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Didática do Ensino Superior Autor Principal: Coordenação Pedagógica – Instituto INE Autor Colaborador: Dr Ronaldo Antonio Pereira da Silva INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 2 Sumário 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3 2. DEFINIÇÃO ................................................................................................................ 4 3. HISTÓRIA .................................................................................................................. 4 Entre os anos 60 e 80 ................................................................................................. 6 Dos anos 90 até a atualidade ..................................................................................... 8 4. DIDÁTICA E CURRÍCULO ......................................................................................... 8 5. COMÊNIUS- PAI DA DIDÁTICA MODERNA ............................................................. 9 Gravura do próprio Comênio para um de seus livros de texto: aprender brincando. 11 Pedagogia de Comênius ........................................................................................... 12 Fundamentos naturais do método de Comenius: ..................................................... 12 6. FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS .......................................................................... 13 Escola Herbartiana.................................................................................................... 18 A Escola Skinneriana ................................................................................................ 25 Escola Rogeriana ...................................................................................................... 25 Principais ideias ........................................................................................................ 27 Influências no Brasil .................................................................................................. 28 7. O ENSINO UNIVERSITÁRIO NUMA ÓTICA ROGERIANA O NUMA ÓTICA ROGERIANA ............................................................................................................ 28 Pedagogia de Paulo Freire ....................................................................................... 35 8. DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR NOS DIAS DE HOJE ..................................... 38 9. CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 41 10. BIBLIOGRAFIA .................................................................................................. 41 http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 3 1. INTRODUÇÃO Numa aula de trabalho investigativo, distinguem-se, de um modo geral, três etapas fundamentais: a formulação da tarefa, o desenvolvimento do trabalho e o momento de síntese e conclusão final (Chapman, 1997; Christiansen e Walther, 1986; Mason, 1996). No arranque da atividade, o professor procura envolver os alunos no trabalho, propondo-lhes a realização de uma tarefa. Durante a atividade, verifica se eles estão a trabalhar de modo produtivo, formulando questões, representado a informação dada, ensaiando e testando conjecturas e procurando justificá-las. Na fase final, o professor procura saber quais as conclusões a que os alunos chegaram, como as justificam e se tiram implicações interessantes. O professor tem de manter um diálogo com os alunos enquanto eles vão trabalhando na tarefa proposta, e no final cabe-lhe conduzir a discussão coletiva. Ao longo de todo este processo, precisa criar um ambiente propício à aprendizagem, estimular a comunicação entre os alunos e assumir uma variedade de papéis que favoreçam a sua aprendizagem. É hoje consensualmente reconhecido que o professor tem um papel importante no processo de ensino-aprendizagem. Ele tem de ser capaz de propor aos alunos uma diversidade de tarefas de modo a atingir os diversos objetivos curriculares. Tem de se preocupar tanto com a aprendizagem dos conteúdos propriamente ditos como com o desenvolvimento da capacidade geral de aprender. Tem de ser capaz de equilibrar os momentos de ação com os momentos de reflexão, ajudando os alunos a construir os conceitos em geral. Estamos diante portanto, de refletirmos sobre a Didática, e o que ela representa no ensino superior. Apresentaremos aqui, as definições, concepções, a Didática no currículo e o histórico com os diversos ícones. Abordaremos também algumas escolas pedagógicas que persistem no ensino até os dias atuais. http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 4 2. DEFINIÇÃO A palavra didática (português brasileiro) ou didáctica (português europeu) vem da expressão grega Τεχνή διδακτική (techné didaktiké), que se pode traduzir como arte ou técnica de ensinar. A didática é a parte da pedagogia que se ocupa dos métodos e técnicas de ensino, destinados a colocar em prática as diretrizes da teoria pedagógica. A didática estuda os diferentes processos de ensino e aprendizagem. O educador Jan Amos Komenský, mais conhecido por Comenius, é reconhecido como o pai da didática moderna, e um dos maiores educadores do século XVII. Os elementos da ação didática são: o professor o aluno a disciplina (matéria ou conteúdo) o contexto da aprendizagem as estratégias metodológicas 3. HISTÓRIA Entre os anos 20 e 50 Nesse período, a didática praticada era a da Escola Nova, que buscou superar os postulados da 7 escola tradicional, trazendo assim uma reforma interna no ensino. O movimento da escola nova defendia a necessidade de partir dos interesses das crianças, abandonando a visão delas como "adultos em miniatura" e passando a considerá-las capazes de se adaptar a cada fase de seu desenvolvimento. Foi a fase do "aprender fazendo", momento em que os jogos educativos passaram a ter um papel importante no dia-a-dia das escolas. Entre seus principais defensores encontram-se Anisio Teixeira, Fernando de Azevedo, Lourenço Filho, Cecília Meireles. Anísio Spínola Teixeira (Caetité, 12 de julho de 1900 — Rio de Janeiro, 11 de março de 1971) foi um jurista, intelectual, educador e escritor http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 5 brasileiro. Personagem central na história da educação no Brasil, nas décadas de 1920 e 1930, difundiu os pressupostos do movimento da Escola Nova, que tinha como princípio a ênfase no desenvolvimento do intelecto e na capacidade de julgamento, em detrimento da memorização. Reformou o sistema educacional da Bahia e do Rio de Janeiro, exercendo vários cargos executivos. Foi um dos mais destacados signatários do Manifesto dos Pioneiros da Escola Nova (ver sua íntegra em [1]), em defesa do ensino público, gratuito, laico e obrigatório, divulgado em 1932. Fundou a Universidade do Distrito Federal, em 1935, depois transformada em Faculdade Nacional de Filosofia da Universidade do Brasil. O movimento chamado Escola nova esboçou-se, na década de 1920, no Brasil. O mundo vivia, à época, um momento de crescimento industrial e de expansão urbana e, nesse contexto, um grupo de intelectuais brasileiros sentiu necessidade de preparar o país para acompanhar esse desenvolvimento. A educação era por eles percebida como o elemento-chave para promover a remodelação requerida. Inspirados nas idéias político-filosóficasde igualdade entre os homens e do direito de todos à educação, esses intelectuais viam num sistema estatal de ensino público, livre e aberto, o único meio efetivo de combate às desigualdades sociais da nação. Denominado de Escola Nova, o movimento ganhou impulso na década de 1930, após a divulgação do Manifesto da Escola Nova (1932). Nesse documento, defendia-se a universalização da escola pública, laica e gratuita. Entre os seus signatários, destacavam-se os nomes de: Anisio Teixeira - futuro mentor de duas universidades no país - a Universidade do Distrito Federal, no Rio de Janeiro, desmembrada pelo Estado Novo de Getúlio Vargas - e a Universidade de Brasília, da qual era reitor, quando do Golpe Militar de 1964. Além dessas realizações, Anísio foi o fundador da Escola Parque, em Salvador (1950), instituição que posteriormente inspiraria o modelo dos Centros Integrados de Educação Pública - CIEPs, no Rio de Janeiro, na década de 1980. Fernando de Azevedo (1894-1974) - que aplicou a Sociologia da Educação e reformou o ensino em São Paulo na década de 1930 Lourenço Filho (1897-1970) - professor http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 6 Cecília Meireles (1901-1964) - professora e escritora A atuação destes pioneiros se estendeu pelas décadas seguintes sob fortes críticas dos defensores do ensino privado e religioso. As suas idéias e práticas influenciaram uma nova geração de educadores como: Darcy Ribeiro (1922-1997); e Florestan Fernandes (1920-1995). Entre os anos 60 e 80 Nesse período, a didática assumiu o enfoque teórico numa dimensão denominada tecnicista, e deixou o enfoque humanista centrado no processo interpessoal, para uma dimensão técnica do processo ensino-aprendizagem. A Pedagogia liberal tecnicista aparece nos Estados Unidos na segunda metade do século XX e é introduzida no Brasil entre 1960 e 1970. Nessa concepção comportamentalista, o homem é considerado um produto do meio. É uma consequência das forças existentes em seu ambiente. A consciência do homem é formada nas relações acidentais que ele estabelece com o meio ou controlada cientificamente através da educação, sendo possível prever os resultados de determinadas abordagens em relação ao homem/produto final. Na tendência liberal tecnicista a educação escolar organiza, o processo de aquisição de habilidades e atitudes, conhecimentos específicos, úteis e necessários para que o indivíduo se integre na máquina do sistema social global. Seus conteúdos de ensino (currículo) são as informações, principios científicos, leis etc, estabelecidos e ordenados numa sequência lógica e psicológica por especialistas. É materia de ensino apenas o que é redutivel ao conheciemntos que pode ser observado, os conhecimentos decorrem da ciência objetiva.(LUCKESI,1994) A educação atua, assim, no aperfeiçoamento da ordem social vigente (o sistema capitalista), articulando-se diretamente com o sistema produtivo; para tanto emprega a ciência da mudança de comportamento, ou seja, a tecnologia comportamental. Seu interesse imediato é o de produzir indivíduos "competentes para o mercado de trabalho, transmitindo, eficientemente, informações precisas, objetivas e rápidas" (LIBÂNEO, 1989, p. 290). A prática escolar nessa pedagogia teve como função especial adequar o sistema educacional com a proposta econômica e política do regime militar, http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 7 preparando, dessa forma, mão-de-obra para ser aproveitada pelo mercado de trabalho. No que diz respeito ao ensino-aprendizagem da arte e na tendência tecnicista, pode-se mencionar a escassez de fundamentos teóricos em detrimento do "saber construir" e "saber exprimir-se". Nessa fase, percebe-se grande ênfase no uso de materiais alternativos, conhecidos na maioria das escolas como sucata e lixo limpo. O professor de arte (por exemplo, entre outras disciplinas voltadas às áreas humanas) busca socorro para suas dúvidas nos livros didáticos que estão no mercado para serem consumidos desde o final dos anos 70. Não se pode esquecer que é no início dessa década que a disciplina de Educação Artística torna-se obrigatória, a partir da Lei de Diretrizes e Bases 5692/71, que centra o ensino da arte em técnicas e habilidades com prejuízos à expressão e sensibilidade. A fragmentação no ensino da arte se dá em virtude do caráter tecnicista desta lei. Os professores de Desenho, Música, Trabalhos Manuais, Canto Coral e Artes Aplicadas, que vinham atuando segundo os conhecimentos específicos de suas linguagens, viram esses saberes repentinamente transformados em "meras atividades artísticas". Desde a sua implantação, observa-se que a Educação Artística é tratada de modo indefinido, o que fica patente na redação de um dos documentos explicativos da Lei, ou seja, o Parecer nº 540/77: "não é uma matéria, mas uma área bastante generosa e sem contornos fixos, flutuando ao sabor das tendências e dos interesses" (FUSARI e FERRAZ, 1992, p. 37-38). Até esse período, as propostas de arte-educação eram iniciativas isoladas e desenvolvidas por artistas comprometidos com a função de educadores. A partir da Lei nº 5692/71, só as pessoas habilitadas pelos Cursos de Licenciatura Curta (mais tarde Plena), poderiam ser contratadas ou prestar concurso para assumir a área de Educação Artística. Tais cursos visavam à polivalência em arte. Colocavam no mercado de trabalho profissionais totalmente distanciados da arte e da prática educacional. A tendência tecnicista firmou-se nos anos 70, alicerçada no princípio da otimização: racionalidade, eficiência e produtividade. Com sua organização racional e mecânica, visava corresponder aos interesses da sociedade industrial. A semelhança com o processo industrial não ocorre por acaso, pois tal proposição atinge seu apogeu nos anos 70, período de forte presença do http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 8 autoritarismo do Estado e do regime militar. É nesse período que o espírito crítico e reflexivo é banido das escolas. Encerrando esta reflexão relacionada com as pedagogias liberais, pode- se afirmar que todas essas pedagogias sobrevivem ainda hoje no sistema de ensino em nível de Educação Infantil, Ensino Fundamental, Médio e Superior. A despeito da máquina oficial, entretanto, não há indícios seguros de que os professores da escola pública tenham assimilado a pedagogia tecnicista, pelo menos em termos de ideário. A aplicação da pedagogia tecnicista (planejamento, livros didáticos programados, procedimentos de avaliação, etc.) não configura uma postura tecnicista do professor. A era industrial fez-se presente na escola, e a didática era vista como uma estratégia objetiva, racional e neutra do processo. O referencial principal do ensino era a fábrica, e sobre ela se construiram as práticas educativas e as conceitualizações referentes à educação. Dos anos 90 até a atualidade A didática tornou-se um instrumento para a cooperação entre docente e discente, para que realmente ocorresse a evolução dos processos de ensino e aprendizagem. Para isso é importante o comprometimento, o esforço e o exercício de suas técnicas em ambos os lados, para que o conhecimento realmente seja transmitido do professor para o aluno. 4. DIDÁTICA E CURRÍCULO O termo currículo aparece pela primeira vez com o significado de planificação do ensino na obra de Bobbit The curriculum, em 1918. A princípio, didática e currículo se desenvolveram de forma paralela, sem a interferência de uma no campo da outra, referindo-secada uma a conteúdos, sujeitos e finalidades diferentes. Somente a partir dos anos 60 o currículo começou a formar parte do campo da didática, alternando-se sua incumbência segundo predominava uma forma ou outra de entender a educação e a didática. A tendência atual considera imprescindível uma integração entre currículo e didática, esta favorecendo o trabalho de aula. Os estudos curriculares tendem a aspectos mais globais, expondo como se realiza a seleção e organização do http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 9 conhecimento, e como esse processo de seleção não é neutro, favorecendo a certos grupos frente a outros. O enfoque curricular há de ampliar o "que", o "porque", o "para que" e, em que condições há que levar-se a cabo o ensino, mas sempre colocando no centro de suas considerações o aluno. Para que estes conteúdos curriculares cumpram seu objetivo é necessária uma adequada seleção e uso acertado das melhores estratégias didáticas, que não poderão ser independentes do conteúdo, dos objetivos e nem do contexto. É importante para atingir as metas pretendidas uma estreita colaboração entre a elaboração do currículo e a escolha de estratégias didáticas. 5. COMÊNIUS- PAI DA DIDÁTICA MODERNA Quando se fala de uma escola em que as crianças são respeitadas como seres humanos dotados de inteligência, aptidões, sentimentos e limites, logo pensamos em concepções modernas de ensino. Também acreditamos que o direito de todas as pessoas – absolutamente todas – à educação é um princípio que só surgiu há algumas dezenas de anos. De fato, essas idéias se consagraram apenas no século 20, e assim mesmo não em todos os lugares do mundo. Mas elas já eram defendidas em pleno século 17 por Comênio (1592- 1670), o pensador tcheco que é considerado o primeiro grande nome da moderna história da educação. A obra mais importante de Comênio, Didactica Magna, marca o início da sistematização da pedagogia e da didática no Ocidente. A obra, à qual o autor se dedicou ao longo de sua vida, tinha grande ambição. "Comênio chama sua didática de ‗magna‘ porque ele não queria uma obra restrita, localizada", diz João Luiz Gasparin, professor do Departamento de Teoria e Prática da Educação da Universidade Estadual de Maringá. "Ela tinha de ser grande, como o mundo que estava sendo descoberto naquele momento, com a expansão do comércio e das navegações." No livro, o pensador realiza uma racionalização de todas as ações educativas, indo da teoria didática até as questões do cotidiano da sala de aula. A prática escolar, para ele, deveria imitar os processos da natureza. Nas relações entre professor e aluno, seriam consideradas as possibilidades e os interesses http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 10 da criança. O professor passaria a ser visto como um profissional, não um missionário, e seria bem remunerado por isso. E a organização do tempo e do currículo levaria em conta os limites do corpo e a necessidade, tanto dos alunos quanto dos professores, de ter outras atividades Ruptura com a escolástica Comênio era cristão protestante e pertencia ao grupo religioso Irmãos Boêmios, ao qual se manteve vinculado por toda a vida, tornando-se, em 1648, bispo dos morávios. Embora profundamente religioso, o pensador propôs uma ruptura radical com o modelo de escola até então praticado pela Igreja Católica, aquele voltado apenas para a elite e dedicado primordialmente aos estudos abstratos. Ainda vigoravam as doutrinas escolásticas da Idade Média, pelas quais todas as questões teóricas se subordinavam à teologia cristã. Comênio não foi o único pensador de seu tempo a combater o pedantismo literário e o sadismo pedagógico, mas ousou ser o principal teórico de um modelo de escola que deveria ensinar "tudo a todos", aí incluídos os portadores de deficiência mental e as meninas, na época alijados da educação. "Ele defendia o acesso irrestrito à escrita, à leitura e ao cálculo, para que todos pudessem ler a Bíblia e comerciar", diz Gasparin. Comênio respondia assim a duas urgências de seu tempo: o aparecimento da burguesia mercantil nas cidades européias e o direito, reivindicado pelos protestantes, à livre interpretação dos textos religiosos, proibida pela Igreja Católica. A obra de Comênio corresponde também a outras novidades, entre elas "o despertar de uma nova concepção de criança", como diz Gasparin. "Ele a trata em seus livros com muita delicadeza, num tempo em que a escola existia sob a égide da palmatória", continua o professor. "A educação era vista e praticada como um castigo e não oferecia elementos para que depois as pessoas se situassem de forma mais ampla na sociedade. Comênio reagiu a esse quadro com uma pergunta: por que não se aprende brincando?" Sob influência de seitas protestantes e do filósofo inglês Francis Bacon (1561-1626), Comênio acreditava que a salvação da alma poderia ser alcançada durante a vida terrena e que o caminho para isso poderia ter a ajuda da ciência. Para ele, a criatura humana correspondia ao ideal de perfeição. Comênio acreditava que, por ser dotado de razão, o homem pode entender a si e a todas as coisas. Portanto, deve se dedicar a aprender e a ensinar. Seguindo esse pensamento, Comênio conclui que o mais importante na vida não é a http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 11 contemplação e sim a ação, o "fazer". Gravura do próprio Comênio para um de seus livros de texto: aprender brincando. Foto: HULTON ARCHIVE/Getty Images O nome Comênio é o aportuguesamento da assinatura latina (Comenius) de Jan Amos Komensky, nascido em 1592 em Nivnice, Morávia (então domínio dos Habsburgos, hoje República Tcheca). O pensador Comênio foi filho único de um casal de membros do grupo protestante Irmãos Boêmios. Na Universidade de Heidelberg (Alemanha), se entusiasmou com as idéias de filósofos que criavam uma concepção de ciência baseada no empirismo. Seguiu carreira religiosa e teve de fugir para a Polônia quando, no início da Guerra dos 30 Anos, em 1618, o rei Ferdinando II decidiu reimpor o catolicismo na Boêmia. Sua revolta com a situação o levou a escrever obras filosóficas e pedagógicas satirizando a ordem vigente e propondo mudanças radicais. Essas idéias http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 12 seduziram pensadores da Inglaterra, que o convidaram a trabalhar no país, mas o projeto foi abortado pela eclosão da Guerra Civil Inglesa, em 1642. Tentativas de reforma escolar a pedido dos governos da Suécia e da Hungria acabaram fracassando em parte por causa da insistência do pensador em divulgar sua "pansofia", sem sucesso e ele voltou para a Polônia. Comênio teve novamente de fugir de uma guerra civil e estabeleceu-se em Amsterdã, onde permaneceu até morrer, em 1670. Por essa época, seus livros de texto ilustrados para o aprendizado de línguas e ciências tinham se tornado uma bem- sucedida novidade nas escolas da Europa. Pedagogia de Comênio Defendia sua pedagogia com a máxima: "Ensinar tudo a todos" que sintetizaria os princípios e fundamentos que permitiriam ao homem colocar-se no mundo como autor. Objetivando a aproximação do homem a Deus, seu objetivo central era tornar os homens bons cristãos - sábios no pensamento, dotados de fé, capazes de praticar ações virtuosas estendendo-se a todos: ricos, pobres, mulheres, portadores de deficiências. A didática é, ao mesmo tempo, processo e tratado: étanto o ato de ensinar quanto a arte de ensinar. Salientava a importância da educação formal de crianças pequenas e preconizou a criação de escolas maternais, pois teriam, desde cedo, a oportunidade de adquirir as noções elementares do que deveriam aprofundar mais tarde. A educação deveria começar pelos sentidos, pois as experiências sensoriais obtidas por meio dos objetos seriam internalizadas e, mais tarde, interpretadas pela razão. Compreensão, retenção e práticas consistiam a base de seu método didático e, por eles se chegaria às três qualidades: erudição, virtude e religião, correspondendo às três faculdades necessárias - intelecto, vontade e memória. Fundamentos naturais do método de Comenius: O fim é o mesmo: sabedoria, moral e perfeição; - todos são dotados da mesma natureza humana, apesar de terem inteligências diversas; - a diversidade das inteligências é tão somente um excesso ou deficiência da harmonia natural; http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 13 - o melhor momento para remediar excessos e deficiências acontece quando as inteligências são novas. O método tem como preceitos: - tudo o que se deve saber deve ser ensinado; - qualquer coisa que se ensine deverá ser ensinada em sua aplicação prática, uso definido; - deve ensinar-se de maneira direta e clara; - ensinar a verdadeira natureza das coisas, partindo de suas causas; - explicar primeiro os princípios gerais; - ensinar as coisas em seu devido tempo. A obra de Comenius é um paradigma do saber sobre a educação da infância e juventude, utilizando, para isso, um local privilegiado: a escola. Já a Didática Magna apresenta as características fundamentais da escola moderna: - a construção da infância moderna como forma de pedagogização dessa infância por meio da escolaridade formal (até então, as crianças eram tratadas como pequenos adultos); - uma aliança entre a família e a escola, por meio da qual a criança vai se soltando da influência da órbita familiar para a órbita escolar; - uma forma de organização da transmissão dos saberes, baseada no método de instrução simultânea, agrupando-se os alunos; e - a construção de um lugar de educador, de mestre, reservado aos adultos portadores de saberes legítimos. Deixou mais de 200 obras entre as quais: Labirinto do Mundo (1623) Didáctica checa (1627) Guia da Escola Materna (1630) Porta Aberta das Línguas (1631) Didacta Magna (versão latina da Didactica checa) (1631) Novíssimo Método das Línguas (1647) Mundo Ilustrado (1651) Opera didactica omnia ab anno 1627 ad 1657 (1657) Consulta Universal Sobre o Melhoramento dos Negócios Humanos (1657) O Anjo da Paz (1667) A Única Coisa Necessária (1668) A teoria pedagógica 6. FUNDAMENTOS PEDAGÓGICOS A Teoria Pedagógica é o local do ponto de encontro e de construção da unidade metodológica entre as áreas do conhecimento e campos de saberes que são referencias para as disciplinas escolares. É aqui que se estabelece a base http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 14 para um possível diálogo entre teorias e que faz sentido refletirmos sobre as questões gerais colocadas para o campo educacional, considerando agora a especificidade, em termos epistemológicos, dos campos de saber, das áreas de conhecimento, ou das disciplinas científicas. É neste momento que é possível refletir sobre as respostas de outras teorias e de outras áreas de conhecimento. Sabe-se que a matriz teórica e o projeto Histórico possibilitam reconhecer problemáticas significativas que somente poderão ser tratadas em um esforço conjunto integrado, dentro de uma dada unidade teórico- metodológica estabelecida pelos pontos de referencia básicos para o dialogo, ou melhor o plano de entendimento. Este plano de entendimento tem como fundamento a prática concreta para transformar a realidade social. (TAFARREL & BARROSO0 Para Tafarrel & Barroso( 1997) nenhum dos problemas que são reconhecidos como específicos da Didática poderá ser tratado adequadamente fora desta referência - a teoria pedagógica que se desenvolve como categorias da prática. É, portanto, necessário recolocar questões históricas do tipo: que contribuição a Didática do Ensino Superior enquanto área de referência científica, enquanto prática educativa cultural, enquanto disciplina curricular, poderá trazer para repensar a teoria pedagógica e seu objeto, os processos de formação humana e para repensar o seu lócus privilegiado, a universidade? A base técnica hegemônica do capitalismo tem orientado a base técnica do trabalho pedagógico também no ensino superior para orientar a produção e a formação da classe trabalhadora. Disto não se exime a educação superior. Tafarrel & Barroso (1997) aborda ainda sobre a base técnica do trabalho ao longo da história como: o taylorismo (tarefas simples e repetidas), o fordismo (linha de montagem), o fordismo-keynesiano (intervenção do estado na economia) a globalização ou mundialização da economia capitalista (desregulamentação, ajustes estruturais, reformas, abertura da economia nacional), o toyotismo ou acumulação flexível (organização da produção flexível de acordo com a demanda) A essas organizações do trabalho em geral correspondem projetos de escolarização e propostas no campo da educação superior, o que se evidencia http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 15 no trabalho pedagógico, na formação de professores, na produção do conhecimento e nas políticas públicas. Tafarrel & Dourado (1997) levanta as seguintes questões: Que conhecimentos, conteúdos, valores, atitudes, processos, em que tempos, situações e que aprendizagens temos condições de propor para a organização do currículo, na perspectiva de superar essa concepção hegemônica de educação superior? Como podemos contribuir para uma visão articulada e densa da teoria educativa, superando o ativismo desvairado de práticas aleatórias, isoladas, desconexas, que são verdadeiros engodos do tempo pedagógico dos estudantes no ensino superior? Como contribuir para ampliar a capacidade reflexiva critica dos estudantes, a consciência de classe, a formação política e sua capacidade organizativa para o enfrentamento da realidade contraditória, complexa e em movimento com que se deparam nestes tempos de acentuação da barbárie? Deste modo, os autores percebem que, compreender esta dinâmica da formação humana no processo civilizatório, na cultura, para transformá-las é objeto central da teoria pedagógica. A pedagogia se propõe a entender e ajudar na maturação para o desenvolvimento politécnico , para a autonomia racional, ética, política, prática, para a liberdade, a emancipação, a igualdade, a criatividade, a inclusão, enfim o direito de sermos humanos que passa necessariamente pela revolução das atuais formas de organizar a vida. Portanto, por concordância científica e convicção ética, consideram que o desafio mais urgente, frente à realidade atual, responder à seguinte questão: "Como se efetiva, no contexto de uma situação de crise do capitalismo, uma ação educativa, no ensino e na pesquisa, no magistério superior, que dê respostas às necessidades imediatas do mundo do trabalho, que imprima tarefas sociais à educação, preservando elementos de uma estratégia anticapitalista? Assim, Tafarrel & Dourado (1997) percebem que esta questão fundamental perpassa todas as áreas de referência das disciplinas do currículo da universidade e implica em concepções epistemológicas, curriculares e didáticas. Ela vem sendo respondida por diferentes abordagens teóricas, comdiferentes enfoques, configurando assim matrizes do pensamento pedagógico. A elaboração da teoria pedagógica é matéria de pesquisa e, segundo http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 16 FREITAS (1987, p. 138), implica interação intensa com a prática pedagógica. A prática não é o conhecimento em si, mas fornece, indiscutivelmente, a base para a construção deste conhecimento. A questão que se coloca ainda segundo Freitas é "qual seria o elemento basilar na pesquisa da teoria pedagógica? Ao contrário do que afirma a perspectiva positivista (o fato objetivo é à base da pesquisa), a base da pesquisa seria "...aquilo que, por um lado, é elemento dela e, por outro, é expressão das necessidades práticas que impulsionam o pensamento no sentido da procura de novos resultados. São essas peculiaridades que estão presentes no problema com o qual a pesquisa científica inicia (Kopnin, 1978:230). Freitas (1987, p. 138) propõe ainda, "vivenciar a prática pedagógica com um projeto histórico claro, sem aprisionar a prática com a imposição de esquemas estruturantes; buscar apoio interdisciplinar; gerar problemas significativos de pesquisa que permitam extrair conceitos em direção ao abstrato para empreender o regresso ao concreto‖, levantando como hipótese de elementos basilares da teoria pedagógica a organização do trabalho no trato com o conhecimento, nos objetivos – avaliação. Tafarrel & Dourado (1997) enfatiza que, para compreendermos as tendências da didática no ensino superior, se faz necessário abordar os níveis metodológico, técnico, teórico, epistemológico (pressupostos lógico- gnosiológicos e ontológicos), que todo trabalho acadêmico apresenta. Pela abordagem destes níveis podemos apreender o lógico e o histórico, os nexos e as determinações tanto do ensino, quanto da pesquisa no campo da Didática para criticar seus traços essenciais – o trabalho pedagógico no trato com o conhecimento, os objetivos e avaliação. Os elementos que estão contidos nos programas das disciplinas, nos projetos de atividades curriculares, nos textos e nas propostas de aulas/projetos de cada professor/pesquisador. Para analisá-las é preciso uma proposta instrumental para o estudo das articulações entre os elementos constitutivos do programa, texto e da aula/projeto, técnicas, métodos, teorias, modelos científicos e pressupostos filosóficos, bem como suas determinações históricas . Os indicadores que Tafarrel & Dourado (1997) sugerem em seu artigo para essa análise podem ser expressos sob a forma de níveis e pressupostos, tais como: nível metodológico (abordagem metodológica predominante) http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 17 nível técnico (tipo de pesquisa realizada e técnicas de pesquisa utilizadas) nível teórico (fenômenos educativos/sociais privilegiados, críticas desenvolvidas e propostas apresentadas ou sugeridas) quanto ao nível epistemológico (concepções de validação científica, de causalidade e de Ciência, referentes aos critérios de cientificidade implícita ou explicitamente contidos nas pesquisas), este pode ser desdobrado em: pressupostos lógico-gnosiológicos: referentes às maneiras de tratar o real (o abstrato e o concreto) , no processo de pesquisa, o que implica diferentes possibilidades de abstrair, conceitualizar, classificar, nas diversas formas de tratar o sujeito e o objeto na relação cognitiva; pressupostos ontológicos: relacionados às concepções de Homem, História, Realidade, Educação, nas quais as pesquisas se fundamentam, e que se referem à visão de mundo contida em toda produção científica. Contudo, a simples análise e reconstrução da lógica que articula os elementos constitutivos do programa, texto, aula/projeto não é suficiente para compreender o processo de produção científica. É necessário, ainda, situar o caráter histórico da construção científica. E, por isso, Tafarrel & Dourado (1997) recorrem a MARX quando expõe suas teses acerca da formação social da consciência humana e do hegemônico. Diz MARX: "Será preciso grande perspicácia para compreender que as idéias, as noções, e as concepções, numa palavra, que a consciência do homem se modifica com toda mudança sobrevinda em suas condições de vida, em suas relações sociais, em sua existência social? Que demonstra a história das idéias senão que a produção intelectual se transforma com a produção material? Tafarrel & Dourado (1997) ainda conclui que as idéias dominantes de uma época sempre foram às idéias da classe dominante. Quando se fala de idéias que revolucionam uma sociedade inteira, isto quer dizer que, no seio da velha sociedade, se formam os elementos de uma nova sociedade e que a dissolução das velhas idéias marcha de par com a dissolução das antigas condições de vida" (Marx e Engels, s/d, Manifesto do Partido Comunista. São Paulo. OT:31- 32). Nesta perspectiva, o sujeito e objeto relacionam-se na base real em que http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 18 são unificados na história (Kosik,1976) . O movimento do pensamento ocorre através da atividade histórica do homem, o trabalho - fundamento ontológico da história, processo da formação da espécie humana, cujo ser genérico só se objetiva através do trabalho -, havendo coincidência plena entre sujeito e objeto, através da prática, no transcurso da história , onde vão se constituindo, através da relação, o sujeito enquanto objetivado, e o objeto enquanto subjetivado, tornando-se o pensamento objetivo e as leis do pensamento coincidentes com as leis do objeto. Isto é um processo, em que a realidade objetiva transforma-se em leis do pensamento, ou seja em conhecimento. Por isto reconhecemos que o desenvolvimento teórico dá-se como categorias da prática e isto se dá através do método que serve às finalidades da produção do conhecimento. O desenvolvimento do conhecimento exige, portanto, reconhecermos as categorias, seus conteúdos históricos e suas leis. Tafarrel & Dourado (1997) verifica que cabe à Didática do Ensino Superior, enquanto disciplina científica, enquanto disciplina curricular, enquanto área de formação e intervenção profissional, contribuir com esse debate, refletindo sobre "realidade e possibilidades", enquanto espaços de ação de organização do trabalho pedagógico e de trato com o conhecimento e, para além dela, enquanto elemento da construção de uma dada hegemonia, frente às necessidades históricas de formação humana para a transformação da sociedade. Essa necessidade traz em si uma exigência histórica para a formação humana; exigência radicada numa compreensão do homem como ser ativo e criativo, prático, que se transforma na medida em que transforma o mundo, pela sua ação material e social. Unem-se aí compreensão teórica e ação real, com vista à transformação radical da sociedade . Para tanto é imprescindível a leitura crítica do hegemônico , do que vem sendo assegurado, consolidado, desconstruído, reconstruído, construído novamente. Escola Herbartiana Johann Friedrich Herbart nasceu era Oldenhurgo (Alemanha) no ano de 1776. Em 1805 foi professor de Filosofia em Goetingen; mais tarde, em Königsberg, de 1809 a 1833. Morreu em 1841, depois de uma vida entregue http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 19 inteiramente à atividade acadêmica. As obras pedagógicas mais importantes de Herbart são: Relatórios de um Preceptor, Pedagogia Geral deduzida do fim da Educação, Esboço para um cursode Pedagogia, Lições Preliminares sobre Pedagogia e Idéia de Pestalozzi de um ABC da instrução. O sistema da Pedagogia. Com Herbart a história da educação tocou a figura mais importante do século XIX e uma das quatro cabeças diretoras (junto com Comênio, Rousseau e Pestalozzi) da Pedagogia clássica dos Tempos Modernos. Não é sem razão que suas idéias pedagógicas se propagaram, com êxito envolvente, durante toda a metade do século XIX e, ainda que detidas, de um lado pela doutrina neokantiana de Paulo Natorp e a neo-begeliana de Gentile, e, de outro, pela Pedagogia de Dewey e a atividade de Kerschensteiner, ainda contam, depois de formadas, com talentosos e brilhantes defensores. Herbart construiu o primeiro sistema da teoria educativa, o primeiro ensaio de grande porte destinado a explicar e fundamentar o complexo e vasto fato educativo num corpo de doutrina. Pode-se dizer, com efeito, que Herbart conseguiu clarificar os problemas pedagógicos à luz de uma ampla e congruente doutrina, tomando, como antes ninguém o havia feito, a tarefa de uma ciência da educação no verdadeiro sentido do termo, pois seus predecessores (como Locke, Comênio, Rousseau e mesmo Pestalozzi) se haviam limitado a encarar tópicos da educação sem atender a uma exposição de conjunto. Herbart não apenas empreendeu o estabelecimento e resolução de alguns problemas. Seu plano de trabalho foi um estudo abrangente e sistemático da vida educativa: desde os temas da Didática especial, na qual se revelou um talento criador, até as questões dos objetivos filosóficos e das relações da educação com a vida e a cultura, tudo tem ajuste pertinente na doutrina. Com nítida consciência da tarefa que se propôs, mostrou que, antes de tudo, é preciso diferenciar a Pedagogia como ciência, da arte da educação. "Qual é o conteúdo de uma ciência? Uma coordenação de postulados que constituem uma totalidade de idéias e que, na medida do possível, procedem uns de outros como consequências de princípios e como princípios de fundamentos. Que é arte? Uma soma de habilidades que há de reunir-se para conseguir um determinado fim. A ciência, pois, exige derivar os postulados de seus fundamentos – pensar filosófico; a arte exige atuar sempre apenas de acordo http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 20 com os resultados daquele; não pode, durante sua execução, perder-se em especulações; cada momento exige sua ajuda; sua resistência apresenta mil pequenos obstáculos." "É preciso diferenciar também a arte do educador culto da execução empírica da arte. Aquele sabe tratar toda natureza e toda idade; esta age por acaso, por simpatia, por amor paternal." "Qual destes três círculos é o de nosso estudo? Indubitavelmente nos falta a oportunidade para a execução real e, ainda mais, a ocasião para todos os exercícios e ensaios pelos quais unicamente se pode aprender a arte. Nossa esfera é a ciência. Por isso, temos que reflexionar sobre a relação entre a teoria e a prática." A Ética: fundamentação da finalidade educacional. Qual é o ponto obrigatório de partida de uma teoria pedagógica? O conceito fundamental da Pedagogia é a educabilidade (Bildsamkeit), isto é, a ductilidade e plasticidade do homem para conformar-se com certo modo de vida regida por fins moralmente valiosos. A Pedagogia, como ciência, depende da Filosofia prática e da Psicologia. "A Pedagogia mostra o fim da educação; a Psicologia o caminho, os meios e os obstáculos." A tarefa da educação reside em formar o caráter, que, na luta da vida, deve manter-se inquebrantável, e não, precisamente, pela força da ação externa sobre a pessoa, mas graças a uma resoluta e clara atitude moral. "Virtude é o nome que convém à totalidade do fim pedagógico. É a idéia da liberdade interior convertida numa pessoa em realidade permanente." Herbart enfatizou, no Problema moral, a importância decisiva do assentamento prazeroso na decisão da vontade. O homem, como já o havia demonstrado Schiller, deve realizar o bem com íntima e fecunda alegria, com prazer estético. As apreciações e valorizações por íntima e prazenteira inclinação (em sua linguagem, "representações estéticas") incluem, ao mesmo tempo, "o digno, o belo, o moral, o justo; numa palavra: o que agrada em seu estado perfeito, depois de uma contemplação perfeita". Em conjunto, cinco idéias definem, com rigor, este caráter moral que tem em vista a formação humana: A liberdade interior, vale dizer, a liberdade resoluta e cheia de gozo para desejar o bem. http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 21 A plenitude de valores, que propende para a realização de objetivos nobres, cada vez em maior número. A benevolência, ou seja, querer o bem do próximo. A justiça, isto é, dar a cada um o que é seu. A equidade, recompensa e reparação adequadas. A estas cinco idéias ou virtudes correspondem, sucessivamente, cinco ideais sociais: uma sociedade de homens livres, um sistema de bens culturais, uma comunidade jurídica, um sistema de ideais e um regime de recompensas e salários eqüitativos. A Psicologia: supostos da Metodologia. A formação do caráter não é a formação de certa faculdade do espírito, talvez da vontade. Herbart rejeitou "a doutrina das faculdades da alma". É errôneo considerar a alma humana como um agregado de faculdades. A vida psíquica é, para Herbart, um mecanismo de representações. Com tal conceito se aproximou, não pouco, da Filosofia mecanicista da Época das Luzes. "As representações são produzidas por sensações sensíveis e subsistem na alma uma vez que tenha cessado seu motivo exterior. Porém, como devido à estreiteza da consciência somente poucas representações podem chegar a ser conscientes, as demais ficam sob o umbral da consciência, onde, como molas de aço comprimidas, esperam voltar a surgir (reprodução). As representações são, pois, forças que se acham em luta entre si e se contrapõem ou se unem, segundo leis muito determinadas. Nas uniões de representações (associações) se baseia o mecanismo da memória e de todas as formas especiais e temporais de nosso representar. A acolhida de novas representações se realiza por massas antigas de representações semelhantes (apercepção). Os sentimentos e desejos não são nada independentes e, em nenhum caso, uma faculdade anímica particular. São apenas estados variáveis das representações, nas quais residem. Herbart não reconheceu a liberdade da vontade no sentido de Kant. As massas mais fortes de representações determinam nosso agir, e, como a instrução pode criar tais massas de representações, vê-se, aqui, também a possibilidade da formação do caráter Em última instância, esta luta das representações se explica metafisicamente, recorrendo a certo numero de elementos subjacentes na consciência chamados reais. Além disso, são suscetíveis de medir-se http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 22 matematicamente os diversos estados psíquicos (Psicologia matemática). Em suma: a Psicologia de Herbart pode ser caracterizada como metafísica intelectualista, associacionista, mecanicista e matemática. Instrução educativa. - Assentadas estas bases, Herbart fixou os termos do problema teórico da Pedagogia: o caráter moral, finalidade da educação, alcança-se pela instrução, pela disciplina e pelo governo. A instrução (do latim, in-struo, edificar em) é o círculo de idéias que se vão construindo na consciência do educando, graças ao fato da apercepção. De acordo com o mecanismo da psique, tais representações são modificáveis e determinam, definitivamente,o comportamento e a ação do homem. Mas a conduta e a ação humanas são, assim, as mais evidentes manifestações do caráter. Portanto, a instrução tem um fim educativo a verdadeira instrução é instrução educativa. A instrução, no mero sentido de informação, não contém garantia alguma para fazer frente aos defeitos e à influência dos grupos existentes de idéias, que são independentes da informação recebida. Mas a educação deve apossar-se destas idéias, visto como a classe e o grau de ajuda que a instrução pode proporcionar ao comportamento dependem do domínio que têm sobre elas. Assim, só é educativa a instrução que modifica os grupos de idéias que o espírito possui, impulsionando este a formar uma nova unidade de representações ou uma série harmônica de unidades, que, por sua vez, determinam o comportamento. Uma volição não é mais do que uma idéia que se desenvolveu cabalmente, realizando um círculo completo, que começa com o interesse e termina com a ação. Esta instrução educativa, que forma a vontade ou o querer e modela o caráter, é a verdadeira tarefa da escola. O meio de conseguir. esta instrução educativa é produzir, no espírito da criança, um interesse multíplice. Pedagogia do interesse. - Com efeito, a primeira condição para que o ensino seja fecundo é que excite o interesse do educando. "O interesse é a grande palavra, a palavra mágica da Pedagogia." Interessar a criança é depositar em sua consciência o gosto e íntimo atrativo da verdade, da beleza e do bem; não é um mero distrair ou divertir, mas a fonte da atividade intelectual. O interesse exclui a violência, suaviza o esforço até quase suprimi-lo. Tudo está perdido se, desde o princípio, se converte o estudo numa espécie de miséria e http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 23 tormento. Para Herbart existem seis classes de interesses: três que provocam o conhecimento e três que provêm das relações sociais. As primeiras levam a conhecer as coisas, as segundas, a conviver com os homens. O interesse que se liga ao conhecimento pode ser interesse empírico, enquanto só se dirige à observação de objetos; interesse especulativo, quando conduz ao estudo das leis e relações das coisas e interesse estético, se traz em si a apreciação prazenteira dos fatos. Observar as árvores de um bosque é o resultado de um interesse empírico; reflexionar sobre as leis de seu nascimento, o produto de um interesse e especulativo. Enfim, o interesse estético propende para sentir a beleza da floresta. Os interesses que dão margem às relações humanas são: o interesse simpático, que impulsiona o homem a participar na alegria e na dor do próximo; o interesse social, que faz sentir o destino da classe social a que pertence, do povo, da Humanidade; o interesse religioso, que o guia ao sentimento de dependência a respeito de Deus. Nenhuma das seis formas de interesse deve ser descuidada ou sacrificada. O interesse deve ser multíplice e equilibrado . A sociedade humana julga, como necessária, de há muito tempo, a divisão do trabalho, para que cada um possa fazer bem o que empreende. Mas quanto mais se limita, se divide a empresa, tanto mais se multiplica o que cada um recebe dos outros. A instrução é o elemento central dos três procedimentos que, para Herbart, constituem a ação pedagógica. O primeiro é o que chamou de governo, ou seja, a manutenção da ordem pelo controle do comportamento da criança, uma atribuição inicialmente dos pais e depois dos professores. Trata- se de um conjunto de regras imposto de fora, com o objetivo de manter a criança ocupada. O segundo procedimento é a instrução educativa propriamente dita e seu motor é o interesse, que deve ser múltiplo, variado e harmonicamente repartido. O terceiro é a disciplina, que tem a função de preservar a vontade no caminho da virtude. Nessa etapa se fortalece a autodeterminação como pré-requisito da http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 24 formação do caráter. Ao contrário do governo, consiste em um processo interno do aluno. Muitas das contribuições de Herbart para a psicologia e a pedagogia continuam valiosas, mas seu pensamento e a prática que dele se originou no século 19 se tornaram ultrapassados, sobretudo com o aparecimento do movimento da escola ativa. Seu principal representante, o norte-americano John Dewey (1859-1952), fez duras críticas à doutrina herbartiana. A pedagogia contemporânea tornou o aluno sujeito do ensino e substituiu o individualismo do século 18 por uma visão mais complexa dos fatores envolvidos no trabalho de ensinar. Hoje, admite-se no plano teórico que a mente humana é originalmente ativa, enquanto na prática, no Brasil, ainda se costuma despejar conhecimento sobre o aluno, como queria Herbart A obra pedagógica de Herbart teve enorme influência em todo o mundo ocidental (e também no Japão) na segunda metade do século 19. Por se basear no princípio de que a mente humana apenas apreende novos conhecimentos e só participa do aprendizado passivamente, o herbartianismo resultou num ensino que hoje qualificamos de tradicional. As escolas herbartianas transmitiam um ensino totalmente receptivo, sem diálogo entre professor e aluno e com aulas que obedeciam a esquemas rígidos e preestabelecido . Herbart previa cinco etapas para o ato de ensinar. A primeira, preparação, é o processo de relacionar o novo conteúdo a conhecimentos ou lembranças que o aluno já possua, para que ele adquira interesse na matéria. Em seguida vem a apresentação ou demonstração do conteúdo. A terceira fase é a associação, na qual a assimilação do assunto se completa por meio de comparações minuciosas com conteúdos prévios. A generalização, quarto passo do processo, parte do conteúdo recém- aprendido para a formulação de regras globais; é especialmente importante para desenvolver a mente além da percepção imediata. A quinta etapa é a da aplicação, que tem como objetivo mostrar utilidade para o que se aprendeu. http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 25 Figura: Johann Friedrich Herbart A Escola Skinneriana Na escola Skinneriana, o ensino acontece de acordo com técnicas e/ou experiências que analisam o comportamento. O aluno aprende ou adquire novas formas de comportamentos que facilitam aprendizado, ou melhor, o ensino acontece na seqüência de estímulos e respostas. A característica básica dessa proposta se relaciona com a avaliação que deve ser contínua e sistemática, a fim de que se detecte o caminho a ser percorrido, seja pelo aluno, seja pelo professor. A análise imediata dos resultados se configura em necessidade básica da proposta, com a finalidade de alimentar e/ou refazer a programação. Segundo a teoria de Skinner, naturalmente, o homem ―foge‖ dos perigos, situações ou circunstâncias que causam sofrimento ou desconforto e, facilmente são atraídos pelas situações e circunstâncias confortáveis que não oferecem qualquer risco, ou seja, vive constantemente buscando condições de liberdade. Dessa forma, o processo da aprendizagem, deve se utilizar dessa capacidade intrínseca do homem de ―dirigir se próprio destino‖. Escola Rogeriana Carl Ransom Rogers (8 de janeiro de 1902, Oak Park, Illinois, EUA - 4 de fevereiro de 1987, La Jolla, Califórnia, EUA), Psicólogo estadunidense. Importante pensador americano, foi um precursor da psicologia humanista e criador da linha teórica conhecida como Abordagem Centrada na Pessoa Burrhus Frederic Skinner (Susquehanna, Pensilvânia, 20 de Março de 1904 — Cambridge, 18 de Agosto de 1990)foi um autor e psicólogo http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 26 estadunidense. Conduziu trabalhos pioneiros em psicologia experimental e foi o propositor do Behaviorismo Radical, abordagem que busca entender o comportamento em função das interrelações entre a filogenética, o ambiente (cultura) e a história de vida do indivíduo. A base do trabalho de Skinner refere-se a compreensão do comportamento humano através do comportamento operante (Skinner dizia que o seu interesse era em compreender o comportamento humano e não manipulá- lo). O trabalho de skinner é o complemento, e o coroamento de uma escola psicológica. Skinner adotava práticas experimentais derivadas de física e outras ciências. Outros importantes estudos do autor referem-se ao comportamento verbal humano e a aprendizagem. (ACP). Ao contrário de outros estudiosos cuja atenção se concentrava na idéia de que todo ser humano possuía uma neurose básica, Rogers rejeitou essa visão, defendendo que, na verdade, o núcleo básico da personalidade humana era tendente à saúde, ao bem-estar. Tal conclusão sobreveio a um processo meticuloso de investigação científica levado a cabo por ele, ao longo de sua atuação profissional. Carl Rogers ficou famoso por desenvolver um método psicoterapêutico centrado no próprio paciente. O terapeuta tem que desenvolver uma relação de confiança com o paciente para poder fazer com que ele encontre sozinho sua própria cura. Esse psicólogo marcou não só a Psicologia Clínica, como também, a Psicoterapia, Administração – de empresas e de escolas etc. - o Aconselhamento Psicológico, Aconselhamento Pastoral, a Educação e Pedagogia, a Psicopedagogia, Orientação Educacional, assim como a Literatura, o Cinema e as Artes, de modo explícito ou implícito, consciente ou não conscientemente. Realizou-se doze filmes sobre o seu trabalho, deixando um elevado número de documentos sonoros e audiovisuais, que (des)velam seus modos de ser sendo psicólogo (psicoterapeuta). Publicou 16 livros, dentre os quais se destacam: "Tornar-se Pessoa", "Um Jeito de Ser" e "Terapia Centrada no Cliente" http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 27 Principais ideias A partir dessa concepção primária, o processo psicoterapêutico consiste em um trabalho de cooperação entre psicólogo e cliente, cujo objetivo é a liberação desse potencial de crescimento, tendo como resultado a pessoa aberta à experiência,vivendo de maneira existencial,tornando-se ele mesmo. Há três condições básicas e simultâneas defendidas por Rogers como facilitadoras,no relacionamento entre psicoterapeuta e cliente, para que ocorra a atualização desse núcleo essencialmente positivo existente em cada um de nós. São elas: a consideração positiva incondicional; a empatia e a congruência. Em linhas gerais, ter consideração positiva incondicional é receber a aceitar a pessoa como ela é e expressar uma consideração positiva por ela, simplesmente por que ela existe, não sendo necessário que faça ou seja isto ou aquilo,portanto,aceitá-la incondicionalmente; a empatia, por sua vez, consiste na capacidade de se colocar no lugar do outro, ver o mundo através dos olhos dele e procurar sentir como ele sente;e a congruência, a coerência interna do próprio terapeuta. O interessante na abordagem rogeriana é que a aplicação do seu método em psicoterapia, passa por um processo de amadurecimento do próprio psicoterapeuta, já que ele não pode simplesmente apropriar-se de uma "técnica", mas que lhe seja próprio e natural agir conforme as condições desenhadas por Rogers. Percebe-se então, por exemplo, que a expressão de uma afetividade incondicional só ocorre devidamente se brotar com sinceridade do psicólogo; não há como simular tal afetividade. O mesmo ocorre com a empatia e com a congruência. Por isso se diz que não existe uma "técnica rogeriana", mas sim psicólogos cuja conduta pessoal e profissional mais se aproximam da perspectiva de Carl Rogers. Outro ponto a considerar é que após longos estudos, Rogers chegou à conclusão de que as três condições são eficazes como instrumento de aperfeiçoamento da condição humana em qualquer tipo de relacionamento, tais como: na educação entre professor e aluno, no trabalho, na família,nas relações http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 28 interpessoais em geral. Rogers se opôs à teoria de B.F.Skinner de que a personalidade do homem seria moldada pelo meio por meio de condicionamentos operantes. Para Rogers todos os homens são bons na sua essência, e que todo o aprendizado deveria ser organizado no sentido do indivíduo para o meio, e não o contrário Neste sentido, ele nos diz: — A Questão é saber se podemos permitir que o conhecimento se organize no e pelo indivíduo, em vez de ser organizado para o indivíduo. Influências no Brasil Acusado de "romântico" durante a ditadura militar no Brasil, Rogers chegou a acreditar que a democracia brasileira seria viável caso os governos militares - instalados no poder nacional de então - se submetessem aos Grupos de Encontro e à Psicoterapia. Esse pensamento obviamente impunha, no mínimo, ao psicólogo brasileiro, uma questão ética: Tratar ou não daqueles que eram torturadores? Rogers expôs suas práticas em inúmeras gravações, tendo também se apresentando num programa de televisão sob o comando de Júlio Lerner,na TV Cultura (8 de março de 1977). Nessa ocasião,foi realizado no estúdio, em tempo real, um Grupo de Encontro com a participação de voluntários, incluindo os próprios funcionários da TV, facilitado por Maria Bowen ,que foi posteriormente comentado por Bowen, John Wood , Raquel Rosemberg e o próprio Rogers. 7. O ENSINO UNIVERSITÁRIO NUMA ÓTICA ROGERIANA O NUMA ÓTICA ROGERIANA Teixeira (2005) escreveu um texto sobre o O ensino universitário numa ótica Rogeriana e, aqui abordaremos este texto. O autor inicia suas reflexões através do assunto sobre o ingresso em um curso superior, que além de representar uma aspiração imposta aos jovens pela sociedade, é uma ruptura bastante grande a nível educacional. Há uma ótica diferente em relação ao saber. Relata que, no ensino médio estudava-se para ser aprovado e nos cursos http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 29 preparatórios ao vestibular a motivação é ingressar em uma faculdade. Em ambos os casos, entretanto, o meio é o mesmo: saber regras, decorar fatos e datas, sem que a profissionalização interfira no processo do saber. Nos cursos de nível superior há ou deveriam haver mudanças neste aspecto. O "entender" assume grau superior e o "saber" é uma decorrência imposta necessidades do conhecimento adquirido com prolongamentos no futuro profissional do universitário. Este é um fato cultural entre os muitos que implicam na mudança do comportamento humano. A partr daí, Teixeira (2005) verifica que, em consequência desta inversão de valores, a responsabilidade docente deve ser encarada não como mera função de serviço, de cumprimento de horários e deveres impostos 1ª instituição. É necessário ir além, entender que se está auxiliando, a curto prazo, o nascimento de gerações que serão agentes de mudanças que se refletirão em novas formas de comportamento e, portanto, em mudanças sociais. Em 1967, pesquisadores da UNESCO alertavam os docentes das escolas superiores, concluindo que "a maioria" dos estudantes que iniciam os estudos do ensino superior espera delesuma vida mais livre do que a que conheceu nos bancos da escola, um novo tipo de relacionamento com seus professores". Deste modo, Teixeira (2005) verfica que, ao analisar os método de ensino utilizados pelas universidades, constata-se que há relativo progresso na vida do estudante universitário em relação a estágios inferiores da educação. Entretanto, esses métodos, ainda que menos alienantes, são prolongamentos de surradas técnicas educacionais empregadas no ensino médio. No secundário, a aula expositiva acompanhada de exercícios de reforço é a técnica de ensino mais comum. Na verdade, é uma forma de escamotear a obrigação do aluno de decorar soluções padronizadas para alguns tipos de problemas. Neste caso, o estudante ao enfrentar situações não resolvidas dentro de parâmetros vistos em aulas, não estará preparado para usar seu intelecto e chegar a resultados corretos. O autor percebe que uma outra forma comum chamada de avançada por algumas escolas de ensino médio é a técnica da pesquisa. Nota-se, contudo, que o aluno não é incentivado e orientado a realizar pesquisas dentro dos mais primários métodos e técnicas. Em geral, o http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 30 levantamento bibliográfico resume-se a uma enciclopédia escolar, limitando-se, o aluno, a copiar o texto relativo ao assunto, para obter a nota necessária que lhe garantirá boa média bimestral. Os seminários, quando aconteceu, são desprovidos de análise crítica, refletindo fidedignamente o baixo índice de leitura de alunos e professores. Teixeira (2005) relata que o chamado ensino sequencial está, aos poucos, obtendo status de ensino do futuro. Mais que outros métodos - ao menos dentro do modelo atual - ele em nada acrescenta ao crescimento potencial dos estudantes. A técnica de apresentação de questões para as respostas discentes, leva o estudante a refletir soluções corretas sem qualquer participação subjetiva em suas respostas. esta técnica ensejou o aparecimento das "máquinas de ensinar" que acabará por nivelar os conhecimentos a um mero banco de dados. Estes e outros métodos carentes de espaço para a criatividade individual, lamentavelmente, parece que perdurarão ainda por muito tempo. Segundo alguns, eles são eficientes para a democratização do ensino onde o conceito de democracia em educação é interpretado tão somente pelo número elevado daqueles que têm acesso a tais tipos de formação direcionada. A própria UNESCO considera modernas as grandes universidades em que determinadas aulas são assistidas por mais de duzentos estudantes. Como consequência dessa massificação educacional, que pouco contribui ao crescimento do indivíduo, assistimos, inertes, ao domínio da sociedade por elites (intelectuais, econômicas e detentoras dos meios de comunicação) que encontram campo fértil para o domínio de suas idéias. Na universidade, os métodos são similares. Exige-se do aluno, entretanto, descuida-se do preparo não obtido em escolas do ensino médio e, muito menos, nos preparatórios aos vestibulares que se preocupam exclusivamente em descobrir técnicas que permitam aos seus alunos grandes chances de aprovação nos exames de ingresso às escolas superiores. Segundo Rich (1975) pode-se fazer uma analogia entre o estudante e o trabalhador. O autor lembra que, para Marx, "o homem realiza-se através de seu trabalho, de seu sentido de criatividade e da satisfação de seus desejos. O mesmo ocorre com o estudante que deve realizar-se através dos mesmos fatores, ligados a sua atividade de obtenção do saber". Teixeira (2005) ainda enfoca sobre a política educacional de um país que http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 31 pode retirar de seus estudantes todas as possibilidades de auto realização, não oferecendo condições para o aprimoramento de suas condições intelectuais e a organização das escolas superiores optam por metodologias impróprias ao crescimento individual, fazendo de suas atividades uma obrigação, criam-se campos propícios ao descontentamento e desconfiança. Tal qual o trabalhador em uma sociedade capitalista, o estudante aliena-se de seus afazeres discentes. Freinet, citado por Léveque e Bes diz que a pretensão de se definir antecipadamente, para os alunos, a sociedade na qual desejaríamos vê-los viver mais tarde, é absurdo pedagógico e histórico, tanto são importantes de determinantes os múltiplos elementos de apreciação e de ação que escapam aos pedagogos e que os próprios sociólogos mais avisados não saberiam prever, nem precisar. Essa visão fenomenológica parece ser uma das bases sobre as quais se deve alicerçar princípios educacionais. Teixeira (2005) verifica que o papel de agente, atribuído ao professor, e de paciente, atribuído ao aluno. é a repetição de vários fatos históricos de dominação que acabaram em grandes conflitos, onde os dominados se rebelaram impondo derrotas aos seus dominadores. Em educação, esses confrontos não acontecem com freqüência. Na maioria das vezes os dominados abandonam o campo de batalha e procura outras frentes onde se repetirá o mesmo processo de luta e acabam por se conformar com a estrutura que lhes é imposta pela classe dominante. Como a própria história revela, entre os dominadores surgem elementos inconformados com seu papel e função e, deste inconformismo, nascem novas idéias e conceitos destinados a substituir os vigentes. Maslow, Rogers, Murphy e os educadores humanistas podem ser citados, em Educação, como os revolucionários que traçaram novas metas para a aprendizagem efetiva. Para Teixeira (2005) de acordo com a abordagem de Rogers, por exemplo, pode-se falar em uma teoria o crescimento, aqui entendido como um caminho para a maturidade, o que deve coincidir com a faixa etária que vai desde os primeiros passos para o ingresso na universidade até parte do curso superior do estudante. O ser humano, para o psicanalista e educador, é um organismo em processo de integração; independente e autônomo e, como tal, deve ser http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 32 aceito e respeitado; é movido por sentimentos e experiências que são importantes fatores de crescimento; tem condições de se auto-dirigir e se ajustar de acordo com suas necessidades e, finalmente, tem o presente a motivá-lo. A escola deve considerar todos esses fatores ao traçar os objetivos educacionais de seus cursos, visando o crescimento dos indivíduos de sua clientela. Ela não deve impor, deve favorecer a cada um as possibilidades do respectivo auto-equilíbrio. Há, ainda um outro fator importante a ser pesado no relacionamento com alunos: o momento histórico vivido e do qual o estudante é parte ativa e passiva. O estudante traz para a sala de aula todas as ansiedades e experiências. Esses valores devem ser considerados em todos os momentos da vida do estudante. O desejo de entender o mundo que o cerca e a cultura de que faz parte é elemento propulsor para o aprendizado. Sua forma de expressar a realidade e criar soluções para os problemas inseridos em seu meio são formas de ampliar seus conhecimentos e atingir seus objetivos de maturidade. Sua forma de expressão não deve ser limitada por princípios e regras castradoras. Essas normas inibem a criatividade e o crescimento individual (TEIXEIRA, 2005) Rogers trata também da avaliação, dando ênfase a ela como uma forma de engrandecimento do indivíduo. Suas proposições (hipóteses, como prefere) revela que as pessoas têm um processo organizado de avaliação. Isto é, o indivíduo está sempre aberto a reajustar-se, desdeque consiga sobrepor novos valores aos que lhe foram introjetados. Diz ainda que o ser humano está aberto a mudança que resultem no seu engrandecimento individual, ou seja, avaliando os valores que lhes são apresentados, julga-os e os adotará se sentir que eles representam possibilidades de crescimento. A adoção das teses de Rogers, de outros humanistas, porém abaixo os conceitos dos comportamentalistas que vêem o ser humano como produto de condicionamentos. Tem-se, através dos humanistas, a visão do homem como ser em processo, em crescimento contínuo e próprio para cada indivíduo. Para o professor essas premissas são importantes. Se o ser humano está em contínuo reprocessar e os fatos culturais são elementos intervenientes nestas atividades, por que não usar esses fatores como meio e fim do processo de aprendizagem? Teixeira (2005) também aborda o tema através da importância de http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 33 conhecer o professor, ele pesquisa outros autores que estudaram o tema, como Morales(1977) Morales, citando Hildebrand, delineou o perfil do bom professor, obtido através de pesquisa que "destruiu o mito de que se desconhece a natureza do bom ensino ou de que esta é demasiado sutil para ser compreendida". Os resultados apontam que os bons professores: - Conhecem a matéria; - se comunicam facilmente com os estudantes; - estabelecem relação de cordialidade com a classe, são hábeis para organizar a participação do grupo e permitir a mútua interação; - respondem de forma pessoal a cada estudante e - manifestam entusiasmo contagioso que desperta o interesse do estudante e estimula a reação deste. Podem parecer óbvias as características apontadas entretanto, uma análise um pouco mais profunda revela que pouco mestres conseguem reunir todos os citados atributos. Lembo(1975), por exemplo, responsabiliza o professor pelo insucesso do aluno quando emprega estratégia de coerção e de controle usando métodos inadequados. Cita processos institucionais utilizados que são maléficos para a formação do estudante. Entre eles, identifica a competição como um dos males da educação tradicional. Para o autor, o aluno sujeito a tal "incentivo" procurará formas obter os resultados que o classificará dentro dos padrões desejados e idealizados por instituição e professores, ferindo os princípios de ética e honestidade, com a utilização de "cola", decoração e até corrupção. Bartels(1980) apresenta outros procedimentos docentes incompatíveis com o aprendizado efetivo do aluno. Indica a aula expositiva tipo monólogo, que converte os alunos em meros receptores, como forma alienante de aula. Atribui ao relacionamento inamistoso com os alunos e à excessiva preocupação com o conteúdo formal do curso como origens de insucesso educacional e causas de muitos conflitos. Condena o professor que se esquece da extensa rede de informação a que está sujeito o aluno e considera suas aulas como o único centro irradiador de saber e cultura e, finalmente, repreende a expressa preferência por determinados alunos clientelismo - em detrimento de outros, como fator gerador de controvérsias e desestímulo à criação de um ambiente favorável ao http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 34 aprendizado. Fritz, citado no artigo "Em torno de uma melhora da comunicação professor-aluno‖, enumera cinco condições para que haja relação satisfatória à promoção do aprendizado: - Comunicação aberta, que deve trazer um clima amistoso às dependências onde se dá o aprendizado; - Considerações e respeito ao sentimento dos alunos, isto é, as pessoas devem ser vistas dentro de suas individualidades e, como tal, respeitadas; - Processos democráticos de decisão, que retira do professor a figura de mero agente do saber; - Comunicação livre de toda a autoridade, que não exime as partes de responsabilidade e respeito e - Apreço mútuo, ou seja, respeito às individualidades na solução das controvérsias que surgem em todos os momentos do relacionamento humano. Conclui-se portanto, que o professor, na visão humanística, deve ter consciência de seu trabalho de comunicação interpessoal, de interação com seus alunos em busca do crescimento individual respeitando as características de personalidade de cada um. Lepargneur (1971) comentando as forças que atuam sobre a formação do estudante, diz que "não há liberdade sem ciência das dependências que, de toda parte, nos encerram: estruturas, leis, determinismos" etc. Deve-se entender que a liberdade desejável não implica em caos. Há toda uma estrutura social e cultural que interage no comportamento humano e que, portanto, por natureza, não há perigo de que o relacionamento em sala de aula ou na sociedade tenda ao anarquismo ou ao conflito irreconciliável. Ao assumir a síntese do passado e as possibilidades futuras, o homem empreende marcha para a maturação e para sua plena liberdade que, em última análise, significa obter condições para desenvolver sua criatividade. É do citado autor, também, a conclusão que a educação, tal qual a sociedade (unidade e diversidade) tem duas faces: a inserção, que permite ao indivíduo reconhecer os valores coletivos, necessários à sua adaptação à sociedade e a utilização, através da qual o indivíduo coloca a serviço da coletividade seus valores pessoais que contribuirão para as transformações sociais. Essa dupla articulação, antes de ser incongruente, é fator de adaptação http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 35 e criatividade. Pretto ( 1978), quando apresenta os pressupostos de Maslow amplia as conclusões de Pepargneur. Para Maslow, o ser humano deve ser entendido como: - Possuidor de uma natureza interna, herdada, com tendência a persistir; - Parte dela é universal e parte individual; - É possível um estudo científico da natureza humana e a descoberta de suas características; - Grande parte da natureza interna é inconsciente, por ter sido alvo de repressões; - Mesmo tendo sido reprimida, a natureza interna possui forças que geram impulsos para o crescimento, em busca de identidade; - O homem amadurece em parte pela descoberta e em parte pela criação individual; - A repressão da natureza pessoal resulta em desequilíbrio e frustrações; - O equilíbrio pessoal será possível através do respeito interno e externo; - A auto realização se define pela aceitação pessoal e social e pela existência de fatores que impliquem na redução de capacidade; - A educação deve facilitar a expressão e a espontaneidade do ser humano. Teixeira (2005) conclui então que essa visão existencial do ser dá novas dimensões à Educação. Os alunos, como seres humano, devem ser ponderados pelos professores em suas plenitudes individuais e os objetivos educacionais devem ter como meta a liberdade e o crescimento pessoal. Rogers neste aspecto, confirma as afirmações de Maslow, quando entende que a função do professor não pode ser a de ensinar, eis que este ato tem pouca significância no comportamento. Conclui que a solução é facilitar o aprendizado de seus alunos, levando-os à autodescoberta, à experimentação, que se refletirá no seu auto crescimento Pedagogia de Paulo Freire Paulo Reglus Neves Freire(Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou- se por seu http://www.institutoine.com.br/ INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO TÓPICOS DA CULTURA AFRO-BRASILEIRA WWW.INSTITUTOINE.COM.BR – (31) 3272-9521 5 36 trabalho na área da educação popular,
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