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107 Neste capítulo serão abordadas a remuneração do empregado pe- los serviços laborais prestados ao empregador, a distinção conceitual entre salário e remuneração, a delineação das características do salário e todas as minúcias que o contemplam, além de questões atinentes às denominadas parcelas salariais. Os temas citados são amplamente vistos no trabalho de um profis- sional da área de recursos humanos, pois estão diretamente ligados aos detalhes da folha de pagamento e a todas as obrigações inerentes ao seu cumprimento, missão primordial para quem atua nessa área, uma vez que a aplicação de determinadas questões em desconformidade com os preceitos legais pode gerar passivos para a empresa e contur- bar a relação de emprego estabelecida, sobretudo quando se está dian- te de prática rotineira. Capítulo 9 Salário e remuneração 108 Legislação, rotinas de pessoal e benefícios M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . 1 Salário e remuneração Embora as expressões salário e remuneração sejam muitas vezes utilizadas como se fossem sinônimos, é fato que não o são, pois têm dis- tinções frontais e bastante significativas, as quais impactarão de modo sensível outros benefícios trabalhistas, sendo importante tratá-las aqui. 1.1 Conceito de salário e remuneração Partindo da premissa de que são conceitos distintos, é fundamental trazer a conceituação de ambos, para melhor compreensão de suas ex- tensões, incluindo seus efeitos inerentes. Salário pode ser definido como uma contraprestação, paga exclusi- vamente em dinheiro ou parte em dinheiro e parte em utilidades previs- tas na legislação trabalhista, tais como moradia e alimentação, oferecida pelo empregador ao empregado, em razão do contrato de trabalho, a fim de satisfazer às necessidades básicas deste e daqueles que dele depen- dem. Nesse cenário, é importante ressaltar que pelo menos 30% (trinta por cento) do salário deverá, obrigatoriamente, ser pago em dinheiro. A parte do salário paga em utilidades é denominada de salário in natura. Conforme dispõe o artigo 457 da Consolidação das Leis do Trabalho (BRASIL, 1943), o salário é integrado não apenas pela parte fixa con- vencionada, mas também pelas comissões, que correspondem a uma parcela variável, condicionada ao volume de vendas ou produção, e por eventuais gratificações, que são valores pagos por mera liberalidade como prêmio ao trabalhador pela sua assiduidade, produtividade, entre outros fatores positivos de postura profissional, podendo ser esporádi- cas ou periódicas, certo de que incidirão somente sobre o décimo tercei- ro salário e, caso sejam revestidas de habitualidade, perderão o caráter de mera gratificação e passarão a compor a parte fixa do salário. 109Salário e remuneração M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. O pagamento do salário, seja qual for a modalidade de trabalho, não pode ser estabelecido por período superior a um mês, exceto no que diz respeito às comissões, gratificações e percentagens, devendo ser pago, impreterivelmente, até o 5o (quinto) dia útil do mês subsequente ao ven- cido, conforme inteligência do artigo 459 da CLT (BRASIL, 1943), sendo certo que, caso esse prazo não seja observado, deverá incidir atualização monetária desde o primeiro dia do mês. O pagamento do salário poderá ser demonstrado por meio de recibo ou comprovante de depósito bancá- rio, devendo a parte em dinheiro sempre ser paga na moeda corrente à época, sob pena de ser havido como não efetuado, segundo dispõe o ar- tigo 463 da CLT (BRASIL, 1943). Há ainda a possibilidade de o pagamento ser feito mediante entrega de cheque, mas tal opção deverá ser realizada durante o horário do expediente bancário, bem como a agência corres- pondente à titularidade da conta vinculada à emissão da cártula deverá estar localizada próximo ao posto de trabalho, com o intuito de facilitar o saque do valor expresso no cheque por parte do empregado. IMPORTANTE As comissões e percentagens somente se tornarão efetivamente devi- das após a conclusão da transação a que estão vinculadas. Em rela- ção às transações efetuadas com base em prestações sucessivas, tais pagamentos serão devidos na mesma proporção da liquidação dessas prestações, conforme preconiza o artigo 466 da CLT (BRASIL, 1943). A remuneração, como bem conceitua Yone Frediani e José Roberto Neves Amorim (2011, p. 36), “corresponde ao ganho global obtido pelo trabalhador, podendo ser paga em dinheiro ou parte em utilidades (sa- lário in natura) diretamente pelo empregador ou por terceiros, como é o caso da gorjeta”. 110 Legislação, rotinas de pessoal e benefícios M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . Figura 1 – Remuneração Portanto, em breve síntese, o salário é espécie do gênero remunera- ção, compondo-a, de modo que a remuneração vem a ser o conjunto de todas as verbas pagas ao empregado em razão de seu exercício laboral. 1.2 Classificação e características do salário Segundo o artigo 457 da CLT (1943), compreendem-se na remunera- ção do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pelo empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas recebidas. Cumpre esclarecer que, antes da promulgação da Lei Federal no 13.419, de 13 de março de 2017, a gorjeta não possuía natureza salarial. PAGAR EM DINHEIRO PARTE DO PAGAMENTO EM UTILIDADES 111Salário e remuneração M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. A partir da vigência da referida lei, no entanto, o empregador é obriga- do a anotar na CTPS de seus empregados tanto o salário contratual fixo quanto o percentual recebido a título de gorjeta, bem como a respectiva média dos valores das gorjetas recebidas nos últimos doze meses. Caso o empregador deixe de efetuar a cobrança das gorjetas aos clientes do respectivo estabelecimento, estas se incorporarão ao salário do empregado, tendo como base a média dos últimos doze meses, sal- vo o estabelecido em convenção ou acordo coletivo de trabalho, desde que tal cobrança tenha perdurado por mais de doze meses. Segundo Ricardo Resende (2016, p. 513), as gorjetas classificam-se em próprias e impróprias, apresentando as seguintes definições: [...] gorjetas próprias são aquelas concedidas espontaneamente pelo terceiro ao empregado. Gorjetas impróprias, por sua vez, são aquelas compulsórias, cuja concessão é obrigatória para posterior distribuição aos empregados. Normalmente, as gorjetas impró- prias são discriminadas na nota de consumo e o cliente tem liber- dade para concedê-las ou não. Visto a questão das gorjetas e suas repercussões, passamos a apre- sentar as características do salário. Para Carlos F. Zimmermann Neto (2005, p. 107), algumas caracterís- ticas específicas do salário são: 1. o caráter alimentar, o salário destina-se ao sustento do empregado e de sua família [...]. 2. o salário tem caráter forfetário (em francês, forfait = taxafixa, à forfait = mediante um preço preestabelecido; forfaitaire, adjetivo = fixo); o termo, copiado aportuguesado, serve para indicar a obrigatoriedade de pagar o salário, independente- mente da situação econômica ou financeira da empresa [...]. 3. irredutibilidade: por princípio, o salário não pode ser reduzido, pois afetaria a capacidade de subsistência do empregado [...]. 112 Legislação, rotinas de pessoal e benefícios M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . No entanto, adverte Resende (2016, p. 580) que a irredutibilidade encontra algumas exceções. São elas: a. a regra não se aplica caso decorra de negociação coletiva, consubstanciada em instrumento coletivo de trabalho (ACT1 ou CCT2) [...]. b. a irredutibilidade não alcança parcelas de salário condição. Com efeito, parcelas pagas em virtude de determinada condição mais gravosa ao empregado (adicionais em geral), ou mesmo de uma circunstância temporária (gratificação por exercício de função de confiança), não aderem ao patrimônio jurídico do empregado, podendo ser suprimidas a qualquer tempo, assim que cessar a causa de seu pagamento [...]. Levando-se em consideração o caráter alimentar do salário, o em- pregado usufrui de diversas garantias destinadas à proteção de seu salário. Dentre tais garantias, podemos destacar as seguintes: a. recebimento do salário mínimo legal, conforme disposto no artigo 7o, inciso IV, da Constituição Federal (1988); b. vedação de desconto nos salários do empregado, salvo quando este resultar de adiantamentos, de dispositivos de lei ou de con- trato coletivo, conforme disposto no artigo 462, da CLT (1943); c. impenhorabilidade do salário do empregado, exceto para paga- mento de pensão alimentícia fixada em juízo; d. privilégio de recebimento dos salários em caso de falência do empregador. 1 ACT significa Acordo Coletivo de Trabalho. Trata-se de uma negociação coletiva entre um sindicato de empregados e uma ou mais empresas, na qual são estabelecidas regras que regerão a relação trabalhista existente entre os empregados e as respectivas empresas. 2 CCT significa Convenção Coletiva de Trabalho. Trata-se de uma negociação coletiva entre um sindicato patronal e o sindicato de empregados, na qual se estabelecem regras na relação trabalhista existente entre as partes representadas (empregados e empregadores). 113Salário e remuneração M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Quando o contrato individual de trabalho necessitar de ajuste, as partes podem estipular as formas de pagamento de salário. Para Resende (2016, p. 518), o pagamento do salário pode ser por unidade de tempo, por produção e por tarefa. A seguir, trazemos a lição do ilustre professor, que apresenta as peculiaridades de cada uma das referidas formas de estipulação do pagamento do salário: [...] salário por unidade de tempo: o salário é pago por unidade de tempo quando se refere ao período trabalhado pelo empregado [...]. Nesta modalidade, não interessa a produtividade do empregado, e sim apenas o passar do tempo, colocando-se o empregado à dis- posição do empregador ao longo desta unidade de tempo prede- terminada [...]. É o que ocorre com o salário mensal (calculado por mês trabalhado e pago mensalmente), com o salário quinzenal e com o salário semanal [...]. salário por produção (ou por unidade de obra): aqui o salário é calculado a partir do número de unidades produzidas pelo em- pregado. Não interessa quanto tempo o empregado gastou para produzir x peças, e sim o número de peças produzidas, sendo que seu salário resultará da multiplicação do total da produção pelo valor unitário da peça produzida [...]. Tal valor fixo estipulado por peça produzida é denominado tarifa [...]. Ao estipular o paga- mento do salário por produção, o empregador se submete a dois limites, a saber: a) deve garantir o salário mínimo mensalmente ao empregado, independentemente do resultado da produção [...]; b) o empregador não pode, na prática, reduzir drasticamente a quantidade do trabalho oferecida ao empregado, provocando redução importante no seu patamar salarial [...]. salário por tarefa: o salário é pago por tarefa pela combinação do critério de unidade de tempo com o critério de unidade de obra (produção), de forma que o empregado tem determinada tarefa para cumprir em uma dada unidade de tempo. 114 Legislação, rotinas de pessoal e benefícios M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . Figura 2 – Características do salário 1.3 Parcelas salariais Segundo Resende (2016, p. 524) “parcelas salariais são aquelas que possuem natureza de contraprestação, ou seja, são pagas pelo trabalho realizado, de forma direta (pelo empregador)”. As parcelas salariais incluem o salário-base (valor fixo pago pelo em- pregador) e os adicionais. As principais parcelas salariais são: e. Adiantamento salarial: significa parte do salário que é paga de forma antecipada pelo empregador. Em regra, o empregador an- tecipa 50% do salário do empregado na 2a quinzena do mês. f. Adicional de insalubridade: conforme disposto no artigo 189, da CLT (1943), serão consideradas atividades ou operações insalu- bres aquelas que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de exposição aos seus efei- tos. Dessa forma, toda vez que o empregado laborar em local de trabalho prejudicial à sua saúde, fará jus ao recebimento de adi- cional de insalubridade, cujos percentuais são na ordem de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por cento) e 10% (dez por cento), SALÁRIO POR TEMPO SALÁRIO POR TAREFA SALÁRIO POR PRODUÇÃO 115Salário e remuneração M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. em conformidade com a classificação da insalubridade em graus máximo, médio e mínimo, respectivamente. Tal adicional integra a remuneração para todos os efeitos legais, conforme Súmula no 139, do Tribunal Superior do Trabalho. Por outro lado, uma vez cessado o trabalho em ambiente insalubre, o respectivo adicional deixará de integrar o salário do empregado. g. Adicional de horas extras: as horas decorrentes do trabalho extraordinário prestado pelo empregado integrarão o salário para todos os efeitos legais. Em razão do disposto no artigo 7o, inci- so XVI, da Constituição Federal (1988), o valor da remuneração da hora extra, no mínimo, será superior a 50% do valor da hora normal, cabendo salientar que, por meio de acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho, o empregado poderá receber sua hora extra com percentual maior do que aquele previsto constitucionalmente. h. Adicional noturno: em conformidade ao artigo 73, parágrafo 2o, da CLT (1943), considera-se noturno o trabalho executado entre as 22 horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte, cabendo res- saltar queesse dispositivo rege apenas o trabalhador urbano. Em razão do maior sacrifício imposto ao empregado que labora em jornada noturna, foi estabelecido um adicional de, no mínimo, 20% sobre a hora diurna. Caso o empregado deixe de trabalhar no período noturno e passe a trabalhar durante o dia, tal adicional não será mais devido ao empregado, conforme Súmula no 265 do Tribunal Superior do Trabalho. i. Adicional de periculosidade: em conformidade ao artigo 193 da CLT (1943), são consideradas atividades ou operações peri- gosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição 116 Legislação, rotinas de pessoal e benefícios M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . permanente do trabalhador a produtos inflamáveis, explosivos ou a energia elétrica ou a roubos ou a outras espécies de violên- cia física nas atividades profissionais de segurança pessoal ou patrimonial, bem como no caso do trabalhador que exerce sua atividade laboral na condução de motocicletas, conforme artigo 193, § 4o, da CLT. Sendo assim, o empregado que laborar nessas condições fará jus ao recebimento de adicional de periculosidade, equivalente a 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acrés- cimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa. Assim como na insalubridade, o direito do em- pregado ao respectivo adicional cessará com a eliminação do ris- co à sua saúde ou integridade física, conforme preceitua o artigo 194 da CLT (1943). j. Gratificação de função: segundo Resende (2016, p. 532), “é a gra- tificação criada espontaneamente pelo empregador com vistas a remunerar o exercício de função mais destacada na empresa”. Em regra, é paga aos empregados que exercem cargos de confiança, tais como gerentes. Essa verba possui natureza salarial, razão pela qual integra o salário, para todos os efeitos legais, incidindo sobre férias, décimo terceiro, FGTS, aviso prévio e horas extras. k. Adicional de transferência: regulado nos artigos 469 (transferên- cia provisória) e 470 (transferência definitiva) da CLT. l. Décimo terceiro salário: trata-se de direito assegurado ao empre- gado por força do artigo 7o, inciso VIII, da Constituição Federal (1988). Segundo Amauri Nascimento (1997, p. 340), “o décimo terceiro salário é uma gratificação compulsória por força de lei, tem natureza salarial e é também denominada de gratificação na- talina”. Essa gratificação foi prevista na Lei Federal no 4.090/1962. O seu pagamento deve ser feito até o dia 20 de dezembro de cada ano, levando-se em consideração a remuneração paga em de- zembro. No caso de a remuneração ser variável, o empregado 117Salário e remuneração M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. receberá o décimo terceiro salário levando-se em consideração a soma das remunerações recebidas entre janeiro e dezembro, com posterior divisão do resultado por 12 (média duodecimal). Observa Amauri Nascimento (1997, p. 538), que: [...] caso o empregado não tenha trabalhado todos os meses do ano, receberá o décimo terceiro proporcional aos meses trabalha- dos, à razão de 1/12 da remuneração pro mês trabalhado, sendo que frações iguais ou superiores a 15 dias contam como mês completo para efeito de cálculo do décimo terceiro devido. m. Comissões: as comissões constituem verba atrelada ao salário pago por tarefa. Elas possuem natureza salarial, o que acarreta a incidência sobre FGTS, férias, aviso prévio e décimo terceiro sa- lário. Segundo Resende (2016, p. 542), há dois tipos de emprega- dos comissionistas: Comissionista puro (ou próprio): é o empregado que recebe o salário exclusivamente à base de comissões [...]. Comissionista misto (ou impróprio): é o empregado que recebe uma parte fixa mais comissões, conforme a produção [...]. Cabe lembrar que deve ser assegurado ao empregado comissionista o recebimento do salário mínimo mensal, em conformidade ao artigo 78, parágrafo único, da CLT (1943). Considerações finais Nesse capítulo foi possível estudar a distinção entre salário e remu- neração, suas características, a importância das garantias previstas pelo legislador para salvaguardar o legítimo direito ao salário, assegura- do ao empregado. Por fim, foram abordadas as principais parcelas salariais e suas peculiaridades, enriquecendo as explicações com a jurisprudência 118 Legislação, rotinas de pessoal e benefícios M at er ia l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D ist ân ci a da R ed e Se na c EA D, d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, so b as p en as d a Le i. © E di to ra S en ac S ão P au lo . sedimentada do nosso Tribunal Superior do Trabalho, tudo com vista a preparar o futuro gestor de recursos humanos para lidar com segurança quando se deparar com divergências de natureza trabalhista, surgidas no dia a dia. Referências BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho. Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943. Disponível em: <www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/ Del5452.htm>. Acesso em: 30 maio 2017. __________. Constituição Federal de 1988. Promulgada em 5 de outubro de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao. htm>. Acesso em: 21 jan. 2017. __________. Tribunal Superior do Trabalho. Súmulas. Disponível em: <http://www. tst.jus.br/es/sumulas>. Acesso em: 30 maio 2017. FREDIANI, Yone; AMORIM, José Roberto Neves (Coord.). Direito do trabalho. Barueri: Manole, 2011. NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Iniciação ao direito do trabalho. 23. ed. São Paulo: LTr, 1997. RESENDE, Ricardo. Direito do trabalho esquematizado. 6. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2016. ZIMMERMANN NETO, Carlos F. Direito do trabalho. São Paulo: Saraiva, 2005. (Coleção Curso e Concurso).
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