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Farmacologia Antimicrobianos e Asma


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FARMACOLOGIA
ANTIMICROBIANOS
Bactericida X Bacteriostático:
Bactericida: matam a bactéria. Ex.: penicilinas.
Bacteriostático: inibem o crescimento e a multiplicação da bactéria. Ex.: sulfonamidas.
Fatores de escolha do antibiótico: 
Identificação do microrganismo infectante;
Determinação da suscetibilidade antimicrobiana do microrganismo infeccioso (bactericida ou bacteriostático);
Efeito do local da infecção no tratamento;
Fatores do paciente (história clínica);
Segurança do fármaco;
Custo do tratamento.
Inibidores da síntese da parede celular bacteriana: 
Penicilinas
Exemplos: amoxicilina, dicloxacilina.
Mecanismo de ação: Inibem a integridade da parede celular bacteriana.
Usos: infecções urinárias, septicemia, meningite, infecções intra-abdominais, sífilis, pneumonia.
Efeitos adversos: glossite (inflamação da língua), estomatite (inflamação da boca), gastrite, náuseas, vômitos, diarreia, dor abdominal.
Cefalosporinas
Exemplos: cefadroxila, cefaclor, cefdinir, cefepima, ceftolozana.
Mecanismo de ação: possuem anel betalactâmico e têm como alvo a parede celular bacteriana, tornando-a defeituosa e instável, com consequente destruição da bactéria. São bactericidas.
Usos: infecções respiratórias, otite média, infecções ósseas/articulares, infecção complicadas intra-abdominais ou do trato geniturinário.
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreia, cefaleia, tontura, mal-estar, febre.
Carbapenêmicos
Exemplos: Imipenén, meropeném, ertapeném, doripeném.
Mecanismo de ação: inibem a síntese da parede celular bacteriana e provocam morte das células suscetíveis.
Usos: infecção intra-abdominais, meningite bacteriana (Meropeném); infecções graves, endocardite, septicemia (Imipenén); infecções intra-abdominais e infecções urinárias (Doripeném).
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreia, exantema.
Sulfonamidas: são principalmente bacteriostáticos, em virtude de sua capacidade de inibir a atividade do ácido fólico no metabolismo das células bacterianas. Uma vez reduzida a velocidade de multiplicação das bactérias, os próprios mecanismos de defesa do corpo são capazes de livrar o corpo dos microrganismos invasores. 
Usos: infecções urinárias, colite ulcerativa, entre outros.
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, anorexia, diarreia, dor abdominal, inflamação da boca, calafrios, febre.
PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS
ASMA
Fisiopatologia: doença crônica das vias respiratórias inferiores com broncospasmo (redução dos brônquios, o que diminui o volume de ar que entra nos pulmões a cada respiração – receptores alfa-adrenérgicos estimulados) e broncoconstrição (estreitamento das vias aéreas dos pulmões, nos bronquíolos que causa dificuldade respiratória, tosse e sibilos – receptores beta-adrenérgicos estimulados). A exposição ambiental a alergênicos como ácaros de poeira doméstica, fumaça de tabaco, pelos de animais de estimação, entre outros, são deflagradores de crise asmática.
A terapia farmacológica para a asma visa prevenir as crises e reduzir o edema e a produção de muco nas vias respiratórias.
Medicamentos utilizados no tratamento da asma: 
Ação curta: para aliviar as crises e prevenir a asma induzido por exercício físico.
Ação longa: para prevenir as crises de asma.
Broncodilatadores adrenérgicos
Exemplos: Sabultamol, efedrina, epinefrina, levalbuterol, metaproterenol, terbutalina (ação curta);
Arformoterol, formoterol, indacaterol, olodaterol, salmeterol (ação longa).
Mecanismo de ação: relaxa a musculatura lisa dos brônquios e possibilita a entrada de mais ar nos pulmões para aliviar a angústia respiratória ocasionada por broncospasmo.
Usos: broncospasmo associado a asma brônquica aguda e crônica, broncospasmo induzido por exercício, bronquite, enfisema, bronquiectasia.
Efeitos adversos: taquicardia, palpitações, arritmias cardíacas, hipertensão arterial, ansiedade, insônia.
Broncodilatadores derivados da xantina ou metilxantinas
Exemplos: adidínio, ipratrópio, tiotrópio, umeclidínio.
Mecanismo de ação: promovem broncodilatação. Relaxamento direto do músculo liso dos brônquios.
Usos: alívio sintomático ou prevenção da asma brônquica, tratamento do broncospasmo reversível associado à bronquite crônica e ao enfisema.
Efeitos adversos: inquietação, irritabilidade, cefaleia, nervosismo, tremores, taquicardia, palpitações, taquipneia, náuseas, vômitos, febre.
Costicosteroides inalados
Exemplos: beclometasona, budesonida, cidesonida, flunisolida, flluticasona, mometasona.
Medicamentos controladores a longo prazo. Administrados por inalação.
Mecanismo de ação: diminuem o processo inflamatório nas vias respiratórias e bloqueiam a reação a alérgenos.
Usos: tratamento profilático da inflamação associada à asma crônica, tratamento de pólipos nasais e rinite.
Efeitos adversos: irritação da garganta, rouquidão, infecção fúngica da boca e garganta.
Estabilizador de mastócitos
Exemplo: cromoglicato.
Mecanismo de ação: impede a entrada de íons cálcio nos mastócitos, com prevenção da liberação de mediadores inflamatórios, como a histamina e os leucotrienos.
Usos: tratamento da asma e da rinite alérgica.
Efeitos adversos: irritação e ressecamento da garganta, sensação de gosto desagradável, tosse ou espirro.
Modificadores de leucotrienos e imunomoduladores
Exemplos: Mepolizumabe, montelucaste, omalizumabe, roflumilaste, zafirculaste, zileutona.
Mecanismo de ação: inibem a formação de leucotrienos, impedindo o edema das vias respiratórias e facilitando a broncodilatação.
Usos: profilaxia e tratamento da asma crônica.
Efeitos adversos: cefaleia, sintomas gripais, reações anafiláticas.
Diferença no tratamento de sintomáticos e assintomáticos:
Os sintomáticos geralmente requerem medicamentos de controle da asma, como broncodilatadores de ação rápida e corticosteroides.
Os assintomáticos podem precisar apenas de controle dos fatores desencadeadores e monitoramento regular da função pulmonar.
Gravidade da asma:
RINITE ALÉRGICA
Fisiopatologia: doença que acomete as vias respiratórias superiores. É frequentemente causada por um alérgeno. A terapia farmacológica tem como objetivo tratar o desconforto associado à rinite.
Diagnóstico da rinite alérgica: baseia-se na avaliação clínica do paciente e se necessário, uso de testes cutâneos para identificar reações alérgicas e testes de IgE séricos específicos para alérgenos. Também pode ser feito esfregaço nasal e exame de imagem.
Sintomas: prurido no nariz, olhos ou boca, lacrimejamento, obstrução nasal, espirros.
Terapêutica da rinite alérgica:
Esteroides intranasais ou glicocorticoides nasais
Exemplos: beclometasona, budesonida, mometasona, triancinolona.
Tratamento de primeira linha para as manifestações clínicas da rinite alérgica. Também são utilizados no tratamento de rinite causada por substâncias não alergênicas, pólipos nasais e sinusite crônica.
Mecanismo de ação: ação anti-inflamatória ao inibir a resposta de células. Também reduzem mediadores como a histamina.
Efeitos adversos: olfato ou paladar desagradável, ressecamento das vias nasais.
Anti-histamínicos
Exemplos: bronfeniramina, clorfeniramina, azelastina, loratadina, entre outros.
Mecanismo de ação: bloqueiam os efeitos da histamina (produzida em resposta à reação alérgica ou lesão tecidual – provoca resposta inflamatória).
Usos: alívio dos sintomas das alergias, rinite alérgica, conjuntivite alérgica, edema e urticária, alívio da tosse por resfriados ou alergias, entre outros.
Efeitos adversos: sonolência, ressecamento da boca, nariz e garganta, espessamento das secreções brônquicas.
Descongestionantes
Exemplos: epinefrina, oximetazolina, xilometazolina, entre outros.
Mecanismo de ação: reduz o edema das vias nasais, desobstrui-as e aumenta a drenagem dos seios paranasais. 
Usos: rinite alérgica, resfriado, sinusite, congestão associada à rinite.
Efeitos adversos: taquicardia, inquietação, náuseas, vômitos.
PROBLEMAS HEPÁTICOS E BILIARES
Terapêutica dos cálculos biliares: 
Ursodiol
Mecanismo de ação: o ursodiol contém na sua composição o ácido ursodesoxicólico, que é uma substância presentenaturalmente na bile humana, que age diminuindo a quantidade de colesterol e estimulando a produção de bile produzida pelo fígado, além de melhorar o fluxo da bile na vesícula biliar.
Usos: dissolução de cálculos biliares formados por colesterol, tratamento da cirrose biliar primária, pedra residual no canal da vesícula biliar ou formação de novas pedras após cirurgia, dor abdominal, azia e sensação de estômago cheio em colecistite, alterações da bile.
Efeitos adversos: fezes pastosas e diarreia.
PROBLEMAS GÁSTRICOS
Mecanismo da bomba de prótons: Uma bomba de prótons, ou bomba H+-ATPase, é uma proteína integral de membrana, que funciona a partir da hidrólise de ATP em ADP e fosfato. Efetua o transporte ativo de prótons através da membrana de uma célula, mitocôndrio ou outro compartimento subcelular, contra o gradiente de concentração. Suas funções são: Manter a composição iônica intracelular, importar solutos contra o gradiente de concentração, balancear a pressão osmótica nos dois lados da membrana celular, manter o potencial de membrana celular.
Fármacos antiácidos:
Exemplos: alumínio, magaldrato e magnésio.
Mecanismo de ação: neutralizam ou reduzem a acidez do estômago e do conteúdo duodenal por meio de sua combinação com HCl e aumento do pH do ácido gástrico.
Usos: tratamento da hiperacidez causada por pirose, indigestão ácida ou azia, doença do refluxo gastresofágico, úlcera péptica.
Efeitos adversos: constipação ou diarreia, fraqueza, náuseas, vômitos, cefaleia.
Forma de administração: via oral.
Agonistas do receptor de histamina H2:
Exemplos: cimetidina, famotidina e ranitidina.
Mecanismo de ação: inibem a ação da histamina nas células gástricas com receptores H2, reduzindo a secreção do ácido gástrico.
Usos: pirose, indigestão ácida e azia, refluxo, úlcera gástrica ou duodenal.
Efeitos adversos: tontura, sonolência, cefaleia, diarreia.
Forma de administração: via oral e/ou via intravenosa.
Inibidores da bomba de prótons:
Exemplos: omeprazol, lansoprazol, pantoprazol e rabeprazol.
Mecanismo de ação: suprimem a secreção de ácido gástrico por meio da inibição do sistema enzimático hidrogênio-potássio adenosina trifosfatase (ATPase ou sistema de bomba de ácido - prótons) das células parietais do estômago (etapa final na produção de ácido gástrico pela mucosa gástrica). 
Usos: úlceras gástricas e duodenais (H.pylori), refluxo e esofagite erosiva.
Efeitos adversos: cefaleia, náuseas, diarreia e dor abdominal.
Forma de administração: via oral.
Agentes de proteção gastrointestinal: 
Exemplos: Misoprostol, Sucralfato, Subsalicitato de Bismuto.
Mecanismo de ação: aumentam os mecanismos de proteção da mucosa, prevenindo lesões, reduzindo inflamação e cicatrizando úlceras existentes.
Usos: úlceras gástricas, duodenais e pépticas.
Efeitos adversos: cefaleia, náuseas, dor abdominal, diarreia ou constipação, vômitos.
Forma de administração: via oral.
PROBLEMAS INTESTINAIS
Tratamento das doenças inflamatórias intestinais:
DOENÇA DE CROHN
Fisiopatologia: inflamação crônica progressiva intestinal que pode acometer desde a boca até a região anal, onde as áreas mais afetadas são o íleo terminal, válvula ileocecal e o ceco.
Manifestações clínicas: dor e distensão abdominais, anorexia, diarreia, perda de peso, desidratação e deficiências nutricionais.
COLITE ULCERATIVA
Fisiopatologia: inflamação crônica caracterizada por episódios de inflamação à camada mucosa do cólon. A doença afeta o reto e as porções proximais do cólon.
Manifestações clínicas: diarreia mucosanguinolenta intensa ou ausência de fezes, dor e fadiga.
Tratamento farmacológico das doenças inflamatórias intestinais: antibióticos, corticosteroides, agentes biológicos (ex.: adalimumabe, certolizumabe, infliximabe, netalizumabe) e aminossalicitatos.
Aminossalicitatos
Exemplos: sulfassalazina, balsalazida, mesalazina, olsalazina.
Mecanismo de ação: ação anti-inflamatória no intestino.
Usos: doença de Crohn, colite ulcerativa e outras doenças infamatórias.
Efeitos adversos: dor abdominal, náuseas e diarreia.
* A sulfassalazina não deve ser usada por pessoas alérgicas a sulfonamidas, pois ambas possuem uma estrutura semelhante, o que pode ocorrer reação cruzada entre os componentes e gerar efeitos adversos graves.
PROBLEMAS ENDÓCRINOS
Insulinas:
A insulina é um hormônio sintetizado pelas células beta do pâncreas. 
Mecanismo de ação: estimula a síntese de glicogênio pelo fígado. Também promove a síntese de proteínas e ajuda o corpo a armazenar gordura, impedindo a sua degradação para obtenção de energia.
Usos: reposição de hormônio insulina no DM1, suplementação da produção de insulina no DM2, tratamento da cetoacidose diabética.
Efeitos adversos: hipoglicemia ou hiperglicemia.
Início: quando a insulina começa a atuar no corpo.
Pico: quando a insulina exerce sua ação máxima.
Duração: tempo durante o qual a insulina mantém seu efeito.
Insulina de ação rápida e curta: usada para mimetizar a liberação prandial (hora da refeição) de insulina e controlar a glicose pós-prandial. Também são usadas para correções rápidas de glicose elevada. 
Insulina de ação intermediária: usada para controle basal (jejum) nos diabetes tipos 1 e 2.
Insulina de ação longa: usada para controle basal.
Agentes hipogliceminantes orais:
* Sulfonilureias
Exemplos: glimepirida, glipizida, clorpropamida.
Mecanismo de ação: estimula a liberação de insulina das células beta do pâncreas.
Usos: DM2.
Efeitos adversos: aumento de massa corporal, hiperinsulinemia e hipoglicemia.
* Biguanidas
Exemplo: metformina.
Mecanismo de ação: redução da gliconeogênese hepática.
Usos: DM2 e SOP.
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diarreia.
Amilinomimético
Exemplo: pranlintida.
Mecanismo de ação: retarda o esvaziamento gástrico, diminui a liberação do glucagon e reduz o apetite.
Usos: DM2
Efeitos adversos: náuseas, vômitos, diminuição do apetite, dor abdominal, cefaleia.
Tiazolidinadionas
Exemplos: pioglitazona, rosiglitazona.
Mecanismo de ação: diminuem a resistência à insulina.
Usos: DM2.
Efeitos adversos: aumento de massa corporal.
Meglitinidas
Exemplos: nateglinida, repaglinida.
Mecanismo de ação: reduzem os níveis de glicemia por meio da estimulação da liberação de insulina pelo pâncreas.
Usos: DM2.
Efeitos adversos: cefaleia, rinite, bronquite, dor lombar e hipoglicemia.
Agonistas de receptores de peptídeo 1 similar a glucagon
Exemplos: albiglutida, dulaglutida, exenatida.
Mecanismo de ação: aumentam a liberação de insulina e reduzem os níveis de glucagon na circulação, dependendo dos níveis de glicose.
Usos: DM2.
Efeitos adversos: diarreia, náuseas, vômitos e pirose.
Inibidores de alfa-glicosidase
Exemplos: acarbose, miglitol.
Mecanismo de ação: hidrolisam carboidratos em glicose e outros açúcares que podem ser absorvidos.
Usos: DM2.
Efeitos adversos: flatulência, diarreia e cólicas.
Inibidores da depiptidilpeptidase-4
Exemplos: alogliptina, linagliptina, saxagliptina.
Mecanismo de ação: aumenta a liberação de insulina em resposta às refeições e a redução na secreção imprópria do glucagon.
Usos: DM2.
Efeitos adversos: nasofaringite e cefaleia.
Inibidores do cotransportador 2 sódio-glicose
Exemplos: canaglifozina, dapagliflozina.
Mecanismo de ação: aumenta a secreção urinária de glicose.
Usos: DM2.
Efeitos adversos: infecções genitais, infecções do trato urinário e frequência urinária.
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