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Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Esclerodermia e Esclerose Sistêmica ● A esclerodermia localizada ou morfeia é uma afecção que acomete a pele e os tecidos adjacentes e tem como característica principal o espessamento cutâneo. ● Não há envolvimento de órgãos internos, o que a diferencia da esclerose sistêmica. ● Normalmente tem curso benigno e autolimitado. ● A qualidade de vida do paciente é muitas vezes afetada pelo aspecto da pele, por contraturas articulares e, raramente, por deformidades da face e das extremidades. Doença inflamatória do tecido conjuntivo com acometimento endotelial de pequenos e médios vasos levando a uma endarterite isquêmica. A isquemia progressiva leva a alteração fibroblastos levando a um processo de fibrose cutânea e visceral! EPIDEMIOLOGIA ● Incidência anual de 3,4 a 27 casos por milhão de habitantes. ● É mais comum no sexo feminino (2,4-5:1). ● O pico de incidência na infância ocorre entre os 7 e 11 anos de idade e, na fase adulta, por volta da quarta década. Classificação Forma localizada ● Acomete apenas a pele!! ● Linear→ em golpe de sabre ○ Ocorre mais comumente na infância ○ Provoca anormalidades da pele e tecidos subcutâneos e frequentemente seguem a distribuição de um dermátomo ○ Se encontram predominantemente em um lado do corpo ● Morfeia ○ Pode ser dividida em doença localizada ou generalizada ○ Caracterizada por manchas de pele esclerótica que se desenvolvem no tronco e nos membros ○ Localizada → presença de uma ou mais placas circunscritas bem demarcadas ○ Generalizada ■ Lesões frequentemente simétricas que envolvem o tronco e membros e podem levar a esclerose de pele generalizada ■ Normalmente poupa as mãos e rosto e não está associada a grandes sintomas vasculares ou com a doença visceral ■ Pode requerer o uso imunossupressores e antifibróticos Local x generalizada Forma sistêmica: 1 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Limitada → espessamento cutâneo é restrito às extremidades dos membros e face→ em menor grau no rosto e pescoço ○ Síndrome de CREST → Calcinose, Raynaud, Esofagopatia, eSclerodactilia e Telangiectasia ○ Anticentrômero em 80% ○ Sd. sobreposição mais comum que na forma difusa ● Difusa → espessamento cutâneo ocorre precocemente e se estende à região proximal dos membros e tronco ○ Maior risco para acometimento renal, pulmonar e cardíaco ○ Anticentrômero negativos ○ Anti-Scl 70 positivo em 40%; o anti-RNA polimerase III tbm ● Sem esclerodermia → rara → Características vasculares típicas e fibrose visceral da doença sistêmica sem esclerose de pele Fisiopatologia ● Autoimune x mecanismos vasculares ● Disfunção vascular ● Fibrose de tecidos e órgãos → aumento da deposição de matriz extracelular e colágeno na pele e em órgãos internos 🤔 A doença ocorre em indivíduos geneticamente suscetíveis em associação com possíveis fatores desencadeantes ambientais ou outros estímulos não específicos ● Predisposição genética pode ser sugerida por algumas evidências → agregação familiar, fatores étnicos, associação da doença com determinados alelos do antígeno leucocitário humano (HLA) e associação com polimorfismos gênicos ● Fatores ambientais, como exposição a solventes orgânicos (tolueno, benzeno, cloreto de polivinil e tricloroetileno, entre outros) e a sílica, bem como o uso de inibidores do apetite, L-triptofano, pentazocina e bleomicina, podem estar associados a maior risco de desenvolvimento de ES. Vascular ● Vasculopatia → lesão e ativação de células endoteliais por fatores desconhecidos ● Lesão endotelial crônica levando agregação plaquetária, ativação do sistema fibrinolítico, aumento permeabilidade vascular e adesão leucocitária a parede vascular→ principalmente na microcirculação ● Aumento de endotelina 1 → Vasoconstricção → ativa fibroblastos e aumenta a adesão leucocitária a parede vascular ● Alterações no controle do tônus vascular e aumento da permeabilidade vascular→ fases precoces da doença. ○ Tônus controlado por interação entre células endoteliais, musculatura lisa da parede vascular, estímulo neuronal e mediadores solúveis. ○ Receptores alfa-2 C-adrenérgicos → mediadores da vasoconstrição induzida pelo frio na microcirculação cutânea. → aumento da reatividade + vias de sinalização Rho/Rho quinase → aumento da resposta contrátil induzida pelo frio. ○ Fenômeno de Raynaud reversível de extremidades que ocorre com exposição ao frio ou estresse emocional → sintoma inicial mais evidente ● Ativação + lesão endotelial → identificadas em fases iniciais da doença. ● Mediadores envolvidos na regulação do tônus atuam na patogênese da ES. → desbalanço na produção de substâncias vasoconstritoras, como endotelina-1 (ET-1), angiotensina-II e tromboxano-A2, e de substâncias vasodilatadoras, como a prostaciclina e NO. Autoimune ● Linfócitos T estimulados → Fatores genéticos? Ambientais? ● Produção de autoanticorpos, ativação de linfócitos e infiltração de células mononucleares nos órgãos afetados ● Infiltrado inflamatório composto principalmente por células mononucleares/macrófagos e linfócitos T é encontrado na pele e em órgãos internos.2→ migração e ativação de células T CD4 e predomínio dessas células nos infiltrados linfocitários na pele e pulmão ● Liberação de citocinas → recrutam mais células inflamatórias ○ Alterações no balanço entre linfócitos com perfil Th1/Th2, com polarização para o perfil Th2 ● Disfunção endotelial → aumento moléculas adesão, diminuição produção óxido nítrico, maior permeabilidade e reatividade ● Células inflamatórias + plaquetas ativadas + disfunção endotelial→ atração e ativação fibroblastos 2 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Fibrose ● Fibrose cutânea e de órgãos interno é patognomônica ● Fibroblastos com maior resistência a apoptose → resposta normal e autolimitada à lesão leva a regeneração tecidual e é substituída por fibrose + perda da arquitetura tecidual. ● Tecido fibrótico → acelular, rico em colágeno com deposição excessiva de colágenos tipos I, III, V e VII e outras proteínas da MEC ● Acúmulo de miofibroblastos expressando alfa-actina de músculo liso (alfa-SMA) associada a rarefação de vasos sanguíneos e linfáticos. ● Uma vez iniciada, a fibrose é amplificada e se mantém como consequência do dano tecidual e hipoxia progressiva, resultando em um ciclo vicioso. ○ TGF-beta), fator de crescimento do tecido conjuntivo (CTGF), fator de crescimento derivado de plaquetas (PDGF), fator de crescimento vascular endotelial (VEGF) e ET-1 → acúmulo de colágeno, proteoglicanos, fibronectina e outros componentes da matriz extracelular. ● TGF-beta induz a transdiferenciação de fibroblastos em miofibroblastos capazes de aumentar a rigidez da matriz extracelular, aumentar a produção de citocinas pró-fibróticas, além de serem relativamente resistentes a apoptose. ● Citocinas (TGF-B, TNF, interleucinas) + hipóxia tecidual → fibroblastos→ aumento produção colágeno tipo I e III ● Alterações qualitativas e de distribuição espacial de fibras de colágeno→ fibrose QUADRO CLÍNICO Sistêmicas ● Febre é raro – infecção ● Perda ponderal e fadiga ● Artralgia (artrite é rara) / mialgia ● Fraqueza muscular → restrição mobilidade levando a desuso, extensão do processo fibrótico pros tecidos musculares e superposição com polimiosite Cutâneas ● Espessamento da pele (esclerodermia) proximal às articulações metacarpofalângicas é o suficiente para classificar um paciente como portador de ES ● Fases ○ Fase edematosa → fase inicial, edema difuso, depressível, inicialmente em mãos e pés (puffy fingers), que pode durar meses ○ Fase indurativa → regressão do edema e endurecimento da pele iniciando-se pelas extremidades ○ Fase atrófica → est´gio final → espessamento cutâneo importante com retrações tendíneas e contraturas com ausência progressiva de anexos ● Telangiectasias → número de capilares reduzidos pela fibrose com dilatação dos remanescentes ● Calcinose→ deposição de cristais de cálcio ou hidroxiapatita no tecido subcutâneo ● Leucomelanodermia→ lesão sal e pimenta ● Pitting scars 3 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Avaliação periódica do espessamento cutâneo → escore cutâneo de Rodnan modificado → avalia o espessamento da pele em 17 áreas, graduando o envolvimento em 0 (pele normal), 1 (espessamento leve), 2 (espessamento moderado) e 3 (espessamento importante). Gastrointestinais ● + 90% dos pacientes ● A disfagia resulta do dano da musculatura lisa nos terços médio e distal do esôfago ● Esôfago + comum ○ Redução da pressão do esfíncter esofágico inferior ○ Atrofia musculatura do 2/3 distal com fibrose ○ Diminuição movimentação ○ DRGE ○ Esôfago de Barret ● Estômago→ raro ○ Retardo esvaziamento ○ Distensão ○ Ectasia vascular de antro → estômago em melancia ● Intestino delgado ○ Diminuição da motilidade ○ Dilatação ○ Supercrescimento bacteriano ○ Diarréia e má absorção ○ Pseudo-obstrução intestinal ● Intestino grosso e anorretal 4 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Dismotilidade esfincter anal→ incontinência ○ Hipotonia colônica→ constipação crônica ● EDA ● Cintilografia esofagiana ● Manometria Vasculares ● Raynaud→ 90 a 99% dos pctes ○ Principal causa→ doença de Raynaud ○ Isquemia digital episódica ○ Fase inicial → palidez → ocorre pelo vasospasm ○ Cianose → remoção do oxigênio do sangue venoso estático ○ Rubor → hiperemia reativa que acompanha o retorno do fluxo sanguíneo ○ Antecede em anos as manifestações cutâneas e viscerai ● Vasoconstrição temporária de pequenas artérias com vasodilatação rebote ● Dor, queimor, parestesias em extremidades ● Isquemia digital e úlceras dolorosas em extremidades ● Anormalidades na microvasculatura, que podem ser observadas pela capilaroscopia periungueal, como dilatações capilares e áreas avasculares → útil no diagnóstico e no prognóstico de pacientes ● Capilaroscopia ungueal Pulmonares ● Principal causa de morte atualmente ● Pode causar derrame pleural discreto ● Hipertensão arterial pulmonar – limitada ○ Pode ocorrer como resultado de vasculopatia primária ou secundária à doença cardíaca, à hipoxemia pelo acometimento intersticial pulmonar ou a tromboembolismo crônico. ○ Ocorre principalmente nas formas cutâneas limitadas → presença de anticentrômero aumenta o risco para essa complicação. ○ Pcte pode permanecer assintomático, até se estabelecer uma hipertensão pulmonar grave, evoluindo com dispnéia rapidamente progressiva aos esforços e insuficiência cardíaca direita. ○ Obliteração pequenos e médios vasos ○ Pode manter-se assintomático ○ IC direita ○ Dispnéia ○ Redução da difusão de CO2 com espirometria sem padrão restritivo ○ Eco bidimensional com Doppler → rastreamento → estima a pressão sistólica da artéria pulmonar. ○ Diagnóstico considerado quando a medida estimada da pressão sistólica da artéria pulmonar (PSAP) é > 40 mmHg. ○ O cateterismo cardíaco de câmaras direitas é mandatório para confirmar os achados do eco → hipertensão pulmonar pode ser por acometimento cardíaco, demandando uma abordagem terapêutica distinta. 5 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ O diagnóstico de HAP é confirmado quando a medida da pressão arterial pulmonar média é ≥ 25 mmHg no repouso e a pressão capilar pulmonar em cunha é ≤ 15 mmHg. ● Pneumopatia intersticial – difusa → + frequente ○ + comum nas formas cutâneas difusas! ○ Inicialmente assintomática, pode evoluir com dispneia progressiva aos esforços e tosse seca. ○ Dor pleurítica ○ Estertores crepitantes à ausculta , principalmente em bases ○ Espirometria → padrão restritivo → acompanha com capacidade vital forçada ○ Maior risco de CA broncogênico e de células alveolares ○ Melhor exame é TC ■ As lesões geralmente são bilaterais e, dependendo da magnitude, há grande alteração da arquitetura pulmonar. ■ É possível encontrar finas opacificações reticulares subpleurais ou septais, padrão em vidro fosco, faveolamento, bronquiectasias de tração, nódulos e cistos. ○ Anticorpos antitopoisomerase I (anti-Scl-70) estão associados a quadro cutâneo difuso e fibrose pulmonar grave, enquanto anticentrômero e anti-RNA polimerase III estão relacionados com um risco reduzido de doença intersticial pulmonar. ● Difusão de CO2 – mais sensível Cardíacas ● Fator de mau prognóstico ● Pericardite, miocardite e arritmias ● Derrame pericárdico geralmente assintomático ● Tamponamento cardíaco é raro. ● O acometimento miocárdico pode evoluir para insuficiência cardíaca sistólica ou diastólica geralmente em pacientes com forma cutânea difusa. O exame histopatológico revela miosite e fibrose. Renais ● Crise renal esclerodérmica ○ Uso de glicocorticóides ○ Microangiopatia trombótica → elevação dos níveis de renina ○ Vasoespasmo prolongado das artérias renais → isquemia cortical → ativação do sistema renina-angiotensina ○ Histopatológico com lesões em casca de cebola!!! → Proliferação da íntima e espessamento que leva ao estreitamento e obliteração do lúmen vascular, com hipertrofia concêntrica ○ HA maligna grave de início súbito + dispneia, cefaleia, distúrbios visuais, congestão pulmonar e insuficiência renal rapidamente progressiva. ○ ○ Insuficiência renal rapidamente progressiva ○ Proteinúria raramente nefrótica ○ Sedimento com hematúria e cilindrúria ○ Anemia hemolítica→ hemácias são lesadas ao passarem pelos microvasos obstruídos → presença de esquizócitos no sangue periférico, plaquetopenia, insuficiência renal, proteinúria e sedimento ativo. ○ Manifestações neurológicas ○ Até o surgimento dos inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA), foi a principal causa de morte ○ Fatores de risco → extensão do acometimento cutâneo, presença de crepitação tendínea, positividade do anti-RNA polimerase III, anemia de início recente e derrame pericárdico ● 20-25% pacientes forma difusa ● Maior risco anti-RNA polimerase III ● Primeiros cinco anos de doença Neurológicas ● SNC → raro → cefaleia, convulsões e comprometimento cognitivo. ● SNP → neuropatias periféricas, neuropatia trigeminal e mononeurite múltipla 6 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Morfeia em placa - morfeia (fase ativa) - fasciite eosinofílica/fibrose cutânea - Morfeia linear em golpe de sabre Autoanticorpos Diagnóstico diferencial DIAGNÓSTICO ● Clínico e anatomopatológico. ● A avaliação clínica deve identificar os diferentes padrões (em placa, linear, generalizada, superficial ou profunda). ● Não se espera alteração de exames laboratoriais como elevação de reagentes de fase aguda e não existem autoanticorpos específicos. Critérios do ACR→ 1 maior + 1 menor ● Critério maior → 1. Espessamento cutâneo proximal; ● Critério menor ○ Esclerodactilia ○ Pitting scars ○ Fibrose pulmonar bibasal Esclerose sistêmica limitada precoce → Critérios de LeRoy 2001 7 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Critério 2013→ ACR/EULAR ● Diagnóstico→ 9/+ pontos ● Os critérios não são aplicáveis a pacientes com espessamento da pele poupando os dedos ou para pacientes que têm um distúrbio esclerodermia-like que explica melhor as suas manifestações TRATAMENTO ● Indicado precocemente quando há sinais de atividade, que incluem: surgimento de novas lesões, endurecimento progressivo da pele, presença de halo lilás ao redor das lesões, progressão do acometimento dos tecidos profundos em exame de imagem ou biópsia demonstrando doença ativa. Formas superficiais e menos extensas da doença ● Tratamento tópico com tacrolimus ● Menor nível de evidência→ calcipotriol, principalmente associado a betametasona e a fototerapia. ☀ A fototerapia normalmente está indicada como adjuvante em casos de acometimento mais extenso ou refratários. Tratamento sistêmico ● Metotrexato→ dose recomendada variando de 10 a 25 mg/semana ● Pode ser associado a corticosteroide oral (prednisona 0,5-1 mg/kg/dia) por curto período ou parenteral. Manifestações vasculares ● Raynaud/úlcerasdigitais ○ Adequação de hábitos de vida ○ Cessar tabagismo ○ Controle da dor ○ Tratar infecções associadas ● Bloqueadores dos canais de cálcio diidropiridínicos → 1ª linha ● Nifedipina→ maior evidência ● Antiagregantes plaquetários → AAS, clopidogrel e baixas doses de heparina ● IECA´s e BRA´s → losartana associado a nifedipina mostrou melhora do Raynaud ● Prostaglandinas → potentes vasodilatadores, inibem agregação plaquetária, diminuem hiperreatividade vascular ○ Uso oral sem boa resposta ○ Iloprost IV (ou outras prostaglandinas IV) = redução da frequência e intensidade do Raynaud ● Inibidores da endotelina (bosentana) ○ Reduz aparecimento úlceras digitais mas não melhora cicatrização nem intensidade fenômeno de Raynaud ● Inibidores da fosfodiesterase (sildenafil, tadalafil) ○ Melhora o Raynaud e cicatrização de úlceras digitais ● Toxina botulínica e simpatectomia reservado para casos refratários e graves TGI ● DRGE ○ Modificações estilo de vida ○ IBP ○ Bloqueadores H2 → menos eficazes = terapia combinada com IBP ○ Pró-cinéticos – aumentam pressão no EEI, aumentam motilidade, abrevia esvaziamento gástrico ● Má absorção/diarréia ○ Rotação de antibióticoS 8 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ Sem evidência o uso de pró-cinéticos Renais ● Crise renal ○ Monitorização constante de pacientes em uso de corticoides ○ Menor dose possível sempre!!! ○ Tratamento rápido e agressivo ○ Controle da hipertensão→ retorno aos níveis prévios em 72hs ○ IECA →Monitorar a função renal Pulmonares ● HAP ○ Antagonistas receptores endotelina-1 (bosentana) - melhora a capacidade de exercício, classe funcional e algumas medidas hemodinâmicas na HAP ○ Inibidores fosfodiesterase (sildenafil e tadalafil) melhora a capacidade de exercício, classe funcional e algumas medidas hemodinâmicas na HAP ○ Prostanoides IV (epoprostenol/iloprost) leva a melhora porém contra-indicado em casos de IC esquerda grave e edema pulmonar ○ Usado em casos graves refratários ● Doença intersticial pulmonar 9 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ○ CYC em pacientes com doença pulmonar ativa em pulsos → Dose e tempo definidos conforme gravidade e resposta clínica ○ Pode usar corticóide associado → cuidado com altas doses ○ AZA e MMF - também parecem ser efetivos na doença pulmonar porém em menor eficácia quando comparados a ciclofosfamida – manutenção ○ Rituximabe ○ Nintedanib → inibidor da tirosina quinase → antifibrinótico Novas terapias: ● Transplante autólogo de células hematopoiéticas ● Elevado risco infecções e alta mortalidade ● Pacientes refratários as terapias convencionais ● Melhora escores cutâneos e função pulmonar Doenças Inflamatórias Musculares Doenças inflamatórias musculares (idiopáticas) ou miopatias autoimunes ● Grupo heterogêneo de enfermidades autoimunes ● Fraqueza muscular → consequência da inflamação dos músculos estriados. ● ● Dividem-se em dermatomiosite, polimiosite (PM), miosite por corpos de inclusão (MCI), miopatia necrosante imunomediada (MNIM), síndrome antissintetase (SAS) etc. Epidemiologia ● Doenças raras cuja estimativa de incidência anual varia de 0,5 a 8,4 casos por milhão de habitantes. ● Dermatomiosite → idade início da enfermidade → distribuição bimodal → pico aos 10 a 15 anos e outro aos 40 a 55 anos de idade. ● PM, MNIM e SAS→ o pico se dá aos 40 a 55 anos ● MCI→ 50/+ anos. ● As mulheres são mais afetadas que os homens (2:1), exceto no caso da MCI (1:2) ● Brasil → dermatomiosite, PM e SAS → média de idade de aproximadamente 40 anos e predomínio em mulheres. Diagnóstico Critérios de Bohan e Peter, ● Para melhorar a especificidade, tem-se proposto a inclusão da RM dos músculos estriados e da identificação de autoanticorpos miosite-específicos (p. ex., anticorpos antissintetases, anti-Mi-2, anti-SRP, anti-HMGCoAR, anti-MDA-5). MNIM → 2 grupos → associada ao anticorpo anti-hidroximetil-glutaril-coenzima A reductase (anti-HMGCoAR), frequentemente relacionada com a exposição prévia a estatinas, e associada ao anticorpo antipartícula reconhecedora de sinal (SRP). Fisiopatologia ● Causa desconhecida, Hipóteses: ● Agressão infecciosa, lesão microvascular na periferia da fibra muscular → liberação de antígenos musculares. ● Mimetismo molecular entre determinantes antigênicos de agressores externos e epítopos encontrados em autoantígenos musculares → apresentação às células T por macrófagos presentes no músculo após a infecção ou a lesão primária. → A ativação e a proliferação dos linfócitos T resultam na produção de citocinas, como interleucina 2 (IL-2) e interferon gama (INF-γ), que, por sua vez, ampliariam a resposta para macrófagos, provocando a secreção da IL-1 e do fator de necrose tumoral alfa (TNF-α). ○ Citocinas ativam novamente os linfócitos T, que passam a expressar moléculas de complexo de histocompatibilidade principal (MHC) classes I e II. Esse processo 10 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA rapidamente se alastra, recrutando linfócitos B, produtores de anticorpos. PM → infiltrado de linfócitos T CD8 + e macrófagos em fibras musculares → altos níveis de antígenos MHC classe I e liberam grânulos de perforina, resultando na lise das próprias fibras musculares. Dermatomiosite → um papel relevante dos linfócitos B na patogênese da doença, com base na detecção de autoanticorpos, na deposição de imunocomplexos em junção dermoepiderme das lesões cutâneas e na presença de linfócitos B, sobretudo em áreas perivasculares. Clínica Sintomas constitucionais → fadiga persistente, perda de peso, febre e mialgia, podem surgir em aproximadamente metade dos pacientes com dermatomiosite e PM no início da doença. ● Queixa clínica predominante → fraqueza muscular insidiosa (2 a 6 meses), progressiva, simétrica e proximal dos membros (superiores e/ou inferiores) ● Ao diagnóstico, cerca de ⅕ dos pctes já se encontra acamado e 1/2 apresenta algum grau de disfagia. Dermatomiosite → aproximadamente 15 a 20% dos pacientes podem mostrar ausência de ou discreto comprometimento muscular → cursa com alterações cutâneas típicas (heliótropo ou sinal/pápula de Gottron), porém com alteração discreta ou simplesmente ausência do aumento de nível sérico de enzimas musculares. ● Biópsia muscular e a eletromiografia podem estar dentro da normalidade. Heliotropo → Manchas eritematosas ou violáceas peripalpebrais, podendo cursar com edema local. Pápulas de Gottron → Pápulas violáceas nas superfícies extensoras das articulações interfalângicas e metacarpofalângicas. MCI ● Acomete mais homens 50/+ ● Evolui com fraqueza muscular proximal e distal dos membros → assimétrica e insidiosa → refratária ao tratamento com glicocorticóides e/ou imunossupressores ● Hipotrofia ou atrofia do antebraço associada à fraqueza dos músculos extensores e/ou flexores dos dedos ● Hipotrofia ou atrofia do quadríceps femoral. ● Disfagia é frequente → costuma surgir mais tardiamente. MNIM ● Fraqueza muscular se instala de forma aguda/subaguda e se manifesta de maneira acentuada. ○ Pode ser consequência de exposição prévia ao uso de hipolipemiantes, apresenta recidivas recorrentes, o que justifica reavaliações frequentes do tratamento medicamentoso e pode acometer a musculatura faríngea, causando disfagia superior, manifestada como dificuldade de início de deglutição, regurgitação nasal ou disfonia. ○ Disfunção cricofaríngea pode causar disfagia, mais comumente vista em pacientes com MCI. Manifestações extraesqueléticas podem se dar em doenças musculares inflamatórias idiopáticas, como as articulares, do trato gastrintestinal, cardíacas e pulmonares ● Artralgias e/ou artrites, porém de características não erosivas e/ou deformantes. ● O envolvimento pulmonar afeta 5 a 47% dos pacientes, variando desde um quadro de dispneia, tosse, dor torácica, diminuição da tolerância aos exercícios físicos até insuficiência respiratória, uma situação incomum. ○ Imagens radiológicas podem revelardoença pulmonar intersticial, achados em “vidro fosco”, opacidades lineares, consolidações e/ou micronódulos pulmonares. ❤ Na evolução da doença, mais de 50% dos pacientes mostram algum grau de disfunção cardíaca, sendo o distúrbio de condução a principal alteração encontrada. Comprometimento cutâneo é característico em dermatomiosite, 11 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Heliótropo e pápulas/sinal de Gottron ● Pode haver hiperqueratose e fissuras da região radial dos dedos e da palma das mãos, lembrando as “mãos de mecânico”, rash em face, pescoço, tórax anterior (sinal do “V” de decote) ombros e dorso (sinal do “xale) fotossensibilidade, sinal de “holster”, hipertrofia das cutículas e eritemas periungueais Others ● Calcinose → frequente em 40% das dermatomiosites juvenis, mas não nos casos adultos. ● Úlceras e vasculites cutâneas→ sinais da gravidade da doença + áreas de infecções secundárias. ● Fenômeno de Raynaud pode se dar em 10 a 15% dos pacientes. Acometimento articular (artrite) e pulmonar (intersticiopatia), febre no início da doença, fenômeno de Raynaud e “mãos de mecânico”, em miopatias autoimunes, constituem um grupo de pacientes com a chamada SAS. Além desses achados clínicos, esses pacientes apresentam autoanticorpos miosite-específicos denominados antissintetases, sendo o mais frequente o anti-Jo-1. Avaliação do paciente: ● Idade → doença com início após os 50 anos de idade sugere MCI ou risco aumentado de neoplasias, principalmente em pacientes com dermatomiosite. ● Medicações podem causar miopatias → estatinas, fibratos, ácido nicotínico, zidovudina (AZT), antimaláricos, colchicina, D-penicilamina, antipsicóticos (clozapina, risperidona, olanzapina, haloperidol), etanol etc. Fatores de mau prognóstico na ocasião do diagnóstico → definem a conduta terapêutica inicial: ● Idade tardia na ocasião do diagnóstico da doença ● Retardo no início do tratamento ● Acometimento cardíaco ● Acometimento pulmonar ● História pessoal ou familiar de neoplasia ● Pacientes em cadeira de rodas ou acamado ● Fraqueza proximal e distal dos membros ● Presença de autoanticorpos antissintetases ● Presença de vasculites cutâneas ● Associação com a neoplasia ● Presença de calcinose ● Disfagia grave ● SAS, MCI ou MNIM. Exames laboratoriais Hemograma ● Pode demonstrar anemia de doença crônica. Dermatomiosite → anemias devem ser cuidadosamente investigadas → podem ser uma pista de neoplasia oculta. ● A velocidade de hemossedimentação (VHS) e a proteína C reativa não são bons indicadores de atividade de doença, exceto doenças musculares inflamatórias idiopáticas acompanhadas de quadro articular e/ou pulmonar, como acontece em casos de SAS. Enzimas musculares ● Creatinofosfoquinase (CPK) sérica→ enzima muscular mais sensível e específica → útil no diagnóstico e monitoramento do tratamento →níveis diminuem antes da melhora clínica e, na reativação da doença, seu aumento precede, na maioria das vezes, a fraqueza muscular. ○ Atinge até 50x o limite superior da normalidade. ○ Aumentos superiores a 100 vezes colocam o diagnóstico em questão, devendo-se fazer diagnóstico diferencial principalmente com 12 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA rabdomiólise, hipotireoidismo e miopatia associada a estatinas. ○ Na MCI, o aumento de CPK é mais discreto, normalmente menor que 10 vezes o limite superior da normalidade. ● Aldolase → enzimae um pouco menos específica que a CPK, podendo estar elevada em doenças hepáticas e de outros órgãos. ● Nível sérico de desidrogenase láctica (DHL), aspartato aminotransferase (AST) e alanina aminotransferase (ALT) é ainda menos específico, mas pode auxiliar no monitoramento da atividade muscular em alguns pacientes com doenças musculares inflamatórias. Autoanticorpos Específicos para miosite→ autoanticorpos antiaminoacil-tRNA sintetases [anti-Jo-1 (histidil-), anti-PL-7 (reonil-), anti-PL-12 (alanil-), anti-EJ (glicil-), anti-OJ (isoleucil-), entre outros], anti-SRP, anti-Mi-2, anti-MDA-5, NXP2, SAE, TIF1γ anti-HMGCoAR Associados à miosite→ autoanticorpos anti-Ro/SSA, anti-Ku, anti PM/Scl. Esses autoanticorpos ocorrem em 50 a 90% dos pacientes com doenças musculares inflamatórias idiopáticas. → Entre os autoanticorpos, o mais frequente é o anti-Jo-1, presente em aproximadamente 20% dos pacientes com SAS. Eletromiografia ● Na investigação de uma fraqueza muscular, ajuda a diferenciar alterações neuropáticas de miopáticas e fornece subsídios para localizar as lesões neuropáticas → sistema nervoso central, medula espinal, células do corno anterior da medula, nervo periférico ou na junção neuromuscular. ● Nas doenças musculares inflamatórias, consegue mostrar padrão miopático característico → potenciais de unidade motora polifásicos de baixa amplitude e de curta duração, fibrilações, mesmo em repouso e descargas de formato bizarro e repetitivas. Ressonância magnética de músculos ● Grande valor para a avaliação, pode auxiliar na verificação do grau de hipotrofia ou atrofia muscular, da substituição gordurosa, da cronicidade da doença e do grau de inflamação muscular. Nota-se uma área de edema/inflamação, além de local de substituição gordurosa. Biópsia muscular ● Essencial para definir o caráter inflamatório de uma miopatia, auxilia na interpretação dos dados clínicos dos pacientes e na definição da PM, MCI e MNIM. ● Deve ser realizada precocemente em todos os pacientes com diagnóstico sugestivo, principalmente nos casos decorrentes de diagnósticos diferenciais (p. ex., distrofias musculares). ● Pode não ser necessária na dermatomiosite, sobretudo se houver lesões cutâneas típicas associadas a fraqueza muscular proximal dos membros, aumento sérico de enzimas musculares, fraqueza e eletromiografia que evidencie miopatia inflamatória. Quatro tipos de avaliação podem ser feitos em uma amostra de músculo → histológica, imuno-histoquímica, microscopia eletrônica e testes específicos para atividades enzimáticas ou presença de outras substâncias. ● O local da biopsia deve ser escolhido por meio da eletromiografia ou da RM dos músculos. ● Evita-se realizar a biopsia dos locais mais gravemente afetados, pois podem estar excessivamente necróticos ou fibróticos para a correta interpretação histopatológica. 13 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA Principal achado histológico → infiltrado de células linfomononucleares na região endomisial ou perimisial, invadindo as fibras musculares não necróticas. Há fibras musculares em degeneração, regeneração e necróticas. ● Casos crônicos → tecido conjuntivo fibroso endomisial ou perimisial, além de áreas de fibrose e substituição gordurosa. Diferenças histológicas entre dermatomiosite e PM. ● PM → iinfiltrado inflamatório tende a ser mais focal, com predomínio no endomísio e invasão de fibras musculares não necróticas por linfócitos T CD8 + . ● Dermatomiosite → infiltrado tende a ser constituído predominantemente por células B e T CD4+ nas regiões perimisial e perivascular. ● MCI → são encontradas, além do infiltrado inflamatório, inclusões circulares avermelhadas e marginadas dentro de vacúolos subsarcolemais (rimmed vacuoles). ● MNIM → fibras musculares necróticas e em regeneração, na vigência de um infiltrado inflamatório escasso ou ausente. A. Dermatomiosite: nota-se atrofia das fibras musculares perifasciculares. B. Polimiosite: presença de infiltrado inflamatório, além de fibras musculares necróticas e em regeneração. C. Miosite por corpos de inclusão: inclusões citoplasmáticas em fibras musculares. Outros exames laboratoriais ● Diferencial com miopatias infecciosas→ sorologia para toxoplasmose, HIV, vírus linfotrópico de células T humanas tipo 1 (HTLV-1) e hepatites B e C ● Diferencial com doenças metabólicas → hormônio tireoestimulante (TSH), tiroxina livre (T4), paratormônio (PTH) intacto quando cálcio sérico anormal]. Exames direcionados para acometimento de outros órgãos ● Se suspeita deenvolvimento cardiopulmonar→ tomografia de tórax de cortes finos, prova de função pulmonar completa, eletrocardiografia e ecocardiografia, devendo-se repeti-las a critério clínico. Rastreamento de neoplasias ● O risco de desenvolvimento de neoplasias em doenças musculares inflamatórias idiopáticas é maior que na população em geral, principalmente na dermatomiosite e nos primeiros anos após o diagnóstico da doença. ● Fatores de risco ○ Manifestações cutâneas atípicas ○ VHS persistentemente elevada, ○ Refratariedade ao tratamento em pacientes idosos ○ Progressão rápida da fraqueza muscular ○ Existência de autoanticorpos miosite-específicos (anti-MDA-5) ○ Necrose cutânea ou eritema periungueal ○ Disfagia ○ Ausência de acometimento pulmonar ○ Idade tardia no momento do diagnóstico da doença. ● Investigação de acordo com sinais e sintomas de neoplasia ● Pacientes sem achados clínicos sugestivos: investigação para neoplasia oculta de acordo com o esperado para a idade ● Pacientes com alto risco de neoplasia associada (tempo de diagnóstico de miopatia inflamatória menor que 5 anos, idade avançada na ocasião do diagnóstico, sintomas constitucionais, antecedente familiar importante para neoplasias) → ultrassonografia (US) transvaginal, mamografia, pesquisa de sangue oculto nas fezes, Ca-125, endoscopia digestiva alta, tomografia computadorizada (TC) de tórax e abdome. Diagnósticos diferenciais ● Infecciosos → bacterianos, virais, fúngicos, protozoários ● Endocrinopatias → síndrome de Cushing e Addison, hipo/hipertireoidismo, hiperparatireoidismo, diabetes melito ● Distrofias musculares ● Miopatias metabólicas → doenças de depósitos de lipídios ou glicogênio, miopatias mitocondriais ● Miopatias induzidas por drogas → estatinas, fibratos, ácido nicotínico, azidotimidina, antimaláricos, colchicina, D-penicilamina, antipsicóticos, etanol, cocaína, L-triptofano etc. ● Doenças de neurônio motor ● Neuropatias proximais → Guillain-Barré, polineuropatia autoimune, porfiria intermitente aguda 14 Sandy Vanessa Med 08 - UFPE-CAA ● Nutricional ● Miastenia grave ● Doença reumáticas → fibromialgia, arterite de células gigantes, artrite reumatoide, polimialgia reumática, doença mista do tecido conjuntivo etc. Tratamento Corticoterapia ● Medicamento de escolha, exceto em se tratando de MCI ● Prednisona via oral (VO), 1 mg/kg/dia, cujo esquema de desmame é realizado caso a caso ● Pacientes inicialmente graves (disfagia com risco de broncoaspiração, doença pulmonar, insuficiência respiratória, acamados, vasculite cutânea) devem receber pulsoterapia com metilprednisolona 1 g, 1 vez/dia, por 3 a 5 dias. Imunossupressores ● Estão indicados desde o início do tratamento para pacientes com fatores de mau prognóstico, quando da não resposta à corticoterapia e em casos de recidiva da doença quando de sua retirada. ● Metotrexato → inicia-se na dose de 7,5 a 10 mg/semana, podendo-se aumentar até 25 mg/semana. ○ Associar ácido fólico (1 vez/semana) + monitorar enzimas hepáticas e hemograma ● Azatioprina → dose de 2 a 3 mg/kg/dia. Também devem ser monitorados enzimas hepáticas e hemograma. ○ Associação com MTX indicada na falha ou recidiva quando usada apenas uma das medicações ● Ciclosporina → casos resistentes a MTX e azatioprina, a ciclosporina pode substituir ou ser associada (dose máxima de 2 a 3 mg/kg/dia, em doses divididas). → A PAsist e o nível sérico de creatinina devem ser monitorados ● Ciclofosfamida → 0,5 a 1 g/m² de superfície corpórea, com dose mensal IV por aproximadamente 6 meses reservada para casos de doença intersticial, como acontece na SAS ● Micofenolato de mofetila ● Leflunomida ● Imunoglobulina intravenosa humana→ 2 g/kg, divididos em 2 a 5 dias, associada ou não à pulsoterapia de metilprednisolona 1 g/dia durante 3 dias, sobretudo em casos refratários e com fatores de mau prognóstico Imunobiológicos: ● Bloqueadores do TNF apresentam resultados conflitantes, sem evidência de boa resposta ao tratamento ● Recentemente, tem-se considerado, em casos de dermatomiosite e PM refratários, o uso de rituximabe ● Há, ainda, poucos relatos na literatura quanto ao uso de abatacepte e tocilizumabe, com descrições de boas respostas em doses e intervalos semelhantes aos utilizados na artrite reumatoide Outros tratamentos ● Se houver infecção secundária em um doente inicialmente grave, para evitar a imunossupressão causada por pulsoterapia com glicocorticoide e conforme a refratariedade à terapia inicialmente instituída → administração precoce de imunoglobulina intravenosa humana, na dose de 1 g/kg/dia por 2 dias, se houver restrições em pacientes com deficiência seletiva de imunoglobulina classe A (IgA) e insuficiência renal. ● O tratamento da calcinose continua um desafio, com poucas descrições na literatura e evidência científica. Até o momento, não há uma terapia altamente eficaz→ procedimentos cirúrgicos têm sido reservados às áreas extensas de calcificação, com incisão e drenagem local, mostrando resultados satisfatórios. Tratamento de comorbidades ● A reabilitação tem extrema importância e deve ser iniciada no diagnóstico para evitar retrações e atrofias musculares maiores. ● Mobilização monitorada precoce do paciente e exercício com capacidade de exercer efeito anti-inflamatório sistêmico e local no musculoesquelético exercitado. ● A osteoporose deve ser prevenida com bisfosfonatos, carbonato de cálcio (1.000 a 1.500 mg/dia) e vitamina D (800 a 1.200 UI diariamente), principalmente nos usuários de glicocorticoides. 15