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RESUMO A compreensão acerca dos diversos tipos de trocadores existentes e das correlações utilizadas para a representação de seu funcionamento se mostra bastante importante devido ao grande número de processos encontrados na indústria química que fazem uso desse tipo de equipamento. A prática teve por objetivo determinar o coeficiente global de troca térmica em dutos circulares. Para tanto, foram necessários tubos de PVC e um compressor. Também foram utilizados dois termômetros, a fim de aferir as temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido, um anemômetro para medir a velocidade e um cronômetro. O capilar foi preenchido com água e para cada centímetro que o nível de líquido no capilar diminuiu, anotou-se o nível da água pelo do papel milimetrado e o tempo. Este procedimento foi repetido para cinco velocidades de ar diferentes. Os resultados teóricos e experimentais para o coeficiente de transferência de massa (Kc) apresentaram bastante divergência, demonstrando desvios superiores a 81,14% o que indica um possível erro na realização do procedimento experimental. 1. INTRODUÇÃO O mecanismo de transferência de massa através de um fluido em movimento é designado por convecção sendo esta natural ou forçada. A convecção natural é dada pela diferença de densidades, enquanto a forçada é ocasionada pela ação de agentes externos que provocam o movimento do fluído. O escoamento convectivo envolve o transporte de material entre uma superfície de contorno e um fluido escoando ou entre dois fluidos relativamente imiscíveis em escoamento (INCROPERA, 2011). O coeficiente de transferência de massa convectiva está relacionado às propriedades do fluído, as características dinâmicas do escoamento do fluído, considerando ser laminar ou turbulento, e a geometria do sistema em questão. O escoamento laminar caracteriza-se por admitir que um fluido escoe feito um conjunto de lâminas sobrepostas. Em contrapartida, o escoamento turbulento relaciona o movimento físico de volume de material através de linhas de corrente, envolvendo altas taxas de transferência de massa (SANTANA, 2011). Os conceitos relacionados ao transporte de massa são aplicados no dimensionamento de equipamentos de separação, como colunas de absorção gasosa, por exemplo, que dependem da velocidade na qual uma espécie é transportada de uma fase para outra (BENNET E MYERS, 1978). Assim, o objetivo desta prática consiste em determinar experimentalmente o coeficiente de transferência de massa convectivo em dutos circulares e comparar com as correlações para escoamento laminar e turbulento, disponíveis na literatura. 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Para obter o coeficiente de transferência de massa experimentalmente é necessário o módulo mostrado na Figura 1. Figura 1. Módulo experimental para a determinação do coeficiente de transferência de massa Nessa configuração há o escoamento do ar em regime permanente por duto circular curto, sendo que o material poroso que está contido nesse duto está encharcado com água. O ar que escoa pelo duto não atingiu a saturação, assim parte da água em fase líquida é vaporizada. O meio poroso tem uma ligação com um tubo capilar, que fornece a água. Como o fluxo é contínuo a água evaporada é igual a água líquida retirada do capilar. Nesse contexto, a taxa de evaporação da água pode ser definida como: 𝑁 = 𝐾 𝐴 [𝐶∗(𝑇 ) − 𝐶̅ (𝑇 )] (1) Nota-se que há grande semelhança entre essa equação é a equação de transferência de calor por condução. Em ambas as equações há um coeficiente que caracteriza o processo, uma área de transferência e uma diferença, nesse caso há a diferença de concentração, pois essa é a força motriz da transferência mássica. Por um balanço de massa no tubo capilar, obtemos a Equação 2: 𝑑𝑚 𝑑𝑥 = 𝜌 𝑀 𝐴 𝑑𝐿 𝑑𝑡 (2) Sabemos que há a operação contínua, assim o fluxo de água na fase líquida é igual ao fluxo de água que foi evaporada, portanto, igualamos as Equações 1 e 2. −𝐾 𝐴 [𝐶∗(𝑇 ) − 𝐶̅ (𝑇 )] = 𝜌 𝑀 𝐴 𝑑𝐿 𝑑𝑡 (3) Para obter a concentração média de água no ar ao longo do duto faz-se a média entre a concentração na entrada e na saída do duto, como mostrado na Equação 4. 𝐶̅ = 𝐶 + 𝐶 2 (4) Sendo um duto curto pode-se considerar que a concentração média é igual a concentração na entrada. Integrando a Equação 3, obtém-se: 𝐿 = 𝐿 − 𝐾 𝐴 𝑀 𝜌 𝐴 [𝐶∗(𝑇 ) − 𝐶̅ (𝑇 )]𝑡 (5) Sabendo que a umidade relativa é definida da seguinte forma: 𝜙 = 𝐶 𝐶 (𝑇) (6) Substituindo a Equação 6 na Equação 5, tem-se que: 𝐿 = 𝐿 − 𝐾 𝐴 𝑀𝐶 (𝑇 ) 𝜌 𝐴 [1 − 𝜙 𝐶 (𝑇 ) 𝐶 (𝑇 ) ]𝑡 (7) Ao considerar que a fase vapor tem o comportamento de um gás ideal, obtém-se a Equação 8. 𝐿 = 𝐿 − 𝐾 𝐴 𝑀 𝜌 𝐴 𝑃 (𝑇 ) 𝑅𝑇 [1 − 𝜙 𝑃 (𝑇 )𝑇 𝑃 (𝑇 )𝑇 ]𝑡 (8) Na qual L é o comprimento de água no tubo no instante t, L0 é o comprimento inicial, KC é o coeficiente de transferência de massa, AD é a área de transferência de massa no duto, M é o peso molecular da água, 𝑃 (𝑇 ) é a pressão de saturação da água avaliada na temperatura do líquido, 𝑃 (𝑇 ) é a pressão de saturação da água avaliada na temperatura do gás, R é o raio do duto capilar, AT é a área transversal do duto capilar, 𝜌 é a massa específica da água líquida e 𝜙 é a umidade relativa do ar. A temperatura diminui quando se tem o contanto entre um fluxo de ar que não atingiu a saturação e água líquida, devido à energia necessária para a vaporização. Quando o equilíbrio é atingido a temperatura do sistema é dita temperatura de bulbo úmido. Para efeitos de cálculo, considera-se que a temperatura do líquido é igual a temperatura de bulbo úmido. Várias correlações para o cálculo do coeficiente de transferência de massa são encontradas na literatura, essas correções são geradas, geralmente, de experimentos, sendo denominadas correlações empíricas. Essas correlações são dependentes de diversos fatores como a geometria do sistema, o regime de escoamento e as propriedades do fluido, por exemplo. Algumas correlações para o cálculo do coeficiente de transferência de massa em dutos circulares são expostas a seguir. Para um regime laminar de escoamento (Reynolds menor ou igual a 35000), pode-se utilizar a seguinte correlação retirada de CREMASCO (1998). 𝐾 = 𝑆𝑡 ∙ 𝑢 (9) 𝑆𝑡 = 𝐽 𝑆𝑐 / (10) 𝑆𝑐 = 𝜈 𝐷 (11) 𝐷 = 𝐷∗ ∙ 𝑇 273,15 , (12) 𝐽 = 8 𝑅𝑒 (13) 𝑅𝑒 = 𝑢 ∙ 𝐷 𝜈 (14) Sendo Tbu a temperatura no bulbo úmido (K), u a velocidade de escoamento do fluido (m/s), D o diâmetro do tubo (m), n é a viscosidade cinemática do fluido (m²/s), DAB é coeficiente de difusão binária (m²/s) e Km é o coeficiente de transferência de massa baseado na diferença de densidade como força motriz. Para regimes de escoamento turbulento serão expostas duas correlações. A primeira correlação foi retirada de GILLILAND e SHERWOOD (1934) e é válida para faixas de Reynolds entre 2300 e 35000 e Schmidt entre 0,6 e 2,5. Tal correlação é representada pelas Equações 15 e 16. 𝑌 , ∙ 𝐽 = 0,023 𝑅𝑒 , (15) 𝑌 , = 𝑌 − 𝑌 𝑙𝑛 1 − 𝑌 1 − 𝑌 (16) A segunda correlação, retirada de PINCZEWSKI e SIDEMAN (1974) apresenta o cálculo do coeficiente de transferência de massa em função do número de Schmidt. Quando o número de Schmidt encontra-se entre 0,5 e 10, utiliza-se a Equação 17. 𝑆ℎ∗ = 0,0097 ∙ 𝑅𝑒 , ∙ 𝑆𝑐 , (1,10 + 0,44 𝑆𝑐 , − 0,70 𝑆𝑐 , ) (17) Quando o valor de Sc encontra-se entre 10 e 1000, faz-se uso da Equação 18. 𝑆ℎ∗ = 0,0097 ∙ 𝑅𝑒 , ∙ 𝑆𝑐 , (1,10 + 0,44 𝑆𝑐 , − 0,70 𝑆𝑐 , ) 1 + 0,064 𝑆𝑐 , (1,10 + 0,44 𝑆𝑐 , − 0,70 𝑆𝑐 , ) (18) E para valores de Sc acima de 1000, utiliza-se a Equação 19. 𝑆ℎ∗ = 0,0102 ∙ 𝑅𝑒 , ∙ 𝑆𝑐 , (19) A partir do cálculo do adimensional Sh*, é possível realizar o cálculo docoeficiente de transferência de massa, utilizando-se a Equação 20. 𝑆ℎ∗ = 𝐾 ∙ 𝐷 𝐷 (19) onde Kc é o coeficiente de transferência de massa (m/s). 3. MATERIAIS E MÉTODOS Para esta prática foi utilizado um módulo composto por dois dutos circulares de mesmo diâmetro com alimentação de ar comprimido, tubo capilar e material poroso. Para tanto, foram necessários tubos de PVC e um compressor. Também foram usados dois termômetros a fim de aferir as temperaturas de bulbo seco e bulbo úmido, um anemômetro para medir a velocidade e um cronômetro. Além disso, foi utilizado papel milimetrado para aferir o nível de água no capilar. Para a obtenção dos dados experimentais, preencheu-se o capilar com água, ligou-se o sistema e para cada centímetro que o nível de líquido no capilar diminuiu, anotou-se o tempo. Tomou-se também a velocidade do ar e as temperaturas de bulbo seco e úmido. Este procedimento foi repetido para cinco velocidades de ar diferentes. 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO Os dados de experimentais estão sistematizados na Tabela 1, sendo que L representa a variação do comprimento da água no capilar e t representa o tempo decorrido, foram avaliadas 5 velocidades. Tabela 1. Comprimento da água no capilar e o tempo decorrido para cinco velocidades de ar. v=0,6 ms-1 v=1,1 ms-1 v=2,1 ms-1 v=4,0 ms-1 v=6,0 ms-1 t (s) L (cm) t (s) L (cm) t (s) L (cm) t (s) L (cm) t (s) L (cm) 0,0 51 0,0 51 0,0 51 0,0 51 0,0 51 22,3 50 30,9 50 52,5 50 29,4 50 25,8 50 47,8 49 66,6 49 109,1 49 63,0 49 54,9 49 71,7 48 105,4 48 169,3 48 94,3 48 83,6 48 99,9 47 142,7 47 235,7 47 130,5 47 112,3 47 129,1 46 184,2 46 302,7 46 164,8 46 138,9 46 159,0 45 224,5 45 375,8 45 200,0 45 165,9 45 192,6 44 266,6 44 453,6 44 233,2 44 193,0 44 221,9 43 308,5 43 538,7 43 263,4 43 216,0 43 254,4 42 346,7 42 623,4 42 295,0 42 240,3 42 282,7 41 398,1 41 710,3 41 324,6 41 262,8 41 314,8 40 444,2 40 794,1 40 353,9 40 287,9 40 349,6 39 495,3 39 887,0 39 378,8 39 312,8 39 387,2 38 544,9 38 979,5 38 407,8 38 337,2 38 421,8 37 605,1 37 1061,7 37 436,4 37 361,8 37 463,0 36 659,0 36 1136,6 36 462,9 36 384,7 36 503,1 35 727,7 35 1219,7 35 490,0 35 408,4 35 549,6 34 797,5 34 1301,5 34 523,8 34 434,1 34 597,1 33 865,0 33 1383,7 33 548,4 33 456,8 33 644,3 32 931,4 32 1447,4 32 578,0 32 481,9 32 - - 1002,0 31 1517,7 31 606,9 31 504,3 31 Com os valores apresentados na Tabela 1 foi possível obter as Figuras 2 a 6, além disso foi feita a regressão linear com esses dados. Figura 2. Comprimento da água no capilar versus tempo decorrido para v=0,6 m s-1. Figura 3. Comprimento da água no capilar versus tempo decorrido para v=1,1 m s-1. Figura 4. Comprimento da água no capilar versus tempo decorrido para v=2,1 m s-1. Figura 5. Comprimento da água no capilar versus tempo decorrido para v=4,0 m s-1. Figura 6. Comprimento da água no capilar versus tempo decorrido para v=6,0 m s-1. Os ajustes se mostraram satisfatórios, pois obteve-se R² superior a 0,98 em todos os casos. O parâmetro mais importante a ser avaliado no ajuste é o coeficiente angular, pois a partir dele será possível estimar um valor para o coeficiente de transferência de massa da água (Kc) pela Equação 8. Além do coeficiente angular são necessárias algumas propriedades e condições de operação, os dados que foram iguais para todas as velocidades estão sistematizados na Tabela 2. Tabela 2. Parâmetros utilizados para todas as situações. Parâmetro Massa Molecular da Água (kg mol-1) 0,018 Área de TM no duto (m²) 0,0108 Área transversal do capilar (m²) 7,547*10-6 Constante R (Pa m³ mol-1 K-1) 8,314 Equação de Antoine A 16,3872 B 3885,7 C 230,17 A equação de Antoine foi utilizada para o cálculo da pressão de saturação. Para obter o valor de Kc utilizou-se a Equação 8, pois o termo que multiplica o tempo é igual ao coeficiente angular da reta obtida nos gráficos de L vs. t. Então, manipulou-se esse termo, de modo a isolar o Kc. Os parâmetros que foram específicos para cada velocidade estão apresentados na Tabela 3, bem como o valor de Kc calculado. Tabela 3. Parâmetros específicos e Kc para cada condição. Parâmetro v=0,6 m s-1 v=1,1 m s-1 v=2,1 m s-1 v=4,0 m s-1 v=6,0 m s-1 Tbu (°C) 18,00 19,00 18,00 17,00 17,00 Tbs (°C) 19,00 16,00 16,00 19,00 19,00 Psat [TL] (kPa) 2,07 2,21 2,07 1,95 1,95 Psat [TG] (kPa) 2,21 1,83 1,83 2,21 2,21 ϕ 0,9 1 1 0,8 0,8 ρL (kg m-3) 998,6 998,4 998,6 998,8 998,8 Coef Angular -0,000296 -0,0002 -0,000126 -0,00033 -0,0004 Kc (m s-1) 0,2971 0,0516 0,0501 0,1602 0,1937 Para obter a umidade relativa do ar (ϕ) utilizou-se uma carta psicrométrica, porém, para as velocidades 1,1 e 2,2 m s-1, a temperatura do bulbo úmido teve um valor superior à temperatura de bulbo, o que indica um erro experimental, pois a temperatura de bulbo úmido é igual ou inferior a temperatura de bulbo seco. Nessas situações adotou-se o valor 1 para a umidade relativa do ar. Para determinar os coeficientes de massa teóricos de acordo com o Modelo de Cremasco pode-se fazer a análise do escoamento através do cálculo dos números de Reynolds para cada velocidade medida experimentalmente. A viscosidade cinemática do ar à temperatura de bulbo seco foi encontrada em Incropera de 15,2.10-6 m2.s-1. Como para todas as vazões o valor do número de Reynolds se encontrou valores menores a 35000, utilizou-se as Equações 09, 10, 11, 13 e 14 para calcular o valor do coeficiente de transferência de massa. Para tanto, utilizou-se o valor do coeficiente de difusividade da água em ar apresentado por Incropera, 2,2.10-5 m².s-1 e corrigiu-se o mesmo com a Equação 12, onde DAB é difusividade já ajustada. A Tabela 4 apresenta os valores obtidos para as cinco vazões. Tabela 4. Adimensionais e valores de coeficiente de transferência de massa para cada vazão pelo modelo de Cremasco. Vazão 1 Vazão 2 Vazão 3 Vazão 4 Vazão 5 Re 1361,84 2496,71 4766,45 9078,95 13618,42 Jm 0,0059 0,0032 0,0017 0,0009 0,0006 Sc 0,628 0,625 0,628 0,631 0,631 Stm 0,0118 0,0065 0,0034 0,0018 0,0012 KC (m.s-1) 0,0071 0,0071 0,0071 0,0070 0,0070 Com a determinação dos números de Reynolds e Schimdt é possível relacionar esses valores com o coeficiente de transferência de massa, através do modelo de cálculo estabelecido por PINCZEWSKI e SIDEMAN (1974). O modelo é descrito pelas Equações 17 e 19. Vale-se ressaltar que a Equação 17 só é válida para valores de número de Schimdt entre 0,5 e 10. Na Tabela 5 apresenta-se os números de Sherwood e coeficiente de transferência de massa em cada escoamento. Tabela 5. Números de Sherwood e coeficiente de transferência de massa em cada escoamento. Vazão 1 Vazão 2 Vazão 3 Vazão 4 Vazão 5 Sh* 4,36 7,51 13,47 24,10 34,72 KC (m.s-1) 0,0031 0,0053 0,0094 0,0168 0,0242 Com o intuito de avaliar e comparar os valores obtidos experimentalmente do coeficiente de transferência de massa com os determinados teoricamente, tem-se a Tabela 6, juntamente com os respectivos desvios relativos encontrados. Tabela 6. Comparação do coeficiente de transferência de massa em cada escoamento do experimental e teóricos. Vazão 1 Vazão 2 Vazão 3 Vazão 4 Vazão 5 KC exp. (m.s-1) 0,2971 0,0516 0,0501 0,1602 0,1937 KC Cremasco (m.s-1) 0,0071 0,0071 0,0071 0,0070 0,0070 KC Sideman (m.s-1) 0,0031 0,0053 0,0094 0,0168 0,0242 Desvio Relativo Cremasco % 97,62 86,17 85,86 95,61 96,34 Desvio Relativo Sideman % 98,97 89,74 81,14 89,50 87,48 Observa-se uma grande diferença entre os valores obtidos experimentalmente e os teóricos. Os desvios que relacionam os dados experimentais com os da literatura se mostram todos acima de 81,14%, o que indica que, possivelmente, houve erros na realização do procedimento experimental. Os coeficientes de transferência de massa por meio da correlaçãoapresentada por Cremasco, tem-se que a correlação é indicada para valores abaixo de 35000, logo pode-se atribuir o desvio aos números de Reynolds calculados, visto que estes foram muito abaixo da faixa que o modelo aborda. Já os coeficientes de transferência de massa obtidos por meio da correlação de PINCZEWSKI e SIDEMAN (1974), por mais que apresentaram grandes desvio do experimento, nota-se que KC aumenta com o aumento da velocidade, pois quanto maior a velocidade maior a facilidade do ar em arrastar as moléculas de água vaporizada que saem do capilar. CONCLUSÃO Por meio da realização da prática, foi possível coletar valores de comprimento da água no capilar e o tempo decorrido para cinco vazões, sendo essas de 0,6; 1,1; 2,1; 4 e 6 ms-1. Com isso, realizou-se a regressão polinomial para cada uma das velocidades, a fim de obter o coeficiente de transferência de massa experimental. Os valores resultantes dos coeficientes (Kc) foram de 0,2971; 0,0516; 0,0501; 0,1602 e 0,1937 ms-1, para as vazões de 0,6; 1,1; 2,1; 4 e 6 ms-1, respectivamente. Ao comparar os resultados experimentais com os teóricos, observa-se uma grande diferença entre os valores obtidos. Os desvios que relacionam os dados experimentais com os da literatura se mostram todos acima de 81,14%, o que indica um possível erro na realização do procedimento experimental. Ademais, mesmo que tenha havido desvio significativo do experimento com o teórico de PINCZEWSKI e SIDEMAN (1974), nota-se que nesse caso KC aumenta com o aumento da velocidade, pois quanto maior a vazão maior a facilidade do ar em arrastar as moléculas de água vaporizada que saem do capilar. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BENNETT, C. O.; MYERS, J. E. Fenômenos de Transporte: quantidade de movimento, calor e massa. McGraw-Hill do Brasil, São Paulo, 1978. INCROPERA, Frank P.; DEWITT, David P.; BERGMAN, Theodore L. Fundamentos de Transferência de Calor E de Massa. Grupo Gen-LTC, 2000. SANTANA, S. V. Fenômenos II - Transferência de Massa. Universidade Estadual do Oeste do Paraná, 2011. VEIT, M. T. Apostila dos roteiros da disciplina de Laboratório de Engenharia Química I, Toledo, 2020.