Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 73 PREMONIÇÃO DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE PARA CNU Com o intuito de auxiliá-los na última semana de estudos para a prova do CNU, separei, em poucas páginas, os conteúdos que reputo fundamentais você saber para a sua prova. Meu objetivo não é esgotar o tema, mas predizer os assuntos que tem maior probabilidade de serem cobrados. Se, nestas poucas páginas, acertarmos algumas das questões de prova, ficarei imensamente feliz. Compartilhe este material com seus amigos que farão a prova. E, claro, siga meu Instagram! Te espero por lá! 😉 https://www.instagram.com/proftorques/ O conteúdo do edital contém os seguintes pontos: DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE 4.1 Diversidade de sexo, gênero e sexualidade; diversidade étnico-racial; diversidade cultural. 4.2 Desafios sociopolíticos da inclusão de grupos vulnerabilizados: crianças e adolescentes; idosos; LGBTQIA+; pessoas com deficiências; pessoas em situação de rua, povos indígenas, comunidades quilombolas e demais minorias sociais. Nosso objetivo é passar por todos os pontos por aqui! Boa revisão! Sumário Diversidade de sexo, gênero e sexualidade .................................................................................... 2 Diversidade étnico-racial. Povos Indígenas, Comunidades Quilombolas ...................................... 18 Desafios Sociopolíticos da Inclusão de Grupos Vulnerabilizados: Crianças e Adolescentes ......... 30 Desafios Sociopolíticos da Inclusão de Grupos Vulnerabilizados: LGBTQIA+ ............................... 47 Desafios Sociopolíticos da Inclusão de Grupos Vulnerabilizados: Pessoas com Deficiência ......... 55 https://www.instagram.com/proftorques/ 2 73 Desafios Sociopolíticos da Inclusão de Grupos Vulnerabilizados: Pessoas em Situação de Rua ... 68 DIVERSIDADE DE SEXO, GÊNERO E SEXUALIDADE 3 73 # Proteção Internacional • A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação contra a Mulher (CEDAW, pela sigla internacional). 4 73 • No âmbito da OEA é importante conhecermos a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher, denominada de Convenção de Belém do Pará. • Protocolo Adicional à Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional Relativo à Prevenção, Repressão e Punição do Tráfico de Pessoas, em Especial Mulheres e Crianças. # Proteção Interna • Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340, 2006) – cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher. • Lei do Minuto Seguinte (Lei nº 12.845/2013) - prevê atendimento imediato pelo SUS e informações sobre os diretos das vítimas de abuso. • Lei do Feminicídio (Lei nº 13.104, 2015) - alterou o Código Penal criando um tipo de homicídio qualificado. • Lei nº 13.718/2018 – esta lei trouxe relevante mudanças no Código Penal. Tipificou os crimes de importunação sexual e de divulgação de cena de estupro, tornou pública incondicionada a natureza da ação penal dos crimes contra a liberdade sexual e dos crimes sexuais contra vulneráveis e definiu como causas para aumento de pena o estupro coletivo e o estupro corretivo. • Lei nº 13.642/2018 – atribuiu competência para a polícia federal investigar crimes praticados na rede mundial de computadores, que difundam conteúdo misógino. • Lei nº 13.931/2019 - notificação compulsória dos casos de indícios ou confirmação de violência contra a mulher, atendida em serviços de saúde públicos e privados. • Lei Joana Maranhão (Lei nº 12.650/2015) – alterou os prazos quanto à prescrição (prazo) contra abusos sexuais cometidos contra crianças e adolescentes. • Lei Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica (Lei nº 14.188/2021) - define o programa de cooperação Sinal Vermelho contra a Violência Doméstica como uma das medidas de enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a mulher, altera a modalidade da pena da lesão corporal simples cometida contra a mulher por razões da condição do sexo feminino e cria o tipo penal de violência psicológica contra a mulher. • Lei nº 14.192/2021 - estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher. • Lei nº 14.326/2022 - assegura à mulher presa gestante ou puérpera tratamento humanitário antes e durante o trabalho de parto e no período de puerpério, bem como assistência integral à sua saúde e à do recém-nascido. • Lei nº 14786/2023 - Cria o protocolo “Não é Não”, para prevenção ao constrangimento e à violência contra a mulher e para proteção à vítima; institui o selo “Não é Não - Mulheres Seguras”; # Proteção Internacional # CEDAW 5 73 • documento que sofre críticas da comunidade internacional, por prever a igualdade entre homem e mulheres em relação à família, por impor imperialismo cultural e pela intolerância religiosa. • foco: eliminar a discriminação contra a mulher: o "discriminação contra a mulher" significará toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo. • Existe o Protocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra a Mulher, que viabilizou a possibilidade de vítimas, pessoalmente ou por intermédio de organizações, peticionar ao Comitê para denunciar violações os direitos das mulheres prescritos na CEDAW. # Convenção Belém do Pará • foco: eliminar a violência doméstica: o "discriminação contra a mulher" significará toda a distinção, exclusão ou restrição baseada no sexo e que tenha por objeto ou resultado prejudicar ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício pela mulher, independentemente de seu estado civil, com base na igualdade do homem e da mulher, dos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural e civil ou em qualquer outro campo. • a violência doméstica abrange a física, sexual e psicológica: o a) ocorrida no âmbito da família ou unidade doméstica ou em qualquer relação interpessoal, quer o agressor compartilhe, tenha compartilhado ou não a sua residência, incluindo-se, entre outras turmas, o estupro, maus-tratos e abuso sexual; o b) ocorrida na comunidade e comedida por qualquer pessoa, incluindo, entre outras formas, o estupro, abuso sexual, tortura, tráfico de mulheres, prostituição forçada, sequestro e assédio sexual no local de trabalho, bem como em instituições educacionais, serviços de saúde ou qualquer outro local; e o c) perpetrada ou tolerada pelo Estado ou seus agentes, onde quer que ocorra. # Proteção Interna • Constituição Federal o igualdade entre homens e mulheres (art. 5º, I, CF); o proteção do mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos termos da lei (art. 7º, XX, CF); o tratamento diferenciado em termos de aposentadoria: § 62 anos, frente aos 65 para homens para servidores e empregados privados, conforme art. 40, III, CF e art. 201, §7º, CF) 6 73 § 55 anos, frente aos 60 para homens para aposentadoria por idade para empregados privados o dispensa do serviço militar obrigatório em tempos de paz (art. 142, §2º, CF) o exercício em igualdade de condições dos deveres decorrentes da sociedade conjugal entre homens e mulheres (art. 226, §, 5º, CF); o participação política da mulher § 7º Os partidos políticos devem aplicar no mínimo 5% (cinco por cento) dos recursos do fundo partidário na criação e na manutenção de programas de promoção e difusão da participação política das mulheres, de acordo com os interesses intrapartidários. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022). § 8º O montante do Fundo Especial de Financiamento de Campanha e da parcela do fundopartidário destinada a campanhas eleitorais, bem como o tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão a ser distribuído pelos partidos às respectivas candidatas, deverão ser de no mínimo 30% (trinta por cento), proporcional ao número de candidatas, e a distribuição deverá ser realizada conforme critérios definidos pelos respectivos órgãos de direção e pelas normas estatutárias, considerados a autonomia e o interesse partidário. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 117, de 2022) # Lei Maria da Penha # Finalidade da Norma • coibir e prevenir a violência doméstica familiar; • criar os Juizados de Violência Doméstica e Familiar; • adotar medidas de assistência e proteção às vítimas de violência doméstica e familiar. • esse dever não é apenas do Estado, mas constitui obrigação da família e da sociedade. # Conceito de Violência Doméstica Art. 5º Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas; II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa; III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação. 7 73 Parágrafo único. As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual. Art. 40-A. Esta lei será aplicada a todas as situações previstas no art. 5º, independentemente da causa ou motivação dos atos de violência, ou da condição do ofensor ou da ofendida. • Lei 14.550/23 § Assim a nova legislação busca promover a proteção ampla e integral de todas as mulheres que venham a sofrer violência nas relações domésticas, familiares e íntimas de afeto. § Reação à jurisprudência que se formou no STJ. • a violência doméstica independe da orientação sexual da vítima; • independe de coabitação. • (...) para a aplicação da Lei 11.340/2006, não é suficiente que a violência seja praticada contra a mulher e numa relação familiar, doméstica ou de afetividade, mas também há necessidade de demonstração da sua situação de vulnerabilidade ou hipossuficiência, numa perspectiva de gênero. (STJ, AgRg no Resp n. 1.430.724/RJ, rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 6ª T., j. 17/3/2015, DJe 24/3/2015). • A jurisprudência desta Corte Superior de Justiça orienta-se no sentido de que, para que a competência dos Juizados Especiais de Violência Doméstica seja firmada, não basta que o crime seja praticado contra mulher no âmbito doméstico ou familiar, exigindo-se que a motivação do acusado seja de gênero, ou que a vulnerabilidade da ofendida seja decorrente da sua condição de mulher. (STJ, AgRg no REsp 1900484/GO, rel. Min. Felix Fischer, 5ª T., j. 02/02/2021, DJe 17/02/2021). # Formas de Violência Doméstica • A violência física envolve a ofensa à integridade física ou à saúde corporal da vítima. • A violência psicológica decorre de: o dano emocional e diminuição da autoestima; o prejuízo ou perturbação do desenvolvimento; ou o degradação ou controle de ações. • A violência sexual, por sua vez, envolve constrangimento de presenciar, manter ou participar de relação sexual não consentida. • A violência patrimonial decorre da retenção, subtração, destruição total ou parcial de bens da vítima. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER física psicológic a sexual patrimonia l moral 8 73 • Por fim, a violência moral decorre de calúnia, difamação ou injúria. De modo didático, podemos defini-los do seguinte modo: o calúnia: imputação falsa de fato criminoso a alguém; o injúria: ofensa à dignidade de alguém; e o difamação: imputação de fato ofensivo a alguém. # Assistência à Mulher em Situação de Violência • medidas de prevenção: o integração entre as esferas (Judiciário, MP e Defensoria com segurança pública, assistência social, saúde, educação, trabalho e habitação); o atendimento policial especializado; o campanhas educativas e de prevenção da violência doméstica e familiar; e o capacitação permanente da rede de atuação. • assistência à mulher vítima de violência doméstica: o acesso prioritário à remoção, caso a vítima seja servidora pública; e o manutenção do vínculo de trabalho por até seis meses, se necessário o afastamento. o encaminhamento à assistência judiciária, quando for o caso, inclusive para eventual ajuizamento da ação de separação judicial, de divórcio, de anulação de casamento ou de dissolução de união estável perante o juízo competente. • Utilizará: o o SUAS (Sistema Único de Assistência Social); o o SUS (Sistema Único de Saúde); e o o Sistema Único de Segurança Pública. • atendimento policial: o atendimento policial e pericial especializado, ininterrupto e prestado por servidores - preferencialmente do sexo feminino - previamente capacitados; o premissas: § salvaguarda da integridade física; § não contato com investigados e suspeitos; e § evitar a revitimização. • Para evitar a revitimização: o inquirição em recinto especialmente criado para esse fim; o quando necessário, acompanhamento por profissionais especializados em violência doméstica e familiar; e o registro eletrônico ou magnético do depoimento. • atendimento policial: o garantia de proteção policial; o encaminhamento para atendimento médico; o fornecimento de transporte, estendendo o benefício a dependentes da vítima de violência; o garantir apoio policial para a vítima buscar pertences do local da ocorrência ou do domicílio; e 9 73 o informação quanto aos direitos. # Procedimentos Judiciais • Procedimentos judiciais com prioridade de tramitação (art. 1.048, III, CPC) • Participação do MP, nas ações de família, em que se verificar violência doméstica (art. 698, CPC) • renúncia à representação da vítima: o 1ª – manifestação de vontade perante autoridade judicial; o 2ª – manifestação em audiência especialmente designada para a renúncia; o 3ª – manifestação antes do recebimento da denúncia; e o 4ª – prévia oitiva do membro do Ministério Público. o Súmula 588-STJ: A prática de crime ou contravenção penal contra a mulher com violência ou grave ameaça no ambiente doméstico impossibilita a substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos. o Súmula 589-STJ: É inaplicável o princípio da insignificância nos crimes ou contravenções penais praticados contra a mulher no âmbito das relações domésticas. • medidas protetivas FOROS COMPETENTES PARA AÇÃO CÍVEL EM RAZÃO DA LEI MARIA DA PENHA foro do domicílio ou da residência; foro do lugar do fato em se baseou a demanda; ou foro do domicílio do agressor à escolha da vítima COMPETE AO FORO DO DOMICÍLIO DA VÍTIMA DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E FAMILIAR O JULGAMENTO DE AÇÕES REFERENTES A: Divórcio Separação Anulação de casamento Reconhecimento ou dissolução de união estável 10 73 • medidas protetivas Medida de Urgência Prisão Preventiva • a pedido da vítima de violência doméstica ou familiar; ou • a pedido do Ministério Público • a pedido da vítima de violência doméstica ou familiar; • a pedido do Ministério Público; ou • de ofício pelo Juiz. Depende de decisão judicial. • medidas protetivas Art. 22. Constatada a prática de violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos desta Lei, o juiz poderá aplicar, de imediato, ao agressor, em conjunto ou separadamente, as seguintes medidas protetivas de urgência, entre outras: I - suspensão da posse ou restrição do porte de armas, com comunicação ao órgão competente, nos termos da Lei no 10.826, de 22 de dezembro de 2003;II - afastamento do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida; III - proibição de determinadas condutas, entre as quais: a) aproximação da ofendida, de seus familiares e das testemunhas, fixando o limite mínimo de distância entre estes e o agressor; b) contato com a ofendida, seus familiares e testemunhas por qualquer meio de comunicação; c) frequentação de determinados lugares a fim de preservar a integridade física e psicológica da ofendida; IV - restrição ou suspensão de visitas aos dependentes menores, ouvida a equipe de atendimento multidisciplinar ou serviço similar; • requerimento da vítima ou do membro do Ministério Público; • decisão judicial no prazo de 48 horas; • são provisórias; • possibilidade de prisão preventiva do agressor. MEDIDAS PROTETIVAS DE URGÊNCIA: 11 73 V - prestação de alimentos provisionais ou provisórios. Art. 23. Poderá o juiz, quando necessário, sem prejuízo de outras medidas: I - encaminhar a ofendida e seus dependentes a programa oficial ou comunitário de proteção ou de atendimento; II - determinar a recondução da ofendida e a de seus dependentes ao respectivo domicílio, após afastamento do agressor; III - determinar o afastamento da ofendida do lar, sem prejuízo dos direitos relativos a bens, guarda dos filhos e alimentos; IV - determinar a separação de corpos. V - determinar a matrícula dos dependentes da ofendida em instituição de educação básica mais próxima do seu domicílio, ou a transferência deles para essa instituição, independentemente da existência de vaga. (Incluído pela Lei nº 13.882, de 2019) VI – conceder à ofendida auxílio-aluguel, com valor fixado em função de sua situação de vulnerabilidade social e econômica, por período não superior a 6 (seis) meses. (Incluído pela Lei nº 14.674, de 2023). Art. 24. Para a proteção patrimonial dos bens da sociedade conjugal ou daqueles de propriedade particular da mulher, o juiz poderá determinar, liminarmente, as seguintes medidas, entre outras: I - restituição de bens indevidamente subtraídos pelo agressor à ofendida; II - proibição temporária para a celebração de atos e contratos de compra, venda e locação de propriedade em comum, salvo expressa autorização judicial; III - suspensão das procurações conferidas pela ofendida ao agressor; IV - prestação de caução provisória, mediante depósito judicial, por perdas e danos materiais decorrentes da prática de violência doméstica e familiar contra a ofendida. Parágrafo único. Deverá o juiz oficiar ao cartório competente para os fins previstos nos incisos II e III deste artigo. 12 73 # Lei do Minuto Seguinte • Lei nº 12.845/2013 o a lei determina atenção específica às pessoas que estiverem envolvidas em tais situações. Para tanto, os hospitais devem oferecer às vítimas atendimento emergencial, integral e multidisciplinar para o controle e tratamento de pessoas submetidas a violência sexual • VIOLÊNCIA SEXUAL o qualquer forma de atividade sexual não consentida # Serviços (SUS) • diagnóstico e tratamento das lesões físicas no aparelho genital e nas demais áreas afetadas; • amparo médico, psicológico e social imediatos; • facilitação do registro da ocorrência e encaminhamento ao órgão de medicina legal e às delegacias especializadas com informações que possam ser úteis à identificação do agressor e à comprovação da violência sexual; • profilaxia da gravidez; • profilaxia das DST; • coleta de material para realização do exame de HIV para posterior acompanhamento e terapia; • fornecimento de informações às vítimas sobre os direitos legais e sobre todos os serviços sanitários disponíveis. # Lei do Feminicídio crime de descumprimento de medida protetiva de urgência detenção de 3 meses a dois anos admite fiança (apenas juiz) não exclui aplicação de outras medidas cabíveis SERVIÇOS A QUEM FOR SUBMETIDO A VIOLÊNCIA SEXUAL imediato obrigatório gratuito, a quem dela necessitar 13 73 • Lei nº 13.104/2015 o Feminicídio é o assassinato de mulher motivado por questões de gênero. • Homicídio qualificado § 2° Se o homicídio é cometido: Feminicídio(Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) § 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve: (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) I - violência doméstica e familiar; (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher. (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015) • Veja que a própria legislação explica o contexto em que os crimes serão considerados como feminicídio: o Crimes praticados no âmbito da violência doméstica e familiar e o Crimes cometidos com menosprezo ou discriminação à condição de mulher. • A pena para este tipo de homicídio qualificado será de 12 a 30 anos de reclusão. • Apesar da criação do novo crime e da cominação e pena mais grave o Fórum Brasileiro de Segurança Pública sobre feminicídios em seu estudo mais recente, feito em 2021, apurou que uma mulher é assassinada, em média, a cada sete horas no país, só pelo fato de ser mulher. # Lei 14.717/2023 • pensão especial aos filhos e dependentes crianças ou adolescentes, órfãos em razão do crime de feminicídio; • concedido a filhos e dependentes menores de 18, com renda igual ou inferior a ¼ do salário mínimo; • benefício equivalente a 1 salário-mínimo; • marco inicial: óbito; # Lei de Proteção à Mulher em caso de Crime Sexual 14 73 • Lei 13.718/2018 # Novos Tipos Penais • importunação sexual: ato libidinoso na presença de alguém, a vítima pode ser homem ou mulher, de forma não consensual, com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro; • divulgação de cena de estupro ou de cena de estupro de vulnerável, de cena de sexo ou de pornografia; • A lei 13.718/2018 trouxe causas de aumento de pena para os casos de estupro coletivo, corretivo, quando resulta em gravidez, quando há transmissão de doença sexualmente transmissível e se a vítima é idosa ou pessoa com deficiência. o Estupro coletivo – exige necessariamente o concurso de pelo menos 2 pessoas. o Estupro corretivo – busca normalmente corrigira orientação sexual ou o gênero da vítima # Lei Sinal Vermelho contra Violência Doméstica • Lei 14.188/2021 o iniciativa para enfrentar a violência doméstica e familiar contra a mulher foi lançado pelo CNJ em 2020 antes de virar lei; • causa de aumento de pena em caso de lesão contra mulher; o Art. 129 (...) o § 13. Se a lesão for praticada contra a mulher, por razões da condição do sexo feminino, nos termos do § 2º-A do art. 121 deste Código: o Pena - reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro anos). • tipificação da conduta de violência psicológica contra a mulher; o Violência psicológica contra a mulher o Art. 147-B. Causar dano emocional à mulher que a prejudique e perturbe seu pleno desenvolvimento ou que vise a degradar ou a controlar suas ações, comportamentos, crenças e decisões, mediante ameaça, constrangimento, humilhação, manipulação, isolamento, chantagem, ridicularização, limitação do direito de ir e vir ou qualquer outro meio que cause prejuízo à sua saúde psicológica e autodeterminação: o Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave. • medida protetiva por risco à integridade psicológica da mulher: o Art. 12-C. Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou à integridade física ou psicológica da mulher em situação de violência doméstica e familiar, ou de seus dependentes, o agressor será imediatamente afastado do lar, domicílio ou local de convivência com a ofendida: • Além disso, essa importante lei modificou a própria Lei Maria da Penha permitindo a aplicação da medida protetiva de afastamento do lar não apenas quando houver risco à15 73 vida ou integridade física da mulher mas também quando houver risco a integridade psicológica daquela que sofre a violência doméstica e familiar ou de seus dependentes. # Lei da Violência Política contra a Mulher # Assuntos • normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra a mulher, nos espaços e atividades relacionados ao exercício de seus direitos políticos e de suas funções públicas; • normas para assegurar a participação de mulheres em debates eleitorais; • crime de divulgação de fato ou vídeo com conteúdo inverídico no período de campanha eleitoral. # Violência Política # Alterações Importantes • CE não permite propaganda eleitoral que discrimine em razão do gênero, cor, raça ou etnia; • CE torna crime divulgação de fatos inverídicos (durante a campanha ou em período eleitoral) imputando aumento de pena se envolver menosprezo ou discriminação à condição da mulher ou à sua cor, raça ou etnia; • CE torna crime assediar, constranger, humilhar, perseguir ou ameaçar, por qualquer meio, candidata a cargo eletivo ou detentora de mandato eletivo, utilizando-se de menosprezo ou discriminação à condição de mulher ou à sua cor, raça ou etnia, com a finalidade de impedir ou de dificultar a sua campanha eleitoral ou o desempenho de seu mandato eletivo; • CE torna crime calúnia, difamação e injúria eleitoral, imputando aumento de pena se envolver menosprezo ou discriminação à condição da mulher ou à sua cor, raça ou etnia; • Lei dos Partidos Políticos exige que estatutos estabeleçam normas sobre prevenção, repressão e combate à violência política contra a mulher; • Lei das Eleições passou a exigir exigir a observância da proporção entre homens e mulheres previsto no §3º do art. 10 da mesma lei (70% no máximo e 30% no mínimo) no âmbito dos debates sobre as eleições proporcionais. VIOLÊNCIA POLÍTICA toda ação, conduta ou omissão com a finalidade de impedir, obstaculizar ou restringir os direitos políticos da mulher OU qualquer distinção, exclusão ou restrição no reconhecimento, gozo ou exercício de seus direitos e de suas liberdades políticas fundamentais, em virtude do sexo. 16 73 # Lei da Guarda Compartilhada e Violência Doméstica ou Familiar • Lei 14.413/2023 o o risco de violência doméstica ou familiar como causa impeditiva ao exercício da guarda compartilhada, bem como para impor ao juiz o dever de indagar previamente o Ministério Público e as partes sobre situações de violência doméstica ou familiar que envolvam o casal ou os filhos. o A guarda compartilhada é aquela em que os pais, em conjunto, exercem o poder familiar sobre os filhos. Ambos têm direito de estar na companhia do filho e o dever de cuidar e zelar por seus interesses. • Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: • § 2º Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando- se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda da criança ou do adolescente ou quando houver elementos que evidenciem a probabilidade de risco de violência doméstica ou familiar. (Redação dada pela Lei nº 14.713, de 2023) • Art. 699-A. Nas ações de guarda, antes de iniciada a audiência de mediação e conciliação de que trata o art. 695 deste Código, o juiz indagará às partes e ao Ministério Público se há risco de violência doméstica ou familiar, fixando o prazo de 5 (cinco) dias para a apresentação de prova ou de indícios pertinentes. # Lei do Não é Não • Lei 14.786/2023 • Art. 1º Esta Lei cria o protocolo “Não é Não”, para prevenção ao constrangimento e à violência contra a mulher e para proteção à vítima, bem como institui o selo “Não é Não - Mulheres Seguras”. • Art. 2º O protocolo “Não é Não” será implementado no ambiente de casas noturnas e de boates, em espetáculos musicais realizados em locais fechados e em shows, com venda de bebida alcoólica, para promover a proteção das mulheres e para prevenir e enfrentar o constrangimento e a violência contra elas. • Parágrafo único. O disposto nesta Lei não se aplica a cultos nem a outros eventos realizados em locais de natureza religiosa. • Constrangimento o qualquer insistência, física ou verbal, sofrida pela mulher depois de manifestada a sua discordância com a interação • Violência o uso da força que tenha como resultado lesão, morte ou dano, entre outros, conforme legislação penal em vigor • Art. 4º Na aplicação do protocolo “Não é Não”, devem ser observados os seguintes princípios: • I - respeito ao relato da vítima acerca do constrangimento ou da violência sofrida; 17 73 • II - preservação da dignidade, da honra, da intimidade e da integridade física e psicológica da vítima; • III - celeridade no cumprimento do disposto nesta Lei; • IV - articulação de esforços públicos e privados para o enfrentamento do constrangimento e da violência contra a mulher. o 1- ser protegida pela equipe do estabelecimento - é importante que a vítima se sinta segura para que possa relatar o constrangimento ou a violência sofrida. Veremos que entre os deveres impostos aos estabelecimentos está o de manter pelo menos uma pessoa preparada para atender ao protocolo "não é não". o 2- ser informada de seus direitos - a equipe do estabelecimento deve estar preparada para proteger a mulher e trazer as informações necessárias para que ela possa exercer seus direitos. o 3 - ser imediatamente afastada e protegida do seu agressor - a equipe do estabelecimento deve atuar evitando o posterior contato entre o agressor e a vítima. o 4- ter respeitadas as suas decisões em relação às medidas de apoio previstas nesta Lei - a decisão sobre que medidas devem ser aplicadas é uma escolha da própria vítima. o 5- ter as providências previstas nesta Lei cumpridas com celeridade - há grande preocupação da nova lei com a celeridade na adoção das providências cabíveis. Lembre-se que a celeridade na aplicação da lei é também um dos princípios previsto no art. 4º. o 6 - ser acompanhada por pessoa de sua escolha - em um momento de grande vulnerabilidade a lei garante o direito da vítima ser acompanhada por pessoas de sua confiança. o 7- definir se sofreu constrangimento ou violência, para os efeitos das medidas previstas nesta Lei - como já vimos o relato da vítima deve ser respeitado. Só a própria vítima é capaz de determinar os fatos ocorridos. o 8 - ser acompanhada até o seu transporte, caso decida deixar o local - mais uma vez se verifica que a mulher poderá decidir as medidas que serão tomadas e ela pode decidir se retirar do local onde sofreu o constrangimento ou violência. Nesse caso, o estabelecimento deverá providenciar alguém para acompanhá-la até o seu transporte para evitar que o agressor se aproxime da vítima. # Trabalho da Mulher # Métodos e Locais de Trabalho • prover os estabelecimentos de medidas concernentes à higienização dos métodos e locais de trabalho, tais como ventilação e iluminação e outros que se fizerem necessários à segurança e ao conforto das mulheres, a critério da autoridade competente; • instalar bebedouros, lavatórios, aparelhos sanitários; dispor de cadeiras ou bancos, em número suficiente, que permitam às mulheres trabalhar sem grande esgotamento físico; 18 73 • instalar vestiários com armários individuais privativos das mulheres, exceto os estabelecimentos comerciais, escritórios, bancos e atividades afins, em que não seja exigida a troca de roupa, e outros, a critério da autoridade competente em matéria de segurança e higiene do trabalho, admitindo-se como suficientes as gavetas ou escaninhos, onde possam as empregadas guardar seus pertences; • Proteção Individual - fornecer, gratuitamente, a juízo da autoridade competente, os recursos de proteção individual, tais como óculos, máscaras, luvas e roupas especiais, para a defesa dos olhos,do aparelho respiratório e da pele, de acordo com a natureza do trabalho. • Creches - os estabelecimentos em que trabalharem pelo menos 30 (trinta) mulheres com mais de 16 (dezesseis) anos de idade terão local apropriado onde seja permitido às empregadas guardar sob vigilância e assistência os seus filhos no período da amamentação. • Emprego de força muscular - limitação de 20KG para o trabalho contínuo e 25 KG para o ocasional. • Afastamento por violência doméstica - a Lei Maria da Penha assegura à mulher em situação de violência doméstica e familiar a manutenção do vínculo trabalhista, quando necessário o afastamento do local de trabalho, por até seis meses. # Proteção à Gravidez e à Maternidade • Não constitui justo motivo para a rescisão do contrato de trabalho da mulher o fato de haver contraído matrimônio ou de encontrar-se em estado de gravidez. • Licença Maternidade de 120 dias, inclusive para a mãe adotante. Podendo ser ampliada para 180 dias de acordo com a Lei 11.770/2008 (Programa Empresa Cidadã). • Estabilidade no emprego desde a confirmação da gravidez até 5 meses após o parto. • Direito de mudar de função. • Direito a rescindir o contrato quando o trabalho for prejudicial a gestação. • Afastamento de atividade insalubres durante a gestação. • Dois intervalos de meia hora para amamentação até que o filho complete 6 meses. • No caso de aborto não provocado 2 semanas de licença. # Convenções da OIT • Convenção n. 100 sobre Salário Igual para Trabalho de Igual Valor entre o Homem e a Mulher, de 1951. • Convenção n. 111 sobre Discriminação em Matéria de Emprego e Ocupação, de 1959 - tem por finalidade promover a igualdade eliminado todas as formas de discriminação. DIVERSIDADE ÉTNICO-RACIAL. POVOS INDÍGENAS, COMUNIDADES QUILOMBOLAS # Combate ao Racismo 19 73 • Racismo consiste em qualquer teoria, doutrina, ideologia ou conjunto de ideias que enunciam um vínculo causal entre as características fenotípicas ou genotípicas de indivíduos ou grupos e seus traços intelectuais, culturais e de personalidade, inclusive o falso conceito de superioridade racial. Proteção Internacional # Convenção sobre Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial • TIDH da ONU; • internalizado, com status supralegal; • objetivo central: eliminar a discriminação; • adoção das vertentes repressivo-punitiva e promocional; • admite-se a diferenciação: ü entre cidadãos e não-cidadãos; ü disposições legais por conta de nacionalidade, cidadania e naturalização; e ü ações afirmativas. # Convenção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e a Intolerância IG U AL D AD E em sentido formal aproxima-se do conceito de legalidade igualdade abstrata e genérica igualdade perante a lei em sentido material sinônimo de legalidade igualdade na prática leva em consideração as distinções 20 73 • 1. Discriminação racial é qualquer distinção, exclusão, restrição ou preferência, em qualquer área da vida pública ou privada, cujo propósito ou efeito seja anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em condições de igualdade, de um ou mais direitos humanos e liberdades fundamentais consagrados nos instrumentos internacionais aplicáveis aos Estados Partes. A discriminação racial pode basear-se em raça, cor, ascendência ou origem nacional ou étnica. • 2. Discriminação racial indireta é aquela que ocorre, em qualquer esfera da vida pública ou privada, quando um dispositivo, prática ou critério aparentemente neutro tem a capacidade de acarretar uma desvantagem particular para pessoas pertencentes a um grupo específico, com base nas razões estabelecidas no Artigo 1.1, ou as coloca em desvantagem, a menos que esse dispositivo, prática ou critério tenha um objetivo ou justificativa razoável e legítima à luz do Direito Internacional dos Direitos Humanos. • 3. Discriminação múltipla ou agravada é qualquer preferência, distinção, exclusão ou restrição baseada, de modo concomitante, em dois ou mais critérios dispostos no Artigo 1.1, ou outros reconhecidos em instrumentos internacionais, cujo objetivo ou resultado seja anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em condições de igualdade, de um ou mais direitos humanos e liberdades fundamentais consagrados nos instrumentos internacionais aplicáveis aos Estados Partes, em qualquer área da vida pública ou privada. • 4. Racismo consiste em qualquer teoria, doutrina, ideologia ou conjunto de ideias que enunciam um vínculo causal entre as características fenotípicas ou genotípicas de indivíduos ou grupos e seus traços intelectuais, culturais e de personalidade, inclusive o falso conceito de superioridade racial. O racismo ocasiona desigualdades raciais e a noção de que as relações discriminatórias entre grupos são moral e cientificamente justificadas. Toda teoria, doutrina, ideologia e conjunto de ideias racistas descritas neste Artigo são cientificamente falsas, moralmente censuráveis, socialmente injustas e contrárias aos princípios fundamentais do Direito Internacional e, portanto, perturbam gravemente a paz e a segurança internacional, sendo, dessa maneira, condenadas pelos Estados Partes. • 5. As medidas especiais ou de ação afirmativa adotadas com a finalidade de assegurar o gozo ou exercício, em condições de igualdade, de um ou mais direitos humanos e liberdades fundamentais de grupos que requeiram essa proteção não constituirão Editada 2013 Aprovação no SF DL 1/2021 Depósito e Ratificação 2021 Promulgação DE 10.932/2022 21 73 discriminação racial, desde que essas medidas não levem à manutenção de direitos separados para grupos diferentes e não se perpetuem uma vez alcançados seus objetivos. • 6. Intolerância é um ato ou conjunto de atos ou manifestações que denotam desrespeito, rejeição ou desprezo à dignidade, características, convicções ou opiniões de pessoas por serem diferentes ou contrárias. Pode manifestar-se como a marginalização e a exclusão de grupos em condições de vulnerabilidade da participação em qualquer esfera da vida pública ou privada ou como violência contra esses grupos. • Mecanismos de Fiscalização do TIDH: o denúncia à Comissão; § titulares ativos: pessoa e organizações não-governamentais; § é necessário ato específico de ratificação da competência da Comissão para recebimento de denúncias; o competência da Corte para julgar questões referente à Convenção; o constituição do Comitê Interamericano. Proteção Interna # Combate ao Racismo # Constituição Federal Art. 3º, IV: Art. 3° Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil: (…). IV Promover o bem-estar de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação. Art. 4º, II e VIII; Art. 4° – A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes princípios: II – prevalência dos direitos humanos; COMBATE À DISCRIMINAÇÃO RACIAL vertente punitiva tipificação de crime para o racismo vertente promocional prescrição e políticas públicas específicas 22 73 VIII – repudio ao terrorismo e ao racismo; Art. 5º, XLI e XLII: mandado constitucional de criminalização do racismo Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo- se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: XLI - a lei punirá qualquer discriminação atentatória dos direitos e liberdades fundamentais; XLII - a prática do racismo constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei; • A relação entre Direito Penal e Direitos Humanos é vista pela faceta do conflito. • Os direitos dos indivíduos impõem limites materiais e formais ao direito penal e à persecução criminal (investigação, processo e execução penal). • restriçõesà aplicação da lei penal (princípio da legalidade estrita, presunção de inocência e o in dubio pro reo, irretroatividade da lei gravosa e retroatividade da lei benigna etc.), garantias processuais 14(princípio do juízo natural, vedação do tribunal de exceção, atenção ao devido processo legal penal, legalidade e legitimidade das provas etc.) e ainda condicionamentos da execução penal (vedação de penas cruéis e desumanas, individualização da pena e direitos do sentenciado etc.). • Os mandados de criminalização propugnam por uma faceta amistosa entre esses ramos jurídicos. • É o Direito Penal atendendo a função social. • Os mandatos constitucionais de criminalização atuam como limitações à liberdade de configuração do legislador penal e impõem a instituição de um sistema de proteção por meio de normas penais (...) Outras vezes cogita-se mesmo de mandatos de criminalização implícitos, tendo em vista uma ordem de valores estabelecida pela Constituição. Assim, levando-se em conta o dever de proteção e a proibição de uma proteção deficiente ou insuficiente (untermassverbot), cumpriria ao legislador estatuir o sistema de proteção constitucional penal adequado. (ADI nº 3112/DF). • Ao mesmo tempo em que o Estado não pode se exceder no campo penal (proibição do excesso ou Übermassverbot), também não pode se omitir ou agir de modo insuficiente (proibição da insuficiência ou Untermassverbot). # Relacionamento entre Direitos Humanos e o Direito Penal • Os TIDHs se preocupam com a punição penal dos autores de violações a direitos humanos. • Declaração e Programa de Ação da Conferência Mundial de Viena (1993) implantou, em definitivo, o dever dos Estados de punir criminalmente os autores de graves violações de direitos humanos para que seja consolidado o Estado de Direito. 23 73 • A tipificação penal é tida como essencial para que se realize o efeito dissuasório ou preventivo contra a conduta atacada. • VERTENTE REPRESSIVO-PUNITIVA. • DECORRE DO CONTEXTO DA 2GM. • o medo de uma punição penal faz com que se evite a repetição por parte do autor da conduta (prevenção específica) e ainda se evite sua multiplicação por parte dos demais membros da coletividade (prevenção geral). • Assim, na esteira de ser o direito penal um instrumento de ultima ratio invocado para proteger os bens jurídicos essenciais, justifica-se o uso da sanção penal para proteger os direitos fundamentais. • Exemplos: o Convenção para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio à exige a criminalização do genocídio; o Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes à exige a tipificação da tortura o Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial à obriga a criminalização da discriminação racial; o Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher à obriga a criminalização da violência contra a mulher. # Constituição Federal Art. 7º, XXX: Art. 7°, XXX – proibição de diferença de salários, de exercício de funções e de critério de admissão por motivo de sexo, idade, cor ou estado civil; Art. 215, §§ 1º e 5º Art. 215. § 1°- O Estado protegera as manifestações das culturas populares, indígenas e afro-brasileiras, e das de outros grupos participantes do processo civilizatório nacional. Art. 216. § 5° – Ficam tombados todos os documentos e os sítios detentores de reminiscências históricas dos antigos quilombos. Art. 68, ADCT: Art. 68 – Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras e reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. # Estatuto da Igualdade Racial # Objetivos do EIR 24 73 Art. 1o Esta Lei institui o Estatuto da Igualdade Racial, destinado a garantir à população negra a efetivação da igualdade de oportunidades, a defesa dos direitos étnicos individuais, coletivos e difusos e o combate à discriminação e às demais formas de intolerância étnica. • O importante é que você saiba que a tutela dos direitos étnicos abrange: o direitos individuais de um negro especificamente considerado; o direitos difusos da comunidade negra; o direitos coletivos (em sentido estrito) de determinado grupo de pessoas negras ligadas por uma relação jurídica entre si. # Conceitos • discriminação racional ou étnico racial: constitui toda forma de distinção baseada em fatores étnicos ou de descendência que impliquem na anulação ou restrição dos seus direitos humanos. • desigualdade racial: diferenciação injustificada no acesso e fruição de bens, serviços e oportunidade em razão de fatores étnicos ou de descendência. • desigualdade de gênero e raça: constatação do fosso entre as mulheres negras e demais segmentos da sociedade. • população negra: conjunto de pessoas que se declaram negas ou pardas segundo o IBGE. • políticas públicas: ações, iniciativas e programas adotados pelo Poder Público voltado para a efetivação de direitos humanos, no âmbito de suas prerrogativas institucionais. # Racismo Estrutural • 1) Racismo sob a concepção individualista: o racismo é compreendido como um comportamento de indivíduos ou grupos que agem por motivações psicológicas ou desvios éticos, consistindo em uma "irracionalidade" ou "patologia" comportamental. o Silvio Luiz de Almeida na sua obra "Racismo Estrutural": Os ataques racistas se dão, em sua maioria, de forma direta. O combate a esse tipo de racismo se daria por meio da responsabilização jurídica e condenação moral dos racistas. Crítica: visão limitada do racismo à esfera individual, visão legalista, pouco efetiva para o combate ao racismo. OBJETIVOS DO EIR efetivação da igualdade de oportunidades aos negros defesa de direito étnicos combate à discriminação e intolerância racial 25 73 • 2) Racismo sob a concepção institucional: o racismo constitui uma relação de poder desigual entre grupos raciais. o O termo "racismo institucional" foi usado pela primeira vez no livro Black Power: Politics of Liberation in America, de Charles V. Hamilton e Kwame Ture. Sob essa concepção, o racismo opera, em regra, de forma indireta, através das instituições que são hegemonizadas por grupos raciais que impõem os seus padrões, com o privilégio de determinados grupos raciais no acesso a cargos de liderança, cargos públicos, postos de poder, acesso a saúde, educação. As instituições reproduzem o racismo e carregam internamente a luta de grupos sociais. • 3) Racismo sob a concepção estrutural: o racismo é parte da estrutura social. A ordem social tem o racismo como um de seus elementos estruturantes. Em virtude disso, a atuação meramente inerte ou "normal" das instituições resulta em práticas racistas, pois as instituições reproduzem a ordem social racista. o Comportamentos individuais e institucionais derivam da sociedade em que o racismo é a regra e não a exceção. Dessa forma, as instituições e os indivíduos devem ser antirracistas para se combater o racismo. Exige-se uma atuação efetiva. O racismo estrutural pode ser desdobrado em processo político e processo histórico. "Consciente de que o racismo é parte da estrutura social e, por isso, não necessita de intenção para se manifestar, por mais que calar-se diante do racismo não faça do indivíduo moral e/ou juridicamente culpado ou responsável, certamente o silêncio o torna ética e politicamente responsável pela manutenção do racismo". o SILÊNCIO MANTÉM O RACISMO # Responsabilidade Tripartite • EIR É DIRETRIZ POLÍTICO-JURÍDICA PARA o inclusão de vítimas de desigualdade étnico-racial o valorização da igualdade étnica o fortalecimento da identificada nacional brasileira # Constitucionalidade das Cotas DEVER do Estado e da sociedade Igualdade de participação na comunidade. Respeito à dignidade. Respeito à religião e cultura próprios. 26 73 • Estabelecer um ambiente acadêmico plural e diversificado,superando a pouca diversidade racial do ensino superior público e, com isso, eliminando distorções sociais historicamente consolidadas. • Há dois critérios utilizados comumente: a autoidentificação e a heteroidentificação (identificação feita por terceiros). • Cota deve ser proporcional e razoável, reservando-se as vagas em número adequado, apto a não excluir em demasia os demais membros da comunidade não abrangidos no critério de seleção. • ADPF 186 (cotas nas universidades) • ADI 3330 (cotas no prouni) • ADC 41 (cotas no serviço público) • AUTO E HETERO SÃO CONSTITUCIONAIS # Acesso à Terra Art. 32. O Poder Executivo federal elaborará e desenvolverá políticas públicas especiais voltadas para o desenvolvimento sustentável dos remanescentes das comunidades dos quilombos, respeitando as tradições de proteção ambiental das comunidades. Art. 68. Aos remanescentes das comunidades dos quilombos que estejam ocupando suas terras é reconhecida a propriedade definitiva, devendo o Estado emitir-lhes os títulos respectivos. # Quilombolas • "Os quilombolas são membros de comunidade tradicional, com identidade, costumes e usos próprios, composta por descendentes de escravos e que mantém a tradição de união gerada pela resistência à sociedade envolvente, que, à época da constituição dos quilombos, representava a opressão e a perda da liberdade." (André Carvalho Ramos). • Para caracterizar um quilombo: o Passado histórico de resistência à opressão racial o Cultura própria o Relação especial com a terra (territorialidade) o Autoatribuição • No que diz respeito ao primeiro elemento, deve ser verificado se a comunidade é marcada por uma trajetória histórica específica, relacionada à resistência e opressão contra os negros. • Ademais, é fundamental que essa comunidade possua traços culturais próprios, como modos de criar, fazer e viver peculiares. • No que diz respeito à territorialidade, traço distintivo dessas comunidades, é a existência de uma relação próxima do quilombo com a terra, para além do aspecto meramente econômico do imóvel. • Finalmente, no que atine à auto-atribuição, refere-se à percepção dos integrantes da comunidade têm em relação à própria identidade étnica. Vale dizer, reconhecem-se como uma comunidade quilombola, nos termos que definimos acima. 27 73 # STF x Congresso Nacional x Presidente • ADI 3.239/DF • Em 2023, o STF derrubou a possibilidade de fixação de uma data limite para a regularização fundiária de territórios ocupados por remanescentes de comunidades quilombolas. TANTO ANTES, COMO DEPOIS. • Lei 14.701/2023: regulamenta o reconhecimento, a demarcação, o uso e a gestão de terras indígenas. • Para serem consideradas terras ocupadas tradicionalmente deverá ser comprovado objetivamente que, na data de promulgação da Constituição, eram, ao mesmo tempo, habitadas em caráter permanente, usadas para atividades produtivas e necessárias à preservação dos recursos ambientais e à reprodução física e cultural. o proibição de ampliar terras indígenas já demarcadas; o adequação dos processos administrativos de demarcação ainda não concluídos às novas regras; e o nulidade da demarcação que não atenda a essas regras. • PRESIDENTE VETOU • CONGRESSO DEBURROU o para serem consideradas terras ocupadas tradicionalmente deverá ser comprovado objetivamente que, na data de promulgação da Constituição, eram, ao mesmo tempo, habitadas em caráter permanente, usadas para atividades produtivas e necessárias à preservação dos recursos ambientais e à reprodução física e cultural. o Fonte: Agência Câmara de Notícias • O processo de demarcação de terras indígenas no Brasil funciona da seguinte forma: o O Ministro da Justiça tem 30 dias para declarar os limites da área e determinar sua demarcação física. o A Funai promove a demarcação física. o O procedimento de demarcação deve ser submetido à presidência da República para homologação por decreto. # Capoeira e Estudo da História geral da África e da História da População Negra no Brasil • História da África/Negro o obrigatório; o ensino fundamental e médio o instituições públicas e privadas • Capoeira o esporte de criação nacional; o facultativo, nas instituições públicas e privadas; o reconhecido como esporte, luta, dança ou música. # Negro nos Meios de Comunicação 28 73 • prática de conferir oportunidades de emprego para atores, figurantes e técnicos negros, sendo vedada toda e qualquer discriminação de natureza política, ideológica, étnica ou artística será adotada: o na produção de filmes e programas; e o peças publicitárias. # Lei Caó • A Lei Caó, também conhecida como Lei 7.716/89, foi assinada em 5 de janeiro de 1989 pelo então presidente José Sarney. A lei define como crime o ato de praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. A pena de reclusão pode chegar a cinco anos. • A Lei Caó resultou da aprovação pelo Congresso Nacional do Projeto de Lei nº 52, apresentado em 1988, pelo advogado, jornalista e ex-deputado federal Carlos Alberto Oliveira dos Santos, o Caó. O ex-parlamentar, falecido em fevereiro de 2018, foi militante do movimento negro e jornalista, tendo participado, inclusive, da Assembleia Constituinte que redigiu a CF/88. • Até 1989, atos de discriminação racial eram tratados no Brasil como contravenções penais passíveis de prisão simples (três meses a um ano) e multa. • A Lei Caó resultou da aprovação pelo Congresso Nacional do Projeto de Lei nº 52, apresentado em 1988, pelo advogado, jornalista e ex-deputado federal Carlos Alberto Oliveira dos Santos, o Caó. O ex-parlamentar, falecido em fevereiro de 2018, foi militante do movimento negro e jornalista, tendo participado, inclusive, da Assembleia Constituinte que redigiu a CF/88. # Objetivo da Norma • punir crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional; • se praticados por servidor público: perda do cargo público (efeito secundário e automático da condenação transitada em julgado). # Tipos Penais • Impedir ou obstar acesso a cargo da Administração Pública Direta ou Indireta em razão de discriminação (reclusão de 2 a 5 anos); • Negar ou obstar emprego em empresa privada, não conceder equipamentos de EPIs em igualdade de condições, impedir o progresso na carreira ou benefício profissional ou proporcionar condições diferenciadas de trabalho (reclusão de 2 a 5 anos) • Anúncios de emprego discriminatórios ou preconceituosos (multa + PSC) • Recusar acesso ou atendimento a estabelecimento comercial (reclusão de 1 a 3 anos); • Recursar, negar ou impedir inscrição ou acesso em escola, pública ou privada (reclusão de 3 a 5 anos) 29 73 o se praticada contra menor de 18 anos � pena agravada em 1/3 • Impedir ou recursar hospedagem em hotel (reclusão de 3 a 5 anos) • Impedir ou recusar acesso a restaurantes e “assemelhados” (reclusão de 1 a 3 anos) • Impedir ou recusar atendimento em estabelecimento esportivo ou locais de diversão (reclusão de 1 a 3 anos) • Impedir ou recusar acesso a cabelereiros ou barbearias e “assemelhados” (reclusão de 1 a 3 anos) • Impedir ou acesso a entradas sociais de prédios públicos ou privados (reclusão de 1 a 3 anos) • Impedir o acesso ou uso de transporte público (reclusão de 1 a 3 anos) • Impedir ou obstar o acesso às Forças Armadas (reclusão de 2 a 4 anos); • Impedir ou obstar o casamento ou convivência familiar e social (reclusão de 2 a 4 anos); • Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito (reclusão de 1 a 3 anos + multa) o se praticado nos meios de comunicação social ou decorrer de publicação em redes sociais, rede mundial de computadores ou publicação de qualquer natureza (reclusão de 2 a 5 anos + multa) o Se praticado no contexto de atividades esportivas, religiosas, artísticas ou culturais destinadas ao público (reclusãode 2 a 5 anos + e proibição de frequência, por 3 (três) anos, a locais destinados a práticas esportivas, artísticas ou culturais) • Obstar, impedir ou empregar violência contra quaisquer manifestações ou práticas religiosas (reclusão de 1 a 3 anos + multa) – sem prejuízo da pena pela violência. • Veicular propaganda que utilize a suástica, símbolo nazista (reclusão de 2 a 5 anos e multa) # Injúria Racial # Tipos Penais • 1º tipo: praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional (reclusão de um a três anos e multa) o Se qualquer cometido por intermédio dos meios de comunicação social ou publicação de qualquer natureza a pena será agravada para reclusão de dois a cinco anos e multa. • 2º tipo: fabricar, comercializar, distribuir ou veicular símbolos, emblemas, ornamentos, distintivos ou propaganda que utilizem a cruz suástica ou gamada, para fins de divulgação do nazismo (reclusão de dois a cinco anos e multa) • Além disso, como medida preventiva a fim de eliminar os reduzir os efeitos da violação ao bem jurídico relevante, o magistrado poderá, após ouvir o Ministério Público, determinar: o o recolhimento imediato ou a busca e apreensão dos exemplares do material; e o a cessação das transmissões radiofônicas ou televisiva violadoras. # Injúria Racial • Injúria: ofender a dignidade de alguém; 30 73 • Racial: utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência. • DIFERENÇA ENTRE RACISMO E INJÚRIA: O que diferencia os crimes é o direcionamento da conduta, enquanto que na injúria racial a ofensa é direcionada a um indivíduo especifico, no crime de racismo, a ofensa é contra uma coletividade, por exemplo, toda uma raça, não há especificação do ofendido. # Código Penal - Injúria Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena: I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria; II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria. § 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes: Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência. § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997) DESAFIOS SOCIOPOLÍTICOS DA INCLUSÃO DE GRUPOS VULNERABILIZADOS: CRIANÇAS E ADOLESCENTES # Doutrina da Situação Irregular x Proteção Integral # Sit. Irregular X Prot. Integral http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/L10.741.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L9459.htm 31 73 # Regras Constitucionais # Previsão Constitucional CAPÍTULO VII Da Família, da Criança, do Adolescente, do Jovem e do Idoso (Redação dada Pela Emenda Constitucional nº 65, de 2010) arts. 226 a 230 # Art. 227, CF Art. 227. É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade e opressão. § 3º O direito a proteção especial abrangerá os seguintes aspectos: I - idade mínima de quatorze anos para admissão ao trabalho, observado o disposto no art. 7º, XXXIII; II - garantia de direitos previdenciários e trabalhistas; III - garantia de acesso do trabalhador adolescente e jovem à escola; ASPECTO doutrinário caráter fundamento centralidade local competência executória decisório institucional organização gestão 32 73 IV - garantia de pleno e formal conhecimento da atribuição de ato infracional, igualdade na relação processual e defesa técnica por profissional habilitado, segundo dispuser a legislação tutelar específica; V - obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade e respeito à condição peculiar de pessoa em desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida privativa da liberdade; VI - estímulo do Poder Público, através de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios, nos termos da lei, ao acolhimento, sob a forma de guarda, de criança ou adolescente órfão ou abandonado; VII - programas de prevenção e atendimento especializado à criança, ao adolescente e ao jovem dependente de entorpecentes e drogas afins. § 4º A lei punirá severamente o abuso, a violência e a exploração sexual da criança e do adolescente. § 5º A adoção será assistida pelo Poder Público, na forma da lei, que estabelecerá casos e condições de sua efetivação por parte de estrangeiros. § 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação. § 7º No atendimento dos direitos da criança e do adolescente levar-se- á em consideração o disposto no art. 204. Art. 228. São penalmente inimputáveis os menores de dezoito anos, sujeitos às normas da legislação especial. Art. 229. Os pais têm o dever de assistir, criar e educar os filhos menores, e os filhos maiores têm o dever de ajudar e amparar os pais na velhice, carência ou enfermidade. # Proteção Internacional # Declaração Universal dos Direitos das Crianças 10 princípios • Direito à igualdade, sem distinção de raça religião ou nacionalidade. • Direito a especial proteção para o seu desenvolvimento físico, mental moral, espiritual e social, de forma sadia e normal e em condições de liberdade e dignidade. • Direito a um nome e a uma nacionalidade. • Direito à alimentação, moradia e assistência médica adequadas para a criança e a mãe. 33 73 • Direito à educação e a cuidados especiais para a criança física ou mentalmente deficiente. • Direito ao amor e à compreensão por parte dos pais e da sociedade. • Direito à educação gratuita e ao lazer infantil. • Direito a ser socorrido em primeiro lugar, em caso de catástrofes. • Direito a ser protegido contra o abandono e a exploração no trabalho. • Direito a crescer dentro de um espírito de solidariedade, compreensão, amizade e justiça entre os povos. # Convenção Internacional sobre Direito das Crianças • norma supralegal; • criança: menor de 18 anos; • base: princípio da proteção e do maior interesse da criança; # Regras Mínimas da ONU para a Proteção de Jovens Privados de Liberdade • softlaw; • perspectiva: o respeitar os direitos; o garantir a segurança; o promover o bem-estar físico e mental dos adolescentes. # Regras Mínimas da ONU para Administração da Justiça da Infância e Juventude • softlaw; • Regras Beijing • respeito aos direitos das crianças e adolescente envolvidos na prática de atos infracionais # Diretrizes das Nações Unidas para a Prevenção da Delinquência Infantil • softlaw; • Diretrizes de Riad; • política pública # ECA 34 73 # Princípio da Prioridade Absoluta • O princípio da prioridade absoluta está previsto tanto na Constituição como no ECA e, de acordo com ele, constitui dever da família, da sociedade e do Estado em ação conjunta assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração,violência, crueldade e opressão. • Em síntese, o princípio enuncia que “à frente dos adultos, estão as crianças e adolescentes”. Assim, havendo conflito de interesses deve prevalecer o interesse da criança ou adolescente. • Em face disso, o ECA traz exemplos de como realizar o princípio da prioridade absoluta. Vejamos: o primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias. o precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública. o preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas. o destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. • O ECA também prevê que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder público assegurar, com absoluta prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida, à saúde, à alim entação, à educação, ao esporte, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária. A garantia de prioridade compreende: o primazia de receber proteção e socorro em quaisquer circunstâncias; o precedência de atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública; o preferência na formulação e na execução das políticas sociais públicas; o destinação privilegiada de recursos públicos nas áreas relacionadas com a proteção à infância e à juventude. 35 73 NUCCI, Guilherme. Estatuto da Criança e do Adolescente Comentado. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2014, versão eletrônica. # Prisão Domiciliar • Recentemente, o STJ tem decidido que as mães que estão cumprindo pena privativa de liberdade de forma preventiva ou cautelar cujos filhos sejam menores de 12 anos devem ter sua prisão convertida em prisão domiciliar de forma geral, salvo em casos excepcionais e com a devida fundamentação específica. • Ainda, diante do julgamento de dois HCs coletivos no STF concedendo a prisão domiciliar para gestantes, puérperas, mães de crianças e mães de pessoas com deficiência, o CNJ editou a Resolução nº369/2021, que traz as diretrizes para a substituição das medidas de privação de liberdade. # Primeira Infância • manter registro das atividades desenvolvidas, através de prontuários individuais, pelo prazo de 18 anos; DI RE IT O S FU N DA M EN TA IS direito à vida e à saúde arts. 7º ao 14 direito à liberdade, ao respeito e à dignidade arts. 15 ao 18-B direito à convivência familiar e comunitária arts. 19 ao 52-C direito à educação, à cultura, ao esporte e ao lazer arts. 53 ao 59 direito à profissionalização e à proteção no trabalho arts. 60 ao 69 36 73 • identificar o recém-nascido mediante o registro de sua impressão plantar e digital e da impressão digital da mãe, sem prejuízo de outras formas normatizadas pela autoridade administrativa competente; • proceder a exames visando ao diagnóstico e terapêutica de anormalidades no metabolismo do recém-nascido, bem como prestar orientação aos pais; • fornecer declaração de nascimento onde constem necessariamente as intercorrências do parto e do desenvolvimento do neonato; • manter alojamento conjunto, possibilitando ao neonato a permanência junto à mãe. • acompanhar a prática do processo de amamentação, prestando orientações quanto à técnica adequada, enquanto a mãe permanecer na unidade hospitalar, utilizando o corpo técnico já existente. # Castigo Físico, Tratamento Cruel ou Degradante # Ensino Domiciliar • 1. A educação é um direito fundamental relacionado à dignidade da pessoa humana e à própria cidadania, pois exerce dupla função: de um lado, qualifica a comunidade como um todo, tornando-a esclarecida, politizada, desenvolvida (CIDADANIA); de outro, dignifica o indivíduo, verdadeiro titular desse direito subjetivo fundamental (DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA). No caso da educação básica obrigatória (CF, art. 208, I), os titulares desse direito indisponível à educação são as crianças e adolescentes em idade escolar. • 2. É dever da família, sociedade e Estado assegurar à criança, ao adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, a educação. A Constituição Federal consagrou o dever de solidariedade entre a família e o Estado como núcleo principal à formação educacional das crianças, jovens e adolescentes com a dupla finalidade de defesa integral dos direitos das crianças e dos adolescentes e sua formação em cidadania, para que o Brasil possa vencer o VEDADO! castigo físico: ação disciplinar/punitiva com o uso da força física que resulte em: sofrimento físico; ou lesão tratamento cruel e degradante: conduta ou forma cruel de tratamento em relação à criança ou ao adolescente que: humilhe ameace gravemente ridicularize 37 73 grande desafio de uma educação melhor para as novas gerações, imprescindível para os países que se querem ver desenvolvidos. • 3. A Constituição Federal não veda de forma absoluta o ensino domiciliar, mas proíbe qualquer de suas espécies que não respeite o dever de solidariedade entre a família e o Estado como núcleo principal à formação educacional das crianças, jovens e adolescentes. São inconstitucionais, portanto, as espécies de unschooling radical (desescolarização radical), unschooling moderado (desescolarização moderada) e homeschooling puro, em qualquer de suas variações. • 4. O ensino domiciliar não é um direito público subjetivo do aluno ou de sua família, porém não é vedada constitucionalmente sua criação por meio de lei federal, editada pelo Congresso Nacional, na modalidade “utilitarista” ou “por conveniência circunstancial”, desde que se cumpra a obrigatoriedade, de 4 a 17 anos, e se respeite o dever solidário Família/Estado, o núcleo básico de matérias acadêmicas, a supervisão, avaliação e fiscalização pelo Poder Público; bem como as demais previsões impostas diretamente pelo texto constitucional, inclusive no tocante às finalidades e objetivos do ensino; em especial, evitar a evasão escolar e garantir a socialização do indivíduo, por meio de ampla convivência familiar e comunitária (CF, art. 227). • 5. Recurso extraordinário desprovido, com a fixação da seguinte tese (TEMA 822): “Não existe direito público subjetivo do aluno ou de sua família ao ensino domiciliar, inexistente na legislação brasileira”. • (RE 888815, Relator(a): Min. ROBERTO BARROSO, Relator(a) p/ Acórdão: Min. ALEXANDRE DE MORAES, Tribunal Pleno, julgado em 12/09/2018, PROCESSO ELETRÔNICO DJe-055 DIVULG 20-03-2019 PUBLIC 21-03-2019) # Acolhimento Institucional INTERNAÇÃO: 6 meses # Apadrinhamento O ACOLHIMENTO INSTITUCIONAL SERÁ avaliado a cada três meses (não mais que 18 meses) por intermédio de relatórios interdisciplinares decide-se pela reintegração, manutenção do acolhimento (institucional ou em família acolhedora) ou colocação em família substituta 38 73 § 1º O apadrinhamento consiste em estabelecer e proporcionar à criança e ao adolescente vínculos externos à instituição para fins de convivência familiar e comunitária e colaboração com o seu desenvolvimento nos aspectos social, moral, físico, cognitivo, educacional e financeiro. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 2º Podem ser padrinhos ou madrinhas pessoas maiores de 18 (dezoito) anos não inscritas nos cadastros de adoção, desde que cumpram os requisitos exigidos pelo programa de apadrinhamento de que fazem parte. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 3º Pessoas jurídicas podem apadrinhar criança ou adolescente a fim de colaborar para o seu desenvolvimento. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017). § 4º O perfil da criança ou do adolescente a ser apadrinhado será definido no âmbito de cada programa de apadrinhamento, com prioridade para crianças ou adolescentes com remota possibilidade de reinserção familiar ou colocação em família adotiva. (Incluído pela Leinº 13.509, de 2017) § 5º Os programas ou serviços de apadrinhamento apoiados pela Justiça da Infância e da Juventude poderão ser executados por órgãos públicos ou por organizações da sociedade civil. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017) § 6º Se ocorrer violação das regras de apadrinhamento, os responsáveis pelo programa e pelos serviços de acolhimento deverão imediatamente notificar a autoridade judiciária competente. (Incluído pela Lei nº 13.509, de 2017). # Famílias • Não altera o poder familiar. • Coexistente com o poder familiar. Ordem de Excepcionalidade 1º. Família natural 2º. Família extensa 3º. Família substituta composta por parentes 4º. Família substituta composta por não parentes Adoção nacional; Adoção internacional por brasileiros; Adoção internacional por estrangeiros. 39 73 • Ato formal que depende de autorização judicial (ainda que consensual) • Pode ser utilizada como: o medida protetiva (omissão, negligência, falta, abuso) o para colocação em família extensa ou substituta # Espécies # PROVISÓRIA: • No curso do processo de guarda; • Em tutelas e adoção • (entre 30 e 90 dias) • mediante termo de responsabilidade É instrumental (regularizar uma situação de fato) # DEFINITIVA: • Para ações apenas de guarda (para colocação em família extensa, por exemplo, criança sob responsabilidade de avós/irmaõs mais velhos). • Expressão criticada (é característica da guarda a provisoriedade) • Guarda derivada: guarda no bojo do processo de tutela • Guarda excepcional: falta eventual dos pais (irmão para assinar contrato de emprego de pais que passam temporada no exterior) o prestação material, moral e educacional, de modo que a criança/adolescente passa ser considerado dependente para todos os fins (inclusive previdenciários); o não depende de destituição dos pais biológicos; o provisória; o direito de se opor a terceiros, inclusive em relação aos pais biológicos; o manutenção do direito de visitação; o medida protetiva para auxiliar nos cuidados da criança/adolescente, bem como do seu patrimônio; o visa suprir carência de representação legal em razão da ausência dos pais; o pressupõe a extinção ou perda do poder familiar. # Direito à Educação • direito fundamental (obrigatório e gratuito), ensino médio (progressiva obrigatoriedade e gratuidade) no ECA; • atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino; • atendimento em creche e pré-escola às crianças de zero a cinco anos de idade; • oferta de ensino noturno regular, adequado às condições do adolescente trabalhador. 40 73 Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio 0 a 5 anos inicia-se aos 6 duração de nove anos duração de três anos obrigatórios e gratuitos • educação básica: infantil, fundamental e médio • educação superior • ATUAÇÃO PRIORITÁRIA • MUNICÍPIO • infantil • fundamental • ESTADOS • fundamental • médio • UNIÃO • superior • assistência técnica e financeira aos Estados e Municípios • LEI Nº 9.394, DE 20 DE DEZEMBRO DE 1996. – LDB. # Reserva do Possível na Educação • limitação dos recursos disponíveis diante das necessidades infinitas a serem supridas; • impossibilitum nulla obligatio est (obrigação impossível não pode ser exigida). ARGUMENTO ÚLTIMO ITEM: A ATUAÇÃO DO ADMINISTRADOR É A VONTADE DA MAIORIA REVELADA (assim, se determinado Prefeito prefere dispor dos recursos para atender a festividades ao invés da educação escolar, estaria atendendo à vontade da maioria). mínimo existencial não é sinônimo de sobrevivência (envolve condições socioculturais que garantam vida digna). # Ensino Domiciliar “educação deve ser trata pelo Estado com absoluta prioridade” (AgRg no AREsp 790.767, DJe 14/12/2015) insuficiência orçamentária para atividades prioritárias: a real insuficiência para atendimento do mínimo existencial requer demonstração com dados orçamentários e contábeis (AgRg no AREsp 790.767, DJe 14/12/2015). 41 73 # Direito à Profissionalização e Proteção no Mercado de Trabalho • aprendizagem: MENOR DE 14 não se admite o trabalho de forma alguma A PARTIR DOS 14 admite-se o trabalho na condição de aprendiz A PARTIR DOS 16 admite-se o trabalho, exceto precário A PARTIR DOS 18 não há restrição ao trabalho legal, ainda que noturno, perigoso ou insalubre VE DA -S E O T RA BA LH O noturno, realizado entre as vinte e duas horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte perigoso, insalubre ou penoso realizado em locais prejudiciais à sua formação e ao seu desenvolvimento físico, psíquico, moral e social realizado em horários e locais que não permitam a frequência à escola 42 73 • trabalho educativo: # Prevenção Geral e Especial • Proibida a venda à criança ou ao adolescente o armas, munições e explosivos. o bebidas alcoólicas. o produto que possa dependência física ou psíquica o fogos de estampido e de artifício (exceto, reduzido potencial) o revistas e publicações inadequadas. o bilhetes lotéricos e equivalentes. Art. 82. É proibida a hospedagem de criança ou adolescente em hotel, motel, pensão ou estabelecimento congênere, salvo se autorizado ou acompanhado pelos pais ou responsável. # Autorização para Viajar (Em território nacional) (p/ criança e adolescente menor de 16 anos) q regra: § pais e responsáveis. autorização judicial (válida por dois anos) # Autorização para Viajar (Em território nacional) • exceção: o translado de comarca contígua à da residência da criança, na mesma unidade da Federação, ou incluída na mesma região metropolitana. o acompanhada de ascendente ou colateral maior, até o terceiro grau, comprovado documentalmente o parentesco. PRINCÍPIOS garantia de acesso e frequência obrigatória ao ensino regular atividade compatível com o desenvolvimento do adolescente horário especial para o exercício das atividades 43 73 o acompanhada de pessoa maior, expressamente autorizada pelo pai, mãe ou responsável. # Autorização para Viajar (exterior) (criança + adolescente) • regra: o autorização judicial; o acompanhado de ambos os cônjuges ou responsáveis legais • exceção: o acompanhado de um deles, autorizado expressamente pelo outro (com firma reconhecida) o e se o outro não autorizar? ação de suprimento judicial para viagem internacional. # Medidas de Proteção • encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade. • orientação, apoio e acompanhamento temporários. • matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental. • inclusão em serviços e programas oficiais ou comunitários de proteção, apoio e promoção da família, da criança e do adolescente. • requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial. • inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e toxicômanos. • acolhimento institucional. • inclusão em programa de acolhimento familiar. • colocação em família substituta. # Ato Infracional 44 73 • Conduta prevista como crime ou contravenção penal quando praticada por criança ou adolescente. • A privação de liberdade é excepcional. Logo, somente poderá ocorrer em caso de flagrante de ato infracional ou decisão escrita e fundamentada da autoridade judiciária. • Ao ser apreendido, o adolescente tem direito de conhecer a identificação dos responsáveis por sua apreensão e deve ser informado quanto aos seus direitos. • A apreensão deve ser comunicada imediatamente a autoridade judiciária e a família (ou pessoa indicada pelo adolescente). Inclusive, Examinar-se-á, desde logo e sob pena de responsabilidade, a possibilidade de liberação
Compartilhar