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123 M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Capítulo 9 A transformação do conhecimento em competências Você deve ter observado quanto o conhecimento é considerado um ativo importante para as organizações; um elemento estratégico para que se obtenha e se mantenha uma vantagem competitiva que ajude a organização a ter perenidade. Pois esse conhecimento, que é a mola propulsora para se caminhar adiante, origina-se das pessoas e, sendo elas a fonte primeira, cabe um estudo sobre como gerir essa fonte do conhecimento. Desse modo, neste capítulo, o tema pessoas será abor- dado em um aspecto diretamente relacionado ao conhecimento: as competências. Estas são um dos outputs do conhecimento que mais importância têm para as organizações. 124 Aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Ao final deste capítulo, você irá compreender o que são competên- cias e qual a relação entre conhecimento e competências, além de iden- tificar a importância do chamado capital humano e como sua gestão deve ser conduzida a fim de que haja a transformação do conhecimento em competência para a organização. Com base nesse novo conheci- mento que irá adquirir, haverá mais embasamento para contextualizar e aplicar a gestão do conhecimento. 1 Conceito de competências Quando o assunto é competência, logo surgem ideias relacionadas à execução de uma tarefa, porque em geral o termo “competência” está associado a fazer algo com habilidade. Costumeiramente, quando uma pessoa, ao se dirigir a outra, a chama de competente, isso significa um elogio; competência, mais uma vez, relaciona-se a algo positivo. No en- tanto, competência é mais do que isso. No Dicionário Online de Português (2017), encontra-se a definição de competência como a “capacidade decorrente de profundo conheci- mento que alguém tem sobre um assunto”. No ambiente organizacional, a competência é definida como uma junção de conhecimento com ha- bilidade e com atitude e é considerada “o maior patrimônio pessoal do administrador” (CHIAVENATO, 2004, p. 4). Vamos compreender melhor essa junção, pois ela é importante para o estudo da relação entre conhecimento e competências. Recapitulando, o conhecimento pode ser definido como um conjunto de informações e experiências que uma pessoa possui; esse conhecimento é transforma- do em prática por meio da habilidade, também chamada de perspectiva, considerada como uma capacidade que o ser humano tem de “colocar o conhecimento em ação” (CHIAVENATO, 2004, p. 5); por fim, o com- portamento da pessoa definirá como ela age para fazer esse conheci- mento ser colocado em ação. Observe, na figura 1, como funciona essa 125A transformação do conhecimento em competências M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. dinâmica: da intersecção entre conhecimento (saber), habilidade (saber fazer) e atitude (saber fazer acontecer) surge a competência. Figura 1 – Competência como intersecção entre atitude, habilidade e conhecimento COMPETÊNCIA Atitude Habilidade Conhecimento Fleury e Fleury (2001), ao realizarem um apanhado histórico sobre o conceito de competência, citam McClelland como um dos primeiros autores do termo, cunhado em 1973 como uma característica de pes- soa que costumeiramente está relacionada a uma ação que traz um resultado (desempenho) superior. Dessa ideia, o termo foi sendo cons- truído até chegar ao conceito atual de conjunto, que envolve o CHA – Conhecimentos, Habilidades e Atitudes, aos quais Fleury e Fleury (2001, p. 185) denominam capacidades do ser humano; um “estoque de recur- sos que o indivíduo retém”, cujo fundamento está na combinação da inteligência com a personalidade de cada um. 126 Aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . Dado que a competência envolve um “querer fazer”, pense em como o ser humano fica no centro das atenções na sociedade do conheci- mento em que vivemos. As organizações dependem, fundamentalmen- te, desse “querer fazer” dos indivíduos que nela atuam, dado que o co- nhecimento, enquanto produto de valor para a organização, depende da competência do indivíduo que o gera e da competência do gestor para capturar o valor que esse conhecimento gerado de modo individual trará para a organização. Soffner, Silva Filho e Benedicto (2008) comentam que o conhecimen- to é como um subconjunto da competência e, portanto, deve ser gerido pela organização com a visão na tríade que apresentamos: conheci- mento mais habilidades mais atitudes. Os mesmos autores reforçam a importância do fator humano, ou capital humano, para as organiza- ções, por ser este o gerador do produto principal na era atual: o próprio conhecimento. PARA PENSAR Uma vez que o conhecimento está contido no conceito de competên- cias, você já parou para refletir sobre a importância de se conseguir que o ser humano queira, isto é, tenha uma atitude favorável à troca de conhecimentos no âmbito da organização? Sem esse “querer fazer”, o conhecimento ficará encapsulado, dentro da cabeça do indivíduo, e não poderá ser socializado. Sem a troca, não há produção de valor para a organização, tampouco para os indivíduos... Na sociedade do conhecimento, a gestão desse ativo principal é fun- damental para que se possa não somente sobreviver, mas se manter produtivo e em pé de competição com os players de mercado, como vem sendo destacado ao longo dos capítulos. É importante, então, rea- lizar um breve estudo sobre a gestão das pessoas, mais precisamente sobre o que se denomina gestão do capital humano. 127A transformação do conhecimento em competências M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. 1.1 O capital humano A definição de capital humano adotada remonta a um autor clássico, Theodore Schultz. Em sua obra de 1965, o autor denomina o indivíduo, a quem ele chama de agente humano, como a variável econômica que é chave para se explicar diferentes níveis de produção na agricultura. Ele entende que o indivíduo, por meio da educação (nível de capacidade adquirido), faz a diferença no resultado final de um empreendimento. Assim, o capital humano é definido como a junção de conhecimentos e habilidades que tornam o resultado organizacional distinto. Nos últimos 50 anos, a definição de capital humano foi ficando mais abrangente, mas sempre abordando os três elementos mencionados anteriormente – conhecimentos, habilidades e atitudes, muitas vezes usados em termos sinônimos, estavam presentes nas definições de ca- pital humano. Mais recentemente, Fernández, Gisbert e Salazar (2013) o denominam como uma capacidade organizacional coletiva que leva aos resultados esperados pela organização mediantea aplicação do conhecimento de cada indivíduo que nela trabalha, e o capital humano seria, portanto, definido como a combinação de conhecimentos, experi- ência e atitudes. Carvalho (2012), por sua vez, nos traz um conceito di- retamente relacionado ao que Nonaka e Takeuchi (2008) tratam em sua obra: que o capital humano é a somatória dos conhecimentos explícitos com os conhecimentos tácitos de uma organização. IMPORTANTE A fim de compreender como gerir o capital humano, é essencial fazer uma distinção entre ele e o que se conceitua como recursos humanos. Carvalho (2012) relembra que o capital humano vai muito além dos re- cursos humanos – estes são as pessoas, mas o capital humano é a soma das pessoas com seus conhecimentos e a aplicação dessa soma no ambiente organizacional, o que se denomina “alinhamento”. Resumindo: somente haverá conhecimento organizacional se esses ele- mentos estiverem em harmonia. 128 Aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 2 Relação entre conhecimento e competências As definições de competência e de capital humano apresentados já trazem uma ideia bastante clara de que há uma prática associada à teo- ria. Veja que tanto as competências quanto o capital humano implicam um querer fazer, o qual, por sua vez, traz uma ideia de ação. Desse modo, a gestão do conhecimento implica a gestão das com- petências. Não há como uma organização gerir o conhecimento de seus colaboradores se ela não gerir suas competências, dado que, como apresentado neste capítulo, o conhecimento é um subconjunto da competência. Soffner, Silva Filho e Benedicto (2008) destacam uma questão es- tratégica para as organizações: a gestão do conhecimento implica sa- ber integrar conhecimento com competências, e esse primeiro, o co- nhecimento, é um produto eminentemente humano; ele não pode ser encontrado em outro lugar se não na pessoa; ora, se a organização não souber realizar essa integração, perderá o valor gerado pelo conheci- mento tácito do colaborador, pois ele não conseguirá ser transformado em conhecimento explícito. De modo adicional, se a organização não conseguir integrar a compe- tência e o conhecimento, ela ficará impedida de se manter competitiva. Gerir o capital humano é uma questão de sobrevivência organizacional (DELGADO, 2015). Compete às organizações compreenderem a impor- tância desse capital humano a fim de que elas se mantenham inovado- ras, competitivas e em crescimento. Chiavenato (2015) relembra que a gestão do capital humano vai além das estruturas tradicionais de gestão de recursos humanos; ela tem de envolver questões como aprendiza- gem, educação e, acrescentamos, a relação da dimensão do conheci- mento com sua aplicação na forma de competências. Nas palavras de Soffner, Silva Filho e Benedicto (2008, p. 81): “a construção das compe- tências organizacionais exige a participação do capital humano”. 129A transformação do conhecimento em competências M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. NA PRÁTICA A gestão por competências foi implantada no setor público brasileiro no ano 2006 (Decreto no 5.707/2006 e Portaria no 208, de 25 de julho de 2006). A leitura desses instrumentos legais demonstra a preocupação do governo em alinhar a gestão por competências com a estratégia de trabalho. Os autores Mello e Silva (2013), em um encontro realizado pela Anpad, apresentaram os resultados dessa implantação em diversos ór- gãos públicos. Como comentário geral, observaram a importância de haver comprometimento por parte da gestão, com a necessidade de mudar o modelo tradicional e burocrático da gestão pública para um gerencial, voltado a resultados e envolvendo estímulo ao aprendizado organizacional e ao comprometimento de cada funcionário. Tem interesse em saber mais detalhes? Consulte “A gestão por competências na prática: possibilidades e resis- tências no setor público federal brasileiro”, no portal da Anpad. Se há um ponto praticamente unânime nos estudos sobre gestão do conhecimento e gestão de competências é o relacionado à manutenção ou à obtenção de vantagem competitiva. Muito já foi abordado sobre o assunto, porém é necessário ressaltar a importância da compreensão sobre quanto o conhecimento bem gerido traz de retorno para a orga- nização. Esta, ao compreender quão estratégico é o capital humano, terá de desenvolver estruturas que permitam a geração e a captura do conhecimento em prol da própria organização. Cumpre ressaltar que a interação entre o capital humano e suas competências individuais com as competências da organização gerará o capital social, um conceito igualmente fundante quando o assunto é gestão de conhecimento e geração de vantagem competitiva. O capital social pode ser definido como mais um ativo intangível da organiza- ção, que envolve os relacionamentos criados entre os indivíduos e as organizações (STOECKICHT; SOARES, 2010). Esse capital social, como o capital humano, é condição para que haja inovação na organização e a consequente manutenção de vantagem competitiva. 130 Aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . 2.1 A transformação do conhecimento em competência Fleury e Fleury (2001), ao citarem Le Boterf (1995), caracterizam, de forma bastante sintética, o momento em que o conhecimento se trans- forma em competência. Esse momento está diretamente relacionado a uma propiciação de situações em que possa ocorrer o aprendizado, tanto no âmbito individual quanto no âmbito organizacional, conforme apontado na figura 2. Figura 2 – A transformação do conhecimento em competência Conhecimento teórico, que tem por função principal saber como interpretar Conhecimento procedimental, cuja função principal é saber como proceder Conhecimento empírico, que tem por função saber como fazer Conhecimento social cuja função é saber como se comportar Conhecimento cognitivo, que tem por função saber como aprender transforma-se em competência por meio de educação formal e continuada transforma-se em competência pela experiência profissional transforma-se em competência pela experiência profissional transforma-se em competência pelas experiências social e profissional transforma-se em competência por meio de experiências social e profissional e educação formal e continuada Fonte: adaptado de Le Boterf (1995) apud Fleury e Fleury (2001, p. 192). IMPORTANTE Há um ganho de valor quando o conhecimento individual se transfor- ma em organizacional, elevando a competência individual para um nível mais alto ao transformar-se em competência organizacional. 131A transformação do conhecimento em competências M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. Embora a discussão principal esteja relacionada a como a organiza- ção se apropria do conhecimento individual no sentido de transformá-lo emaprendizado organizacional, pode-se constatar que a experiência com o aprendizado é condição a fim de que haja a transformação do conhecimento em competência organizacional. Você identifica o modelo SECI de Nonaka e Takeuchi (2008)? Veja: o conhecimento individual torna-se coletivo, isto é, passa de tácito para explícito, no momento em que há um compartilhamento de conheci- mentos, com as interpretações e os ajustes que o coletivo irá exigir, e, quando o aprendizado de um indivíduo passa a ser compartilhado e ins- titucionalizado, ele passa a ser explícito, com mecanismos para guardar o conhecimento e socializá-lo com outros membros da organização, em distintos momentos e espaços. Trata-se da geração de conhecimento organizacional no movimento em espiral que você estudou nos capítu- los anteriores. 2.2 A gestão do capital humano como gestão das competências O capital humano está diretamente associado à competitividade e ao crescimento organizacional. No capítulo 8, ao se abordar a inovação, ficou patente a importância de quebrar paradigmas a fim de receber o novo como algo imperativo ao crescimento organizacional. De igual modo, neste capítulo já foi possível perceber que outro imperativo, no intuito de que haja desenvolvimento e manutenção de capacidades competitivas, está na gestão das competências. Observe que tanto a inovação quanto o conhecimento (um dos elementos que compõe as competências) têm como agente fundador o ser humano. Por conseguinte, a competitividade depende de saber bem gerir esse ser humano, possuidor do conhecimento que permite gerar a com- petitividade e o crescimento, trazendo inovação, melhorias contínuas 132 Aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . e geração de valor organizacional. De acordo com Urbina e Nogueira (2002), o conhecimento deve ser a arma competitiva que traz o sucesso de uma organização. O maior instrumento de vantagem competitiva das organizações está nas pessoas. Como o principal ativo organizacional, elas precisam ter uma gestão estratégica que permita não apenas o seu desenvolvi- mento, mas o desenvolvimento organizacional. A criação do Ba, o con- texto estimulante, é fundamental a fim de que o conhecimento ocorra (NONAKA; TAKEUSHI, 2008), mas todo o esforço nessa criação pode ser perdido se a organização não conseguir estruturar formas de esto- car o capital humano. Esse estoque é o que traz uma distinção para a perenidade da organização (STROZIENSKI; TAFFAREL, 2015). No intuito de geri-lo corretamente, as organizações precisam se des- fazer de paradigmas burocráticos ou cerceadores do desenvolvimento individualizado, como os estudos sobre a aplicação prática da gestão de competências já demonstraram. Um exemplo está em Mello e Silva (2013) e a experiência na gestão pública, mas a mesma lógica se apli- ca à gestão privada. Ghoshal e Bartlett (2000) apresentam um modelo interessante e distinto de gerir competências, por meio da chamada or- ganização individualizada. Nela, a organização deve estimular a atração e o desenvolvimento de pessoas respeitando suas individualidades e criando um processo de integração entre as pessoas e suas competên- cias com as necessidades organizacionais, mediante a conexão de co- nhecimentos individuais, habilidades e as melhores práticas de gestão dentre as unidades da organização. A palavra principal que diferencia a gestão de competências de mé- todos tradicionais voltados à gestão de recursos humanos é “estraté- gia”. A organização que quer desenvolver, verdadeiramente, uma gestão de competências que traga os frutos esperados deve entender o capital humano como o recurso intangível mais valioso que uma organização possui e que ele somente poderá ser gerido se for compreendido em sua 133A transformação do conhecimento em competências M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. complexidade estratégica para a organização. Munck et al. (2011) ava- liaram diversos modelos de gestão de competências e complementam essa proposta de visão estratégica com recomendações que envolvem a compreensão de que o modelo não é completo, ele é dinâmico em si, bem como flexível, e deve ser estruturado de acordo com uma concep- ção de alinhamento entre práticas organizacionais e contribuições de cada pessoa, seguindo a linha da empresa individualizada de Ghoshal e Bartlett (2000); por fim, deve ser desenvolvido tomando por base a com- preensão do que é o sujeito (o ser humano) para a organização. A figura 3 procura demonstrar o caminho a ser percorrido a fim de que haja a gestão de competências em uma organização, considerando- -se os pontos principais abordados neste capítulo: Figura 3 – Passos fundamentais para a gestão do conhecimento mediante a gestão de competências Desenvolvimento de estratégia e objetivos organizacionais 01 Mapeamento das competências individuais, em um processo de descoberta e envolvimento de pessoas 02Alinhamento das competências com as estratégias e os objetivos da organização, com criação de indicadores de desempenho para cada indivíduo 03 Fonte: adaptado de Ghoshal e Bartlett (2000); Munck et al. (2011); Masuyama e Rodrigues (2015). 134 Aprendizagem organizacional e gestão do conhecimento Ma te ria l p ar a us o ex cl us ivo d e al un o m at ric ul ad o em c ur so d e Ed uc aç ão a D is tâ nc ia d a Re de S en ac E AD , d a di sc ip lin a co rre sp on de nt e. P ro ib id a a re pr od uç ão e o c om pa rti lh am en to d ig ita l, s ob a s pe na s da L ei . © E di to ra S en ac S ão P au lo . PARA SABER MAIS Van Assen, Steger e Pietersma (2010) fizeram uma compilação de mo- delos de gestão bem abrangente. Consulte o livro Modelos de gestão: os 60 modelos que todo gestor deve conhecer a fim de se aprofundar no assunto. De igual modo, você também pode consultar o trabalho de Masuyama e Rodrigues (2015), os quais, além de realizarem um levanta- mento de modelos de gestão de pessoas, propõem um modelo integra- do que abrange a gestão de competências. Os indicativos completos de consulta estão nas referências deste capítulo. Considerações finais A competência do ser humano foi a chave central de discussão des- te capítulo. Vimos que a competência, isto é, a junção de conhecimento com habilidades e atitudes, constitui o ponto de honra da gestão de pes- soas em qualquer organização. Não basta ter um contexto capacitante (o Ba), tampouco ter ações de estímulo à criação de conhecimento a fim de gerar valor com o conhecimento tácito. Para que ele se torne explícito, é preciso ter uma infraestrutura adequada que permita gerir as competências individuais, no intuito de que haja desenvolvimento organizacional e a sonhada captura de valor para a organização com a geração de conhecimento. Também estudamos que a integração entre conhecimento (subcon- junto da competência) e a própria competência apresenta-se como es- sencial para haver a criação e a manutenção de vantagem competitiva. Desse modo, é preciso, na adoção de qualquer modelo de gestão, uma mudança de postura, saindo de uma ação passiva e conservadora para uma atitude que de fato estimule a criação, o compartilhamento e a re- tenção de conhecimento. Esse estímulo ao aprendizado que resulta de um contexto capacitante irá permitir que o conhecimento individual se transforme em competênciaorganizacional e, nessa transformação, o 135A transformação do conhecimento em competências M aterial para uso exclusivo de aluno m atriculado em curso de Educação a Distância da Rede Senac EAD, da disciplina correspondente. Proibida a reprodução e o com partilham ento digital, sob as penas da Lei. © Editora Senac São Paulo. aprendizado detém um lugar de honra, visto ser condição para que essa evolução ocorra. Qualquer que seja o modelo de gestão do capital humano escolhido, ele deve considerar que as pessoas são o elemento de maior importân- cia organizacional na geração de valor e riqueza; elas são o que fazem a diferença na organização; logo, a gestão das competências individuais constitui-se o principal desafio organizacional em busca da manuten- ção da vantagem competitiva e da criação de valor. Referências CARVALHO, Fábio Câmara Araújo de. 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