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Desenvolvimento de Habilidades Linguísticas

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Roteiro de Aula Prática
Código e nome da disciplina 
ARA1060 Proc. Psico. Básicos: Motivação, Pensamento e Linguagem
Título da Prática:
Desenvolvimento de habilidades linguísticas
Objetivos da aula (2 a 4) (apresentar as expectativas de aprendizagem do aluno ao final da atividade): 
	1)
	Experimentar as quatro habilidades linguísticas básicas;
	2)
	Produzir resenha crítica sobre a utilização da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS;
	3)
	Reconhecer a importância do desenvolvimento de habilidades linguísticas para a profissão do psicólogo.
	4)
	
Material necessário para a aula (equipamentos e insumos):
	Smartphones (de uso pessoal e de propriedade no aluno);
Fones de ouvidos (de uso pessoal e de propriedade no aluno);
Desejável computador com saída para fones de ouvidos (opcional);
Link do podcast e vídeo no YouTube para servir de estímulo com as informações relevantes para a tarefa.
Procedimentos (apresentar com clareza e objetividade a atividade a ser realizada):
	1. Escutar o podcast “Língua Livre Podcast #08 - LIBRAS (Live)” Disponível em https://podcasts.google.com/feed/aHR0cDovL2ZlZWRzLnNvdW5kY2xvdWQuY29tL3VzZXJzL3NvdW5kY2xvdWQ6dXNlcnM6NjA4MzcxMTYxL3NvdW5kcy5yc3M/episode/ZTM4YzY1OGItNDU0Ny00OWUwLWEwMmItYWM5MTJhOTBlMzcy ou em https://www.youtube.com/watch?v=Ha-jGDlIkeg&t=5s Acesso em: 14/05/21;
2. Falar sobre a experiência de conviver com surdos e/ ou o acesso dos surdos aos serviços de psicologia;
3. Ler o texto “O que significa Libras?” Disponível em https://www.libras.com.br/o-que-significa-libras Acesso em: 14/05/21;
4. Escrever uma resenha crítica em grupo sobre o podcast;
5. O docente deverá definir o número de alunos por grupo.
Observações (colocar, caso necessário, os pontos de atenção referentes à atividade prática desenvolvida):
	Neste episódio do podcast Língua Livre, que também está disponível em vídeo, há três pessoas que utilizam LIBRAS em seu dia a dia, e que estabelecem com essa língua diferentes relações: o Prof. Alex Curione, surdo e professor de LIBRAS do Colégio Pedro II; a Prof. Laura Jane, CODA (ouvinte filha de pais surdos), tradutora e intérprete de LIBRAS; e a Prof. Wilma Favorito, doutora em Linguística Aplicada e professora do Instituto Nacional de Surdos (INES).
O docente deverá incentivar os alunos a exercitarem as quatro habilidades linguísticas básicas: escutar, falar, ler e escrever, que nos permitem agir socialmente no uso da língua. Essas são as habilidades linguísticas que as pessoas desenvolvem ao se relacionarem e comunicarem umas com as outras.
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A linguagem é uma das ferramentas psicológicas mais importantes para o nosso desenvolvimento cognitivo, elaborada pela humanidade na prática sócio-histórica do trabalho, com vistas a garantir ao homem o domínio sobre o seu próprio comportamento e sobre a realidade circundante. A linguagem fornece ao sujeito a possibilidade de expressar o pensamento. A linguagem dá forma ao conteúdo do pensamento, não se concebendo este sem a forma linguística. Pensamento e linguagem são mutuamente indispensáveis, já que o primeiro se materializa no segundo e este, por sua vez, tem uma função de significação. É importante considerar que a admissão de um terceiro na relação psicólogo e paciente pode influenciar ou inibir o processo da atenção psicológica. Assim, a Língua Brasileira de Sinais se faz um instrumento importante, inclusivo e necessário entre o psicólogo e o paciente surdo, pois amplia as possibilidades de comunicação, imprescindível no atendimento. Um psicólogo que sabe se comunicar em Libras será um profissional mais completo, pois a sua intervenção poderá ser gestual-visual sem a necessidade de um terceiro para subsidiar o processo comunicativo. A língua de sinais é caracterizada pelo uso de gestos, sinais, expressões corpóreas e faciais, ausente do uso de som para a comunicação, os sinais são aquisições de cunho natural daqueles que são membros da comunidade surda, em território nacional, no Brasil, a língua de sinais é denominada de Libras. Esta língua é oficialmente reconhecida por lei, tal língua não pode ser considerada enquanto gestualização da língua portuguesa, pois é uma língua diferenciada da mesma, oficialmente reconhecida e aceita no Brasil, em outros países é comum o uso de outras línguas de sinais, cada qual possuindo suas particularidades. O registro mais antigo do uso da língua de sinal é de 386 a.C. Este diálogo é presente na pergunta que Sócrates faz a um dos seus discípulos, historicamente esta linguagem sistematizada em sinal foi sendo desenvolvida, em 530 na era cristã, a comunicação em sinais foi a medida encontrada para resolver a questão do voto de silêncio. Até o século XV, os surdos não obtinham acesso à educação, pois eram incapazes de apreender os conteúdos na relação de ensino aprendizagem, estas pessoas encontravam-se à margem da sociedade, havia restrições legais em que impediam pessoas surdas de herdarem propriedades, casar e votar. A respeito do contexto nacional, até meados do final do século XV, os surdos eram tratados enquanto incapazes de serem educados; fora necessários séculos de estudos, debates e representações civis para que legitimasse o direito deste grupo social aos serviços em educação, à formatação científica da língua possibilitou a organização didática deste estudo. O início do desenvolvimento da Língua Brasileira de Sinais foi inspirado na Língua de Sinais Francesa, atualmente as diversas línguas de sinais possuem particularidades e organizações sistêmicas particulares as mesmas; estes sinais são compostos pela variação de movimentos das mãos e referências localizadas no corpo ou em espaços. Inicialmente o método de aprendizagem oferecido aos surdos era o ensino do método oralista, os primeiros surdos que foram educados aprendiam a língua falada, em 1857, o primeiro instituto educacional para surdos fora fundado, Instituto dos Surdos-Mudos, atualmente esta instituição é denominada de Instituto Nacional da Educação de Surdos INES. Em 1910 surgiu a primeira associação de surdos; de 1930 a 1947 fora proibida a Língua de Sinais entre os surdos, era permitido o uso do alfabeto manual, era escrita as palavras dos diálogos entre os surdos em papéis aos quais eles trocavam as mensagens. Na contemporaneidade surgira uma lei sancionada em 2002, em que o Sistema Educacional Federal, os sistemas estaduais, municipais e do Distrito Federal deverão garantir que seja inclusa nos cursos de Educação e Fonoaudiologia em níveis médio e superior, o ensino da Língua Brasileira de Sinais. Historicamente, os distintos graus de inclusão social vinculados a este setor da sociedade estavam diretamente relacionados a noção de cidadania ao compor as ideias dominantes de uma determinada sociedade, ou das relações entre agência e estrutura, que permitira a criação de órgãos institucionais vinculados a este público, devido a demandas originárias da sociedade. Historicamente a simbologia dada a este segmento social fora de cunho pejorativa, a civilização helênica considerava que pessoas com deficientes não eram aptos a estarem no convívio das demais pessoas, eram considerados inferiores, este discurso legitimava a penalidade de morte as pessoas em que nascessem com algum tipo de deficiência; durante a Idade Média, deficiências eram consideradas efeitos de eventos sobrenaturais A sociedade Norte Americana promove avanços perante esta questão, quando inicia a educação de surdos, formando escolas para este público e Universidade, além de promover a contratação de profissionais franceses específicos na linguagem de sinais; o Brasil inicia seus avanços no reino de D. Pedro II, os governos vêm progressivamente atendendo a demandas desta comunidade. A Língua Brasileira de Sinais (Libras), é a forma gesto-visual que torna possível o meio de comunicação por gestos, expressões faciais e corporais. É reconhecida como meio legal de comunicação e expressão desde 24 de abril de 2002, com o advento da Lei n° 10.4361. Desde então, a Libras passou a ser oficialmente utilizada na comunicaçãocom pessoas surdas se torando uma importante ferramenta para a inclusão social. No Brasil o atendimento psicológico à comunidade surda é precário na área da saúde mental, ou seja, menos profissionais capacitados para esse tipo de atendimento. Uma das dificuldades dos Surdos é enfrentar suas próprias emoções, não porque seja desigual dos ouvintes, uma vez que lidam com os mesmos conflitos, mas pela ausência de atendimento psicológico que contemple suas necessidades. O indivíduo Surdo, ao procurar um atendimento psicológico na saúde mental encontra impedimento na sua comunicação com o profissional, por não fazer o uso da fala como principal forma de comunicação, e sim através de Libras. Apesar de ser conhecida pela maioria dos profissionais da saúde mental, a falta de intérpretes nas instituições, ocasiona a não prestação de serviço qualificado e humanizado. É de suma importância para os profissionais da área da saúde estarem capacitados para trabalhar com pessoas surdas, por ser o meio possível para que aconteça a comunicação entre ambos. Por isso, a Psicologia Inclusiva tem por finalidade facilitar a acessibilidade das pessoas com deficiências, entre estas, a comunidade surda possibilitando melhoria ao atendimento psicológico destes indivíduos. É indicado que o profissional psicólogo (a) que atua na perspectiva inclusiva cumpra com compromisso social, prestando um atendimento psicológico acessível para a maioria da população com surdez, dispondo de olhar voltado para contribuição, sensível a esta causa e com foco para a inclusão destes indivíduos. No campo da efetivação dos direitos da população surda, o debate referente problemático da formação técnica em Libras e a efetivação do atendimento de qualidade nos serviços de saúde é uma constante. os profissionais da psicologia são capazes de realizar atendimento a comunidade surda que tem apresentado grande demanda, contudo, o número de psicólogos (as) capacitados para esse tipo de intervenção não é o suficiente para a população surda. Contudo, o psicólogo (a) não deve limitar-se as técnicas da ciência psicológica a serem utilizadas, sendo necessário a adequação das intervenções à Libras, promovendo a qualidade do serviço psicológico e oportunizando o acesso e o cuidado com vistas na redução dos bloqueios comunicativos. Assim sendo, os profissionais da saúde precisam ter formação em Libras e conhecer a cultura da comunidade surda, conforme constatado nas pesquisas A1, A2, A4, A8, A9 e A10. Devem ainda instigar as instituições públicas e privadas a promover palestras educativas e políticas voltadas a população em geral, com vistas a educar, significar humanizar para que haja interação entre ambos os sujeitos dessa relação. Desse modo, os profissionais conseguem atender às necessidades da comunidade surda que expressando-se de forma confortável dispõe de condições para relatar seus sintomas e queixas, permitindo assim, que o indivíduo Surdo e o profissional que o atende sintam-se confiantes, o que favorece o estreitamento do vínculo durante o atendimento, potencializando os resultados.
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