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02/02/2017 História da Engenharia ­ CREA ­ RN
http://www.crea­rn.org.br/artigos/ver/120 1/9
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ARTIGOS
25/10/2013
História da Engenharia
A engenharia é a ciência, a arte e a profissão de adquirir e de aplicar os conhecimentos
matemáticos, técnicos e científicos na criação, aperfeiçoamento e implementação de utilidades, tais
como materiais, estruturas, máquinas, aparelhos, sistemas ou processos, que realizem uma
determinada função ou objetivo.
Nos processos de criação, aperfeiçoamento e implementação, a engenharia conjuga os vários
conhecimentos especializados no sentido de viabilizar as utilidades, tendo em conta a sociedade, a
técnica, a economia e o meio ambiente. A engenharia é uma ciência bastante abrangente que
engloba uma série de ramos mais especializados, cada qual com uma ênfase mais específica em
determinados campos de aplicação e em determinados tipos de tecnologia.
O engenheiro é o profissional que exerce a prática de engenharia. Em muitos países, o exercício da
profissão de engenheiro obriga, para além da habilitação com um curso superior de engenharia, a
uma licença ou certificação profissional atribuída pelo estado, por uma associação profissional,
ordem ou instituição de engenheiros ou por outro tipo de órgão de regulamentação profissional.
Conforme o país, aos profissionais devidamente certificados ou licenciados está reservado o uso
exclusivo do título profissional de "engenheiro" ou estão reservados outros títulos formais como
"engenheiro profissional", "engenheiro encartado", "engenheiro incorporado", "engenheiro
diplomado" ou "Engenheiro Europeu". Normalmente, a lei restringe a prática de determinados atos
de engenharia aos profissionais certificados e habilitados para tal, ainda que a prática dos restantes
não esteja sujeita a essa restrição. Para além da certificação como engenheiro propriamente dito, em
alguns países existe a certificação como técnica de engenharia ou engenheiro técnico, associada
aos profissionais com uma habilitação correspondente a um curso superior de 1º ciclo na área da
engenharia.
O conceito de engenharia existe desde a antiguidade, a partir do momento em que o ser humano
desenvolveu invenções fundamentais como a polia, a alavanca e a roda. Cada uma destas
invenções é consistente com a moderna definição de engenharia, explorando princípios básicos da
mecânica para desenvolver ferramentas e objetos utilitários. O termo \"engenharia\" em si tem uma
etimologia muito mais recente, derivando da palavra \"engenheiro\", que apareceu na língua
portuguesa no início do século XVI e que se referia a alguém que construía ou operava um engenho.
Naquela época, o termo \"engenho\" referia­se apenas a uma máquina de guerra como uma
catapulta ou uma torre de assalto. A palavra "engenho", em si, tem uma origem ainda mais antiga,
vindo do latim "ingenium" que significa "gênio", ou seja, uma qualidade natural, especialmente
mental, portanto uma invenção inteligente.
Mais tarde, à medida que o projeto de estruturas civis ­ como pontes e edifícios ­ amadureceu como
uma especialidade técnica autônoma, entrou no léxico o termo "engenharia civil" como forma de
distinção entre a atividade de construção daqueles projetos não militares e a mais antiga
especialidade da engenharia militar. Hoje em dia, os significados originais dos termos "engenharia"
e "engenharia civil" estão já largamente obsoletos, mas ainda são usados como tal em alguns países
ou dentro do contexto de algumas forças armadas. O Farol de Alexandria, as Pirâmides do Egito, os
Jardins Suspensos da Babilônia, a Acrópole de Atenas, o Parténon, os antigos aquedutos romanos,
a Via Ápia, o Coliseu de Roma, Teotihuacán e as cidades e pirâmides dos antigos Maias, Incas e
Astecas, a Grande Muralha da China, entre muitas outras obras, mantêm­se como um testamento do
engenho e habilidade dos antigos engenheiros militares e civis. O primeiro engenheiro civil
conhecido pelo nome foi Imhotep. Como um dos funcionários do faraó Djoser, Imhotep
provavelmente projetou e supervisionou a construção da Pirâmide de Djoser, uma pirâmide de
degraus em Saqqara, por volta de 2630 a.C.­2611 a.C.. Ele poderá também ter sido o responsável
pelo primeiro uso da coluna na arquitetura. Os antigos gregos desenvolveram máquinas tanto no
domínio civil como no militar.
A Máquina de Antikythera (o primeiro computador mecânico conhecido) e as invenções mecânicas
de Arquimedes são exemplos da primitiva engenharia mecânica. Estas invenções requereram um
Inicial  Artigos História da Engenharia
CURSOS E EVENTOS
26 Jan
Por quanto tempo o Sistema Confea/Crea deve guardar os docum...
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de Arquimedes são exemplos da primitiva engenharia mecânica. Estas invenções requereram um
conhecimento sofisticado de engrenagens diferenciais e planetárias, dois princípios­chave na teoria
das máquinas que ajudou a projetar as embreagens empregues na Revolução Industrial e que ainda
são amplamente utilizadas na atualidade, em diversos campos como a robótica e a engenharia
automóvel. Os exércitos chineses, gregos e romanos empregaram máquinas e invenções complexas
como a artilharia que foi desenvolvida pelos gregos por volta do século IV a.C..Estes desenvolveram
a trirreme, a balista e a catapulta. Na Idade Média, foi desenvolvido o trabuco. Nos séculos XV e XVI,
a engenharia naval emerge em Portugal. Os novos tipos de navios então desenvolvidos ­ como a
caravela, a nau redonda e o galeão ­ irão ser fundamentais nos grandes descobrimentos marítimos.
William Gilbert é considerado o primeiro engenheiro eletrotécnico, devido à publicação da obra De
Magnete em 1600, o qual foi o criador do termo "eletricidade".
A primeira máquina a vapor foi construída em 1698 por Thomas Savery, que assim é considerado o
primeiro engenheiro mecânico moderno. O desenvolvimento deste aparelho deu origem à
Revolução Industrial nas décadas seguintes, permitindo o início da produção em massa. Com a
ascensão da engenharia como profissão, durante o século XVIII, o termo tornou­se mais estritamente
empregue para designar as atividades para cujos fins eram aplicadas a matemática e a ciência.
Além disso, além das engenharias militar e civil, também foram incorporadas na engenharia o que
antes eram conhecidas como \"artes mecânicas\". A engenharia elétrica pode traçar as suas origens
às experiências de Alexandre Volta em 1800, às experiências de Michael Faraday, Georg Ohm e
outros, bem como à invenção do motor elétrico em 1872. O trabalho de James Maxwell e de Heinrich
Hertz no final do século XIX deram origem à eletrónica.
As invenções de Thomas Savery e de James Watt deram origem à moderna engenharia mecânica. O
desenvolvimento de máquinas especializadas e de ferramentas para a sua manutenção durante a
Revolução Industrial levaram ao crescimento acentuado da engenharia mecânica. A engenharia
química ­ tal como a engenharia mecânica ­ desenvolveu­se no século XIX, durante a Revolução
Industrial. A produção à escala industrial precisava de novos materiais e de novos processos. Por
volta de 1880, a necessidade da produção em larga escala de químicos era tanta que foi criada uma
nova indústria, dedicada ao desenvolvimento e fabricação em massa de produtos químicos em
novas fábricas. A função do engenheiro químico era a de projetar essas novas fábricas e processos.
A engenharia aeronáutica lida com o projeto de aeronaves.
Nos tempos modernos, começou­se também a designá­la como \"engenharia aeroespacial\", dando
ênfase à expansão daquele campo da engenharia que passou também lidar com o projeto de
veículos espaciais. As suas origens podem ser traçadas até aos pioneiros da aviação da viragem do
século XIX para o século XX. Os conhecimentos primitivos de engenharia aeronáutica eram
largamente empíricos, com alguns conceitos e perícias a serem importados de outros ramos da
engenharia. Apenas alguns anos depois dos bem sucedidos voos dos irmãos Wright, a década de
1920 viu um desenvolvimento extensivo da engenharia aeronáutica, através do desenvolvimento de
aviões militares da época da Primeira Guerra Mundial. Entretanto, as pesquisas, para fornecer bases
científicas fundamentais, continuaram através da combinação da física teórica com experiências.
Durante a Segunda Guerra Mundial, inicia­se o desenvolvimento da engenharia de computação. A
expansão radical da informática depois do final da guerra, irá tornar tanto os engenheiros de
computação como os engenheiros informáticos em alguns dos maiores grupos de profissionais da
engenharia. Segue abaixo uma relação de engenheiros civis de destaque:
a) William John Macquorn Rankine, engenheiro civil escocês (1820­1872) que deu enorme
contribuição a diversos ramos da engenharia,incluindo a área de mecânica dos solos com a teoria
sobre empuxos em maciços terrosos, denominada de método de Rankine, nas áreas de
termodinâmica com a escala de Rankine, e em mecânica. Inicialmente teve interesse pela
matemática e musica, e em seguida passou a trabalhar com projetos e construção de sistemas
fluviais,hidráulica, ferrovias e portos.
b) Henry Philibert Gaspard Darcy (10 Junho, 1803 – 3 Janeiro, 1858),engenheiro civil Francês, que
lançou as bases da hidráulica,publicando a Lei de Darcy, sobre a perda de carga de fluidos através
de condutos. Como engenheiro, participou de um grande numero de obras hidráulicas.
c) Charles Augustin de Coulomb, engenheiro civil, matemático e cientista francês (1736­1806),
graduou­se em 1761 pela “École Du Génie at Mézières” de Paris. Coulomb deu enorme contribuição
à engenharia e à física, principalmente na área de resistência dos materiais. Como engenheiro civil,
envolveu­se em diversas áreas, como projeto de estruturas, mecânica dos solos, fortificações, entre
outras. Trabalhou na Martinica onde foi encarregado de projetar e construir o Forte Bourbon. Devido
a problemas de saúde teve que retornar à França onde se dedicou à ciência.
d) Stephen Prokofyevich Timoshenko, engenheiro mecânico e civil russo (1878­1972), graduado
pela “St. Petersburg Railway Engineering Institute” em 1901. Durante toda carreira profissional
dedicou­se ao estudo da resistência dos materiais e sistemas estruturais, desenvolvendo vários
métodos, principalmente em estática e dinâmica das estruturas. Emigrou para os Estados Unidos em
1922, e a partir 1936 foi professor na Stanford University. O professor Timoshenko é considerado o
pai da mecânica, principalmente em analise de estruturas.
e) Remodelação de Paris: Sob a administração do Barão Haussmann e a coordenação do
engenheiro civil Marie François Eugène Belgrand (1810­1878), Paris passou por uma intensa
reconstrução, tendo produzido grandes avenidas, edifícios majestosos e um dos mais fabulosos
sistemas de esgotos do mundo. Grande parte da atual Paris deve­se a esses grandes profissionais
que tiveram a ousadia e a capacidade de vislumbrar o futuro e criar uma das mais belas cidades do
mundo moderno.
f) Torre Eiffel: Foi projetada e construída pelo engenheiro civil Gustave Alexandre Eiffel (1832­1923)
que se tornou grande projetista de estruturas metálicas, tendo projetado centenas de outras obras
cursos / eventos
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02/02/2017 História da Engenharia ­ CREA ­ RN
http://www.crea­rn.org.br/artigos/ver/120 3/9
que se tornou grande projetista de estruturas metálicas, tendo projetado centenas de outras obras
famosas, como a estrutura da Estatua da Liberdade em Nova York, o viaduto de Garabit na França e
a ponte do Porto, em Portugal. Eiffel foi o primeiro engenheiro a construir um túnel de vento para
analise de aerodinâmica dos primeiros aviões na década de 1910.
g) Canal de Suess: Deve­se a Ferdinand de Lesseps, engenheiro civil francês (1805­1894) a
construção do Canal de Suess ligando o Mar Mediterrâneo ao Mar Vermelho, através do Egito. Foi
também um dos primeiros idealizadores do Canal do Panamá.
h) Canal do Panamá: O Canal do Panamá teve inicio entre 1881 e 1889 pelos franceses, com
Lesseps a frente do projeto, tendo sido abandonado devido aos problemas enfrentados pela selva e
condições insalubres. A partir de 1904 as obras foram retomadas pelos Estados Unidos. Inicialmente
teve a coordenação do engenheiro civil John F. Wallace que enfrentou sérios problemas,
principalmente com a malaria. Para dar continuidade às obras o presidente Roosevelt enviou o
engenheiro civil John Stevens (1853­1943), que contratou o medico sanitarista Dr. William Gorgas
para a erradicação da malaria. Sob a coordenação de Stevens, o projeto foi remodelado, feito o
saneamento dos pântanos e construção de vilas para os operários, fornecendo melhores condições
de trabalho. John Stevens antes de ir para o Panamá era um famoso engenheiro civil projetista econstrutor de ferrovias nos Estados Unidos. Segundo a historia, ao terminar as obras do canal, ele
não quis participar da inauguração e regressou para os EUA, tendo continuado na área de ferrovias
e aposentado em 1923. Segundo os historiadores, o sucesso da construção do Canal do Panamá
deve­se a três pessoas: O Presidente Theodore Roosevelt, o engenheiro civil John Stevens e ao
medico sanitarista William Gorgas.
i) Ferrovia Transcontinental: Na América do Norte houve duas sagas da engenharia civil em obras
ferroviárias, uma foi a construção da ferrovia transcontinental no Canadá e a outra nos Estados
Unidos. No dia 10 de maio de 1869, exatamente às 12:00 h, a ferrovia Union Pacific foi inaugurada,
fazendo a ligação entre o Oceano Atlântico e o Pacifico, com a finalização da linha no local
denominado Promontory, no Estado de Utah,onde foi cravado o ultimo prego de linha. Participaram
desta obra diversos engenheiros civis. Outra obra ferroviária de grande vulto foi a construção da
ferroviaCanadian Pacific, no Canadá. A realização desta ferrovia deveu­se em grande parte à
obstinação do engenheiro civil William Cornelius Van Horn. Como obra ferroviária, outra saga da
engenharia civil foi a construção da Ferrovia Transiberiana, ligando Moscou a Vladivistok no Mar do
Japão, com uma extensão de aproximadamente 9.000 km, atravessando oito fusos horários.
 j) Ponte do Brooklyn em Nova York: A ponte do Brooklyn, com cerca de 1,8 km de extensão em
estrutura pênsil, foi projetada e construída pelo engenheiro civil John Augustus Roebling (1806­
1869). John A. Roebling formou­se engenheiro civil na Alemanha e emigrou para os EUA, onde
projetou e construiu diversas pontes penseis antes de ganhar o concurso para a ponte do Brooklyn.
A construção da ponte teve inicio em 1867 e terminou em 1884. Roebling faleceu em um acidente
durante a construção, sendo substituído pelo seu filho, também engenheiro civil, Washington
Roebling, que também sofreu um acidente e continuou a comandar a construção da ponte em uma
maca.
l) Ponte Golden Gate em San Francisco: A ponte Golden Gate, a mais famosa ponte de San
Francisco, ligando a cidade a Salsalito, foi construída entre os anos de 1933 a 1937, com um
comprimento total de 2,7 km, em estrutura pênsil. Teve como idealizador, coordenador do projeto e
da construção o engenheiro civil Joseph Baerman Strauss (1870­1938).Strauss faleceu um ano após
a inauguração, deixando para a cidade de San Francisco esta obra como principal cartão postal.
m)Ponte Bay Bridge de San Francisco: A ponte Bay Bridge ligando San Francisco a Oakland, possui
um trecho suspenso, um em túnel e outro em estrutura metálica, totalizando 11 km, com dois níveis.
Foi construído entre os anos de 1930 e 1936, sendo o chefe do projeto o engenheiro civil Charles H.
Purcell (1885­1951), tendo como assistente o engenheiro civil Charles E. Andrew e como desenhista
Glen Woodruff.
n) Mecânica dos Solos: Até o inicio do Século XX os trabalhos na área de geotecnia eram realizados
de forma empírica, com base na experiência do profissional. Em 1928 o Professor Karl Von Terzaghi
publicou o primeiro livro denominado “Soil Mechacnics”, lançando os fundamentos da Mecânica dos
Solos como ciência de engenharia civil. Karl Terzaghi (1883­1963) nasceu em Praga, formou­se
engenheiro civil em Viena, na Áustria, onde publicou sua tese de doutoramento. Emigrou para os
Estados Unidos onde foi professor e pesquisador na Universidade de Harvard, no MIT
(Massachusetts Institute of Technology) onde juntamente com outros pesquisadores desenvolveu as
bases da mecânica dos solos, publicando uma quantidade muito grande de artigos na área de
geotecnia. O Prof. Terzaghi foi um dos maiores consultores em geotecnia, participando de inúmeros
projetos em todas as partes do mundo. Terzaghi é considerado o pai da mecânica dos solos e um
dos maiores engenheiros civis do Século XX. A ASCE (American Society of Civil Engineers) concede
aos maiores especialistas em geotecnia, que tenham contribuido para o desenvolvimento da área, o
premio Terzaghi Lecture.
o) Eminentes Engenheiros Civis brasileiros: O Brasil possui uma engenharia civil muito
desenvolvida, equiparando­se aos países mais desenvolvidos. Isto se deve a grandes obras como
usinas hidroelétricas, rodovias, pontes, etc., e a centros de pesquisas avançadas nas diversas áreas
da engenharia civil.
Ao longo da historia o Brasil contou com inúmeros profissionais de elevada competência, entre eles,
pode­se citar:
a) André Rebouças (1843­1898): Nascido na Bahia seguiu a carreira de engenheiro civil, tornando­
se o responsável por importantes obras ferroviárias, portuárias e de saneamento em diversas
províncias do Brasil. Foi militante do movimento abolicionista junto com José do Patrocínio, tendo
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fundado, com Joaquim Nabuco, o Centro Abolicionista da Escola Politécnica, onde era professor e
jornalista.
 b) Eugenio Gudin (1886­1986) engenheiro civil pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro (1905).
Professor da Universidade do Brasil. Atuou como Engenheiro na construção de Ribeirão das Lages
nas obras do Rio Carioca do abastecimento de água do Rio de Janeiro, da Exposição Nacional de
1908 e várias outras obras tais como na Construção da grande represa do Acarape no Ceará. Foi
Presidente da Associação das Estradas de Ferro do Brasil da Companhia Paulista de Força e Luz e
da Sociedade Brasileira de Economia Política. Doutor Honorís Causa pela Universidade de Dijon,
França e pela Universidade da Bahia (1957), recebeu também, Diploma de Doutor Honorís Causa
da Escola Superior de Guerra (1978). Professor da Universidade do Brasil (1957). Sócio honorário
da American Economic Associatíon. Homem Global (1973) e Homem Visão (1974).
c) Francisco Paes Leme de Monlevade (1861­1944) Engenheiro Civil responsável pela primeira
eletrificação ferroviária no Brasil. Diretor (1897) e Inspetor Geral da Companhia Paulista de Estradas
de Ferro (1907 – 1927) implantou a eletrificação da linha principal da Cia Paulista, no interior do
Estado de São Paulo. Este feito fez com que de 1921 a 1926, o Brasil ganhou uma ferrovia
eletrificada com o sistema mais moderno existente na época, superando então quase todos os
demais paises.
d) Entre outros iminentes engenheiros civis brasileiros, pode­se citar: Prestes Maia, Odair Grillo,
Ramos de Azevedo, Teodoro Sampaio, Aarão Reis, Figueiredo Ferraz, Lucas Nogueira Garces,
Falcão Bauer, Milton Vargas e muitos outros mais.
Tradicionalmente, a engenharia lidava apenas com objetos concretos e palpáveis. Modernamente,
porém, esse cenário mudou. A engenharia lida agora também com entidades não­palpáveis, tais
como custos, obrigações fiscais, aplicações informáticas e sistemas. Na engenharia, os
conhecimentos científicos, técnicos e empíricos são aplicados para exploração dos recursos naturais
e para a concepção, construção e operação de utilidades. O projeto e a instalação de aerogeradores
representam problemas de aplicação de várias ciências e de técnicas da engenharia. Os
engenheiros aplicam as ciências físicas e matemáticas na busca por soluções adequadas para
problemas ou no aperfeiçoamento de soluções já existentes.
Mais do que nunca, aos engenheiros é agora exigido o conhecimento das ciências relevantes para
os seus projetos, o que resulta que eles tenham que realizar uma constante aprendizagem de novas
matérias ao longo de todas as suas carreiras. Se existirem opções múltiplas, os engenheiros pesam
as diferentes escolhas de projeto com base nos seus méritos e escolhem a solução que melhor
corresponda aos requisitos. A tarefa única e crucial do engenheiro é identificar, compreender e
interpretar os constrangimentos de um projeto, de modo a produzir o resultado esperado.
Normalmente, não basta construir um produto tecnicamente bem sucedido, sendo também
necessário que ele responda a outros requisitos adicionais. Os constrangimentos podem incluir as
limitações em termos físicos, criativos,técnicos ou de recursos disponíveis, a flexibilidade para
permitir modificações e adições futuras, além de fatores como os custos, a segurança, a atratividade
comercial, a funcionalidade e a suportabilidade.
Através da compreensão dos constrangimentos, os engenheiros obtêm as especificações para os
limites dentro dos quais um objeto ou sistema viável pode ser produzido e operado. Tipicamente, os
engenheiros irão tentar prever o quão bem os seus projetos se irão comportar em relação às suas
especificações, antes de ser iniciada a produção em larga escala. Para isso, irão empregar, entre
outros: protótipos, maquetes, simulações, testes destrutivos, testes não destrutivos e testes de
esforços. Testar assegura que o produto irá comportar­se de acordo com o esperado.
Como profissionais, os engenheiros levam a sério a sua responsabilidade em produzir projetos que
se comportem conforme o esperado e que não causem males não intencionados ao grande público.
Tipicamente, os engenheiros incluem uma margem de segurança nos seus projetos para reduzir o
risco de falha inesperada. Contudo, quanto maior a sua margem de segurança, menos eficiente se
poderá tornar o projeto. A engenharia também se ocupa do estado dos produtos falhados. A sua
aplicação é muito importante a seguir a desastres como o colapso de pontes ou a queda de aviões,
onde uma análise cuidadosa é necessária para descobrir as causas das falhas ocorridas. Este
estudo poderá ajudar o projetista a avaliar o seu projeto com base em condições reais ocorridas no
passado com projetos semelhantes.
Tal como nas restantes atividades científicas e tecnológicas, os computadores e os programas
informáticos desempenham um papel cada vez mais importante na engenharia. Existem inúmeras
aplicações assistidas por computador específicas para a engenharia. Os computadores podem ser
usados para gerarem modelos de processos físicos fundamentais, que podem ser resolvidos através
de métodos numéricos. Umas das ferramentas mais utilizadas pelos engenheiros são as aplicações
de desenho assistido por computador (CAD), que lhes permitem criar desenhos e esquemas em 2D
e modelos em 3D. As aplicações CAD, juntamente com as aplicações de maquete digital (DMU) e de
engenharia assistida por computador (CAE) ­ incluindo as de análise de elementos finitos e de
elementos analíticos ­ permitem criar modelos de projetos que podem ser analisados sem a
necessidade da construção de protótipos dispendiosos em termos de custo e de tempo. Estas
aplicações permitem que os produtos e componentes sejam verificados para detecção de falhas,
avaliados em termos de montagem e ajustamento e estudados em termos de ergonomia. Também
permitem a análise das características dinâmicas dos sistemas como as tensões mecânica,
temperaturas, emissões eletromagnéticas, correntes elétricas, tensão elétrica, vazão e cinemática. O
acesso e a distribuição de toda esta informação é geralmente organizado através do uso de
aplicações de gestão de dados do produto (PDM).
 Existe também uma série de ferramentas para suporte de tarefas específicas de engenharia, como
as aplicações de fabricação assistida por computador (CAM) que geram instruções para as
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as aplicações de fabricação assistida por computador (CAM) que geram instruções para as
máquinas de controlo numérico computadorizado (CNC), as de gestão de processos de fabrico
(MPM) para a engenharia de produção, as de desenho de eletrônica assistido por computador
(ECAD ou EDA) para desenho de esquemas de circuitos elétricos e de circuitos impressos para a
engenharia eletrônica, as de manutenção, reparação e operações para a gestão da manutenção e
as de arquitetura, engenharia e construção (AEC) para a engenharia civil. Recentemente, o uso do
computador no auxílio ao desenvolvimento de utilidades passou a ser coletivamente conhecido
como gestão do ciclo de vida do produto. A engenharia é uma ciência bastante abrangente que é
muitas vezes subdividida em diferentes ramos ou especialidades. Cada uma destas especialidades
preocupa­se com um determinado tipo de tecnologia ou com um determinado campo de aplicação.
Apesar de inicialmente um engenheiro se formar normalmente numa especialidade específica, ao
longo da sua carreira na maioria dos casos, irá tornar­se polivalente, penetrando com o seu trabalho
em diferentes áreas da engenharia. Historicamente, existiam a engenharia militar e a engenharia
naval. A partir da engenharia militar começou por desenvolver­se o ramo da engenharia civil.
Posteriormente, a engenharia civil (em sentido lato) subdividiu­se em diversas especialidades
tradicionais:
• Engenharia civil (em sentido restrito) ­ vocacionada para o projeto e construção de obras públicas e
particulares, como infraestruturas, estradas, pontes e edifícios;
• Engenharia de minas ­ vocacionada para o estudo e o desenvolvimento de processos de extração
e de processamento de minerais.
• Engenharia mecânica ­ vocacionada para o projeto de sistemas mecânicos, como máquinas e
veículos;
• Engenharia elétrica ­ vocacionada para o projeto e o estudo de sistemas de produção e de
aplicação da eletricidade, como geradores, motores elétricos e telecomunicações;
• Engenharia química ­ vocacionada para a execução de processos químicos industriais em larga
escala, bem como para desenvolver novos materiais e produtos químicos; Paralelamente, algumas
das ciências agrárias aproximaram­se da engenharia e acabaram por nela se integrar, originando
especialidades como:
• Engenharia agronômica ­ vocacionada para a concepção e exploração de processos
agropecuários;
• Engenharia florestal ­ vocacionada para a exploração das florestas e para a produção de produtos
florestais;
• Engenharia zootécnica ­ vocacionada para o desenvolvimento da pecuária.
 Com o surgimento das engenharias relacionadas com a agricultura, surge a dicotomia entre estas e
a engenharia industrial que agrupa as especialidades tradicionais da engenharia civil, mecânica,
elétrica, química e de minas. A engenharia industrial irá, contudo, deixar de ser um agrupamento de
especialidades e tornar­se ela própria numa especialidade da engenharia, vocacionada para o
aperfeiçoamento de processos e da gestão industrial através da integração dos fatores tecnológicos,
humanos e econômicos.
Posteriormente, com o rápido avanço da tecnologia, foram­se desenvolvendo e ganhando
proeminência. Diversos novos campos da engenharia, como o dos materiais, produção, aeronáutica,
computação, informática, eletromecânica, mecatrônica, robótica, nanotecnologia, nuclear, molecular,
ambiente, geológica, alimentar, biomédica e muitos outros. Alguns dos novos campos da engenharia
resultam da subdivisão de especialidades tradicionais ou, pelo contrário, da combinação de
diferentes especialidades. O prestígio da engenharia fez com que áreas fora dela também a ela se
quisessem associar. Surgiram assim campos exteriores ao que convencionalmente é considerado
engenharia, mas também referidos como tal, sendo alguns exemplos a "engenharia jurídica", a
"engenharia financeira", a "engenharia comercial" e a "engenharia social".
Quando uma nova área da engenharia emerge, normalmente é inicialmente definida como uma
subespecialidade ou como uma derivação de especialidades já existentes. Frequentemente existe
um período de transição entre o aparecimento do novo campo e o crescimento do mesmo até ter
uma dimensão ou proeminência suficientes para poder ser classificado como nova especialidade da
engenharia. Um indicador chave para essa emergência é o número de cursos criados nessa
especialidade nas principais instituições de ensino superior. Existe uma considerável sobreposição
de matérias comuns a todas as especialidades da engenharia. Quase todas elas, por exemplo,
fazem grande aplicação da matemática, da física e da química.
Existe uma sobreposição entre a prática da ciência e a da engenharia. Na engenharia aplica­se a
ciência. Ambas as atividades baseiam­sena observação atenta dos materiais e dos fenômenos.
Ambas usam a matemática e critérios de classificação para analisarem e comunicarem as
observações. Espera­se que os cientistas interpretem as suas observações e façam recomendações
versadas para ações práticas baseadas nessas interpretações. Os cientistas podem também
desempenhar tarefas totalmente de engenharia como a do desenho de aparelhos experimentais ou
a da construção de protótipos. Reciprocamente, no processo de desenvolvimento de tecnologia, os
engenheiros ocasionalmente apanham­se a explorar novos fenômenos, transformando­se assim,
momentaneamente, em cientistas. No entanto, a pesquisa em engenharia tem um caráter diferente
da pesquisa científica. Em primeiro lugar, frequentemente lida com áreas em que a física e a química
básicas são bem conhecidas, mas os problemas em si são demasiado complexos para serem
resolvidos de uma forma exata.
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Exemplos são o uso de aproximações numéricas nas equações de Navier­Stokes para a descrição
do fluxo aerodinâmico sobre uma aeronave ou o uso da regra de Miner para cálculo dos danos
provocados pela fadiga do material. Em segundo lugar, a pesquisa em engenharia emprega muitos
métodos semiempíricos que são estranhos à pesquisa científica pura, sendo um exemplo o do
método da variação de parâmetros. Essencialmente, pode dizer­se que os cientistas tentam entender
a natureza enquanto que os engenheiros tentam fazer coisas que não existem na natureza.
O estudo do corpo humano, em algumas das suas formas e propósitos, constitui uma importante
ligação entre a medicina e alguns campos da engenharia. A medicina tem como objetivo sustentar,
aumentar e até substituir funções do corpo humano, se necessário, através do uso da tecnologia. A
moderna medicina pode substituir várias funções do corpo através do uso de próteses e órgãos
artificiais e pode alterar significativamente várias dessas funções através de dispositivos como
implantes cerebrais e marca­passos. A biônica é um campo específico que se dedica ao estudo dos
implantes sintéticos em sistemas naturais. Reciprocamente, alguns campos da engenharia olham
para o corpo humano como uma máquina biológica que merece ser estudada e dedicam­se a
melhorar muitas das suas funções através da substituição da biologia pela tecnologia. Isto levou a
campos como a inteligência artificial, as redes neurais, a lógica difusa e a robótica. Existem também
interações substanciais entre a engenharia e a medicina.
Ambos os campos fornecem soluções para problemas do mundo real. Isto, frequentemente, requer
avançar mesmo antes de um fenômeno ser completamente compreendido em termos científicos o
que faz com que a experimentação e o conhecimento empírico sejam uma parte integral tanto da
medicina como da engenharia. A medicina ocupa­se do estudo do funcionamento do corpo humano
o qual, como uma máquina biológica, tem muitas funções que podem ser modeladas através do uso
de métodos da engenharia. O coração, por exemplo, funciona como uma bomba hidráulica, o
esqueleto funciona como uma estrutura e o cérebro produz sinais elétricos. Estas semelhanças bem
como a crescente importância da aplicação dos princípios da engenharia à medicina levaram ao
desenvolvimento da engenharia biomédica, que usa conceitos de ambas.
Novos ramos emergentes da ciência, como a biologia de sistemas, vêm adaptando ferramentas
analíticas tradicionalmente usadas na engenharia, como a modelação de sistemas e a análise
computacional, para a descrição de sistemas biológicos. A moderna engenharia deriva em parte do
que, antigamente, eram consideradas as artes mecânicas. Ainda se mantêm muitas ligações entre as
modernas artes e a engenharia, que são diretas em alguns campos como os da arquitetura, da
arquitetura paisagística e do design industrial, ao ponto destas disciplinas serem partes integrantes
dos currículos de alguns cursos superiores de engenharia.
De entre as figuras históricas famosas, Leonardo da Vinci é um bem conhecido artista e engenheiro
do Renascimento, constituindo um exemplo da ligação entre as artes e a engenharia. A ciência
política pegou o termo "engenharia" e empregou­o no âmbito do estudo de vários assuntos como a
engenharia social e a engenharia política, que lidam com a formação das estruturas política e social
usando uma metodologia da engenharia associada aos princípios da ciência política. Até ao século
XX, na maioria dos países, o ensino da engenharia era realizado em escolas superiores
especializadas não universitárias, uma vez que tradicionalmente o ensino das universidades se
concentrava em áreas como as humanidades, a medicina e o direito.
Hoje em dia, no entanto, além de continuar a ser realizado em escolas especiais, o ensino da
engenharia é já realizado na maioria das grandes universidades. Na maioria dos países, os cursos
que dão acesso à profissão de engenheiro têm uma duração mínima de quatro ou cinco anos. Nos
países cujos sistemas de ensinos seguem os moldes do Processo de Bolonha, a formação de um
engenheiro implica a realização do 2º ciclo do ensino superior, incluindo normalmente um total de
cinco anos de estudos e a realização de uma dissertação, tese ou estágio final. Em alguns destes
países, a conclusão do 1º ciclo de um curso superior de engenharia poderá dar acesso à profissão
de engenheiro técnico ou de técnico de engenharia. É difícil determinar quais foram as mais antigas
escolas de engenharia, uma vez que o ensino de matérias que hoje fazem parte da engenharia vem
já desde a antiguidade. No entanto, segundo os padrões modernos podem apontar­se as seguintes
escolas precursoras destes ensinos:
1. École Royale des Ponts et Chaussées ­ fundada em 1747 em Paris, França;
2. Bergakademie Freiberg ­ fundada em 1765 em Freiberga, Saxónia;
3. Academia de Minería y Geografía Subterránea de Almadén ­ fundada em 1777, em Almadén,
Espanha;
4. Stavovská inženýrská škola ­ fundada em 1787, em Praga, Boémia;
5. Academia Real de Fortificação, Artilharia e Desenho ­ fundada em 1790 em Lisboa, Portugal;
6. Real Seminario de Minería ­ fundado em 1792, no México;
7. Real Academia de Artilharia, Fortificação e Desenho ­ fundada em 1792, no Rio de Janeiro, Brasil;
 8. École Polytechnique ­ fundada em 1794 em Paris, França;
9. Kaiserlich­Königlich Polytechnisches Institut ­ fundado em 1815, em Viena, Áustria;
10. Polytechnische Schule Karlsruhe ­ fundada em 1825 em Karlsruhe, Baden.
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 O ensino da engenharia no Brasil tem origem em 1699, altura em que o rei D. Pedro II de Portugal
ordena a criação de aulas de fortificação em vários pontos do Ultramar Português, para não estarem
tão dependentes de engenheiros vindos do Reino. Em território brasileiro, seriam criadas destas
aulas no Rio de Janeiro, em Salvador da Baía e no Recife. No entanto, a mais antiga escola a
ministrar cursos de engenharia segundo os moldes modernos foi a Real Academia de Artilharia,
Fortificação e Desenho, fundada em 1792 no Rio de Janeiro pela rainha D. Maria I de Portugal,
segundo o modelo da academia com o mesmo nome existente em Lisboa. Os atuais “Escola
Politécnica do Rio de Janeiro” e” Instituto Militar de Engenharia” consideram­se sucessores daquela
academia, este último reivindicando ser a mais antiga escola de engenharia das Américas.
Os profissionais de engenharia e de áreas correlatas são regulamentados pelo Conselho Federal de
Engenharia e Agronomia e fiscalizados pelos conselhos regionais. De forma que, no Brasil foi criada
a terceira escola de Engenharia regular do mundo e primeira das Américas (Real Academia de
Artilharia, Fortificação e Desenho, em 1792), se bem que desde 1699, por ordem do rei de Portugal,
já havia cursos de Engenharia no Brasil. nos Estados Unidos surgiu a segunda escola de
Engenharia das Américas, a Academia Militar de West Point.
 A maior obra da Engenharia Militar, projetadapelo grande Engenheiro português Brigadeiro Alpoim,
foi o aqueduto do Rio de Janeiro, hoje conhecido como Arcos da Lapa. Curiosidade: O Brasil pode
se orgulhar por ter formado o primeiro Engenheiro não branco do mundo, o iminente André
Rebouças (que hoje dá nome ao túnel no RJ), herói da Guerra do Paraguai, da qual participou
integralmente como Tenente do Corpo de Engenheiros, depois renomado Engenheiro e Professor.
Dois de seus irmãos também se formaram Engenheiros na Escola Militar, em plena época da
escravatura (por volta de 1850). Abolicionista, tornou­se grande amigo de D. Pedro II,
acompanhando­o no exílio. É uma das maiores provas de que o Exército e o Imperador não
concordavam com a escravidão.
A importância da Engenharia Civil é tão grande que se torna praticamente impossível pensar o
mundo sem a sua presença. Mas, se num exercício de imaginação conseguíssemos criar uma
cidade sem a sua intervenção, ela certamente se reduziria a um amontoado de barracos isolados,
sem comunicação, energia ou sistema de água e esgoto. O engenheiro civil é, de longe, o
profissional mais importante quando o assunto é estrutura. Só ele está habilitado a lidar com projetos
e construções de edifícios, estradas, túneis, metrôs, barragens, portos, aeroportos e até usinas de
geração de energia. Com seu conhecimento, escolhe os lugares mais apropriados para uma
construção, verifica a solidez e a segurança do terreno e do material usado na obra, fiscaliza o
andamento do projeto e também o funcionamento e a conservação da rede de água e a distribuição
de esgotos. O campo de trabalho é vasto, mas está relacionado diretamente com a situação
econômica do país. Se estivermos passando por uma fase desenvolvimentista, certamente sobram
vagas para esse profissional. O engenheiro civil pode trabalhar em escritórios de construção civil,
indústrias, empresas construtoras, serviço público, instituições específicas, bancos de
desenvolvimento e investimento.
 Apesar de o mercado de trabalho ser vasto ele também é muito competitivo, para ter mais chances
no mercado de trabalho é necessário, além do diploma de engenheiro civil, conhecimentos de
finanças, inglês, espanhol, para que possam começar bem na carreira. Sem contar que é preciso
que tenha facilidade para raciocínio lógico. A remuneração dos recém­formados fica na faixa dos
oitos salários mínimos determinados pelo CREA (Conselho Regional de Engenharia, Arquitetuta e
Agronomia), mas é comum o engenheiro sênior de boas referências atingir R$ 4.000,00 mensais, e o
que chega à área de gerenciamento, R$ 8.000,00. Ou ainda se o engenheiro tiver uma formação
sólida ele pode prestar serviços como profissional autônomo. Os bons engenheiros civis trabalham
por conta própria. A Escola de Engenharia de Natal surgiu da preocupação do governador Dinarte
de Medeiros Mariz, em face do pequeno número de engenheiros no estado. Esse fato foi importante
para a criação de uma escola de engenharia no estado.
A Lei Estadual nº 2045, de 11.09.57 criou a Escola de Engenharia de Natal para funcionamento
previsto a partir de 1960, e pela Lei nº 2.452, de 16.11.59, passou a se denominar Escola de
Engenharia da Universidade do Rio Grande do Norte. Com a promulgação do Decreto Federal nº
47.438, de 15.12.59 recebeu licença da Diretoria de Ensino Superior do Ministério da Educação e
Cultura para funcionar a partir de 1960, depois de cumpridas as exigências formais para a liberação
do curso. Com o currículo definido, o corpo docente selecionado, o pessoal de apoio administrativo
escolhido, as monografias dos professores aprovadas, as acomodações preparadas e móveis e
equipamentos adquiridos, a Escola estava apta a realizar o exame vestibular e iniciar o primeiro
curso de Engenharia Civil do Rio Grande do Norte.
Os professores nomeados para lecionar para a primeira turma de Engenharia Civil, após
apresentação de prova de títulos e defesa de monografia, foram Geraldo de Pinho Pessoa, Ubiratan
Pereira Galvão, Célio de Carli, Aurino Borges, Nilson Rocha de Oliveira, Kleber de Carvalho Bezerra,
José Henriques Bittencourt, Edilson Medeiros da Fonsêca, Moacir Maia, Clóvis Gonçalves dos
Santos, José Nilson de Sá, Juarez Pascoal de Azevedo, Carlos Augusto de Araújo, Renato Gomes
Soares, José Mesquita Fontes, Milton Dantas de Medeiros, Wilson de Oliveira Miranda, Rômulo
Rubens Freire Pinto, Malef Victório de Carvalho, José Bartolomeu dos Santos, Antônio Ramos Tejo,
Adriano Duarte Vidal Silva, José Antomar Ferreira de Souza, Fernando Cysneiros, Hélio Varela de
Albuquerque, Gilvan Trigueiro, Marcelo Cabral de Andrade, José Pereira da Silva e Dirceu Victor de
Hollanda.
Em 27.11.59 foram nomeados Fernando Cysneiros e José Bartolomeu dos Santos, diretor e vice­
diretor da nova Escola. A solenidade de instalação da Escola de Engenharia aconteceu em 21 de
dezembro de 1959, no anfiteatro da Maternidade Januário Cicco. Estavam presentes, entre outros, o
Governador do Estado Dinarte Mariz, o vice­governador José Augusto Varela, o reitor Onofre Lopes,
o presidente do Tribunal Eleitoral Carlos Augusto Caldas da Silva, o bispo auxiliar da Arquidiocese
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de Natal Eugênio de Araújo Sales, o deputado federal Teodorico Bezerra e o corpo docente da
escola.
No dia 16 de março de 1960, no pavimento superior da sede da Escola de Engenharia, na Rua
Padre João Manoel, o professor Juarez Pascoal de Azevedo proferiu a aula inaugural na sessão
solene de instalação do primeiro curso de Engenharia Civil do Rio Grande do Norte. A primeira
turma da escola era composta de Evandro Costa Ferreira, Jário Pereira Pinto, José Ivaldo Borges,
Joaquim Elias de Freitas, Liacir dos Santos Lucena, Romeu Gomes Soares e Walter Araújo, os
primeiros engenheiros formados pela Escola em 1964.
O Centro de Tecnologia da UFRN sucedeu a Escola de Engenharia e está estruturado em sete
departamentos: Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia de
Materiais, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção e Têxtil e Engenharia Química e onze
cursos de graduação: Arquitetura e Urbanismo, Engenharia Civil, Engenharia de Computação,
Engenharia Elétrica, Engenharia de Materiais, Engenharia Mecânica, Engenharia de Produção,
Engenharia Química, Engenharia Têxtil, Cooperativismo e Zootecnia. Vale salientar o número total
de engenheiros civis formados na primeira turma: sete, número bem diferente das turmas atuais.
Atualmente nosso Estado conta com cinco cursos de engenharia Civil, UFRN, UNP, UNI­RN,
UNIFACEX e ESTÁCIO.
Fábio Sérgio da Costa Pereira – Engenheiro Civil, Especialista em Avaliações e Perícias de
Engenharia, Especialista em Ciência Forense, Mestre em Engenharia Mecânica­Tecnologia dos
Materiais, Doutor em Ciência e Engenharia de Materiais­Compósitos, Pós­Doutor em Ciência e
Engenharia de Materiais­Compósitos. Diretor Da Engecal­Engenharia e Cálculos Ltda.
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Fábio Sérgio da Costa Pereira
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