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O Ciclo Menstrual

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O Ciclo Menstrual
Chapter · November 2017
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2 authors, including:
Filipa Rafael
Ginemed
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All content following this page was uploaded by Filipa Rafael on 10 November 2017.
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GINECOLOGIA GERAL PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR 
AFIMBA 
___________________________________________ 
19 
 
SECÇÃO I – CONTRACEÇÃO 
CAPÍTULO 1 - O ciclo menstrual 
 
Filipa Rafael, Paula Moniz 
 
A compreensão do ciclo ovárico é de alta importância para perceber o meca-
nismo de ação dos contracetivos utilizados na atualidade. 
Estas alterações cíclicas denominam-se desde sempre por “ciclo menstrual” 
pois a menstruação constitui um sinal clínico facilmente identificável que marca 
o início de um novo ciclo. No entanto, a compreensão dos mecanismos fisioló-
gicos do “ciclo menstrual” englobam uma compreensão do ciclo ovárico, da sua 
interação com o sistema hipotálamo-hipófise e das repercussões a nível endo-
metrial. Um esquema que facilita esta compreensão é o diagrama do ciclo 
menstrual (figura 1), cujo eixo do X corresponde aos dias de ciclo. 
 
Figura 1 – Diagrama do ciclo menstrual (Isometrik, 2009) 
Por convenção considera-se que o 1º dia do ciclo é o 1º dia da menstruação. 
A duração média é de 28 dias, mas consideram-se ciclos normais entre 21 a 
35 dias. 
O ciclo divide-se fisiologicamente em 2 fases: a fase folicular (da menstruação 
à ovulação) e fase luteínica (da ovulação à menstruação). 
I CURSO INTENSIVO 
PORTIMÃO, 6 A 8 DE OUTUBRO DE 2016 
__________________________________________ 
20 
 
Fase Folicular 
A nível do sistema nervoso central (SNC) inicia-se o estímulo para a formação 
de folículos. A hormona libertadora de gonadotrofinas (GnRH) é produzida pelo 
hipotálamo e libertada no sistema porta hipotálamo-hipófise, em pulsos de 90 
minutos. Esta atua na adenohipófise e estimula a produção de hormona folí-
culo-estimulante (FSH) e hormona luteinizante (LH). De uma forma genérica, 
a FSH irá atuar a nível das células da granulosa do ovário e a LH nas células 
da teca. Ambas, FSH e LH, estão sujeitas a feedback negativo pelas hormonas 
ováricas, assim como são estímulo negativo à produção de GnRH. 
A nível ovárico tudo se inicia no recrutamento de folículos primários que avan-
çam na maturação sob o estímulo de FSH. O folículo primário é constituído por 
um oócito I rodeado de uma camada de células da granulosa e pela zona pe-
lúcida. Os ovários contêm cerca de 400.000 folículos primordiais no início da 
idade fértil e a cada ciclo são recrutados pela FSH cerca de 6 a 12 folículos 
para prosseguirem na maturação (te Velde ER, 2002). As células da granulosa 
proliferam, produzindo nesta fase estrogénio e inibina B em quantidades cres-
centes (proporcionais ao estímulo e número de células da granulosa). À medida 
que continuam a sua maturação progridem para folículos secundários. Nestes 
surgem células da teca que produzem androstenediona sob o estímulo de LH. 
A androstenediona vai ser captada pelas células da granulosa e convertida a 
estradiol sendo este um dos motivos pelo qual o aumento de estradiol é mais 
marcado. Para que continuem a maturar os folículos têm que manter este rácio 
estrogénios/androgénios elevado. 
Os folículos antrais (folículos terciários) são constituídos por uma cavidade com 
líquido (o antro) que surge como consequência da produção das células da 
granulosa. Este líquido é rico em estrogénios e irá nutrir o oócito até se dar a 
ovulação. 
Geralmente apenas um atinge a fase de folículo maduro (folículo de Graff), 
constituído por um oócito rodeado pela corona radiata (células da granulosa) 
no meio do antro, fixo pelo cumulus oophorus. A seleção do folículo maduro 
ocorre pela diminuição da FSH no fim da fase folicular, fruto de um feedback 
negativo pela inibina B. Nos folículos menos desenvolvidos esta redução da 
FSH condiciona um rácio estrogénios/androgénios diminuído, levando à atre-
sia. O maior e mais avançado folículo tem maior capacidade de suportar esta 
redução, mantendo estável a sua produção de estrogénio e mantendo o seu 
desenvolvimento. 
A nível uterino nos primeiros dias o endométrio irá descamar constatando-se 
a menstruação. Segue-se uma fase proliferativa da responsabilidade dos es-
trogénios: ocorre uma proliferação do estroma endometrial e o desenvolvi-
mento de glândulas endometriais. Os cílios tubares apresentam movimenta-
ções de captação na perspetiva de captar o óocito. 
GINECOLOGIA GERAL PARA MEDICINA GERAL E FAMILIAR 
AFIMBA 
___________________________________________ 
21 
 
A Ovulação 
A ovulação ocorre após uma cadeia de eventos que se inicia com o atingimento 
de níveis altos de estrogénios. Estes níveis elevados de estrogénios irão des-
poletar um feedback positivo no SNC, levando a um pico de LH e um pico de 
FSH (este último menos notório pela existência de inibina B que frena esta 
elevação). 
O pico de LH irá então luteinizar as células da granulosa, levando à conversão 
da produção de estrogénios para produção de progesterona. Esta elevação 
ocorre cerca de 10 a 12 horas antes da ovulação. É nesta fase que o oócito I 
avança na meiose, dando-se a primeira divisão meiótica e verificando-se a 
expulsão do primeiro corpo polar. A segunda divisão da meiose só se realizará 
após união com um espermatozoide. 
Considera-se que este aumento de progesterona condiciona no folículo uma 
hiperemia folicular e transudação de plasma para o interior do antro, aumen-
tando a pressão intrafolicular. Por outro lado, surgem enzimas (colagenases) 
que enfraquecem a parede folicular, levando à rotura. Por vezes a mulher sente 
a rotura folicular como sendo dolorosa, sendo esta a causa do Síndrome de 
Mittelschmerz. 
 
Fase Luteínica 
Esta fase inicia-se com a ovulação e tem a duração de 14 dias. Os constituintes 
do folículo que ovulou são estimulados pela LH de forma a produzirem grandes 
quantidades de progesterona. Esta nova estrutura “luteinizada” denomina-se 
de corpo lúteo ou corpo amarelo. Tem uma aparência amarelada pelas grandes 
concentrações de lípidos que contém (percursores das hormonas sexuais). 
Nesta fase a progesterona tem um papel primordial, sendo considerada a hor-
mona “pró-gestação”.Esta é responsável pela fase secretora, a nível endome-
trial, caracterizada por proliferação de artérias espiraladas, produção de secre-
ções glandulares com funções de nutrir um futuro embrião e de diminuir a 
contractilidade uterina para impedir a perda do produto de conceção. Esta hor-
mona é ainda responsável por secreções a nível tubar e pela tensão mamária 
sentida tipicamente nesta fase. 
O pico de progesterona faz-se acompanhar de um segundo pico de estrogénio, 
menos significativo, devido à conversão dos altos níveis de androgénios para 
estradiol. 
Com o avançar dos dias, caso não ocorra fecundação, os altos níveis de pro-
gesterona e estrogénio vão inibir o SNC, ocorrendo uma diminuição da LH e 
FSH e progressiva diminuição da produção hormonal do corpo lúteo. Esta re-
dução da progesterona irá levar a um vasospasmo arterial a nível uterino, com 
necrose endometrial e hemorragia local. A consequente descamação do endo-
métrio é auxiliada pela contractilidade uterina. A menstruação surge então, 
I CURSO INTENSIVO 
PORTIMÃO, 6 A 8 DE OUTUBRO DE 2016 
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22 
 
marcando o início de um novo ciclo, simbolizando o fracasso na obtenção de 
gravidez. O corpo lúteo transforma-se em corpo albicans e é progressivamente 
absorvido ao longo de semanas. 
 
No caso de ocorrer fecundação? 
A implantação do embrião no endométrio cerca de 6 a 7 dias após a ovulação 
leva ao aparecimento de gonadotrofina coriónica humana (hCG) no sangue. 
Esta, por ter uma estrutura semelhante à LH, vai estimular o corpo lúteo a 
produzir progesterona e estrogénios, permitindo manter o suporte gestacional 
conferido pelo endométrio. 
 
Influência da contraceção no ciclo menstrual 
Quando se introduz um progestativo contínuo ocorre um feedback negativo no 
SNC, diminuindo os níveis de LH e FSH (tal como ocorre na fase luteínica do 
ciclo normal). Esta frenação das hormonas hipofisárias impede o recrutamento 
de folículos primários, o pico de LH e consequentemente a ovulação. Outros 
efeitos contracetivos são o aumento da espessura do muco cervical que impede 
a passagem de espermatozóides e a redução da proliferação endometrial e a 
redução da motilidade tubária que dificultam a fecundação e a implantação. 
Estes últimos efeitos são os mais marcados nos sistemas intrauterinos. 
Quando se utiliza um estro-progestativo, as duas hormonas vão frenar o SNC, 
diminuindo os níveis de LH e FSH, impedindo também o recrutamento de folí-
culos e impedindo a ovulação. Existe uma proliferação endometrial (pelo es-
trogénio) que de forma iatrogénica se descama com cada interrupção da pílula 
(redução da progesterona), sendo assim um ciclo mais próximo do fisiológico. 
As indicações e benefícios de contraceção hormonal serão descritos nos capí-
tulos seguintes. 
 
 
 
 
 
 
Bibliografia: 
· Calhaz-Jorge, C. (2017). Ovulação, fecundação e implantação. Em L. M. Graça, 
Medicina Materno Fetal (5 ed., pp. 2-11). Lidel. 
· Isometrik. (2009). Wikimedia Commons. Obtido de Free media repository: 
https://commons.wikimedia.org/wiki/File:MenstrualCycle2_en.svg 
· Santos, T. A. (2009). Fisiologia do ovário e da fecundação. Em C. F. Oliveira, 
Manual de Ginecologia (pp. 39-57). Permanyer Portugal. 
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https://www.researchgate.net/publication/320980357

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