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Aspectos laboratoriais – 3º ciclo – 4º P Marcadores bioquímicos de lesão cardíaca Infarto agudo do miocárdio: é a necrose da célula miocárdica resultante por causa da oferta inadequada de O2 ao músculo cardíaco. A princípio ocorre uma isquemia, e se ela for grave e prolongada infarto. · Ocorre após o processo de isquemia grave e prolongada. · A extensão e gravidade dele vão depender de vários fatores como: artéria obstruída, exigência de O2 do tecido suprido por aquela artéria. De modo geral, o diagnóstico do infarto agudo, segundo a OMS, precisa de uma tríade clássica, sendo: 1. Dor no peito; 2. Alterações eletrocardiográficas, especialmente no segmento ST e na onda Q; 3. Elevações de marcadores bioquímicos cardio- específicos; Os marcadores da lesão miocárdica são macromoléculas intracelulares liberadas depois que a gente tem a lesão da membrana do sarcolema, miócitos, ou seja, após a necrose tecidual. A velocidade com que esses marcadores são liberados para o plasma vai depender de alguns fatores: · Se for uma molécula nuclear, demora mais pra ser liberada; · Depende da localização da molécula dentro da célula; · Depende do peso molecular; · Depende de alterações individuais, ou seja, pessoas podem ter padrão diferente de liberação dessas macromoléculas. Os marcadores mais utilizados na investigação do infarto é a creatinoquinase fração MB (CK-MB); troponinas I e T (padrão ouro); e mioglobina. Após a instalação do sintoma do infarto, na maioria dos pacientes ocorre um período durante o qual é possível detectar a elevação desses marcadores/ enzimas. Essas enzimas são liberadas pelo tecido miocárdico lesado e são liberadas depois de um tempo. Essa relação temporal é muito particular pra cada enzima, tendo cada uma, um perfil próprio de início de liberação após lesão, de pico, e de estabilização. *Modelo típico de liberação. Aqui, se vê que a troponina I tem um padrão mais tardio de liberação em comparação com outros marcadores de lesão bioquímica. De modo geral, essas enzimas se elevam na ocorrência do infarto e estão dentro do valor de referência na ausência do mesmo. Creatinoquinase MB (CK-MB) - CK- total é uma enzima reguladora da produção e do uso do fosfato de alta energia nos tecidos contráteis. - CK- total tem uma baixa especificidade para lesões do mm cardíaco por ter essas subunidades não específicas. - Tem 2 subunidades: B (brain) e M (muscle); que se combinam para formar 3 isoformas de creatinoquinase CK BB; CK MM; CK MB (músculo cardíaco). · CK MB: se encontra no músculo cardíaco, tendo melhor especificidade para lesões cardíacas. Pode ser avaliada de 2 formas: 1. CK MB Atividade: avaliação da atividade enzimática da enzima pegando somente a forma ativa. O miocárdio contém uma atividade expressiva de CK MB, que se eleva após um infarto. · Padrão de liberação: após inicio do sintoma do infarto ela começa a ser liberada pela célula de 4 a 6h pós inicio dos sintomas. · Pico de liberação: 18 a 24h. · Estabiliza: entre 48 e 72h. · Alguns estudos apontam que após 12h do início do quadro clinico, a CK MB Atividade pode chegar a uma sensibilidade de quase 100% no diagnóstico. · O aumento dessa interação não é específico para infarto, mas provavelmente reflete algum grau de lesão isquêmica cardíaca. Sendo ela existente em cardiopatias, traumatismos e cirurgias cardíacas, por exemplo. · Sua especificidade pode aumentar se associada a outros marcadores bioquímicos. 2. CK MB Massa: avalia a concentração da enzima, sendo possível detectar tanto a enzima ativa quanto a inativa. · Essa concentração começa a ser liberada/ aumentar no plasma de 3 a 6h após inicio dos sintomas. · Pico: entre 16 e 24h · Estabiliza: 48 a 72h. · A principal limitação do uso dele na avaliação do infarto, é que ele pode se elevar quando se tem uma lesão tecidual em outros músculos não cardíacos como: liso e esquelético. Mioglobina - Proteína citoplasmática, de baixo peso molecular, presente nos mm esquelético e cardíaco. - Uma de suas principais funções: fornecimento de O2 para mitocôndrias. - Auxilia no controle da isquemia tecidual por causa dessa atividade. - Está envolvida na biossíntese de óxido nítrico. - Uma das que se eleva mais rápido após estabelecimento do quadro de sintomas. · Elevação: 1 a 2h · Pico: 6 a 9h · Estabiliza: entre 12 e 24h. - Não tem especificidade muito grande por ser um marcador muito precoce em lesão de miócito. - Possui utilidade na exclusão do diagnóstico do infarto agudo do miocárdio nas primeiras horas após o desconforto no peito. Se a pessoa possui [ ] normais de mioglobina, logo após os primeiros desconfortos, ela é utilizada como diagnóstico de exclusão. Com a mioglobina em valores normais, ela tem valor preditivo negativo de 83 a 98%. - Pode ser liberada nas seguintes condições: exercício intenso; insuficiência renal grave; cirurgia; uso de drogas. Troponina - VR: 0,0 a 0,1 ng/ mL. - Proteína muscular que forma o complexo com a tropomiosina durante a contração do mm. - Regula interação entre actina e miosina no processo de contração muscular. - Possuímos 3 polipeptídeos de troponina que se ligam à tropomiosina (TnT), à actina (TnI) e ao cálcio (TnC). 1. TnC: idêntica tanto no mm esquelético quanto no cardíaco, por isso não é utilizada como marcador de lesão miocárdica. 2. TnT e TnI: são produtos de genes diferentes no miocárdio e no tecido muscular não- cardíaco, e ela tem sequencia de aminoácidos distintos, e isso faz com que elas sejam mais utilizadas na avaliação da lesão no miocárdio. · Possuem maior especificidade para lesão celular miocárdica, elas não definem a natureza da lesão, ou seja, não necessariamente é infarto, sendo outras patologias associadas como: miocardite, insuficiência cardíaca, emoblia pulmonar, arritmias cardíacas. · Quando se tem a lesão do cardiomiócito, existe baixa porcentagem de troponina livre no citoplasma, sendo liberada na corrente em baixa [ ]. · Não são marcadores precoces. · Pico sistêmico de ambas: 12h após lesão. · TnI: permanece elevada até 7 dias após. · TnT: permanece elevada ate 14 dias após. 3. TnI: estudos já demonstraram que ela é encontrada só no coração. Participa de estágios do desenvolvimento neonatal. TnI TnT Internação 45% 25- 65% 2 a 6h 69- 82% 59 a 90% 12h 100% 100% Recomendação: dosagem momento da apresentação e 6 a 9h após a injuria cardíaca. - A Sociedade Brasileira de Cardiologia preconiza que no processo investigativo do infarto, precisa- se utilizar pelo menos 2 marcadores: 1 precoce (mioglobina ou CK MB) e 1 tardio (troponinas – padrão ouro). Razões para a elevação das troponinas: 1. Causas cardíacas coronarianas · Síndromes coronarianas agudas 2. Causas cardíacas não coronarianas · Insuficiência cardíaca agudamente descompensada · Embolia pulmonar · Dissecção de aorta · Taquiarritmias/ bradiarritmias · Perimiocardite · Endocardite infecciosa · Takotsubo · Abalação por radiofrequência · Contusão cardíaca 3. Causas extracardiacas · Choque/ hipotensão · Insuficiência renal · AVC · Atividade física extenuante · Drogas simpaticomiméticas · Sepse · Quimioterapia - O termo “lesão do miocárdio” deve ser utilizado quando se tem aumento das troponinas cardíacas, em especial da troponina I com valores acima da referência. - A lesão aguda é definida quando se tem um aumento ou diminuição muito abrupta dos valores de troponina, junto com as alterações do ECG, especialmente do segmento ST (mais importantes), e os sintomas de isquemia. - A troponina cardíaca, em especial a I, é utilizada para avaliar prognóstico onde há reversão do quadro, e são utilizadas no acompanhamento do paciente com isquemia. - A sensibilidade diagnóstica dos testes tradicionais é mais baixa para o diagnóstico precoce. - Hoje em dia se tem os ensaios ultrassensíveis que conseguem detectar a troponina em [ ] muito baixas: · Para TnI (hs- TnI): sensibilidade na admissão de 90,7% e uma especificidade de 90,2% (+ homogênea). · Para TnT (hs-TnT): sensibilidade na admissão de 84 a 95% e uma especificidade de 80 a 94%. - Esses testes ultrassensíveisauxiliam tanto na confirmação diagnóstica quanto na detecção de pacientes com risco elevado para eventos cardiovasculares por terem uma alta sensibilidade. image1.jpeg