Buscar

Características do processo do trabalho

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 37 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Características do processo do trabalho
Apresentação
O processo do trabalho possui algumas características peculiares em termos de estruturação e de 
organização de suas instituições dotadas de função jurisdicional. Por causa dessas peculiaridades, é 
necessário aprofundar o estudo na disposição normativa, seja constitucional, seja legal, dos órgãos 
que integram o Poder Judiciário trabalhista, observando sua estruturação funcional e também suas 
competências.
O tema é de grande importância prática, pois somente com as atribuições funcionais e com o 
correto enquadramento da competência de cada órgão dotado de jurisdição é que se sabe 
especificamente qual juiz está capacitado para apreciar, para processar e para julgar determinada 
ação trabalhista.
Saber qual causa cabe a qual juiz é um dos elementos essenciais do processo trabalhista, e sem o 
qual não se é possível pensar em tramitação rápida, célere e eficiente em um sentido mais amplo de 
judicatura. Por isso, além de ser necessário compreender quais os critérios de distribuição de 
competência trabalhista (em termos materiais, funcionais e territoriais), também se faz necessário 
estudar a organização dos órgãos que compõem a seara trabalhista, bem como suas divisões e 
subdivisões estruturantes.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai aprender como se organiza a Justiça do Trabalho, quais 
os órgãos que a integram, como se dá a sua estruturação funcional, pormenorizando esses detalhes 
nas Varas do Trabalho, nos Tribunais Regionais do Trabalho e também no órgão máximo dessa 
estrutura do Poder Judiciário, o Tribunal Superior do Trabalho. Também vai relembrar a 
competência da Justiça do Trabalho, passando pelos três principais critérios de fixação: o material, 
o funcional e o territorial.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Relembrar a organização e a competência da Justiça do Trabalho.•
Explicar a competência material da Justiça do Trabalho.•
Descrever a competência territorial e funcional da Justiça do Trabalho.•
Desafio
A questão da fixação da competência é algo de grande importância para o processo como um todo 
e mais importante ainda no processo do trabalho, que, por ser dotado de uma parte hipossuficiente 
(o trabalhador), precisa fomentar da maneira mais ampla possível os pressupostos de acesso à 
Justiça.
Tendo em vista o impacto que a fixação da competência pode causar na tramitação do processo e 
no acesso à Justiça, você como representante da parte autora (reclamante), em um processo 
trabalhista, tem que zelar pelo bom andamento do processo, de forma ética, equânime e, de 
preferência, da maneira mais rápida possível. Trazer a resolução e o provimento jurisdicional ao 
demandante do processo é um dos desafios mais claros para os que atuam na seara trabalhista.
Imagine a seguinte situação:
Como representante legalmente habilitado, quais opções de fixação de competência territorial lhe 
apresentaria e qual escolheria, tomando por base que a competência territorial é relativa?
Infográfico
A estruturação e a organização do Poder Judiciário do Trabalho são uns dos temas mais 
elementares do Processo do Trabalho, pois é a partir dessa disposição que se pode escrutinar a sua 
competência e, assim, saber qual é o juiz predeterminado para apreciar e para julgar cada causa 
trabalhista submetida.
Este Infográfico apresenta como se dá essa organização e como os três estratos judicantes do 
Poder Judiciário trabalhista estão dispostos, desde as Varas do Trabalho, passando pelos Tribunais 
Regionais e suas competências recursais, chegando, por fim, ao Tribunal Superior do Trabalho, a 
instância máxima do ramo judiciário trabalhista. Com essa estruturação, é possível esquadrinhar o 
fluxo processual e recursal das lides na seara laboral.
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/d9e02595-fcd1-4a10-9689-e1737b77b76d/a73b9eca-6f0f-4b6b-baf4-8d07b2e12fe3.jpg
Conteúdo do livro
O Direito processual do trabalho é uma disciplina eminentemente formal, ou seja, demanda 
estruturas lógicas para se arquitetar juridicamente. A partir dessa noção essencial de como o 
processo se organiza formalmente, pode-se pensar quais são as estruturas e as formas de moldar 
que o Poder Judiciário se vale para servir às demandas da sociedade.
Assim, a organização e a estruturação do Poder Judiciário trabalhista são fundamentais para que se 
possa compreender como se dão os seus procedimentos mais práticos, como: onde uma ação deve 
ser proposta, qual o órgão judiciário competente para apreciá-la e também qual será o órgão ou a 
instituição responsável para analisar um possível recurso. Todos esses questionamentos e outros 
que se fundamentam no fluxo processual trabalhista podem ser respondidos a partir do estudo de 
sua organização e de sua estruturação, elementos que conduzem necessariamente à fixação da 
competência e dos seus critérios de seleção constitucional e legal.
No capítulo Características do processo do trabalho, da obra Direito processual do trabalho, base 
teórica desta Unidade de Aprendizagem, veja inicialmente a organização e a estruturação funcional 
da Justiça do Trabalho, com a sua separação em órgãos e em suas estruturas institucionais, nas 
Varas do Trabalho, nos Tribunais Regionais e no Tribunal Superior do Trabalho. Além disso, adentre 
na questão das competências, ou seja, quais os elementos que definem formalmente a qual juízo 
será cabível determinadas categorias de ações trabalhistas. Nesse primeiro momento, será debatida 
a questão da competência material da Justiça do Trabalho.
Boa leitura.
DIREITO 
PROCESSUAL DO 
TRABALHO 
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
 > Relembrar a organização e a competência da Justiça do Trabalho.
 > Explicar a competência material da Justiça do Trabalho.
 > Descrever a competência territorial e funcional da Justiça do Trabalho.
Introdução
Para poder compreender o funcionamento do ramo do Poder Judiciário que 
trata das lides trabalhistas, qual seja, a Justiça do Trabalho, é elementar que 
se saiba como ela se organiza e como é repartida a sua competência. A orga-
nização serve de fundamento estrutural de toda a Justiça. A partir do modo 
como os órgãos são distribuídos e como as instâncias são operacionalizadas, 
é possível ter um retrato fiel do seu funcionamento processual — ou seja, como 
que a tramitação ocorre, por quais vias os processos fluem e como se projeta o 
sistema recursal trabalhista. 
Assim como os demais ramos do Poder Judiciário, a Justiça do Trabalho se 
encontra delineada no texto constitucional. O princípio da tripartição dos Poderes, 
inicialmente delineado por Montesquieu e posteriormente mais bem desenvolvido 
pela doutrina anglo-saxônica, que o denominou sistema dos freios e contrapesos 
(checks and balances), encontra-se atualmente amparado no art. 2º da Constituição 
Federal de 1988 (BRASIL, 1988). De acordo com esse princípio, a Justiça do Trabalho 
tem a função típica de julgar as lides trabalhistas, tendo suas atribuições definidas 
no art. 111 e seguintes do texto constitucional.
Características do 
processo do trabalho
Lauro Ericksen Cavalcanti de Oliveira
Neste capítulo, além da organização, já brevemente delineada, você também 
vai estudar a questão da competência da Justiça do Trabalho. Assim, você vai 
aprender sobre a competência material, que é a qualidade jurídica intrínseca aos 
sujeitos do conflito contraposto de interesses na lide — quais sejam, empregados 
e empregadores. Você também vai compreender as questões das competências 
funcional e territorial da seara trabalhista. Nesse sentido, você vai verificar os 
elementos que definem o juízo natural para julgar cada tipo de ação e também os 
elementos que estabelecem o local onde cada ação deve ser proposta, apreciada 
e julgada, conforme os critérios estatuídos legalmente.
Organização e competênciada Justiça 
do Trabalho
A Justiça do Trabalho foi criada com o advento da Consolidação das Leis do 
Trabalho (CLT), em 1943, e, ao longo dos anos e das Constituições brasileiras, 
passou por diversas transformações em sua sistemática de organização e 
na sua atuação. No entanto, mais importante do que saber como se deu esse 
transcurso histórico é saber como ela se encontra delineada atualmente. 
Inicialmente, há de se dizer que o modelo brasileiro de Justiça do Trabalho 
seguiu o sistema coorporativo italiano, integrado por um juiz togado e dois 
representantes classistas, um do empregador e outro do empregado. A essa 
participação de classistas se dá o nome de representação paritária (MARTINS, 
2015).
Tal disposição de sua organização foi suplantada desde a Emenda Constitu-
cional (EC) nº 24 de 1999, ainda que também complementada em largo sentido 
pela EC nº 45 de 2004, quanto às suas competências, o que será analisado 
mais adiante, em momento oportuno. Nesse sentido, houve uma verdadeira 
transformação da estrutura da Justiça do Trabalho, pois a EC nº 24/1999 
acabou com o modelo de representação paritário e classista que imperava 
até então, deixando a cargo dos julgamentos apenas os juízes togados — 
ou seja, aqueles que são investidos no cargo público da magistratura traba-
lhista após se submeterem ao concurso público de provas e títulos.
Após a referida EC, a estrutura básica trabalhista, definida constitucio-
nalmente no art. 111 da CF/1988, é formada pelos seguintes órgãos:
 � Tribunal Superior do Trabalho (TST);
 � Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs); e
 � juízes do trabalho.
Características do processo do trabalho2
Cada um desses órgãos representa um “grau de jurisdição” ou, melhor 
dizendo, uma possibilidade de se acessar o sistema recursal.
Em primeiro grau, ordinariamente, as varas do trabalho são geridas e os 
feitos são julgados pelos juízes e juízas do trabalho. É importante destacar 
que unitariamente cada juiz ou juíza corresponde a um órgão da Justiça do 
Trabalho, de modo que eles não são apenas servidores públicos, mas, sim, 
agentes políticos que se constituem própria e unitariamente como um órgão 
em separado.
A vara do trabalho é o órgão de primeira instância da Justiça do Trabalho. 
A circunscrição de cada vara é definida localmente por lei e usualmente 
abarca alguns municípios próximos que sejam ligados por estradas. A juris-
dição (após a EC nº 24/1999) passou a ser exercida pelo juiz togado singular, 
como determina o art. 116 da CF/1988, ao qual compete, em termos mais 
abrangentes, processar e julgar as lides trabalhistas e as demais que, por 
exceção interpretativa, não sejam de competência originária dos tribunais 
(art. 114 da CF/1988).
Na próxima instância, ou seja, no grau recursal inicial, têm-se os TRTs, que 
são um órgão colegiado integrado por desembargadores federais do trabalho. 
Com a redação dada ao art. 112 da CF/1988 a partir da EC nº 45/2004, não há 
mais a obrigatoriedade de um TRT por estado da federação. Assim, a regra de 
disposição territorial atual prevê a repartição do território em 24 unidades 
(regiões). É importante fazer a observação de que, no estado de São Paulo, 
diante do volume de processos, existem dois TRTs, o 2 e o 15. Ainda, existem 
estados, como Acre, Amapá, Roraima e Tocantins, que integram Regionais 
que possuem sede em outros estados.
Os desembargadores dos TRTs são nomeados pelo presidente, e seu 
quantitativo final depende do volume processual do Regional — no entanto, 
o número mínimo é de 7 desembargadores, conforme o art. 115 da CF/1988. 
Os desembargadores devem ser brasileiros e recrutados sempre que possível 
dentro de um mesmo Regional; o critério etário é ter mais de 30 e menos de 
65 anos. Os juízes compõem 4/5 do recrutamento dentro do Regional, e sua 
promoção ao cargo deve alternadamente contemplar critérios de antiguidade 
e merecimento. O quinto restante deve ser preenchido pelos advogados com 
mais de 10 anos de atividade profissional. Tais causídicos devem ser dotados 
de notório saber jurídico e reputação ilibada; eles não prestam concurso, sendo 
nomeados pelo presidente da República em listas sêxtuplas elaboradas pelos 
próprios tribunais (SCHIAVI, 2016). O quinto constitucional também se aplica 
aos membros do Ministério Público do Trabalho (MPT), com igual tempo de 
exercício, em conformidade com o disposto no art. 94 da CF/1988.
Características do processo do trabalho 3
O art. 96, I, a, da CF/1988 permite aos TRTs criar seu próprio regimento 
interno, algo que confere autonomia aos seus procedimentos internos. 
No entanto, combinando as normas celetistas com as disposições constitu-
cionais após a EC nº 45/2004, é possível traçar algumas diretrizes gerais de 
organização e funcionamento dos Regionais. A primeira delas é que os TRTs, 
na sua composição plena, devem deliberar com a presença de metade mais 
um de seus membros, além do presidente. Ademais, as decisões nos Regionais 
devem ser tomadas pela maioria dos presentes, exceto no caso de declaração 
de inconstitucionalidade de lei ou ato do Poder Público (art. 97, CF/1988).
As turmas dos TRTs só podem deliberar com a presença de no mínimo 
três membros; para atingir o quórum mínimo, pode o presidente de uma 
turma convocar membros de outra. O presidente do Regional somente terá 
voto de desempate, exceto no caso supramencionado do art. 97 da CF/1988. 
Nas sessões administrativas, o presidente votará como os demais membros, 
cabendo a ele também o voto de qualidade (desempate). Quando houver 
recurso contra decisão do presidente, do vice ou do relator, havendo empate, 
mantém-se o conteúdo recorrido do despacho ou da decisão. Demais aspectos 
de ordem ou procedimento devem ser estabelecidos pelo regimento interno 
de cada Regional. Em sede de competência, há de se explanar que cabe aos 
TRTs o julgamento dos recursos ordinários das varas que lhes sejam corres-
pondentes, bem como as ações originárias que lhes sejam cabíveis, como 
ações rescisórias, dissídios coletivos e mandados de segurança.
Na última possibilidade de instância recursal se localiza o TST, sendo esse 
o ápice da estruturação organizacional da Justiça do Trabalho. As disposições 
organizacionais do TST se encontram dispostas no art. 111-A da CF/1988, 
o qual estabelece que o Tribunal será formado por 27 ministros, os quais 
devem ser escolhidos entre os brasileiros com mais de 35 anos e menos de 
60 anos, o quais são nomeados pelo presidente da República, após terem 
seu nome aprovado pelo Senado Federal.
A composição dos 27 ministros deve seguir algumas diretrizes constitu-
cionais. A primeira delas é o respeito ao quinto constitucional, nos mesmos 
moldes delineados para os TRTs, sendo alternadamente definido entre os 
membros da Ordem dos Advogados do Brasil e do MPT, seguindo a observação 
do art. 94 da CF/1988. Os demais devem ser desembargadores de carreira, 
escolhidos nos Regionais, devendo ser indicados pelo próprio TST.
Existem dois órgãos que atuam junto ao TST que adquiriram, após a EC 
nº 45/2004, um valor singular: a Escola Nacional de Formação e Aperfei-
çoamento de Magistrados do Trabalho e o Conselho Superior da Justiça do 
Trabalho (CSJT). A Escola tem a função didática precípua de regulamentar 
Características do processo do trabalho4
cursos oficiais de ingresso na magistratura. Já o CSJT exerce a supervisão 
administrativa, orçamentária, financeira e patrimonial da Justiça do Trabalho 
de primeiro e segundo graus. Ele atua de forma centralizada, e suas decisões 
possuem efeito vinculante às demais instâncias trabalhistas.
Para melhor compreender a estrutura e a organização da instância máxima 
das lides laborais, é necessário adentrar um pouco na disposição normativa 
do TST, em específico o art. 65 do seu Regimento Interno, para entender 
como o Tribunal se divide em seções especializadas. O TST se divide em: 
Pleno, Órgão Especial, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, duas 
Seções Especializadas em Dissídios Individuaise suas turmas. O Pleno é a 
composição total do órgão judicante máximo da seara trabalhista. Para que 
ele inicie as sessões, é necessária a presença de pelo menos 14 ministros. 
É exigida a maioria absoluta quando se tratar de alguns temas específicos, 
como:
 � escolha dos nomes que integrarão a lista destinada ao preenchimento 
de vaga de Ministro do Tribunal;
 � aprovação de Emenda Regimental;
 � eleição dos ministros para os cargos de direção do Tribunal;
 � aprovação, revisão ou cancelamento de Súmula ou de Precedente 
Normativo; e 
 � declaração de inconstitucionalidade de lei ou de ato normativo do 
poder público.
O Órgão Especial é composto de 17 ministros, sendo eles: o presidente e 
o vice, o corregedor-geral, os sete mais antigos e mais sete indicados pelo 
Pleno. Seu quórum de funcionamento é de oito ministros, e as principais 
matérias debatidas pelo órgão são a disponibilidade ou aposentadoria de 
magistrado e a existência de relevante interesse público que fundamente a 
proposta de edição de Súmula.
As seções especializadas se dividem em duas categorias: as dos dissí-
dios coletivos e as de dissídios individuais. A Seção de Dissídios Coletivos é 
composta pelo presidente e o vice, o corregedor-geral e mais seis ministros. 
Seu quórum é de cinco ministros. Já a Seção de Dissídios Individuais (SDI) 
pode funcionar em sua composição plena ou subdividida em SDI-I ou SDI-II. 
Na composição plena, ela é formada pelo presidente e o vice, o corregedor-
-geral e mais 18 ministros. O quórum da composição plenária é de 11 ministros, 
e as decisões só podem ser tomadas por maioria absoluta. A SDI-I é formada 
pelo presidente e o vice, o corregedor-geral e mais 11 ministros (incluindo os 
Características do processo do trabalho 5
presidentes das turmas). Seu quórum de funcionamento é de oito ministros 
e haverá no mínimo um e no máximo dois integrantes de cada uma das 
Turmas. Já a SDI-II é menor, devendo ser composta pelo presidente e o vice, 
o corregedor-geral e mais sete ministros; ela funciona com no mínimo seis 
ministros presentes.
Por fim, há de se dizer que o TST é composto por oito turmas, e cada uma 
delas é composta por três ministros; a presidência recai sobre o ministro mais 
antigo que a integre. As Turmas só pode funcionar com sua plena capacidade. 
Todavia, diante da ausência de algum ministro que inviabilize o funcionamento 
dela, é possível que o presidente da turma convoque, mediante entendimento 
prévio com os demais integrantes, um ministro membro de outra Turma, 
apenas para compor o quórum de funcionamento.
Esses elementos mais formais de organização e de estruturação servem 
como critério para que se compreenda melhor como se apresenta a compe-
tência trabalhista em suas mais variadas e peculiares nuances. Assim, nas 
seções subsequentes, serão abordados os temas referentes à competência 
e à jurisdição trabalhista, para que o entendimento da sua organização seja 
complementado a partir de tal estudo.
Juízos de Direito investidos de jurisdição (competência) trabalhista
O art. 668 da CLT e o art. 112 da CF/1988 abrem a possibilidade de que, 
em comarcas onde não existir vara do trabalho, o juiz de direito seja investido 
de competência para julgar lides trabalhistas. Todavia, atualmente no Brasil, na 
prática, todas as cidades são abrangidas de alguma forma por varas do trabalho, 
ainda que itinerantes em alguns locais mais afastados.
Jurisdição e competência material 
da Justiça do Trabalho
Usualmente, há uma certa confusão no senso comum entre jurisdição, 
no sentido de a Justiça ser competente para “dizer o direito”, e competência, 
não em um sentido vulgar de ser capacitado para aquilo, e, sim, de competir 
àquele órgão jurisdicional dar o provimento adequado à lide posta para 
ele. Existe o brocardo jurídico de se dizer que “[...] a competência é a me-
dida da jurisdição” (LEITE, 2016, p. 174). A competência, em última instância, 
Características do processo do trabalho6
é a legitimação do exercício específico do poder jurisdicional, isto é, de que 
o juiz que está habilitado a apreciar a lide posta.
Nesse sentido, pode-se depreender que a jurisdição é una, já que decorre 
da própria soberania estatal e do monopólio do exercício da força (WEBER, 
2015). Dessa maneira, é possível se afirmar que “[...] todo juiz competente 
possui jurisdição, mas nem todo juiz que possui jurisdição é competente” 
(RODRIGUES, 2000, p. 135). Ou seja, não basta o elemento formal da jurisdição 
para tornar um juiz apto a apreciar qualquer demanda — é necessário que haja 
a competência para tanto. Sinteticamente, a competência é um “[...] critério 
de distribuição da jurisdição entre os diversos juízes” (SCHIAVI, 2016, p. 213).
Dessa forma, pode-se depreender que a competência estabelece critérios 
para as distribuições das lides, intencionando, assim, uma atuação mais 
célere e eficiente do órgão julgador responsável por apreciar os conflitos. 
A maneira mais didática de separar e organizar o estudo da competência na 
Justiça do Trabalho é seccioná-la em três:
 � competência material;
 � competência territorial (ou em razão do lugar); e
 � competência funcional (ou em razão da pessoa).
Nesta seção, será estudada especificamente a competência material 
da Justiça do Trabalho, cabendo à próxima seção abordar as duas outras 
categorias de competência enunciadas.
Ao se focar na competência material da Justiça do Trabalho, por mais 
simplório que possa parecer, em um primeiro momento, há de se dizer que 
ela se manifesta na aptidão que a Justiça do Trabalho possui para conhecer e 
julgar lides oriundas da relação de emprego (arts. 2º, 39 e 442 da CLT). Nesse 
sentido, cumpre salientar que a relação de emprego e o contrato de trabalho 
possuem o mesmo significado, ou seja, abarcam as relações sociais advindas 
da interação entre empregados e empregadores, em um contrato expresso ou 
tácito, e que tenham sido entabuladas individual ou coletivamente, por meio 
de autocomposição (acordos coletivos) ou de heterocomposição (sentenças 
normativas).
O disciplinamento desse tema é ofertado por meio do art. 114 da CF/1988, 
o qual estabelece de modo exemplificativo a competência material da Justiça 
do Trabalho. Como bem resume Martins (2015, p. 104): “[...] a competência em 
razão da matéria vai dizer respeito aos tipos de questões que podem ser 
suscitadas na Justiça Laboral, compreendendo a apreciação de determinada 
matéria trabalhista”.
Características do processo do trabalho 7
É importante destrinchar a terminologia utilizada no art. 114, I, da CF/1988, 
que, a partir do advento da EC nº 45/2004, ampliou a competência para 
“[...] as ações oriundas da relação de trabalho” (BRASIL, 2004, documento 
on-line). Por se tratar de uma justiça especializada do Poder Judiciário Federal, 
a competência material da Justiça do Trabalho deve ser algo bem delimitado 
e especificado. No entanto, o mencionado verbete constitucional, ao ampliar 
o rol da competência, trouxe certo debate doutrinário, uma vez que há a 
distinção material entre “relação de emprego” e “relação de trabalho”. Assim, 
para dirimir esse dissenso, faz-se necessário consultar as lições próprias do 
Direito Material do Trabalho, ainda que o escopo mais amplo seja averiguar 
a aplicação de regras processuais.
A princípio, pode-se dizer que relação de emprego difere da relação de 
trabalho em virtude de essa última não estar demarcada por um contrato de 
trabalho (em seu sentido subordinado). Assim, sempre que não houver um 
contrato com o fito de subordinar a natureza da relação entabulada entre os 
entes envolvidos, existirá uma relação de trabalho de fato (MARANHÃO et al., 
2003). Sem um contrato de trabalho, em seu sentido mais estrito, dotado de 
subordinação (e demais elementos celetistas), não há relação de emprego, 
e, sim, relação de trabalho. Outro autor que se aprofunda melhor nessa 
distinção conceitual é Nascimento (2015). Aproveitando-se da necessidade 
de um contrato de trabalho para a caracterizaçãoda relação de emprego, 
o autor vai mais além, e especifica que não é qualquer contrato que entabula 
a relação de emprego, e, sim, o Contrato Individual de Trabalho. Ele é a for-
malização do vínculo empregatício e elemento materializante dessa relação. 
Nesse mesmo sentido também se posiciona Bezerra Leite (2016, p. 199), 
ao dizer que: “[...] a leitura atenta do art. 7º, I, XXIX, XXXIV e parágrafo único, 
da CF, autoriza dizer que o nosso ordenamento jurídico optou por fazer dis-
tinção entre relação de emprego e relação de trabalho, pelo menos para fins 
de incidência do Direito Material do Trabalho”. Dessa maneira, em termos 
de incidência das regras processuais do trabalho, o supracitado art. 114, 
I, da CF/1988 ampliou a competência material da Justiça do Trabalho para 
a relação de emprego, a qual abarca todas as atividades humanas em que 
haja o trabalho envolvido (o dispêndio de uma força sobre um determinado 
espaço físico de deslocamento). Sinteticamente, as relações de trabalho — 
como autônomo, eventual, de empreitada, avulso, cooperado, doméstico, de 
representação comercial, temporário, sob a forma de estágio, dentre alguns 
outros — exigem três elementos basilares: o prestador do serviço, o trabalho 
(seja ele subordinado ou não) e o tomador. 
Características do processo do trabalho8
Diante dessa questão, já que a conceituação constitucional não é deveras 
clara sobre a total extensão da terminologia da competência material de 
todas as relações de trabalho, há de se ter como norte que a ampliação da 
competência da Justiça do Trabalho para as relações de trabalho deve se 
centrar no “fator trabalho” e na sua afinidade com “a relação de emprego” 
(LEITE, 2016, p. 200). Todavia, essa sinalização ampliativa da competência 
material não corresponde a uma automática assunção de todas as matérias 
atinentes às relações de trabalho que de fato se concretizam na realidade 
prática das relações sociais. Para tanto, para poder realmente reconhecer 
e estabelecer quais são as matérias que se relacionam com a competência 
material da Justiça do Trabalho, foi necessário um grande empenho jurispru-
dencial delimitando essas matérias.
Um dos exemplos mais importantes de uma matéria que envolve relação 
de trabalho (em sentido mais amplo) que não é da competência da Justiça 
do Trabalho é a questão envolvendo os servidores públicos estatutários. 
Esse tema foi abordado e debatido na Ação Direta de Inconstitucionalidade 
(ADI) nº 3.395, a qual acabou por pacificar o entendimento de que o art. 114, I, 
da CF/1988 não comporta nenhuma interpretação que inclua, na competência 
da Justiça do Trabalho, a "[...] apreciação [...] de causas que [...] sejam instau-
radas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica 
relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo” (BRASIL, 
1988, documento on-line).
Assim sendo, por mais que o vínculo estatutário seja uma forma de trabalho, 
ele não se inclui no rol das competências materiais da Justiça do Trabalho. 
Isso porque a natureza dessa relação de trabalho é de matiz puramente 
administrativa, devendo ficar resguardada aos outros ramos do Poder Judi-
ciário — qual sejam, a Justiça Federal, quando disser respeito aos servidores 
públicos federais, e à Justiça Comum, quando se tratar de servidores públicos 
estaduais ou municipais. Isso porque o próprio inciso IX do art. 114 da CF/1988, 
que estabelece a competência derivada da Justiça do Trabalho, estatui a 
necessidade de haver a mencionada competência para “outras controvérsias 
decorrentes da relação de trabalho”, desde que haja a previsão para tanto, 
“na forma da lei”.
É de grande valia destacar que, mesmo para as relações de trabalho que 
não se caracterizem como relações empregatícias, a questão da ampliação da 
competência da Justiça do Trabalho trazida pela EC nº 45/2004 não veio a con-
ferir materialmente todos os direitos contidos nos direitos sociais trabalhistas 
previstos na CF/1988 (arts. 7º, 8º, 9º, 10 e 11) e na CLT. Não foram trasladados 
automaticamente aos trabalhadores (em sentido amplo, os não empregados) 
Características do processo do trabalho 9
tais direitos e garantias salariais, as quais são constitucionalmente deferidas 
unicamente aos que se encontram albergados pelo rol protetivo dos Contratos 
Individuais de Trabalho (vínculos de emprego propriamente ditos).
Outro elemento próprio da competência material da Justiça do Trabalho 
diz respeito ao exercício dos atos de greve, conforme disposto no art. 114, 
II, da CF/1988. Esse tema se cristaliza propriamente em um direito de se 
exercer atos com fito de causar danos ao lucro dos empregadores, para se 
obterem melhores condições de trabalho. Nesse sentido, há de se suplantar 
tais pormenores materiais e se focar no seu delineamento processual, dado 
pela ampliação da competência material da Justiça do Trabalho por meio da 
EC nº 45/2004.
É importante fazer a ressalva de que a Lei de Greve (Lei nº 7.783) data de 
28 de junho de 1989, e seu art. 8º já estabelecia a competência para julgar os 
dissídios grevistas como sendo atinentes à Justiça do Trabalho. No entanto, 
como a inserção constitucional dessa competência só veio com a mencio-
nada Emenda de 2004, entende-se que houve uma recepção qualificada da 
disposição legal, incorporando-a ao texto constitucional, fortalecendo ainda 
mais o rol de ações a serem processadas por esse ramo especializado do 
Poder Judiciário federal.
Outra competência material acrescida ao rol da Justiça do Trabalho pela EC 
nº 45/2004 foi a que versa sobre as ações envolvendo sindicatos. Essa matéria 
se encontra disciplinada no inciso III do art. 114 da CF/1988, o qual possui a 
seguinte redação: “as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, 
entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores”. Deve-
-se destacar que, dentre todas as possibilidades de competência albergadas 
por esse inciso, apenas o primeiro trecho que menciona as “as ações sobre 
representação sindical” diz respeito à competência material da Justiça do 
Trabalho. Os demais exemplos mencionados são de competência relacionada 
às pessoas (entidades sindicais).
Em virtude de o Brasil não ter ratificado a Convenção da Organização 
Internacional do Trabalho nº 87, que trata da pluralidade sindical, o atual sis-
tema vigente estabelece a unicidade sindical (conforme art. 8º, II, da CF/1988). 
A norma em apreço induz à conclusão de que a unicidade (vedação da criação 
de mais de uma entidade sindical, em qualquer grau, representativa de cate-
goria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que não pode ser 
inferior à área de um município) é compulsória, na medida em que provém da 
norma estatal para a categoria — ou seja, de cima para baixo. Dessa maneira, 
a lei só tolerará a organização de um sindicato que represente a totalidade 
das categorias (RUSSOMANO, 1998).
Características do processo do trabalho10
Antes da Emenda que ampliou as competências da Justiça do Trabalho, as 
ações que discutiam representação sindical eram da alçada da Justiça Comum. 
Isso porque não se admitiam ações entre pessoas jurídicas distintas e em 
que não fosse debatida especificamente uma relação material de vínculo 
empregatício entre os litigantes na seara laboral. Em virtude da mencionada 
Emenda, por força de determinação constitucional, tais ações passaram a ser 
julgadas e processadas no ramo especializado. Derradeiramente, “[...] a decisão 
da Justiça do Trabalho, portanto, que dirimir a lide sobre representação sin-
dical será definitiva e produzirá a coisa julgada material” (LEITE, 2016, p. 230).
Outra competência material da Justiça Laboral é a contida no inciso IV do 
art. 114 da CF/1988, que diz respeito ao mandado de segurança, ao habeas 
corpus e ao habeas data. Todas essas ações constitucionais possuem um 
regramento bastante peculiar, e, por ora, basta ter o conhecimento de que 
a competência material da Justiça do Trabalho para processar ejulgar tais 
ações incide apenas sobre os atos de seus próprios membros. Ou seja, embora 
não digam respeito necessariamente a uma relação material de emprego, 
indiretamente essas ações são derivados processuais de outras ações que 
englobam tal relação e que tramitam no próprio Poder Judiciário Trabalhista 
— daí a competência estar atrelada à própria seara laboral.
Quando se trata de conflitos de competência entre órgãos com jurisdição 
trabalhista, em regra, eles também serão dirimidos pela própria seara labo-
ral. A exceção a essa regra é o caso em que houver um ente integrante do 
Poder Judiciário Trabalhista conflitando com o Superior Tribunal de Justiça, 
ou entre Tribunais Superiores (o Supremo Tribunal Federal — STF — e o TST, 
por exemplo), ou entre eles com qualquer outro órgão judicante. Nessas 
hipóteses de conflito de competência, de acordo com o disposto no art. 102, 
I, o, da CF/1988, caberá ao STF decidir, mesmo que haja um órgão trabalhista 
envolvido na celeuma.
Mais uma competência materialmente integrada ao rol da Justiça do Tra-
balho, com o advento da Emenda ampliativa, é a do inciso VI do art. 114 da 
CF/1988, que trata das ações de indenização por dano moral ou patrimonial 
decorrentes da relação de trabalho. Desde antes da alteração constitucional, 
já havia forte entendimento doutrinário e jurisprudencial no sentido do que 
foi trazido pela Emenda, de modo que ela veio apenas a consolidá-lo. Outra 
importante ressalva que deve ser feita é que a competência para reconhecer 
o acidente de trabalho continua sendo da Justiça Comum — cabe à seara 
processual trabalhista lidar apenas com as ações que versem sobre o dano 
moral decorrente do acidente, não sendo ela capaz de atestar ou reconhecer 
o próprio acidente.
Características do processo do trabalho 11
A penúltima competência material a ser tratada na presente seção é a 
relativa às ações que tratam de penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho. Essa 
competência possui natureza dúplice. Ela se refere materialmente às “ações 
relativas às penalidades administrativas”, mas também tem seu teor funcio-
nal, ao especificar que elas são “impostas aos empregadores pelos órgãos 
de fiscalização das relações de trabalho”, tendo como sujeito passivo da 
fiscalização o empregador e o sujeito ativo a autoridade administrativa que 
impõe a multa. O regramento legal da imposição dessas multas advindas de 
fiscalização está disposto na CLT, art. 634 e seguintes.
A última competência material primária descrita na Constituição está 
contida no art. 114, VIII, e trata da competência material executória. A Justiça 
do Trabalho possui uma dupla capacidade executória: a das próprias sentenças 
e a das contribuições previdenciárias. A execução das próprias sentenças 
decorre do princípio lógico da teoria geral do processo, em que, após a sen-
tença, advém a execução. Aliás, no atual processo civil, a execução não é 
mais um processo em apartado, e sim uma mera fase processual, algo que 
confere ainda mais agilidade à própria materialização do direito processual.
Já a execução das contribuições previdenciárias se dá ex officio (ou seja, 
proativamente por parte do magistrado, mesmo após a reforma trabalhista, 
já que se trata de um crédito acessório) e engloba os atos de quantificação 
da dívida, intimação para pagar no prazo, constrição (arresto, penhora), 
expropriação (hasta pública) e satisfação do exequente (MENESES, 1999). 
Acerca desse tema, é importante destacar o item I do verbete da Súmula 368 
do TST, que enuncia que: 
A Justiça do Trabalho é competente para determinar o recolhimento das contri-
buições fiscais. A competência da Justiça do Trabalho, quanto à execução das 
contribuições previdenciárias, limita-se às sentenças condenatórias em pecúnia 
que proferir e aos valores, objeto de acordo homologado, que integrem o salário 
de contribuição (BRASIL, 2017, documento on-line).
Dessa forma, não basta que a sentença seja declaratória da existência da 
necessidade contributiva do ente laboral. É necessário que ela decorra de 
uma condenação ou de um acordo que reconheça o vínculo empregatício e a 
respectiva contribuição previdenciária.
Características do processo do trabalho12
Justiça do Trabalho e matéria criminal
O entendimento mais recente do STF é de que a Justiça do Trabalho 
não detém competência criminal (ADI 3.684). Por maioria de votos, foi firmado 
o seguinte entendimento:
O disposto no art. 114, inc. I, da Constituição da República, introduzido pela EC 
nº 45/2004, não compreende outorga de jurisdição sobre matéria penal, até por-
que, quando os enunciados da legislação constitucional e subalterna aludem, na 
distribuição de competências, a ações, sem o qualificativo de penais ou criminais, 
a interpretação sempre excluiu de seu alcance teórico as ações que tenham caráter 
penal ou criminal.
Competência funcional e territorial 
da Justiça do Trabalho
Para além da competência material, a Justiça do Trabalho é esquadrinhada em 
termos de competências funcionais (em razão da função) e de competências 
territoriais (também conhecidas como em razão do lugar). A competência 
funcional diz respeito à distribuição dos feitos trabalhistas, de acordo com 
as disposições constitucionais, legais e regimentais de cada órgão da seara 
laboral. No entendimento de Schiavi (2016, p. 313), “[...] a competência funcional 
adota o critério do exercício das funções do juiz em determinado processo [...] 
quais atos pode o juiz praticar”. Tomando-se por base a organização da Justiça 
do Trabalho, como delineado na primeira seção deste capítulo, tem-se que 
há competência funcional das varas do trabalho, dos TRTs e também do TST. 
A competência funcional das varas do trabalho está elencada na CLT, nos 
arts. 652 e 653, ainda que com a nomenclatura antiga de “juntas”, as quais 
devem ser compreendidas atualmente como “varas”. Compete às varas do 
trabalho conciliar e julgar as lides em que se almeje o reconhecimento da 
estabilidade de empregado, bem como também processos concernentes 
a remuneração, férias e indenizações por motivo de rescisão do contrato 
individual de trabalho. A competência funcional das varas abarca também:
 � os dissídios resultantes de contratos de empreitada em que o emprei-
teiro seja operário ou artífice;
 � outras lides concernentes ao contrato individual de trabalho;
 � as ações entre trabalhadores portuários e os operadores portuários 
ou o Órgão Gestor de Mão de Obra decorrentes da relação de trabalho.
Características do processo do trabalho 13
De forma semelhante, cabe às varas do trabalho processar e julgar os 
inquéritos para apuração de falta grave, julgar os embargos opostos às suas 
próprias decisões, bem como impor multas e demais penalidades relativas 
aos atos de sua competência. Há também a mais nova possibilidade inserida 
na reforma trabalhista (Lei nº 13.467, de 13 de julho de 2017): decidir quanto à 
homologação de acordo extrajudicial em matéria de competência da Justiça 
do Trabalho.
Por meio do magistrado competente, também cabe às varas, como estatui 
o art. 653 da CLT:
 � requisitar às autoridades competentes a realização das diligências 
necessárias ao esclarecimento dos feitos sob sua apreciação, repre-
sentando contra aquelas que não atenderem a tais requisições;
 � realizar as diligências e praticar os atos processuais ordenados pelos 
TRTs ou pelo TST;
 � julgar as suspeições arguidas contra os seus membros;
 � julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas;
 � expedir precatórias e cumprir as que lhes forem deprecadas;
 � exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, quaisquer outras 
atribuições que decorram da sua jurisdição.
É importante destacar também o conteúdo do art. 659 do diploma cele-
tista, o qual enuncia que compete funcionalmente ao juiz titular (ou ao juiz 
substituto em exercício) na vara do trabalho:
 � presidir as audiências das varas;
 � executar assuas próprias decisões e aquelas cuja execução lhes for 
deprecada;
 � dar posse ao chefe de Secretaria e aos demais funcionários da Secretaria;
 � despachar os recursos interpostos pelas partes, fundamentando a 
decisão recorrida antes da remessa ao Tribunal Regional;
 � assinar as folhas de pagamento dos membros e funcionários da vara;
 � apresentar ao presidente do Tribunal Regional, até 15 de fevereiro de 
cada ano, o relatório dos trabalhos do ano anterior;
 � conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclamações 
trabalhistas que visem a tornar sem efeito transferência disciplinada 
pelos parágrafos do art. 469 da CLT;
Características do processo do trabalho14
 � conceder medida liminar, até decisão final do processo, em reclama-
ções trabalhistas que visem a reintegrar no emprego dirigente sindical 
afastado, suspenso ou dispensado pelo empregador.
No que tange às competências dos TRTs, há de se dizer que elas são fixadas 
na CLT e nos Regimentos Internos dos Tribunais. Como bem destaca Schiavi 
(2016), os TRTs podem ser divididos em turmas ou não e, frequentemente, os 
que têm maior número de juízes os são. Assim, conforme estatuem os arts. 678, 
679 e 680 da CLT, quanto às competências funcionais dos Regionais, quando 
divididos em turmas, compete, ao Tribunal Pleno, especialmente:
 � processar, conciliar e julgar originariamente os dissídios coletivos;
 � processar e julgar, originariamente:
 ■ as revisões de sentenças normativas;
 ■ a extensão das decisões proferidas em dissídios coletivos;
 ■ os mandados de segurança;
 ■ as impugnações à investidura de vogais e seus suplentes nas varas 
do trabalho.
 � processar e julgar em última instância:
 ■ os recursos das multas impostas pelas turmas;
 ■ as ações rescisórias das decisões das varas do trabalho, dos juízes 
de direito investidos na jurisdição trabalhista, das turmas e de seus 
próprios acórdãos;
 ■ os conflitos de jurisdição entre as suas turmas, os juízes de direito 
investidos na jurisdição trabalhista, as varas do trabalho, ou entre 
aqueles e estas.
 � julgar em única ou última instâncias:
 ■ os processos e os recursos de natureza administrativa atinentes aos 
seus serviços auxiliares e respectivos servidores;
 ■ as reclamações contra atos administrativos de seu presidente ou 
de qualquer de seus membros, assim como dos juízes de primeira 
instância e de seus funcionários.
Em relação às turmas, compete-lhes:
 � julgar os recursos ordinários previstos no art. 895, a;
 � julgar os agravos de petição e de instrumento, estes de decisões de-
negatórias de recursos de sua alçada;
Características do processo do trabalho 15
 � impor multas e demais penalidades relativas a atos de sua competência 
jurisdicional;
 � julgar os recursos interpostos das decisões das juntas dos juízes de 
direito que as impuserem.
Por fim, compete, ainda, aos Tribunais Regionais, ou às suas turmas:
 � determinar às varas e aos juízes de direito a realização dos atos pro-
cessuais e diligências necessárias ao julgamento dos feitos sob sua 
apreciação;
 � fiscalizar o cumprimento de suas próprias decisões;
 � declarar a nulidade dos atos praticados com infração de suas decisões;
 � julgar as suspeições arguidas contra seus membros;
 � julgar as exceções de incompetência que lhes forem opostas;
 � requisitar às autoridades competentes as diligências necessárias ao 
esclarecimento dos feitos sob apreciação, representando contra aque-
las que não atenderem a tais requisições;
 � exercer, em geral, no interesse da Justiça do Trabalho, as demais atri-
buições que decorram de sua jurisdição.
O órgão máximo da estrutura laboral também é dotado de competência 
funcional própria, e o seu escopo primordial é a uniformização da jurispru-
dência trabalhista. Diferentemente das varas do trabalho e dos Regionais, 
a competência funcional do TST não está prevista na CLT, e, sim, em uma lei 
apartada (Lei nº 7.701, de 21 de dezembro de 1988). Está prevista também na 
Resolução Administrativa nº 1.295/2008 (Diário de Justiça da União de 09 de 
maio de 2008), a qual foi responsável pela instituição do Regimento Interno 
do Tribunal Superior do Trabalho.
De maneira bastante condensada, é correto afirmar que a competência 
funcional do TST, nos moldes do art. 67 do seu Regimento Interno, se baseia 
em processar, conciliar e julgar, na forma da lei, em grau originário ou recursal 
ordinário ou extraordinário:
 � as demandas individuais e os dissídios coletivos que excedam a juris-
dição dos Tribunais Regionais;
 � os conflitos de direito sindical, assim como outras controvérsias de-
correntes de relação de trabalho; e
 � os litígios relativos ao cumprimento de suas próprias decisões, 
de laudos arbitrais e de convenções e acordos coletivos.
Características do processo do trabalho16
Para melhor lidar com essa miríade de competências, o TST é dividido, 
como já demarcado na seção anterior, em Pleno, Órgão Especial, Seção 
Especializada de Dissídios Coletivos e duas SDIs, além de oito turmas de 
sessão e julgamento.
Além da competência funcional, há de se falar também da competência 
em razão do lugar, também conhecida como competência territorial (ratione 
loci). Como a própria origem etimológica alude, essa competência se vale de 
critérios espaciais e geográficos para determinar a qual juiz compete julgar 
determinada ação proposta. Usualmente, essa competência é atribuída a uma 
certa secção territorial para as varas do trabalho, as quais são dotadas, cada 
uma, de uma circunscrição de atuação própria, estatuída por lei federal. Toda-
via, os Regionais também possuem competência, seja originária ou derivada, 
para julgar e processar causas trabalhistas que costumam corresponder a uma 
região, a qual corresponde aos limites físicos de um território de um estado 
da Federação. Porém, existem algumas exceções de TRTs que abarcam mais 
de um estado ou de presença de mais de um TRT no mesmo estado, como já 
dito anteriormente.
O TST, por seu turno, possui competência territorial para julgar e processar, 
em grau recursal, todas as decisões dos Regionais e, originariamente, as lides 
coletivas que extrapolem o limite de um ou mais estados da Federação. Assim, 
é correto asseverar que o TST possui competência territorial sobre todo o 
território nacional. A competência territorial possui regramento próprio na 
CLT, no seu art. 651. Este traça alguns parâmetros para análise da competência 
territorial, que são:
 � o local da prestação do serviço;
 � se o empregado é agente ou viajante comercial;
 � se o empregado é brasileiro que trabalha no estrangeiro;
 � se a empresa promove a prestação do serviço fora do local contratado.
No que tange às ações civis públicas, a SDI-2 do TST editou uma orientação 
jurisprudencial (OJ), a OJ nº 130. Esta, em seu verbete, assevera que, para 
essas ações, deve-se seguir o norteamento do art. 93 do Código de Defesa 
do Consumidor, fixando a competência territorial pela extensão do dano 
causado. Assim, se o dano é de âmbito regional, a competência é de uma das 
varas do trabalho da capital do Regional; se for um dano de maior escala, de 
extensão que englobe várias regiões ou nacional, o foro é o Distrito Federal.
A regra básica no estabelecimento da competência territorial é que a ação 
deve ser proposta no local da prestação de serviços, por mais que o local da 
Características do processo do trabalho 17
contratação tenha sido diverso, ou até mesmo no estrangeiro. Deve-se acres-
centar como regra geral o entendimento de que, havendo multiplicidade de 
locais de prestação de serviço, no curso do contrato de trabalho, demarca-se 
a competência em razão do último lugar onde houve o vínculo empregatício. 
Bezerra Leite (2016) indica que a escolha do legislador por esses critérios foi 
facilitar o acesso à justiça por parte do reclamante, facilitando-lhe robustecer 
o escorço probatório, inclusive o testemunhal, pouco importando o local de 
contratação ou os locais pretéritos de prestaçãode serviço, representando 
“[...] presumidamente, menos gastos com deslocamento” (SCHIAVI, 2016, 
p. 303). Tal regra é válida mesmo que o último local da prestação do serviço 
não seja exatamente o local de residência do empregado.
Uma das excepcionalidades ao regramento do último local da prestação de 
serviços está estampada no § 1º do art. 651 da CLT, que é o caso do empregado 
agente ou viajante comercial. Esse artigo traz duas regras de excepcionali-
dade, que, segundo Bezerra Leite (2016), deverão ser observadas de modo 
sucessivo. A primeira delas é que haverá a competência territorial da vara 
da localidade em que a empresa tenha agência ou filial à qual o empregado 
esteja diretamente vinculado e subordinado. A segunda regra, a ser aplicada 
apenas caso a primeira não seja suficiente, estabelece que, caso não exista 
agência ou filial, será competente a vara da localização em que o empregado 
seja domiciliado ou a vara da localidade mais próxima de seu domicílio.
Também existe a consagração da competência internacional da Justiça 
do Trabalho (SCHIAVI, 2016, p. 309), insculpida no § 2º do art. 651 da CLT. Essa 
competência serve para tratar sobre lides trabalhistas em que o empregado 
seja brasileiro e não disponha o contrário em convenção internacional, sendo-
-lhe facultado dar início ao processo em território brasileiro. Como bem 
assevera Martins (2015, p. 132), a “[...] ação deverá ser proposta perante a 
Vara onde o empregador tenha sede no Brasil, se a empresa não tiver sede 
no Brasil, haverá a impossibilidade da propositura da ação, pois não será 
possível sujeitá-la à decisão de nossos tribunais”.
Ou seja, por mais que haja essa possibilidade de a prestação do serviço ter 
ocorrido no estrangeiro, é um dos requisitos básicos dessa excepcionalidade 
da propositura da ação no Brasil que a parte reclamada tenha alguma filial 
no território nacional, sob pena de ser inócua a tentativa de resolução da 
lide trabalhista, uma vez que, por causa da soberania nacional de cada país, 
o Brasil não teria como processar, julgar e executar tal ação. Bezerra Leite (2016) 
defende que, mesmo que não haja filial no Brasil, é possível o processamento 
Características do processo do trabalho18
e prosseguimento da ação por meio de carta rogatória, algo um tanto quanto 
pouco profícuo, já que caberá ao país destinatário da ordem decidir se aceita 
ou não se submeter à jurisdição da Justiça do Trabalho brasileira.
A última disposição acerca da competência territorial da Justiça do Tra-
balho se encontra no § 3º do art. 651 do diploma celetista. Trata-se do ente 
profissional (empregador) que promova realização de atividades fora do lugar 
do contrato de trabalho. Nesse caso, a lei faculta ao empregado apresentar 
a reclamação trabalhista em dois locais: no local da celebração do contrato 
ou no local em que os serviços são prestados.
Existe certa discussão doutrinária sobre qual seria a denominação do em-
pregador que promove a realização de serviços fora do seu local de celebração 
— isto é, se a atividade desempenhada por esse empregador é necessariamente 
transitória e de local incerto na prestação, ou se esse requisito é desprezível. 
Martins (2015) coloca que o empregador deve desenvolver suas atividades 
em lugares incertos, transitórios ou eventuais para que a opção do § 3º do 
art. 651 da CLT se perfaça. Já Bezerra Leite (2016) coloca apenas a necessidade 
de o empregado prestar o serviço em várias localidades, pouco importando 
se elas são esporádicas ou perenes. Isso porque a Lei quis privilegiar o acesso 
à Justiça, pouco importando a qualificação das atividades do empregador 
para esse fim, haja vista que o escopo maior é prover ao empregado, parte 
hipossuficiente, um maior leque de possibilidades processualmente válidas 
para o ajuizamento da ação trabalhista. Esse é o regramento disposto na 
CLT acerca das competências territoriais, o qual possui em última instância 
o intento de privilegiar a parte hipossuficiente da relação, o empregado, 
tornando mais elásticas suas possibilidades de acesso à justiça.
OJ nº 149 da SDI-2: declaração de ofício de incompetência relativa
A competência territorial, por regra, é uma matéria relativa, ou seja, 
não cabe ser conhecida de ofício pelo juiz, diferentemente da incompetência 
material, que é absoluta, por exemplo. Por esse motivo, quando se trata da 
opção colocada no § 3º do art. 651, da CLT, o TST decidiu, por meio de sua OJ 
nº 149, SDI-2, que “Não cabe declaração de ofício de incompetência territorial 
no caso do uso, pelo trabalhador, da faculdade prevista no art. 651, § 3° da CLT. 
Nessa hipótese, resolve-se o conflito pelo reconhecimento da competência do 
juízo do local onde a ação foi proposta”.
Características do processo do trabalho 19
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. 
Brasília: Presidência da República, 1988. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 28 nov. 2020.
BRASIL. Emenda Constitucional nº 24, de 9 de dezembro de 1999. Altera dispositivos da 
Constituição Federal pertinentes à representação classistas na Justiça do Trabalho. 
Brasília: Presidência da República, 1999. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/constituicao/emendas/emc/emc24.htm. Acesso em: 28 nov. 2020.
BRASIL. Tribunal Superior do Trabalho. Súmula nº 368. Brasília: TST, 2017. Dis-
ponível em: http://brs02.tst.jus.br/cgi-bin/nph-brs?d=BLNK&s1=368&s2=bden.
base.&pg1=NUMS&u=http://www.tst.gov.br/jurisprudencia/brs/nspit/nspitgen_un_pix.
html&p=1&r=1&f=G&l=0. Acesso em: 28 nov. 2020.
LEITE, C. H. B. Curso de direito processual do trabalho. 16. ed. São Paulo: LTr, 2016.
MARTINS, S. P. Direito processual do trabalho. 37. ed. São Paulo: Atlas, 2015.
MARANHÃO, D. et al. Instituições de direito do trabalho. 21. ed. São Paulo: LTr, 2003. 
MENESES, G. M. e S. Competência da Justiça do Trabalho ampliada em face da Emenda 
Constitucional n. 20/98. Jornal Síntese, n. 24, p. 7, 1999.
NASCIMENTO, A. M. Curso de direito processual do trabalho. 29. ed. São Paulo: Saraiva, 
2015.
RODRIGUES, M. A. Elementos de direito processual civil. São Paulo: RT, 2000. v. 1. 
RUSSOMANO, V. M. Princípios gerais do direito sindical. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
1998.
SCHIAVI, M. Manual de direito processual do trabalho. 10. ed. São Paulo: LTr, 2016.
WEBER, M. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2015.
Leituras recomendadas
DINAMARCO, C. R. Instituições de direito processual civil. São Paulo: Malheiros, 2001 v. 1.
GARCIA, G. F. B. Curso de direito processual do trabalho. 2. ed. Rio de Janeiro: Forense, 
2013.
GIGLIO, W. Direito processual do trabalho. 15. ed. São Paulo: Saraiva, 2005.
SARAIVA, R. Curso de direito processual do trabalho. 11. ed. São Paulo: Método, 2014.
Os links para sites da web fornecidos neste capítulo foram todos 
testados, e seu funcionamento foi comprovado no momento da 
publicação do material. No entanto, a rede é extremamente dinâmica; suas 
páginas estão constantemente mudando de local e conteúdo. Assim, os editores 
declaram não ter qualquer responsabilidade sobre qualidade, precisão ou 
integralidade das informações referidas em tais links.
Características do processo do trabalho20
Dica do professor
O Direito é uma disciplina das Ciências Sociais Aplicadas que demanda fundamento material e 
fundamento formal. Por vezes, esses fundamentos se entrelaçam para que seja mais didático 
compreender como alguns elementos se materializam na prática social.
Ao se falar de Direito Processual do Trabalho, especificamente em suas características, é necessário 
tecer algumas ponderações sobre os elementos formativos desse ramo, ou seja, debater sobre sua 
estruturação formal, sua organização e como tais pontos dão sustentação à sua prática forense.
Nesta Dica do Professor, veja uma exceção peculiar da fixação da competência e da abrangência da 
circunscrição da Justiça do Trabalho, queé a possibilidade de haver um juízo comum investido com 
a "jurisdição" (ou melhor, competência trabalhista) e abrangido por essa circunscrição. Essa 
excepcionalidade encontra guarida tanto no texto constitucional, em seu art. 112, quanto no 
diploma celetista, no art. 668 e seguintes.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/cee29914fad5b594d8f5918df1e801fd/de7de7127ec5520bcb29c54a908508bc
Exercícios
1) A organização da Justiça do Trabalho é operada em três estratos, os quais incluem as Varas 
do Trabalho, os Tribunais Regionais do Trabalho e, em última instância, o Tribunal Superior 
do Trabalho. 
Acerca dessa estruturação, é correto afirmar que:
A) a circunscrição da Vara do Trabalho é definida por lei federal e costuma abarcar alguns 
Municípios próximos. Elas são geridas por juízes ou juízas do trabalho, após aprovação em 
concurso de provas e de títulos, os quais são agentes políticos considerados órgãos da 
estrutura do Poder Judiciário Federal.
B) mesmo após a edição da Emenda Constitucional nº 24/99, ainda existe a representação 
classista (ou paritária) na Justiça do Trabalho, uma vez que tanto empregadores quanto 
empregados precisam estar representados em juízo. Sem uma representação paritária.
C) os chamados Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) correspondem a uma "região" trabalhista, 
a qual coincide com um Estado da Federação brasileira, sendo obrigatório ter ao menos um 
TRT por Estado. No entanto, é possível que haja mais de um TRT por Estado, como é o caso 
do TRT 2 e do TRT 15, ambos cobrindo o Estado de São Paulo.
D) os desembargadores dos Tribunais Regionais do Trabalho são nomeados pelo Presidente da 
República e seu quantitativo final depende do volume processual do Regional aos quais eles 
se encontram vinculados. No entanto, o número mínimo é de 10 desembargadores, não 
havendo quantitativo máximo para que haja a fixação da quantidade de desembargadores a 
serem designados.
E) após a Emenda Constitucional nº 45, foram criados dois órgãos auxiliares ao TST: a Escola 
Nacional de Formação e Aperfeiçoamento de Magistrados do Trabalho e o Conselho Superior 
da Justiça do Trabalho (CSJT). A Escola tem a função de regulamentar cursos oficiais de 
ingresso na magistratura. 
2) Diferentemente das Varas do Trabalho e dos Tribunais Regionais do Trabalho, o Tribunal 
Superior do Trabalho (TST) possui sua organização funcional descrita de forma mais 
pormenorizada no seu regimento interno, especificamente em seu art. 59. 
Considerando as disposições legais dessa norma de organização interna, é correto afirmar 
que:
A) o TST se divide em: Pleno, Órgão Especial, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, duas 
Seções Especializadas em Dissídios Individuais e suas 10 Turmas.
B) o Pleno é a composição total do órgão judicante máximo da seara trabalhista. Para que ele 
inicie as sessões, é necessária a presença de pelo menos 14 ministros, sendo exigida a maioria 
simples quando se tratar de aprovação.
C) o Órgão Especial é composto de 17 ministros, sendo eles o Presidente e o Vice, o 
Corregedor-Geral, os 7 mais antigos e mais 7 indicados pelo Pleno. Seu quórum de 
funcionamento é de 8 ministros.
D) as seções especializadas se dividem em duas categorias: as dos dissídios coletivos e as de 
dissídios individuais. Existem duas seções de dissídios individuais e ambas possuem o mesmo 
quantitativo de ministros.
E) o TST é composto por 8 Turmas, e cada uma delas é composta por 4 ministros, e a 
presidência recai sobre o ministro mais antigo que a integre. As turmas podem funcionar com 
quórum mínimo de 3 ministros.
3) A questão da competência, em termos processuais, diz respeito à forma como a jurisdição é 
repartida segundo os vários órgãos jurisdicionais integrantes do Poder Judiciário, e serve 
para organizar melhor a distribuição dos feitos e para ordenar o fluxo procedimental nas 
instâncias processuais. Uma das maneiras de se repartir e fixar a competência é a material e, 
na seara laboral, ela se encontra disposta no art. 114 do texto constitucional. 
Acerca desse tema, é correto afirmar que:
A) para fins de competência material da Justiça do Trabalho, a relação de emprego e a relação de 
trabalho não possuem o mesmo significado. Relação de emprego corresponde a contrato de 
trabalho. Por mais que o Poder Judiciário do Trabalho seja competente para julgar algumas 
relações de trabalho, materialmente, não se aplica para elas o regramento legal (CLT). 
B) a competência da Justiça do Trabalho abarca as relações sociais advindas da interação entre 
empregados e empregadores, em um contrato expresso ou tácito, e que tenham sido 
convencionadas individual ou coletivamente, por meio de autocomposição (sentenças 
normativas) ou de heterocomposição (acordos coletivos).
C) a respeito da competência material da Justiça do Trabalho e das questões que envolvem 
servidores públicos, a ADI nº 3.395 pacificou o entendimento de que o art. 114, I, da CF/88 
não comporta nenhuma interpretação que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a 
apreciação de causas que sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele 
vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo.
D) após a Emenda Constitucional nº 45/04, foi incluída a competência material para a Justiça do 
Trabalho julgar questões de ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre 
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. Essa competência foi incluída 
em razão de o Brasil ter ratificado a Convenção da OIT nº 87, que trata da pluralidade sindical 
a qual se encontra prestigiada no art. 8º, II, da CF/88.
E) as ações que discutem representação sindical são da alçada da Justiça Comum, uma vez que 
não se admitem ações entre pessoas jurídicas distintas e que não se debata especificamente 
uma relação material de vínculo empregatício entre os litigantes na seara laboral. Assim, 
a Justiça do Trabalho materialmente possui competência para julgar ações entre pessoas 
físicas (trabalhadores) e pessoas físicas ou jurídicas (empregadores).
4) A competência territorial é uma das formas mais práticas de definição e de fixação de 
competência na Justiça do Trabalho, e seus parâmetros se encontram estabelecidos no art. 
651 da CLT. Quando se fala de ação civil pública na Justiça do Trabalho, alguns critérios de 
fixação devem ser observados. 
A respeito desse tema, é correto afirmar que:
A) a SDI-2 do TST editou uma orientação jurisprudencial, a OJ nº 130, que estabelece que, para 
as ações civis públicas, deve-se seguir o disposto no art. 93 do Código de Defesa do 
Consumidor, fixando a competência territorial pela extensão do dano causado. Assim, se o 
dano é de âmbito regional, a competência é de uma das Varas do Trabalho da capital do 
Regional; se for um dano de maior escala, de extensão que englobe várias regiões ou nacional, 
o foro é o Distrito Federal.
B) o pleno do TRT-10, do Distrito Federal, editou a Súmula nº 130, que estabelece que, para as 
ações civis públicas, deve-se seguir o disposto no art. 93 do Código de Defesa do 
Consumidor, fixando a competência territorial pela qualidade do dano causado. Assim, se o 
dano é baixa gravidade, a competência é de uma das Varas do Trabalho da capital do 
Regional; se for um dano de maior gravidade, o foro é o Tribunal Superior do Trabalho.
C) o Pleno do TST editou a Súmula nº 130, que estabelece que, para as ações civis públicas, 
deve-se seguir o disposto no art. 93 do Código de Defesa do Consumidor, fixando a 
competência territorial pela extensão do dano causado. Assim, se o dano é baixa gravidade, a 
competência é de uma das Varas do Trabalho da capital do Regional; se for um dano de maior 
gravidade, o foro é o Distrito Federal.
a SDI-2 do TST editou uma orientação jurisprudencial, a OJ nº 130, que estabelece que, para 
as ações civis públicas, deve-se seguir o disposto na Consolidaçãodas Leis do Trabalho (CLT), 
fixando a competência territorial pela gravidade do dano causado. Assim, se o dano é de 
âmbito regional, a competência é de uma das Varas do Trabalho da capital do Regional; se for 
D) 
um dano de maior escala, de extensão que englobe várias regiões ou nacional, o foro é o 
Distrito Federal.
E) a SDC do TST editou uma orientação jurisprudencial, a OJ nº 130, que estabelece que, para 
as ações civis públicas, deve-se seguir o disposto na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), 
fixando a competência territorial pela gravidade do dano causado. Assim, se o dano é de 
baixo grau de lesão, a competência é de uma das Varas do Trabalho da capital do Regional; se 
for um dano de alto grau de lesão a direitos fundamentais, o foro competente é o Distrito 
Federal.
5) A competência territorial do processo do trabalho possui como regra geral a propositura e o 
processamento da lide trabalhista no local da última prestação do serviço. Todavia, o 
parágrafo 2º do art. 651 da CLT traz a possibilidade da "competência internacional da Justiça 
do Trabalho". 
Sobre esse tema, marque a alternativa correta.
A) A competência internacional da Justiça do Trabalho se estende aos brasileiros e aos 
estrangeiros domiciliados no Brasil, desde que não haja convenção internacional dispondo o 
contrário, devendo a ação ser proposta no atual domicílio do empregado.
B) A competência internacional da Justiça do Trabalho independe de convenção internacional, 
podendo ser proposta a qualquer tempo em que o empregado vier a residir no Brasil, 
devendo ser proposta no local em que o empregador possua filial ou agência em território 
nacional.
C) A competência internacional da Justiça do Trabalho se estende aos brasileiros e aos 
estrangeiros domiciliados no Brasil, desde que não haja convenção internacional dispondo o 
contrário, devendo a ação ser proposta diretamente no TST, que é o responsável por lides 
que abrangem mais de um Estado ou entes estrangeiros. 
D) A competência internacional da Justiça do Trabalho se estende aos brasileiros, natos ou 
naturalizados, independentemente de haver convenção internacional tratando do tema, 
devendo a ação ser proposta diretamente no domicílio do empregado. A doutrina não admite 
que seja feita a citação da empresa que não tenha filial no Brasil por carta rogatória, em 
virtude de o Brasil não ter jurisdição.
E) A competência internacional da Justiça do Trabalho se estende aos brasileiros, desde que não 
haja convenção internacional dispondo o contrário, devendo a ação ser proposta onde a 
empresa possua agência ou filial. Parte da doutrina admite que a ação seja proposta no 
domicílio do empregado e que a empresa seja notificada por carta rogatória, caso não tenha 
filial no Brasil.
Na prática
Compreender como se dá a dinâmica da fixação da competência territorial é fundamental para 
saber onde propor uma ação trabalhista. Essa matéria é disciplinada no art. 651 da CLT e em seus 
parágrafos, nos quais são trazidas algumas excepcionalidades à regra geral delineada no caput do 
artigo.
Veja, Na Prática, o caso do pedreiro Tício, que foi contratado por uma construtora para trabalhar 
em local diverso de onde o seu contrato de trabalho foi assinado, em virtude da natureza das 
atividades de construção e de reparação de obras que seu empregador desenvolvia. O Sr. Tício, 
após ser dispensado, procurou um escritório de advocacia no seu atual domicílio (que não foi o 
último local de trabalho) para poder saber onde a sua reclamação trabalhista deveria ser proposta.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/257eb1a0-c2dc-45e1-9c29-cb523c230daa/8b6be1da-2b54-4442-b470-72b15e56f027.jpg
Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja a seguir as sugestões do professor:
Competência material da Justiça do Trabalho
Aqui, aprofunde-se mais sobre os critérios de definição da competência material da Justiça do 
Trabalho e sobre como a jurisprudência definiu algumas questões relativas a esse tema.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Jurisdição e competência da Justiça laboral: ações de 
estrangeiros no Brasil e brasileiros no exterior
Neste artigo, informe-se acerca da competência internacional da Justiça do Trabalho no julgamento 
de ações interpostas por brasileiros residentes no exterior e por estrangeiros que trabalham no 
Brasil.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Justiça do Trabalho e competência penal
Neste artigo, informe-se mais acerca da competência criminal da Justiça do Trabalho, 
particularmente adentrando na questão da adequação dos crimes relacionados ao trabalho à Justiça 
laboral.
https://www.youtube.com/embed/TB6sWjIshJc
 http://uniesp.edu.br/sites/_biblioteca/revistas/20170531133949.pdf
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
Processo eletrônico trabalhista e competência territorial: 
reflexões a partir da "penhora on-line"
Nesta dissertação, pesquise mais acerca da chamada penhora on-line, que permite o bloqueio de 
contas do devedor em todo o território nacional; uma excepcionalidade à competência territorial. 
Confira:
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
 https://www.rodolfopamplonafilho.com.br/upload/justica-do-trabalho-e-competencia--penal-20160530103928.pdf
https://meriva.pucrs.br/dspace/bitstream/10923/7118/1/000467145-Texto%2bParcial-0.pdf

Continue navegando