45 
Estanho 40 Ligas de titânio 114 
Ferro 200 Magnésio 43 
Zinco 96 Liga de níquel (Monel) 179 
Madeira 8 − 12 
 
Observação: 
É comum encontrar-se o módulo de elasticidade em 𝑀𝑃𝑎 (megapascal): 
𝐸9ç; = 2,1 × 10>	𝑀𝑃𝑎 − 𝐴ç𝑜 
𝐸AB = 0,7 × 10>	𝑀𝑃𝑎 − 𝐴𝑙𝑢𝑚í𝑛𝑖𝑜 
𝐸IJ = 1,12 × 10>	𝑀𝑃𝑎 − 𝐶𝑜𝑏𝑟𝑒 
 
 
Tabela 3. Pressão 
 Para obter 
Multiplicar 𝑘𝑔𝑓/𝑐𝑚T 𝑘𝑃𝑎 𝑚𝑚𝐻𝑔	𝑎	0℃ 𝑝𝑠𝑖 
𝒂𝒕𝒎 1,0332 101,3171 760 14,696 
𝒃𝒂𝒓 1,019716 100 750,062 14,50368 
𝒌𝒈𝒇/𝒄𝒎𝟐 − 98,03922 735,5592 14,22334 
𝒌𝑷𝒂 0,01020 − 7,5006 0,14504 
𝒎𝒎𝑯𝒈	𝒂	𝟎℃ 0,001360 0,133322 − 0,019337 
𝒑𝒔𝒊 0,070307 6,89465 51,715 − 
 
 
Propriedades Mecânicas dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
II 
 
Tabela 4. Peso específico dos materiais 
Material Peso específico 
𝜸	[𝑵/𝒎𝟑] Material Peso específico 
𝜸	[𝑵/𝒎𝟑] 
Aço 7,70 × 10j Gasolina 15℃ 0,83 × 10j 
Água destilada 0,98 × 10j Gelo 0,88 × 10j 
Alvenaria de tijolo 1,47 × 10j Graxa 0,90 × 10j 
Alumínio 2,55 × 10j Latão 8,63 × 10j 
Bronze 8,63 × 10j Leite 15℃ 1,02 × 10j 
Borracha 0,93 × 10j Magnésio1,72 × 10j 
Cal hidratado 1,18 × 10j Níquel 8,50 × 10j 
Cerveja 1,00 × 10j Ouro 18,95 × 10j 
Cimento em pó 1,47 × 10j Papel 0,98 × 10j 
Concreto 2,00 × 10j Peroba 0,78 × 10j 
Cobre 8,63 × 10j Pinho 0,59 × 10j 
Cortiça 0,24 × 10j Platina 20,80 × 10j 
Chumbo 11,0 × 10j Porcelana 2,35 × 10j 
Diamante 3,43 × 10j Prata 9,80 × 10j 
Estanho 7,10 × 10j Talco 2,65 × 10j 
Ferro 7,70 × 10j Zinco 6,90 × 10j 
 
 
Tabela 5. Coeficiente de dilatação térmica dos materiais 
Material 
Coeficiente de 
dilatação térmica 
𝜶	[	℃l𝟏] 
Material 
Coeficiente de 
dilatação térmica 
𝜶	[	℃l𝟏] 
Aço 1,2 × 10l> Latão 1,87 × 10l> 
Alumínio 2,3 × 10l> Magnésio 2,6 × 10l> 
Bronze 1,87 × 10l> Níquel 1,3 × 10l> 
Borracha a 𝟐𝟎℃ 7,7 × 10l> Ouro 1,4 × 10l> 
Chumbo 2,9 × 10l> Platina 0,9 × 10l> 
Cobre 1,67 × 10l> Prata 2,0 × 10l> 
Estanho 2,6 × 10l> Tijolo 0,6 × 10l> 
Ferro 1,2 × 10l> Porcelana 0,3 × 10l> 
Zinco 1,7 × 10l> Vidro 0,8 × 10l> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Propriedades Mecânicas dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
III 
 
Tabela 6. Limites de escoamento e de ruptura de alguns materiais 
Material Limite de escoamento 
𝜎o	[𝑀𝑃𝑎] 
Limite de ruptura 
𝜎p	[𝑀𝑃𝑎] 
Aços 
ASTM-A36 (0,25-0,30%C) 250 400 − 500 
ASTM-A570 (0,25%C) 230 360 
SAE 1008 (0,08%C) 170 305 
SAE 1010 (0,10%C) 180 325 
SAE 1020 (0,10%C) 210 380 
SAE 1045 (0,45%C) 310 560 
Ferro fundido 
Cinzento − 200 
Branco − 450 
Preto – F − 350 
Preto – P − 550 
Nodular − 670 
Matérias não ferrosos 
Alumínio 30 − 120 70 − 230 
Duralumínio 100 − 420 200 − 500 
Cobre 60 − 320 230 − 350 
Bronze ao níquel 120 − 650 300 − 750 
Magnésio 140 − 200 210 − 300 
Titânio 520 600 
Zinco − 290 
Materiais não metálicos 
Borracha − 20 − 80 
Concreto − 0,8 − 7 
Madeira 
Pinho − 100 − 120 
Eucalipto − 100 − 150 
Plásticos 
Nylon − 80 
Vidro 
Vidro plano − 5 − 10 
 
Observação: o aço SAE 1045 não é usado na estrutura propriamente dita, mas 
somente nos esticadores de tirante dela. 
Para aços usados em estruturas metálicas não são desejados teores de 
carbono médios ou altos. Os teores devem estar entre 𝟎, 𝟏𝟎 − 𝟎, 𝟑𝟎%	de Carbono, 
por permitirem solda eléctrica sem cuidados especiais. 
 
ASTM – American Society of Testing Materials 
SAE – Society of Automotive Engineers 
ISO – International Organization of Standardization
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vós servos, sujeitai-vos com todo o temor ao Senhor, não somente ao bom 
 e humano, mas também ao mau; porque é coisa agradável 
 que alguém, por causa da consciência para com Deus, 
 sofra agravos, padecendo injustamente 
 1Pedro 2: 18-19 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
1 
CAPÍTULO 1. INTRODUÇÃO À RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS 
 
A resistência dos materiais é um ramo da mecânica que estuda as relações 
entre cargas externas aplicadas a um corpo deformável e a intensidade das forças 
internas que actuam dentro do corpo. Esse assunto abrange também o cálculo da 
deformação do corpo e o estudo da sua estabilidade, quando ele está submetido a 
forças externas. 
No projecto de qualquer estrutura ou máquina é necessário primeiro usar os 
princípios da estática para determinar as forças que actuam tanto sobre como no 
interior de seus vários membros. As dimensões dos elementos, sua deflexão e sua 
estabilidade dependem não só das cargas internas como também do tipo de material 
do qual esses elementos são feitos. Assim, a determinação precisa e a compreensão 
do comportamento do material são de vital importância para o desenvolvimento das 
equações usadas na resistência dos materiais. Observe que muitas fórmulas e 
procedimentos de projecto, definidos nas normas da engenharia e usados na prática, 
baseiam-se nos fundamentos da resistência dos materiais e, por essa razão, 
compreender os princípios dessa matéria é muito importante. 
 
 
Figura 1.1 - Parafusos usados no acoplamento duma estrutura metálica submetidos à tensão. 
 
Na Resistência dos materiais são estudados corpos sólidos submetidos à 
acção de forças exteriores, os quais se encontram no estado de equilíbrio. Por 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
2 
conseguinte, a teoria de Resistência dos Materiais baseia-se de uma maneira geral 
nas leis e nos teoremas da mecânica geral, e em particular nas leis da Estática. Sem 
o conhecimento profundo daquelas leis o estudo da Resistência dos Materiais é 
impossível. 
Deveremos, no entanto, abandonar a hipótese de um corpo totalmente rígido e 
considerar nos nossos estudos os estados de tensão e de deformação internos 
produzidos pela carga exterior que determinam as dimensões necessárias para os 
elementos estruturais. O objectivo da resistência dos materiais consiste em elaborar 
e pôr à disposição dos projectistas as bases para a determinação dos estados de 
tensão e de deformação e para o dimensionamento dos elementos estruturais 
técnicos, considerando ao mesmo tempo uma segurança suficiente e um óptimo 
aproveitamento do material (Optimização). 
 
1.1. Importância e Aplicação da Resistência dos Materiais 
A Resistência dos Materiais é muito importante para a formação dos 
engenheiros. Seus métodos são necessários aos projectistas de estruturas 
marítimas, aos engenheiros civis e aos arquitetos no projecto de pontes e edifícios, 
aos engenheiros mecânicos e químicos para o projecto de mecanismos e de 
reservatórios sob pressão, aos metalúrgicos, aos eletricistas, etc. 
Em todas as construções de engenharia, as partes de uma estrutura devem 
ser devidamente proporcionadas para resistir às cargas que agem sobre elas. Como 
exemplo podem-se citar: as paredes de um reservatório sob pressão devem resistir à 
pressão interna; as lajes de piso de um edifício devem suportar o seu peso próprio e 
a devida sobrecarga; o veio de uma máquina deve ter dimensões adequadas para 
transmitir o momento de torção especificado; a asa de um avião deve suportar com 
segurança as cargas aerodinâmicas que agem sobre ela durante o voo ou na 
aterrissagem. 
Esse assunto vem sendo estudado há muitos anos, como é possível verificar 
nos famosos trabalhos de Leonardo da Vinci (1452-1519) e Galileo Galilei (1564-
1642) que fizeram diversas experiências para a determinação da resistência de 
cabos, barras e vigas, sem contudo desenvolver qualquer estudo teórico para explicar 
os resultados de seus experimentos. A eles seguiram-se outros estudiosos como 
Leonard Euler (1701-1783), Coulomb, Poisson, Navier, Saint Venant e Cauchy que, 
por sua vez, desenvolveram teorias fundamentais. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
3 
 
Figura 1.2 - Campo de aplicação da resistência dos materiais 
 
1.2. Conceitos principais da resistência dos materiais 
 
O problema fundamental da resistência dos materiais é o dimensionamento 
de estruturas, das máquinas e dos equipamentos em geral, bem como dos seus 
elementos e a apresentação do respectivo certificado de segurança. Isto significa: 
 
§ Uma comparação das solicitações máximas possíveis esperadas com as 
solicitações admissíveis dos materiais usados; 
 
§ A determinação do estado de deformação das construções, uma vez que pelo 
seu dimensionamento devem ser garantidas não só uma segurança suficiente 
mas também deformações dentro de limites determinados; 
 
§ A garantia da estabilidade das estruturas; 
 
§ A economia dos materiais disponíveis. 
 
Ao contrário da estática onde são estudadas apenas as resultantes as forças 
internas aplicadas em qualquer secção transversal de um elemento estrutural, na 
resistência dos materiais não só se determinam os valores e as direcções das forças 
internas mas também a sua distribuição sobre assecções transversais. As forças 
internas, no entanto, só podem ser determinadas independentemente das 
deformações no caso de estruturas isostáticas. Todavia, a maioria dos problemas é 
hiperestática de modo que só tendo em conta deformações se podem determinar as 
forças internas. 
A relação entre as forças internas e as deformações provocadas pelo 
carregamento determina-se pelas leis da teoria de elasticidade, das quais a mais 
simples é a “Lei de Hooke”. O cientista Hooke estabeleceu em 1676 a tese seguinte: 
“quão é a deformação, tal é a força”. Isto significa que a deformação é directamente 
proporcional à força actuante. Esta proporcionalidade constitui a base para a 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
4 
aplicabilidade do “Princípio de Sobreposição”. Em conformidade com esse 
princípio, as deformações e as forças internas são independentes da ordem temporal 
da aplicação das forças externas. Isto significa que no caso de se aplicarem várias 
forças num Sistema, as forças internas, as tensões e as deformações produzidas por 
cada uma das forças se determinam separadamente, obtendo-se o resultado final 
como soma vectorial dos resultados parciais. 
 
Princípio de Sobreposição 
 
As dimensões geométricas de um corpo real variam devido à acção de forças 
externas. Ao retirar a carga as dimensões restabelecem-se total ou parcialmente. A 
propriedade dos corpos de restabelecer as suas dimensões geométricas denomina-
se “elasticidade”. 
Em conformidade com isso, os materiais que obedecem à lei de Hooke são 
considerados como elásticos. Na realidade, verificam-se nos corpos reais, maiores 
ou menores desvios de elasticidade absoluta. Os desvios aumentam com os valores 
das cargas actuantes. As deformações residuais irreversíveis são denominadas 
plásticas e a sua existência torna necessária a aplicação das leis da “Plasticidade”. 
Nos materiais poliméricos e nos elementos estruturais submetidos a temperaturas 
elevadas ocorre o fenómeno da “Viscoelasticidade”, isto é, sob a acção de cargas 
constantes, as deformações variam com a duração do carregamento. Na nossa 
abordagem limitar-nos-emos a deformações absolutamente elásticas. Os problemas 
da plasticidade e da viscoelasticidade não serão analisados. 
Para além disso, pressuporemos deformações pequenas quando 
comparadas com as dimensões dos elementos estruturais. Como abandonamos a 
hipótese fictícia do corpo rígido, deveriam também ser estabelecidas, com rigor, as 
condições de equilíbrio no corpo deformado. No entanto, como trataremos apenas 
deformações pequenas, continuaremos a estabelecer as condições de equilíbrio dos 
elementos não deformados. Fala-se neste caso da “teoria da primeira ordem”, que 
traz consigo simplificações consideráveis. 
No caso de carregamentos com sequência, deve-se aplicar cada uma das 
cargas na estrutura não deformada, isto é, cada carga seguinte carrega a estrutura 
da mesma maneira como a carga inicial. Por isso, pode ser alterada a ordem de 
aplicação das cargas. 
No entanto, para alguns problemas, por exemplo, os de estabilidade, a teoria 
da primeira ordem não tem aplicação. Nesse caso, as condições de equilíbrio 
estabelecem-se obrigatoriamente com a estrutura deformada, porque são admitidas 
nestes problemas deformações grandes (teoria da segunda ou terceira ordem). 
Então, para esses casos, há que considerar a presença de termos que na teoria da 
primeira ordem se consideram desprezíveis. 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
5 
Na Resistência dos Materiais, assim como em qualquer outro ramo das 
ciências, o estudo da resistência de um objecto real começa com a determinação de 
um “esquema de cálculo” ou “modelo de cálculo”, que significa frequentemente 
uma certa simplificação do problema. Esta simplificação torna-se necessária em todos 
os casos, uma vez que se verifica a impossibilidade de solucionar um problema 
considerando todas as suas particularidades, por serem em número ilimitado. 
Portanto, desprezaremos tudo o que se revela como secundário em relação 
ao essencial, isto é, não tomaremos em conta as particularidades sem importância 
respeitante à resistência da estrutura. Em relação às propriedades mecânicas dos 
elementos estruturais basear-nos-emos nas seguintes suposições: 
§ Todos os materiais são considerados como meios contínuos e homogéneos, 
independentemente das particularidades da sua microestrutura. Um material é 
homogéneo quando as suas propriedades não dependem do volume do 
corpo. Disto provém o conceito do meio contínuo. Um meio contínuo 
caracteriza-se pela ocupação contínua de todo o volume que lhe é atribuído; 
 
§ Supõe-se que o material tenha as mesmas propriedades em todas as 
direcções, isto é, seja isotrópico. Isto significa que as propriedades de um 
corpo destacado de um meio contínuo não dependem da sua orientação 
angular original dentro deste meio. Embora cada cristal de um metal, tomado 
separadamente, seja anisotrópico, o metal no seu total é considerado 
isotrópico, uma vez que o volume real contém um grande número de cristais 
dispostos aleatoriamente. Porém, existem também materiais anisotrópicos 
como, por exemplo, a madeira, cujas propriedades dependem da orientação 
das fibras. 
 
Introduzem-se frequentemente simplificações na geometria dos corpos reais 
considerando-os compostos de corpos regulares da estereometria (cubos, 
paralelepípedos, cilindros, esferas, etc.). Dependerá, pois, da experiência prática do 
engenheiro, na medida em que consiga separar o secundário do essencial, facilitar o 
trabalho sem desobedecer as exigências práticas estabelecidas ou requeridas no 
modelo real. Por outro lado, o engenheiro deve contar sempre com os perigos 
possíveis que podem resultar do seu trabalho para a saúde e a vida dos outros, bem 
como para a economia do país e proteção do meio ambiente. 
Se não fizer outra referência, suporemos que a 
carga atinja o seu valor final muito devagar, não 
instantaneamente, crescendo do valor zero até ao seu 
valor final, como está representado na Figura 1.3. Nesta 
condição o elemento estrutural dispõe do tempo 
necessário para formar em cada momento o estado de 
equilíbrio entre as forças externas e internas. Fala-se, 
neste caso, de uma solicitação estática. Figura 1.3 - Solicitação estática 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
6 
As cargas introduzidas rapidamente provocam vibrações e aumentam os 
esforços até ao dobro (Figura 1.4.a). Sob a acção de choques ou impulsos os esforços 
podem alcançar um múltiplo da solicitação estática (Figura 1.4.b). Conhece-se 
também, sobretudo devido à acção de máquinas, solicitações periódicas (Figura 
1.4.c) que levam à fadiga dos materiais. Para além disso, surgem, por vezes, 
solicitações totalmente irregulares, não estacionárias, acidentais (Figura 1.4.d) que 
são produzidas, por exemplo, pelos carros sobre pontes ou pelo vento que actua nas 
estruturas da engenharia civil. 
 
Figura 1.4 - Solicitação variável 
O nosso estudo da resistência dos materiais limitar-se-á ao estudo das 
solicitações estáticas em estruturas isostáticas e hiperestáticas. 
 
 
 
1.3. Tipos de apoios ou suportes 
 
A tabela a seguir ilustra os tipos de apoios e suportes convencionais que 
passaremos a usar nos capítulos seguintes para efectuar o estudo das estruturas 
submetidas a vários tipos de solicitação. 
 
Tabela 7. Tipos de apoios ou suportes de estruturas 
Tipo de Apoio Reacções de apoio 
Cabo – neste tipo de apoio aparece 
apenas uma reacção (tracção) na 
direcção do cabo. 
 
Uma incógnita: 𝑭 
 
 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
7 
Apoio móvel - neste tipo de apoio 
aparece apenas uma reacção. 
 
Uma incógnita: 𝑭 
 
 
Plano inclinado - neste tipo de apoio 
aparece apenas umareacção 
perpendicular ao plano. 
 
Uma incógnita: 𝑭 
 
 
Apoio fixo - neste tipo de apoio 
aparecem duas reacções de apoio nos 
eixos ortogonais. 
 
 
Duas incógnitas: 𝑭𝒛	𝒆	𝑭𝒚 
 
 
Pino interno - neste tipo de apoio 
aparecem duas reacções de apoio nos 
eixos ortogonais. 
 
 
Duas incógnitas: 𝑭𝒛	𝒆	𝑭𝒚 
 
 
Encastramento - neste tipo de apoio 
aparecem duas reacções nos eixos 
ortogonais e um momento flector. 
 
 
Três incógnitas: 𝑭𝒛	, 𝑭𝒚	𝒆	𝑴𝒙 
 
 
 
 
 
1.4. Tipos de carregamentos e suas aplicações 
 
Na tabela a seguir apresentam-se alguns carregamentos típicos de estruturas 
na prática de engenharia e as suas respectivas reacções nos apoios. 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
8 
Tabela 8. Tipos de carregamentos de estruturas e suas aplicações 
Tipo de carregamento Reacções nos apoios 
Forças concentradas 
 
 
Carga uniformemente distribuída 
 
 
Carga uniformemente variável 
 
 
Momento concentrado 
 
 
 
 
Observações: 
§ Para o cálculo das reacções de apoio, a carga uniformemente distribuída é 
substituída por uma força concentrada equivalente 𝑸 igual a área da figura 
geométrica descrita pela carga e que passa pelo seu centroide: 𝑄 = 𝑞. 𝑙 
 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
9 
§ Para o cálculo das reacções de apoio, a carga uniformemente variável é 
substituída por uma força concentrada equivalente 𝑸	igual a área da figura 
geométrica descrita pela carga e que passa pelo seu centroide: 𝑄 = (𝑞. 𝐿)/2 
 
§ Para o cálculo das reacções de apoio, o binário de forças pode ser substituído 
por um momento correspondente 𝑴 no polo, que será igual à força multiplicada 
pela distância entre as forças que formam o binário: 𝑀 = 𝐹. 𝑎 
 
1.5. Classificação das vigas 
 
Na tabela a seguir apresentam-se algumas classificações típicas de vigas na 
prática de engenharia. 
 
Tabela 9. Classificação das vigas 
Classificação das vigas 
§ Vigas simplesmente apoiadas 
 
 
§ Viga bi-encastrada 
 
 
§ Viga encastrada-apoiada 
 
 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
10 
§ Viga em consola 
 
§ Viga em balanço nas duas extremidades 
 
 
 
1.6. Cálculo das reacções de apoio em estruturas isostáticas 
 
O cálculo das reacções de apoio em estruturas isostáticas é feito apenas 
estabelecendo as condições de equilíbrio da estrutura, que genericamente são: 
§ →: o somatório de todas as forças que agem no sentido horizontal (x ou z) deve 
igual a zero. 
 
§ ↑: o somatório de todas as forças que agem no sentido vertical (y) deve ser 
igual a zero. 
 
§ ↺ 𝑨	𝑜𝑢	 ↻ 𝑨: o somatório dos momentos no sentido indicado em relação a um 
ponto qualquer (A) escolhido convenientemente, deve ser igual a zero. 
 
Nota: pode-se, também, estabelecer-se duas condições de equilíbrio fazendo-
se o somatório dos momentos em relação a dois pontos quaisquer (A e B) e 
estabelecer-se a condição de equilíbrio de forças apenas numa direcção, tendo-se 
assim, as três condições de equilíbrio gerais. 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
11 
Exemplo 1.1 
 
Para a estrutura representada na Figura 1.5, pede-se para determinar as 
reacções nos apoios, negligenciando o peso da viga. 
 Dados: 𝐹 = 4	𝑘𝑁; 			𝑞 = 2𝑘𝑁/𝑚; 			𝑎 = 1	𝑚; 			𝑏 = 0,5	𝑚 
 
 
Figura 1.5 - Exemplo 1.1 
 
Solução 
 
Passo 1. Antes de estabelecer as condições de equilíbrio, é necessário fazer o 
diagrama de corpo livre, substituindo-se o binário de forças por um momento 
concentrado: 
 
 
Passo 2. Cálculo do momento concentrado: 
𝑀 = 𝐹 × 𝑏 = 4 × 0,5 = 2	𝑘𝑁.𝑚 
 
Passo 3. Cálculo das reacções nos apoios 
⟶:	𝐴� = 0																																																																		𝑨𝒛 = 𝟎															 
↑ :	𝐴� + 𝐵 − 𝑞. 𝑎 − 𝐹 = 0																																							𝑨𝒚 = −𝟎, 𝟓	𝒌𝑵 
𝐴 ↺ :	𝐵. 2𝑎 +
1
2𝑞. 𝑎
T − 𝑀 − 𝐹. 3𝑎 = 0															𝑩 = 𝟔, 𝟓	𝒌𝑵						 
Capítulo 1 - Introdução à Resistência dos Materiais 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Eng.º M. A. Mazoca 
 
12 
 
Exemplo 1.2 
Para a estrutura representada na 
Figura 1.6, pede-se para 
determinar as reacções nos apoios, 
negligenciando o peso da viga. 
Dados: 𝐹 = 𝑞. 𝑙		; 𝑞 = 1𝑘𝑁/𝑚 
𝑙 = 1500	𝑚𝑚			; 			
1
3 𝑙 = 500	𝑚𝑚	 
Solução 
 
Passo 1. Antes de estabelecer as condições de equilíbrio, é necessário fazer o 
diagrama de corpo livre: 
 
 
Passo 2. Cálculo das reacções de apoio: 
→:	𝐴� − 𝐹 = 0																																									𝐴� = 𝐹 = 𝑞𝑙																									𝑨𝒛 = 𝟏𝟓𝟎𝟎	𝑵 
↑ :	𝐴� − 𝑞𝑙 = 0																																									𝐴� = 𝑞𝑙																																		𝑨𝒚 = 𝟏𝟓𝟎𝟎	𝑵 
↻ 𝐴:	𝑀A +
1
2𝑞𝑙
T −
1
3𝐹𝑙 = 0																	𝑀A =
1
3𝑞𝑙
T −
1
2 𝑞𝑙
T													𝑴𝑨 = 𝟑𝟕𝟓	𝑵.𝒎	 
 
 
Figura 1.6 - Exemplo 1.2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Porque sai o sol com ardor, e a erva seca, e a sua flor cai, e a formosa aparência 
 do seu apecto perece: assim se murchará, também, 
o rico, nos seus caminhos. – Tiago 1:1 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
13 
CAPÍTULO 2. ESFORÇOS NUMA SECÇÃO TRANSVERSAL 
 
2.1. Princípio de corte 
 
Embora comummente o problema da determinação dos esforços numa secção 
e dos seus diagramas se considere como parte da estática, queremos tratá-lo 
pormenorizadamente antes de chegarmos ao próprio assunto da "Resistência dos 
materiais", tendo em conta a importância básica que cabe àquele problema. 
Na estática estudámos como as forças exteriores aplicadas num corpo se 
distribuem pelos apoios. Como estruturas isostáticas determinamos facilmente, 
usando equações de equilíbrio, as reacções de apoio como funções das forças 
externas aplicadas ao corpo. 
Queremos investigar, agora, como o corpo sólido está em condições de 
transmitir as cargas exteriores aos apoios, como se realiza a comunicação entre as 
forças exteriores e as reacções de apoio. Esta comunicação resulta da acção das 
forças internas, provocadas pelo carregamento da estrutura, que se opõem à 
deformação e garantem a ligação interna dos corpos solicitados. Trata-se de forças 
internas de coesão molecular que só se manifestam se o corpo for seccionado. 
Para investigarmos as forças internas imaginemos um corpo qualquer, sob a 
acção de um sistema de forças que satisfaça às condições de equilíbrio, seccionado 
por uma superfície plana (Figura 2.1). 
 
Figura 2.1 - Análise de forças internas [Fonte: WELZK, Frank-Joachim] 
 
As acções moleculares exercidas pela parte direita (parte B) sobre a parte 
esquerda (A) manifestam-se através da força resultante R, que passa pelo ponto de 
referência S, e do momento resultante M, relacionado com o mesmo ponto, e 
equilibram, evidentemente, a acção das forças F1 e F2. 
Da mesma maneira, as forças internas actuantes sobre a parte direita 
representam a acção das forças exteriores aplicadas na parte esquerda e equilibram 
a acção das forças que se aplicam na parte direita. Portanto, pode-se determinar a 
resultante R e o momento M indiferentemente, a partir das forças exteriores situadas 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
14 
à esquerda do ponto de corte ou a partir das forças situadas à direita da secção, 
invertendo-se, apenas os sentidos ao mudar o lado da secção considerada. 
Para facilitar o estudo posterior é mais cómodo escolher como ponto de 
referência S o centro de gravidade da secção transversal. A resultante R e o momento 
M aplicados em cada parte do corpo seccionado são, pelas condições de equilíbrio, 
iguais e opostos. 
O método de seccionar o corpo para que asforças internas surjam 
explicitamente é denominado “princípio do corte”. 
Para determinar facilmente o esforço interno em cada secção seccionada 
deve-se decompor a força resultante R e o momento resultante M em componentes 
segundo direcções distintas que são as direcções dos eixos das coordenadas usadas. 
Portanto, torna-se necessário estabelecer convenções sobre o sistema de 
coordenadas e sobre os sinais a adoptar em todos os capítulos seguintes, quando em 
contrário nada for assinalado. 
Aplicaremos coordenadas cartesianas que formam um triedro de referência 
sinistrógiro ou direito (Figura 2.3). A posição espacial do sistema de coordenadas 
é arbitrária, mas em geral fixa-se de modo que o eixo 𝒛 coincida com o eixo do corpo 
em questão. 
O sinal ⨀ significa que o vector unitário que define o terceiro eixo se orienta de 
trás para a frente do plano da figura. 
O sinal ⊗ indica que o eixo está orientado para trás da figura. 
 
Figura 2.3 - Coordenadas cartesianas 
 
 
Definimos como “sentido positivo dos momentos e das rotações” o sentido 
da rotação de um saca-rolhas quando progride segundo o sentido positivo do eixo 
considerado (Figura 2.2). 
 
 
2.2. Classificação dos esforços internos 
 
As forças e os momentos internos serão considerados positivos se os seus 
vectores têm os sentidos positivos dos respectivos eixos coordenados quando a 
normal exterior da secção transversal em que actuam também tem sentido positivo, 
Figura 2.2 - Sentido positivo dos 
momentos e das rotações 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
15 
ou quando os ditos vectores têm sentidos opostos aos dos eixos em causa, se a 
normal exterior também tem sentido oposto ao eixo positivo (Figura 2.4). 
 
Figura 2.4 - Classificação dos esforços internos 
Decompondo a resultante R e o momento M da Figura 2.1 em componentes 
segundo os eixos das coordenadas x, y e z obtêm-se os seguintes esforços 
seccionais (Figura 2.5): 
 
Figura 2.5 - Esforços seccionais 
§ Esforço normal N, cuja tendência é comprimir (sinal negativo) ou traccionar 
(sinal positivo, Figura 2.6.a) a secção. 
 
§ Esforços transversos 𝑻𝒙	𝒆	𝑻𝒚, cuja tendência é cortar a secção ou provocar 
o deslizamento mútuo das secções (Figura 2.6.b). 
 
§ Momento torçor 𝑴𝒕, cuja tendência é torcer a secção em torno da sua normal 
(Figura 2.6.c). 
 
§ Momentos flectores 𝑴𝒙	𝒆	𝑴𝒚, cuja tendência é girar a secção em torno dos 
eixos localizados no seu próprio plano, x e y respectivamente, comprimindo 
uma parte da secção transversal e distendendo (traccionando) a outra (Figura 
2.6.d). 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
16 
Algumas das componentes de R e M representadas na Figura 2.5 são dirigidas 
contrariamente aos sentidos positivos dos eixos coordenados, sendo por isso 
designadas por sinais negativos. 
O esforço normal N é um esforço actuando na direcção do eixo do corpo, 
portanto, normalmente ao plano da secção transversal. E a soma algébrica das 
projecções das forças exteriores situadas de um mesmo lado da secção, sobre a 
normal à mesma. 
 
Figura 2.6 - Acção dos esforços seccionais [Fonte: WELZK, Frank-Joachim] 
Os esforços transversos T são esforços actuando perpendicularmente ao 
eixo do corpo, portanto, no plano da secção transversal. São determinados pelas 
somas algébricas das projecções das forças exteriores situadas de um mesmo lado 
da secção, sobre os eixos coordenados localizados no plano da mesma. 
O momento torçor 𝑴𝒕 é um esforço provocado por um conjugado que actua 
no plano da secção transversal. É a soma algébrica dos momentos, em relação ao 
eixo do corpo, das forças exteriores situadas de um mesmo lado da secção. 
Os momentos flectores M são esforços provocados por conjugados que 
actuam nos planos perpendiculares ao plano da secção, definidos pelo eixo do corpo 
e por cada um dos outros dois eixos coordenados. São as somas algébricas das 
projecções, sobre os eixos coordenados localizados no plano da secção transversal, 
dos momentos das forças situadas de um mesmo lado da secção, em relação ao 
centro de gravidade da mesma. 
 
2.3. Classificação dos esforços internos numa secção em estruturas 
planas 
 
Na prática da engenharia as estruturas possuem, frequentemente, um plano 
de simetria no qual estão situados todos os eixos dos elementos estruturais e todas 
as forças exteriores. Limitemo-nos, por isso, primeiramente, à determinação analítica 
dos esforços seccionais de estruturas planas carregadas no plano de simetria 𝒚𝒛. 
Os esforços dependem do ponto de corte, quer dizer, são funções das 
chamadas "coordenadas de trecho z" a introduzir. Os seus valores podem ser 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
17 
determinados para qualquer secção, aplicando as condições de equilíbrio. Como nas 
secções em que há descontinuidades da carga ou variações bruscas da direcção do 
eixo do elemento estrutural ou da área da secção transversal aparecem também 
descontinuidades nas funções dos esforços, é conveniente, subdividir a estrutura em 
vários trechos, que começam e terminam nesses pontos de descontinuidade. Ao 
subdividir a estrutura em vários trechos, pode-se introduzir para cada trecho "𝒊" uma 
coordenada "𝒛𝒊", ou utilizar uma só coordenada geral "𝒛". O segundo método apenas 
se aplica em estruturas não ramificadas e sem variações bruscas das secções 
transversais e das direcções dos eixos dos seus elementos estruturais. 
Com o fim de obtermos para cada trecho as representações analíticas das leis 
de variação dos esforços como funções da coordenada 𝒛, imaginemos, 
sucessivamente dentro de cada trecho, a estrutura cortada em qualquer secção e 
introduzamos os esforços positivos no lugar de corte, estabelecendo, ainda, as 
condições de equilíbrio para a parte cortada, ou para a parte restante da estrutura. 
Para isso é necessário determinar previamente as reacções de apoio. 
A seguir tem-se a resolução de 
alguns problemas elucidativos, que 
acredita-se serem suficientes para a 
melhor compreensão da matéria deste 
capítulo. Começaremos por estudar os 
esforços internos da estrutura 
apresentada no Exemplo 1 do Capítulo 1. 
Antes de começarmos a 
resolução dos problemas, é necessário 
definir as direcções e os sentidos 
convencionais dos esforços internos que 
surgem quando seccionamos a viga. 
Estas convenções são ilustradas na 
figura ao lado, para as diferentes 
orientações do eixo da viga (vertical ou 
horizontal). 
 
Exemplo 2.1 
Para a estrutura representada na Figura 2.7, pede-se para determinar as 
reacções nos apoios, negligenciando o peso da viga. 
 Dados: 𝐹 = 4	𝑘𝑁; 			𝑞 = 2𝑘𝑁/𝑚; 			𝑎 = 1	𝑚; 			𝑏 = 0,5	𝑚 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
18 
 
Figura 2.7 - Exemplo 2.1 
 
Solução: 
 
Passo 1. Fazemos o diagrama de corpo livre, arbitrando-se os sentidos das 
reacções nos apoios e calcular as reacções de apoio em função das cargas 
externas. Como no capítulo anterior esse trabalho já foi feito, a seguir 
apresenta-se apenas o diagrama de corpo livre e os resultados das reacções. 
 
 
𝑨𝒛 = 𝟎 𝑨𝒚 = −𝟎, 𝟓	𝒌𝑵 𝑩 = 𝟔, 𝟓	𝒌𝑵 
 
 
Passo 2. Subdividimos a estrutura em trecho, com base nos pontos de 
descontinuidade, e introduzimos uma coordenada 𝒛𝟏	, 𝒛𝟐	, 𝒛𝟑	e	𝒛𝟒 para cada 
trecho como se mostra na figura a seguir: 
 
 
 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
19 19 
Passo 3. Cortamos a estrutura sucessivamente dentro dos trechos, introduzimos 
os esforços respeitantes e estabelecemos as condições de equilíbrio. 
 
§ Trecho 1 
⟶:	𝑁� = 0																				
↓: 𝑇� + 𝑞. 𝑧� = 0											
𝑧� ↺ :	𝑀� +
1
2𝑞𝑧�
T = 0
																				
𝑁� = 0						
𝑇� = −2𝑧�
𝑀� = −𝑧�T	
 
 
 
§ Trecho 2⟶:	𝑁T = 0																																																					
↓ :	 𝑇T + 𝑞. 𝑎 − 𝐴� = 0																																		
𝑧T ↺ :	𝑀T + 𝑞. 𝑎 �
1
2𝑎 + 𝑧T� − 𝐴�. 𝑧T = 0
							 
 
						
𝑁T = 0												
𝑇T = −2,5	𝑘𝑁
𝑀T = −2,5𝑧T	
 
 
 
 
 
§ Trecho 3 
⟵:	𝑁� = 0																		
↑ :	 𝑇� − 𝐹 = 0													
𝑧� ↻ :	𝑀� + 𝐹. 𝑧� = 0
																		
⟵:	𝑁� = 0																		
↑ :	 𝑇� − 𝐹 = 0														
𝑧� ↻ :	𝑀� + 𝐹. 𝑧� = 0
 
 
 
§ Trecho 4 
⟵:	𝑁j = 0																																										
↑ :	 𝑇j + 𝐵 − 𝐹 = 0																													
𝑧j ↻ :	𝑀j − 𝐵. 𝑧j + 𝐹(𝑎 + 𝑧j) = 0
						
𝑁j = 0														
𝑇j = −2,5	𝑘𝑁		
𝑀j = 2,5𝑧j − 4
 
 
 
 
 
Exemplo 2.2 
Determinar as leis de variação dos esforços seccionais para a estrutura 
representada na Figura 2.8. 
Dados: 𝐹, 𝑎.					𝐹� = √2𝐹			; 				𝐹 = 𝑞𝑎				; 			𝛼 = 45° 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
20 20 
 
Figura 2.8 - Exemplo 2.2 
 
Solução: 
 
Passo 1. Fazemos o diagrama de corpo livre, arbitrando-se os sentidos das 
reacções nos apoios e calcular as reacções de apoio em função das cargas 
externas. Podemos, também, nesta fase, subdividir a estrutura em trechos e 
introduzir a coordenada 𝒛𝟏, 𝒛𝟐	e	𝒛𝟑 para cada trecho: 
 
 
→:	𝐴� − 𝐹 = 0																																				
↑ :	 𝐴� + 𝐵� − 2𝑞𝑎 − 𝐹 = 0														
𝐴 ↺ :	𝐵. 4𝑎 − 𝐹. 3𝑎 − 2𝑞𝑎T = 0				
																					
𝐴� = 𝐹			
𝐴� =
7
4𝐹
𝐵 = 5
4𝐹			
 
 
Passo 2. Cortamos a estrutura sucessivamente dentro dos trechos, introduzimos 
os esforços respeitantes e estabelecemos as condições de equilíbrio. 
 
§ Trecho 1 
→:	𝐴� + 𝑁� = 0																							
↑ :	 𝐴� − 𝑞𝑧� − 𝑇� = 0													
𝑧� ↺ :	𝑀� + 𝑞
𝑧�T
2 − 𝐴�𝑧� = 0
											
𝑁� = −𝐹
𝑇� =
7
4𝐹 − 𝑞𝑧�
𝑀� =
7
4𝐹𝑧� − 𝑞
𝑧�T
2
 
 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
21 21 
§ Trecho 2 
↑ :	 𝐴� − 2𝑞𝑎 − 𝑇T = 0																																										
→ :	𝐴� + 𝑁T = 0																																																					
𝑧T ↺ :	𝑀T − 𝐴�(2𝑎 + 𝑧T) + 2𝑞𝑎(𝑎 + 𝑧T) = 0
	 
 
𝑇T = 𝐴� − 2𝑞𝑎 = −14𝐹
𝑁T = −𝐴� = −𝐹												
𝑀T = 𝐹 �32𝑎 −
1
4 𝑧T�					
 
 
 
§ Trecho 3 
↑ :	𝐵 + 𝑇� = 0										
→ :	−𝑁� = 0													
𝑧� ↺ :	𝐵. 𝑧� −𝑀� = 0		
																						
𝑇� = −54𝐹	
𝑁� = 0								
𝑀� =
5
4𝐹𝑧�
 
 
 
 
Exemplo 2.3 
 
Para a estrutura representada 
na Figura 1.6, pede-se para 
determinar as equações dos 
esforços internos. 
Dados: 𝐹 = 𝑞. 𝑙		; 𝑞 = 1𝑘𝑁/𝑚 
𝑙 = 1500	𝑚𝑚			; 			
1
3 𝑙 = 500	𝑚𝑚	 
 
 
Solução: 
 
Passo 1. Fazemos o digrama de corpo livre, arbitrando-se os sentidos das 
reacções nos apoios e calcular as reacções em função das cargas externas. 
Podemos também, nesta fase, subdividir a estrutura em trechos e introduzir a 
coordenada 𝑧� e 𝑧T para cada trecho: 
 
Figura 2.9 - Exemplo 2.3 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
22 22 
→:	𝐴� − 𝐹 = 0																							
↑ :	 𝐴� − 𝑞𝑙 = 0																							
↻ 𝐴:	𝑀A +
1
2𝑞𝑙
T − 13𝐹𝑙 = 0
																					
𝐴� = 𝐹 = 𝑞𝑙												
𝐴� = 𝑞𝑙																					
𝑀A =
1
3𝑞𝑙
T − 12 𝑞𝑙
T
																							
𝑨𝒛 = 𝟏𝟓𝟎𝟎	𝑵				
𝑨𝒚 = 𝟏𝟓𝟎𝟎	𝑵				
𝑴𝑨 = 𝟑𝟕𝟓	𝑵.𝒎	
 
 
Passo 2. Cortamos a estrutura sucessivamente dentro dos trechos, introduzimos 
os esforços respeitantes e estabelecemos as condições de equilíbrio. 
 
§ Trecho 1 
↓ :	𝑁� = 0																				
← :	 𝑇� + 𝐹 = 0											
𝑧� ↻ :	𝑀� − 𝐹𝑧� = 0
																
	𝑁� = 0						
𝑇� = −𝐹		
𝑀� = 𝐹𝑧�
 
 
 
§ Trecho 2 
←:	𝑁T + 𝐹 = 0																									
↑ :	𝑇T − 𝑞𝑧T = 0																								
𝑧T ↻:𝑀T −
1
3𝐹𝑙 +
1
2 𝑞𝑧T
T = 0
	 
 
𝑁T = −𝐹												
𝑇T = 𝑞𝑧T																	
𝑀T =
1
3𝐹𝑙 −
1
2 𝑞𝑧T
T
 
 
 
 
Exemplo 2.4 
 
Determinar as equações 
dos esforços internos para a 
estrutura abaixo representada, 
sendo: 
Dados: 𝑞¡á£ = 3𝑞¤			; 		𝐹 = 𝑞¤𝑎 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2.10 - Exemplo 2.4 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
23 23 
Solução: 
 
Passo 1. Cálculo das reacções de apoio 
 
→:	𝐴� − 𝐹 = 0																																																	
↑ :	 𝐴� −
1
23𝑞¤	. 3𝑎 = 0																																		
𝐴 ↺ :	−𝑀A −
1
23𝑞¤	. 3𝑎	.
1
3 3𝑎 − 𝐹𝑎 = 0
																				
𝑨𝒛 = 𝑭																		
𝑨𝒚 = 𝟒, 𝟓	𝑭										
𝑴𝑨 = −𝟓, 𝟓	𝑭𝒂				
 
 
 
Passo 2. Determinação dos esforços internos 
Subdividimos a estrutura em dois trechos e introduzimos para cada trecho “𝒊” 
uma coordenada “𝒛”". Fazemos coincidir em cada vez a coordenada 𝒛 com o eixo 
da parte da estrutura em causa, contando 2, quer a partir da extremidade direita 
do trecho, quer da extremidade esquerda. Os sentidos dos 𝒛¥ de vários trechos 
são arbitrários, podendo ser opostos. Elementos estruturais verticais são 
estudados como um desenho técnico, isto é, do lado direito. Estudando cada 
trecho deste modo, introduzimos os esforços positivos. Assim, para a parte do lado 
esquerdo do ponto de corte, o esforço normal tem o sentido positivo para a direita, 
o esforço transverso tem o sentido positivo para baixo e o momento flector tem o 
sentido positivo oposto ao movimento dos ponteiros do relógio, enquanto para a 
parte do lado direito do ponto de corte os sentidos são contrários. 
 
§ Trecho 1 
→:	𝑁� = 0																	
↑: 𝐹 − 𝑇� = 0												
𝑧� ↺ :	𝑀� − 𝐹𝑧� = 0
													
𝑁� = 0					
𝑇� = 𝐹						
𝑀� = 𝐹𝑧�		
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
24 24 
 
§ Trecho 2 
→:	−𝑁T − 𝐹 = 0																																				
↑ :	𝑇T − 𝑞(𝑧T)
𝑧T
2 = 0																														
𝑧T ↺ :	−𝑀T − 𝐹𝑎 − 𝑞(𝑧T).
𝑧T
2 .
𝑧T
3 = 0
 
 
𝑁T = −𝐹 = −𝑞¤𝑎																																				
𝑇T = 𝑞¤
𝑧TT
2𝑎																																																		
𝑀T = −𝐹𝑎 − 𝑞¤
𝑧T�
6𝑎 = −𝑞¤𝑎T − 𝑞¤
𝑧T�
6𝑎
							sendo:						𝑞(𝑧T) = 𝑞¡á£.
𝑧T
3𝑎 = 𝑞¤.
𝑧T
𝑎 
 
 
Exemplo 2.5 
Determinar as equações 
dos esforços internos para a 
estrutura representada na 
figura abaixo ao lado. 
Dados: 
𝑞, 𝑎									𝐹 = 𝑞. 𝑎 
 
 
 
 
 
 
 
 
Solução: 
 
Passo 1. Cálculo das reacções de apoio 
→:	𝐴� − 𝐹 = 0																																	
↑ :	𝐴� + 𝐵 − 4𝑞𝑎 = 0																						
𝐴 ↺:𝐵. 3𝑎 − 𝐹𝑎 − 𝑞. 4𝑎. 2𝑎 = 0		
																					
𝐴� = 4𝑞𝑎 − 3𝑞𝑎 = 𝑞𝑎					
𝐴� = 𝐹 = 𝑞𝑎																							
𝐵 = 3𝐹 = 3𝑞𝑎																					
 
 
Figura 2.11 - Exemplo 2.5 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
25 25 
 
 
Passo 2. Determinação das equações dos esforços internos 
 
§ Trecho 1 
→:	𝑇� = 0
↑ :	𝑁� + 𝐵 = 0
↺ 𝑧�:	𝑀� = 0
																	
𝑇� = 0
𝑁� = −𝐵 = −3𝑞𝑎
𝑀� = 0
 
 
 
§ Trecho 2 
→:𝑇T − 𝐹 = 0
↑ :	𝑁T + 𝐵 = 0
↺ 𝑧T:	𝑀T − 𝐹𝑧T = 0
													
𝑇T = 𝐹 = 𝑞𝑎
𝑁T = −𝐵 = −3𝑞𝑎
𝑀T = 𝐹𝑧T = 𝑞𝑎𝑧T
 
 
 
§ Trecho 3 
←:	𝑁� = 0
↑ :	 𝑇� − 𝑞𝑧� = 0
↻ 𝑧�:	𝑀� +
1
2𝑞𝑧�
T = 0	
									
𝑁� = 0
𝑇� = 𝑞𝑧�
	𝑀� = −12𝑞𝑧�
T	
 
 
§ Trecho 4 
→:	𝑁j + 𝐴� = 0
↓ :	 𝑇j + 𝑞𝑧j − 𝐴� = 0
↺ 𝑧j:	𝑀j +
1
2𝑞𝑧j
T − 𝐴�𝑧j = 0
							
	𝑁j = −𝐴� = −𝑞𝑎			
	𝑇j = 𝑞𝑎 − 𝑞𝑧j										
	𝑀j = 𝑞𝑎𝑧j −
𝑞𝑧jT
2 			
 
 
 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
26 26 
Analisemos agora as relações existentes entre o momento flector, o 
esforço transverso e as cargas perpendiculares ao eixo da viga: 
Consideremos uma distribuição qualquer da carga vertical q(z) aplicada a uma 
viga (Figura 2.12). Essa carga induz na viga um esforço transverso T(z) e um 
momento flector M(z). 
 
Figura2.12 - Cargas perpendiculares ao eixo da viga 
Cortamos da viga um elemento por duas secções transversais adjacentes, 
distante uma da outra de dz e estabelecemos as condições de equilíbrio do elemento. 
Ao passar da secção de abcissa z à secção de abcissa z+dz, variam os esforços por 
valores diferenciais. Essas variações são consideradas pela primeira parcela de 
correcção da série de Taylor 
 
𝑓(𝑧 + 𝑑𝑧) = 𝑓(𝑧) +
𝑑𝑓
𝑑𝑧 𝑑𝑧 +
1
2!
𝑑T𝑓
𝑑𝑧T
(𝑑𝑧)T +⋯ 
 
Os esforços seccionais sofrem, pois, um acréscimo diferencial: 
 
Figura 2.13 – Corte da viga por duas secções transversais 
As condições de equilíbrio aplicadas no elemento cortado fornecem: 
→:	−𝑁(𝑧) + 𝑁(𝑧) + 𝑑𝑁 = 0 
↑: 𝑇(𝑧) − 𝑇(𝑧) − 𝑑𝑇 − 𝑞(𝑧)𝑑𝑧 = 0 
↺ 𝑧:	 − 𝑀(𝑧) + 𝑀(𝑧) + 𝑑𝑀 − 𝑇(𝑧)
𝑑𝑧
2 − 𝑇(𝑧)
𝑑𝑧
2 − 𝑑𝑇
𝑑𝑧
2 = 0 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
27 27 
Desprezamos a última parcela da equação dos momentos por ser infinitamente 
pequena comparada com as restantes obtemos: 
 
⎩
⎪
⎨
⎪
⎧
𝑁 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡.
𝑑𝑇
𝑑𝑧 = −𝑞(𝑧)
𝑑𝑀
𝑑𝑧 = 𝑇(𝑧)
																				⇛ 								
𝑑T𝑀
𝑑𝑧T =
𝑑𝑇
𝑑𝑧 = −𝑞(𝑧)								 
 
 
Percorrendo o trecho da esquerda para a direita constatamos que o esforço 
transverso é a derivada do momento flector e a função da carga distribuída q(z) é a 
derivada da função do esforço transverso. Disto se conclui que a função T(z) 
representa a tangente à função M(z) e que a função do momento flector tem um valor 
extremo nas secções em que o esforço transverso é igual a zero. 
No caso em que a coordenada z vai da direita para a esquerda obtém-se a 
relação: 
𝑑T𝑀
𝑑𝑧T = −
𝑑𝑇
𝑑𝑧 = −𝑞(𝑧) 
Como se pode facilmente verificar. 
 
2.4. Diagramas dos esforços internos 
 
Como os esforços calculados como funções das coordenadas 𝒛𝒊 não dão uma 
ideia sobre a sua variação ao longo da viga, é conveniente usar-se uma 
representação gráfica daquelas funções. Para além disso, frequentemente, como por 
exemplo no processo do dimensionamento duma estrutura, basta conhecer os valores 
extremos dos esforços que podem ser facilmente deduzidos das suas representações 
gráficas. As representações gráficas da variação dos esforços ao longo dos eixos dos 
elementos estruturais chamam-se “diagrama dos esforços” ou “linhas de estado”. 
É importante conhecer pelo exame simples dos diagramas os sinais dos esforços. 
Para esse fim marcam-se de um lado do eixo da viga os positivos e do outro os 
negativos. 
As convenções mais adoptadas são as seguintes: 
1. O diagrama do momento flector é representado do lado da fibra de tracção, 
isto é, tendo em conta as convenções dos sinais feitas no Capítulo 2.2, os 
momentos flectores positivos são marcados do lado debaixo das vigas 
horizontais e do lado direito das vigas verticais; 
 
2. O diagrama do esforço transverso representa-se no lado oposto, quer dizer, os 
esforços transversos positivos do lado de cima das vigas horizontais e do lado 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
28 28 
esquerdo das verticais, enquanto os esforços transversos negativos se 
representam respectivamente do lado de baixo e do lado direito das vigas 
horizontais e verticais; 
 
3. O diagrama do esforço normal é marcado em qualquer lado dos elementos 
estruturais, indicando no próprio diagrama por meio dos sinais “+” e “−“as 
regiões de tracção ou compressão respectivamente. Comummente aplica-se, 
no entanto, a mesma regra que para o esforço transverso. 
 
Para maior segurança também se pode indicar nos diagramas do momento 
flector e do esforço transverso os sinais dos esforços. Como exemplos representamos 
a seguir os diagramas correspondentes aos 3 exemplos tratados no capítulo 
precedente: 
Exemplo 2.1 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
29 29 
 
Exemplo 2.2 
 
Exemplo 2.3 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
30 30 
Exemplo 2.4 
 
Exemplo 2.5 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
31 31 
Se não se precisar das expressões analíticas das funções dos esforços, os 
diagramas dos esforços podem ser traçados simplesmente, renunciando às equações 
dos esforços. Para esse fim, calculam-se numericamente os valores dos esforços no 
início e no fim de cada trecho. Esses valores marcam-se à escala, com base nas 
convenções acima estabelecidas respeitantes aos diagramas dos esforços, a partir 
do eixo das estruturas. As ordenadas deste modo fixadas serão sucessivamente 
ligadas entre si percorrendo cada trecho da esquerda para a direita, e considerando 
as regras a seguir citadas, que têm carácter geral e objectivo didáctico e facilitam 
consideravelmente o traçado dos diagramas dos momentos flectores e dos esforços 
transversos: 
 
1. Se um trecho é sujeito a nenhumas forças exteriores: 
 
§ O diagrama do momento é uma recta; 
 
§ O diagrama do esforço transverso passa paralelamente ao eixo do trecho 
 
2. Se um trecho é sujeito a uma força concentrada: 
 
§ O diagrama do momento tem um ponto angular nesta secção, cuja ponta 
é orientada no sentido da força; 
 
§ O diagrama do esforço transverso salta nesta secção. Intensidade e 
direcção do salto correspondem à intensidade e ao sentido da força 
aplicada. 
 
3. Se um trecho é sujeito a uma carga uniformemente distribuída: 
 
§ O diagrama do momento é uma parábola, cuja convexidade é orientada 
no sentido da carga; 
 
§ O diagrama do esforço transverso é uma recta inclinada. 
 
4. Se um trecho é sujeito a uma carga triangularmente distribuída: 
 
§ O diagrama do momento é uma parábola cúbica, cuja convexidade é 
orientada no sentido da carga; 
 
§ O diagrama do esforço transverso é uma parábola. 
 
5. No início e no fim duma carga distribuída o diagrama do esforço transverso 
tem um ponto angular (uma “quebra”), o diagrama do momento flector passa 
tangencialmente da recta para a parábola. 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
32 32 
6. Nas secções onde o esforço transverso muda de sinal o momento flector tem 
um valor extremo. 
 
7. Num nó rígido em que concorrem apenas duas vigas (variação brusca da 
direcção do eixo da estrutura) os momentos flectores em ambos os lados do 
nó são iguais (veja Figura 2.13.d). 
 
8. No caso em que 3 ou mais vigas concorrem num nó rígido, o somatório dos 
momentos flectores nestas vigas no lugar do nó é nulo. 
 
9. Numa articulação o momento flector é nulo. 
 
Para além disso, essas regras deveriam estar sempre presentes na apreciação 
de cada caso particular, uma vez que representam provas úteis para os diagramas 
construídos. Com experiência crescente o engenheiro estará em condições, com 
estas bases, de desenvolver sucessivamente os diagramas sem calcular os valores 
dos esforços em cada ponto de descontinuidade. O tracejado perpendicular ao eixo 
estrutural dos diagramas do momento flector e do esforço transverso e o tracejado 
paralelo ao eixo do diagrama do esforço normal não tem fim decorativo, servindo para 
evitar dúvidas sobre o trecho a que dizem respeito. 
 
 
2.5. Esforços internos numa secção em estruturas tridimensionais 
 
Em contraposição às estruturas planas em que aparecem apenas 3 esforços 
numa secção, nas estruturas espaciais teremos que considerar todos os 6 esforços 
apresentados no Capítulo 2.2. As equações dos esforços são encontradas, 
imaginando cortada a estrutura sucessivamente em cada trecho limitado por pontos 
de descontinuidade adjacentes e estabelecendo de cada uma das vezes as 6 
condições de equilíbrio do espaço tridimensional. Os esforços transversos e normal 
resultam, como nas estruturas planas, da soma algébrica das componentes das 
forças exteriores nas respectivas direcções. Paraa determinação dos momentos tem 
de se tomar em consideração, que eles resultam da soma dos momentos produzidos 
pelas componentes das forças exteriores nas duas outras direcções: 
𝑀£´́´́´⃗ +¶(𝑟�·´́´́⃗ ∗ 𝐹�·´́´́ ⃗ − 𝑟�·´́´́⃗ ∗ 𝐹�·´́´́´⃗ )
¥
= 0 
𝑀�´́´́ ´⃗ +¶(𝑟�·´́´́⃗ ∗ 𝐹£·´́ ´́ ⃗ − 𝑟£·´́´́⃗ ∗ 𝐹�·´́´́ ⃗)
¥
= 0 
𝑀�´́´́´⃗ +¶(𝑟£·´́´́⃗ ∗ 𝐹�·´́´́´⃗ − 𝑟�·´́´́⃗ ∗ 𝐹£·´́ ´́ ⃗)
¥
= 0 
Sendo 𝐹£·´́ ´́ ⃗, 𝐹�·´́´́´⃗ , 𝐹�·´́´́ ⃗ as componentes da força �⃗� segundo os eixos 𝑥, 𝑦	𝑒	𝑧 
respectivamente �⃗� = »𝐹£·´́ ´́ ⃗, 𝐹�·´́´́´⃗ , 𝐹�·´́´́ ⃗	¼, e os 𝑟£·´́´́⃗, 𝑟�·´́´́⃗, 𝑟�·´́´́⃗	 as componentes do raio vector 𝑟, da 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
33 33 
força �⃗� relacionado com a secção do corte em que consideramos situada a origem 
do sistema de coordenadas 𝑟 = »𝑟£·´́´́⃗, 𝑟�·´́´́⃗, 𝑟�·´́´́⃗¼. 
Por analogia com os problemas planos, em que fazemos coincidir a 
coordenada do trecho 𝒛𝒊 com o eixo do elemento em questão, introduzimos nas 
estruturas espaciais para cada trecho 𝒊, uma coordenada 𝒛¥ ao longo do eixo do 
trecho, como está indicado na Figura 2.14. Ao estabelecer as equações dos esforços 
considera-se a origem do sistema de coordenadas, inicialmente fixado, 
sucessivamente situada em cada trecho nos pontos de coordenada 𝒛. 
 
Exemplo 2.6 
 
Para a estrutura tridimensional carregada na 
sua extremidade mostrada na figura ao lado, é 
necessário: 
a) Calcular as reacções de apoio 
b) Determinar as equações dos esforços 
internos e 
c) Desenhar os diagramas dos esforços. 
Dados:	𝐹� = 3	𝑘𝑁, 𝐹T = 5	𝑘𝑁	𝑒	𝐹� = 20	𝑘𝑁. 
 
 
 
 
 
Solução 
 
§ Cálculo das reações de apoio 
↑ :	𝐴� − 𝐹� = 0																																		
→ :	−𝐴� + 𝐹T = 0																												
↗ :	 𝐴£ − 𝐹� = 0																																
↑↑ 𝐴:	𝑀A� − 𝐹T. 2 − 𝐹�. 0,5 = 0			
→→ 𝐴:	−𝑀A� − 𝐹�. 2 + 𝐹�. 3 = 0
↗↗ 𝐴:	𝑀A£ + 𝐹T. 3 + 𝐹�. 0,5 = 0
 
 
𝐴� = 20	𝑘𝑁										
𝐴� = 5	𝑘𝑁													
𝐴£ = 3	𝑘𝑁												
𝑀A� = 11,5	𝑘𝑁𝑚
𝑀A� = −31	𝑘𝑁𝑚
𝑀A£ = −25	𝑘𝑁𝑚
 
 
Figura 2.14 - Exemplo 2.6 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
34 34 
§ Determinação dos esforços internos 
Trecho 1: Como a normal exterior do plano da secção transversal tem sentido positivo 
(sentido do eixo coordenado z), os esforços vectores têm os sentidos dos eixos 
coordenados. 
→:	𝑁� + 𝐹T = 0																									𝑁� = −5	𝑘𝑁														 
↑ :	−𝑇�� − 𝐹� = 0																						𝑇�� = −20	𝑘𝑁 
↗ :	−𝑇�£ − 𝐹� = 0																					𝑇�£ = −3	𝑘𝑁 
→→:	𝑀¾� = 0																												𝑀¾� = 0 
↑↑ :	−𝑀�� − 𝐹�𝑧� = 0														𝑀�� = −20𝑧� 
↗↗:	−𝑀�£ + 𝐹�𝑧� = 0												𝑀�£ = 3𝑧� 
 
Trecho 2: Como a normal exterior do plano da secção transversal tem sentido positivo 
(sentido do eixo coordenado x), os esforços vectores têm os sentidos dos eixos 
coordenados. 
 
→:	𝑇T� + 𝐹T = 0																																									𝑇T� = −5	𝑘𝑁 
↑ :	−𝑇T� − 𝐹� = 0																																							𝑇T� = −20	𝑘𝑁 
↗ :	−𝑁T − 𝐹� = 0																																							𝑁T = −3	𝑘𝑁 
→→:	𝑀T� − 𝐹�𝑧T = 0																															𝑀T� = 20𝑧T 
↑↑ :	−𝑀T� + 𝐹�. 1 − 𝐹T𝑧T = 0																𝑀T� = 3 − 5𝑧T 
↗↗:	−𝑀¾T − 𝐹�. 1𝑚 = 0																									𝑀¾T = −20	𝑘𝑁𝑚 
 
 
 
Trecho 3: Como a normal exterior do plano da secção transversal tem sentido 
negativo (sentido oposto ao eixo coordenado z), os esforços vectores têm sentidos 
opostos aos dos eixos coordenados. 
 
→:	−𝑁� + 𝐹T = 0																																				 
↑ :	𝑇�� − 𝐹� = 0																																													 
↗ :	𝑇�£ − 𝐹� = 0																																													 
→→:	−𝑀¾� − 𝐹�. 2 = 0																															 
↑↑ :	𝑀�� − 𝐹T. 2 + 𝐹�(1 − 𝑧�) = 0					 
↗↗:	𝑀�£ − 𝐹�(1 − 𝑧�) = 0																								 
 
𝑁� = 5	𝑘𝑁 
𝑇�� = 20	𝑘𝑁 
𝑇�£ = 3	𝑘𝑁 
𝑀¾� = −40	𝑘𝑁𝑚 
𝑀�� = 7 + 3𝑧� 
𝑀�£ = 20 − 20𝑧� 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
35 35 
Trecho 4: Como a normal exterior do plano da secção transversal tem sentido 
negativo (sentido oposto ao eixo coordenado y), os 
esforços vectores têm sentidos opostos aos dos eixos 
coordenados. 
→:	−𝑇j� − 𝐴� = 0																																												𝑇j� = −5	𝑘𝑁 
↑ :	𝑁j + 𝐴� = 0																																																		𝑁j = −20	𝑘𝑁 
↗ :	𝑇j£ + 𝐴£ = 0																																																𝑇j£ = −3	𝑘𝑁 
→→:	−𝑀j� − 𝑀A� + 𝐴£𝑧j = 0																						𝑀j� = 31 + 3𝑧j 
↑↑ :	𝑀¾j +𝑀A� = 0																																											𝑀¾j = −11,5	𝑘𝑁𝑚 
↗↗:	𝑀j£ = +𝑀A£ + 𝐴�𝑧j = 0																							𝑀j£ = 25 − 5𝑧j 
 
 
§ Diagrama dos esforços seccionais 
 
1. O diagrama do esforço normal é marcado em qualquer lado dos elementos 
estruturais, indicando no próprio diagrama por meio dos sinais “+” e “-” as 
regiões de tracção ou compressão respectivamente. 
 
2. O diagrama do esforço transverso deve-se traçar tendo em 
consideração o sistema de coordenadas convencional 
adoptado, isto é, o esforço transverso positivo traça-se do 
lado positivo do eixo e o negativo do lado negativo do eixo. 
 
3. O diagrama do momento flector é traçado seguindo-se as seguintes 
convenções: 
§ Se o momento em “x” é positivo, traça-se do lado positivo 
do eixo “y” ou do lado negativo do eixo “z” 
 
§ Se o momento em “y” é positivo, traça-se do lado positivo 
do eixo “z” ou do lado negativo do eixo “x” 
 
§ Se o momento em “z” é positivo, traça-se do lado positivo 
do eixo “x” ou do lado negativo do eixo “y” 
 
 
§ Se o momento em “x” é negativo, traça-se do lado positivo 
do eixo “z” ou do lado negativo do eixo “y” 
 
§ Se o momento em “y” é negativo, traça-se do lado positivo 
do eixo “x” ou do lado negativo do eixo “z” 
 
§ Se o momento em “z” é negativo, traça-se do lado positivo 
do eixo “y” ou do lado negativo do eixo “x” 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
36 36 
Usando as convenções acima citadas, resultam os seguintes diagramas dos esforços 
seccionais: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
37 37 
Exemplo 2.7 
Para a estrutura representada na Figura 2.15, pede-se para determinar as 
equações dos esforços internos e as respectivas linhas de estado. 
Dados: 𝐹� = 100	𝑁, 𝐹T = 150	𝑁, 𝐹� = 75	𝑁, 𝑞 = 2𝑁/𝑐𝑚	, 𝑎 = 50	𝑐𝑚 
 
Figura 2.15 - Exemplo 2.7 
Solução 
 
§ Como se pode ver na figura, para a determinação das equações dos esforços 
internos e o desenho dos respectivos diagramas, não é necessário conhecer 
os valores das reacções de apoio por isso, negligenciaremos o seu cálculo. 
 
Divisão da estrutura em trechos 
 
Trecho 1 
 
§ Como a normal exterior do plano da secção 
transversal tem sentido positivo (sentido do 
eixo coordenado x), os esforços vectores têm 
os sentidos dos eixos coordenados. 
↗ :	−𝑁� + 𝐹T = 0																													𝑁� = 𝐹T 
↑ :	−𝑇�� − 𝐹� = 0																													𝑇�� = −𝐹� 
→:𝑇�� − 𝐹� = 0																																𝑇�� = 𝐹� 
↗↗:	−𝑀¾� = 0																																		𝑀¾� = 0 
↑↑ :	−𝑀�� + 𝐹�𝑠� = 0																					𝑀�� = 𝐹�𝑠� 
→→:	𝑀�� − 𝐹�𝑠� = 0																						𝑀�� = 𝐹�𝑠� 
 
 
 
 
 
Capítulo 2 – Esforços numa secção transversal 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
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Trecho 2 
 
§ Como a normal exterior do 
plano da secção transversal 
tem sentido negativo 
(sentido oposto ao eixo 
coordenado z), os esforços 
vectores têm sentidos 
opostos aos dos eixos 
coordenados. 
 
→:	−𝑁T − 𝐹� = 0																																																			𝑁T = −𝐹� 
↗ :	𝑇T£ + 𝐹T = 0																																																						𝑇T£ = −𝐹T 
↑ :	𝑇T� − 𝐹� − 𝑞𝑠T = 0𝑇T� = 𝐹� + 𝑞𝑠T 
→→:	−𝑀¾T − 𝐹�. 3𝑎 = 0																																						𝑀¾T = −𝐹�. 3𝑎 
↗↗:	𝑀T£ + 𝐹�𝑠T + 𝑞
𝑠TT
2 = 0																																𝑀T£ = −𝐹�𝑠T − 𝑞
𝑠TT
2 
↑↑ :	𝑀T� + 𝐹�. 3𝑎 + 𝐹T𝑠T = 0																														𝑀T� = −𝐹�. 3𝑎 − 𝐹T𝑠T 
 
Diagramas dos esforços seccionais 
 
 
 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombetas diante de ti, como fazem os hipócritas nas 
sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo 
 que já receberam o seu galardão. Mas o, quando tu deres esmola, 
não saiba a tua mão esquerda o que faz a tua direita, 
para que a tua esmola seja dada ocultamente, e teu 
Pai, que vê em secreto, te recompensará 
 Publicamente - Mateus 6: 2 - 4 
Capítulo 3 – Comportamento Mecânico dos Materiais 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
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CAPÍTULO 3. COMPORTAMENTO MECÂNICO DOS MATERIAIS 
 
A resistência de um material depende da sua capacidade de suportar a carga 
sem deformação excessiva ou rotura. Essa propriedade é inerente ao próprio material 
e deve ser determinada por experimento. Um dos testes mais importantes a realizar 
nesse sentido é o teste de tracção ou compressão. Embora muitas propriedades 
mecânicas importantes de um material possam ser determinadas por meio desse 
teste, ele é usado principalmente para determinar a relação entre a tensão normal 
média e a deformação normal média em muitos materiais da engenharia, tais como 
metais, cerâmicas, polímeros e materiais compósitos. 
Para realizar o teste de tracção ou compressão é feito um corpo de prova do 
material, com o formato e tamanho “padronizados”. 
 
 
Figura 3.1 - Corpo-de-prova 
Antes do teste, são feitas duas pequenas marcas de punção ao longo do 
comprimento do corpo-de-prova, distantes de ambas as extremidades, porque a 
distribuição da tensão nas é complexa devido à fixação nos acoplamentos em que a 
carga é aplicada. Medem-se, então, a área da secção transversal do corpo-de-prova 
𝐴¤ e o comprimento de referência 𝐿¤ entre as marcas de punção. Por exemplo, 
quando é usado um corpo-de-prova de metal em um teste de tracção, geralmente ele 
tem diâmetro inicial 𝑑¤ = 13	𝑚𝑚 e um comprimento de referência 𝐿¤ = 50	𝑚𝑚. A fim 
de se aplicar uma carga axial sem flexão do corpo-de-prova, as extremidades são, 
em geral, assentadas em juntas universais. Uma máquina de teste, como mostrada 
na Figura 3.2, é então usada para estirar o corpo-de-prova com taxa muito lenta e 
constante até que ele atinja o ponto de ruptura. A máquina é projectada para ler a 
carga necessária para manter o estiramento uniforme. 
Capítulo 3 – Comportamento Mecânico dos Materiais 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
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Figura 3.2 - Máquinas de ensaio de tracção 
Os dados da carga aplicada são registados a intervalos frequentes à medida 
que são lidos no visualizador digital. Além disso, mede-se o alongamento 𝛿 = 𝐿 − 𝐿¤ 
entre as marcas de punção no corpo-de-prova por meio de um calibre ou um 
dispositivo óptico denominado extensômetro. O valor 𝛿 é então usado para calcular 
a deformação normal média do corpo-de-prova. Algumas vezes, entretanto, essa 
medida não é feita, visto também ser possível obter a deformação directamente, a 
partir de um extensômetro por resistência eléctrica como mostrado na Figura 3.3 
Capítulo 3 – Comportamento Mecânico dos Materiais 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
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Figura 3.3 - Extensômetro por resistência eléctrica 
A operação de tal extensômetro baseia-se na mudança da resistência eléctrica 
de um arame muito fino ou pedaço de folha de metal submetido à deformação. 
Essencialmente, o extensômetro é colado ao corpo-de-prova em uma direcção 
especificada. Se a cola for muito forte em comparação com o extensômetro, então o 
extensômetro será na verdade parte integrante do corpo-de-prova, de modo que, 
quando o corpo-de-prova for estirado na direcção do extensômetro, o arame e o 
corpo-de-prova sofrerão a mesma deformação. Medindo-se a resistência eléctrica do 
arame, o extensômetro pode ser calibrado para ler valores da deformação normal 
directamente.
 
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Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em holocaustos e 
sacrifícios como em que se obedeça à palavra do Senhor? 
 Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar, 
e o atender melhor do que a gordura 
de carneiros. - 1Samuel 15:22 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
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CAPÍTULO 4. DEFINIÇÃO DA TENSÃO 
 
Os conceitos de tensão e deformação podem ser ilustrados considerando-se o 
alongamento de uma barra prismática (barra de eixo recto e de secção constante em 
todo o comprimento). 
Considere-se uma barra prismática carregada nas extremidades por forças 
axiais 𝑭	e	𝑭′ (forças que actuam no eixo barra), que produzem alongamento uniforme 
ou tracção na barra. Sob acção dessas forças originam-se esforços internos no 
interior da barra. Para o estudo desses esforços internos, considera-se um corte 
imaginário na secção m-m, normal ao seu eixo. Removendo-se qualquer parte 
cortada do corpo, os esforços internos na secção considerada (m-m) transforma-se 
em esforços externos. 
 
Figura 4.1 - Barra prismática sob tracção 
Para que não se altere o equilíbrio, estes esforços internos devem ser 
equivalentes à resultante 𝑵(𝒛), também longitudinal de intensidade igual a 𝑭. 
Na prática, supõe-se que estes esforços internos sejam distribuídos 
uniformemente sobre toda a secção transversal. Quando estas forças são distribuídas 
perpendiculares e uniformemente sobre toda a secção transversal, recebem o nome 
de tensão normal, sendo comummente designada pela letra grega 𝝈 (sigma). 
Pode-se ver facilmente que a tensão normal, em qualquer parte da secção 
transversal é obtida dividindo-se o valor do esforço interno normal 𝑵(𝒛) pela área da 
secção transversal 𝑨, ou seja, 
𝜎 =
𝑁(𝑧)
𝐴 																									[3.1] 
Quando a barra é alongada, a tensão resultante é uma tensão de tracção e se 
as forças internas comprimem a barra, tem-se tensão de compressão. 
A condição necessária para validar a equação	[3.1] é que a tensão 𝜎 seja 
uniforme em toda a secção transversal da barra. 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
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Figura 4.2 - Tensão normal na barra prismática 
O alongamento total de uma barra submetida a uma força axial é designado pela letra 
grega 𝛿 (delta). O alongamento por unidade de comprimento é denominado 
deformação específica e é representado pela letra grega 𝜀 (épsilon): 
𝜀 =
𝛿
𝑙 																		[3.2] 
Onde, ∆𝑙 é o alongamento ou o encurtamento da barra e 𝑙 é o comprimento total da 
barra. 
 Note-se que a deformação 𝜀 é uma quantidade adimensional. É de uso 
corrente no meio técnico representar a deformação por uma fracção percentual (%) 
multiplicando-se o valor da deformação específica por 100. 
 
 
4.1. Classificação dos Materiais 
 
Os materiais, conforme as suas características, são classificados como 
dúcteis e frágeis. 
 
 
4.1.1. Material frágil 
 
O material é classificado como frágil, 
quando submetido a um ensaio de tracção e 
não apresenta deformação plástica, passando 
da deformação elástica para a ruptura. Os 
materiais frágeis ou quebradiços se deformam 
relativamente pouco antes da ruptura. São 
exemplos de material frágil: o concreto, ferro 
fundido, vidro, porcelana, cerâmica, gesso, 
cristal, acrílico, baquelite, etc. 
 
 
 
 
Figura 4.3 - Diagrama típico de um material frágil 
 
RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS ENG.º M. A. MAZOCA 
 
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4.1.2. Material Dúctil 
 
O material é classificado como dúctil, quando submetido a um ensaio de 
tracção,

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