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WBA0839_v.1.0
APRENDIZAGEM EM FOCO
CONSTRUÇÕES DE ATERRO 
SOBRE SOLOS MOLES
2
APRESENTAÇÃO DA DISCIPLINA
Autoria: Bianca Lopes de Oliveira
Leitura crítica: Eduarda Pereira Barbosa
Recalques intoleráveis, instabilidade do solo e fissuras são situações 
indesejáveis em qualquer tipo de obra, mas podem ser comuns no 
desenvolvimento de projetos sobre solos moles.
Com o crescimento urbano cada vez mais rápido, a ocupação 
de áreas litorâneas e várzeas de rios tem sido frequente. Nessas 
regiões, ocorrem depósitos de solos moles, como solos argilosos 
saturados com baixíssima resistência ao cisalhamento e alta 
compressibilidade.
Esse contexto configura-se como uma situação desafiadora para a 
engenharia, uma vez que pode ser necessário projetar obras com 
coeficientes de segurança relativamente baixos em comparação a 
outros projetos geotécnicos. 
Você pode estar se perguntando: Como elaborar esses projetos? 
Que parâmetros devem ser levados em consideração e como 
podem ser obtidos? A resposta está na disciplina Construções de 
aterros sobre solos moles que apresentará os principais métodos 
construtivos de aterros sobre solos moles.
Serão apresentados o aterro de conquista, aterro de ponta, aterros 
leves, aterros reforçados com geossintéticos, aterros estruturados 
como o sobre estacas ou colunas granulares, entre outros.
Mas, como escolher o método adequado para cada situação? Esta 
disciplina tem como objetivo esclarecer os parâmetros utilizados 
para o dimensionamento de aterros considerando todos os 
3
elementos envolvidos como solo mole de fundação, o aterro e os 
materiais de reforço.
Você também estudará quais investigações geotécnicas são 
necessárias para conhecer o solo que servirá de apoio ao aterro, 
como os ensaios de palheta e piezocone. Permitirá que você 
determine os recalques por meio do estudo do adensamento 
unidimensional e conheça quais alternativas podem ser aplicadas 
para aceleração desses recalques. Também são apresentadas as 
análises de estabilidade utilizadas para a solução de aterros sobre 
solos compressíveis, avaliando o solo de fundação, o possível 
deslocamento do aterro e a estabilidade global do conjunto aterro 
e solo de fundação, além de formas de monitoramento durante e 
após a construção dessas obras.
INTRODUÇÃO
Olá, aluno (a)! A Aprendizagem em Foco visa destacar, de maneira 
direta e assertiva, os principais conceitos inerentes à temática 
abordada na disciplina. Além disso, também pretende provocar 
reflexões que estimulem a aplicação da teoria na prática 
profissional. Vem conosco!
Investigações geotécnicas em solos 
moles 
______________________________________________________________
Autoria: Bianca Lopes de Oliveira
Leitura crítica: Eduarda Pereira Barbosa
TEMA 1
5
DIRETO AO PONTO
Na construção de obras geotécnicas, como aterros, é possível 
encontrar solos que apresentam características compressíveis, 
gerando recalques excessivos e até a ruína de estruturas. Em regiões 
litorâneas e várzeas de rios e córregos, é comum a localização de 
depósito de solos moles, um desafio para a execução de aterros e 
construção de edificações.
Os solos moles, conforme Massad (2010), são solos sedimentares 
que possuem baixa resistência a penetração (SPT), em geral, argilas 
moles ou areias argilosas fofas. Eles apresentam propriedades 
geotécnicas bastante variáveis, em função do tipo de formação. 
Assim, é imprescindível a execução de investigações geotécnicas 
para a determinação de suas características e consequente 
elaboração de projetos adequados para as construções a serem 
realizadas nestes tipos de solos. Além, do conhecimento da 
topografia do local, dados da vizinhança e tipos de obras.
Na investigação do solo busca-se obter amostras para realização de 
ensaios no laboratório, executar ensaios de campo in situ, identificar 
o tipo de solo e determinar a posição do nível do lençol freático. Este 
processo envolve o reconhecimento inicial do solo, investigações 
preliminares e complementares, como ilustrado na Figura 1.
6
Figura 1 – Etapas da investigação do solo
Fonte: elaborada pelo autor.
Na investigação preliminar para solos moles, a sondagem SPT 
fornece NSPT inferior a 2. Esta etapa tem a principal função de 
identificar as camadas com suas respectivas espessuras e se 
a camada subjacente ao solo mole é drenante. No entanto, 
para diferenciar a natureza do solo e sua consistência, devem 
ser retiradas amostras que são levadas ao laboratório para a 
caracterização completa do solo por meio da determinação de 
parâmetros como umidade, análise granulométrica e limites de 
Atterberg.
Também são realizados outros ensaios para investigação 
complementar. Por exemplo, entre os ensaios de campo in situ mais 
comumente utilizados estão o ensaio de palheta e o piezocone. O 
ensaio de palheta (vane test) consiste na rotação de uma palheta 
cruciforme no solo e medição dos valores de resistência do solo. 
Ele permite a determinação dos valores da resistência do solo não 
drenada (Su) e a estimativa da razão de sobreadensamento da argila.
O ensaio de piezocone é feito pela cravação contínua de um 
elemento cilíndrico de ponta cônica que mede a resistência de 
7
ponta, o atrito lateral e a poropressão do solo. Com seus dados, 
classifica-se o solo, determinando a estratigrafia do terreno e 
seu perfil de resistência não drenada. No laboratório, além da 
caracterização completa do solo, podem ser realizados ensaios que 
auxiliam na determinação da envoltória de ruptura do solo e do Su. 
O ensaio de adensamento envolve a compressão de uma amostra 
de solo por meio de incrementos de carga, a fim de se calcular a 
magnitude dos recalques e sua evolução ao longo do tempo. Além 
disso, o solo é uma argila normalmente adensada ou pré-adensada.
Um ensaio muito utilizado para avaliação de solos moles é o ensaio 
triaxial UU. Este ensaio não adensado não drenado, permite a 
construção do círculo de Mohr em tensões totais e definição da 
envoltória de ruptura e do Su. Todos esses ensaios permitem 
estabelecer parâmetros para a análise de estabilidade dos aterros e 
desenvolvimento de projetos.
Assim, como você pôde observar, a investigação geotécnica é 
essencial para minimizar riscos e custos das obras. Para solos moles, 
o ensaio de SPT deve ser utilizado juntamente com outros ensaios 
complementares. Sem o conhecimento dos parâmetros geotécnicos, 
não é possível uma análise correta de estabilidade do aterro e a 
definição do melhor método construtivo de execução.
Referências bibliográficas
MASSAD, F. Obras de Terra – curso básico de geotecnia. 2. ed. São Paulo: 
Editora Oficina de Textos, 2010. 
PARA SABER MAIS
Para a realização de ensaios de laboratório, como o ensaio de 
adensamento e os ensaios triaxiais, devem ser retiradas amostras de 
8
solo em várias profundidades. Existem vários tipos de amostragem 
que possuem qualidades diferenciadas de amostras. 
Na sondagem SPT é realizada a amostragem com o uso do 
amostrador meia-cana padrão. Este amostrador, consiste em uma 
ponteira de aço-ferramenta na parte inferior, um tubo de aço 
dividido em duas metades e um acoplamento da parte superior. 
Após a perfuração até a profundidade desejada, é fixado na haste 
de perfuração e utilizado para o ensaio de resistência SPT. Depois 
do ensaio realizado, é retirado e a amostra contida em seu interior é 
removida e transportada para o laboratório por meio de recipientes 
de vidro (DAS; SOBHAN, 2014).
Esse tipo de amostra é considerado deformada, sendo utilizada para 
a caracterização do solo por meio da análise granulométrica, assim 
como a determinação do limite de plasticidade e limite de liquidez. 
Não é utilizado para ensaios mais complexos como o ensaio de 
adensamento e triaxial.
Para a obtenção de amostras de solo razoavelmente indeformadas, 
pode ser utilizado o amostrador com tubo de paredes finas. 
Esses tubos finos e sem costura são chamados de tubos Shelby, 
e tem como função obter amostras com pouca deformação.Após a perfuração, são retiradas as ferramentas de perfuração 
e o amostrador Shelby é fixado a haste de perfuração. Depois é 
empurrado, hidraulicamente, para o interior do solo, girado até 
cortar a base e puxado. Essa amostra é considerada indeformada 
sendo selada e levada para o laboratório.
Em caso de necessidade de amostras altamente indeformadas, é 
recomendado o uso do amostrador de pistão. Ele é formado por 
um tubo de parede fina com um pistão. O pistão, inicialmente, fecha 
a extremidade do tubo de parede fina. Ele é inserido no furo até o 
fundo e, então, empurrado para dentro do solo hidraulicamente, 
9
para além do pistão. Após isso, a pressão é liberada por meio de um 
furo na haste do pistão. Este é responsável em impedir a distorção 
da mostra, não admitindo solo em excesso ou a compressão rápida 
dentro do tubo de amostragem.
As amostras indeformadas são essenciais para a determinação 
de parâmetros coerentes com a realidade. Quando sofrem 
perturbações ou amolgamento, podem perder qualidade. O grau de 
amolgamento pode ser expresso em um índice de área, que é dado 
por:
Onde De é o diâmetro externo do amostrador e Di é o diâmetro 
interno do amostrador. Uma amostra indeformada tem índice de 
área menor ou igual a 10% (DAS; SOBHAN , 2011).
Referências bibliográficas
DAS, B. M.; SOBHAN, K. Fundamentos de Engenharia Geotécnica. 7. ed. São 
Paulo: Cengage Learning, 2014.
TEORIA EM PRÁTICA
Quando a argila sofre uma ação externa como a ocorrência de um 
carregamento, surgem excessos de pressão neutra que promovem 
um fluxo de água no seu interior, deformando o solo até atingir um 
equilíbrio. Para que seja previsto o comportamento do solo pode ser 
realizado o ensaio de adensamento.
Sabendo disso, a fim de elaborar o projeto de um aterro, você 
realizou a sondagem e solicitou a realização de ensaios de 
adensamento. Ao receber o relatório dos ensaios, percebeu que 
10
havia resultados discrepantes entre diferentes amostras do mesmo 
solo. Ao questionar o técnico envolvido, ele mencionou que poderia 
ter ocorrido amolgamento do solo e sugeriu a retirada de novas 
amostras.
Reflita: o que é este amolgamento mencionado pelo técnico? Qual 
deveria ser sua decisão nesse caso? Caso retire novas amostras, 
quais tipos você escolheria para realização dos ensaios de 
laboratório? O amolgamento do solo pode ocorrer em quais etapas 
do ensaio? 
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Indicações de leitura
11
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
O capítulo indicado, Investigação do subsolo, tem como objetivo 
apresentar as principais manifestações patológicas em uma 
edificação ocorridas em função da ausência de investigação de 
subsolo ou falhas nas investigações.
Para realizar a leitura, acesse a nossa plataforma Biblioteca Virtual e 
busque pelo título da obra no parceiro Pearson/Biblioteca Virtual 3.0.
MILITITSKY, J.; CONSOLI, N. C.; SCHNAID, F. Investigação do Subsolo. 
In: MILITITSKY, J.; CONSOLI, N. C.; SCHNAID, F. Patologia das 
Fundações. 2. ed. São Paulo: Oficina de Textos, 2015. p. 20-49.
Indicação 2
O capítulo indicado, Exploração de subsolo, tem como foco 
apresentar os principais métodos de exploração ou investigação 
de subsolo, apresentando os detalhes dos ensaios e suas 
interpretações.
Para realizar a leitura, acesse a nossa plataforma Biblioteca Virtual e 
busque pelo título da obra no parceiro Minha Biblioteca.
CAPUTO, H. P; CAPUTO, A. N. Exploração de Subsolo. In: CAPUTO, H. 
P; CAPUTO, A. N. Mecânica dos Solos e suas aplicações. 7. ed. Rio 
de Janeiro: LTC, 2015. p. 200-232. 
12
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. A ausência de investigação do subsolo é uma das principais 
causas de problemas nas fundações. A programação de uma 
investigação pode envolver um programa preliminar do solo e 
um complementar dependendo das condições geológicas e do 
tipo de projeto. No Brasil, o programa preliminar é normalmente 
desenvolvido com base em: 
a. Ensaios de sondagens de simples reconhecimento.
b. Ensaios triaxiais UU.
c. Ensaios de palheta.
d. Ensaios de penetração de cone.
e. Ensaios de cisalhamento direto. 
2. Para a realização de ensaios de laboratório, a fim de se 
obter os parâmetros de resistência de cisalhamento da 
argila mole são retiradas amostras do solo em diversas 
profundidades. Estas devem possuir boa qualidade para 
que se possa prever corretamente o comportamento do 
13
solo in loco. As amostras amolgadas de amostradores meia-
cana, são consideradas:
a. Amostras indeformadas, utilizadas em ensaios de 
adensamento e compressão triaxial.
b. Amostras deformadas, utilizadas em ensaios de granulometria 
e adensamento.
c. Amostras deformadas, utilizadas em ensaios de limite de 
liquidez, limite de plasticidade e análise granulométrica.
d. Amostras indeformadas, utilizadas em ensaios de 
granulometria e limites de liquidez e de plasticidade.
e. Amostras deformadas utilizadas em ensaios de limite de 
liquidez, limite de plasticidade e ensaios triaxiais. 
GABARITO
Questão 1 - Resposta A
Resolução: O programa preliminar de investigação de 
subsolo é realizado a partir de ensaios de sondagem de 
reconhecimento SPT, baseados na NBR 6484:2020. Para 
informações complementares podem ser realizados ensaios 
de campo, como penetração de cone e ensaios de palheta, ou 
ensaio de laboratório como ensaio de cisalhamento direto e 
ensaios triaxiais UU. 
Questão 2 - Resposta C
Resolução: O amolgamento se refere a perturbações no solo 
que interferem em sua estrutura inicial. Assim, amostras 
amolgadas são consideradas deformadas. Este tipo é utilizado 
em ensaios de laboratório como análise granulométrica, limites 
de liquidez e plasticidade. Ensaios de adensamento e ensaios 
triaxiais exigem o uso de amostras indeformadas. 
Métodos construtivos de aterros 
sobre solos moles 
______________________________________________________________
Autoria: Bianca Lopes de Oliveira
Leitura crítica: Eduarda Pereira Barbosa
TEMA 2
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DIRETO AO PONTO
Com a expansão urbana é crescente a necessidade de obras sobre 
depósitos de solos moles, solos com baixa capacidade de carga e 
alta deformabilidade. A execução de aterros sobre esses solos, 
tem como desafio sua estabilidade e o controle de recalques após 
sua construção. Os principais métodos construtivos utilizados são, 
basicamente, três tipos: pela substituição do solo, por adensamento 
ou pelo uso de elementos de coluna.
Estes métodos podem necessitar da execução de um aterro de 
conquista, aterro com a função de permitir que os equipamentos 
possam transitar no local e realizem os procedimentos da 
construção quando o solo possui baixíssima capacidade de suporte. 
Além disso, com o intuito de reforçar o solo, podem ser utilizadosmateriais poliméricos de alta resistência denominados geotêxteis, 
como mostra a Figura 1. Eles melhoram o fator de segurança do solo 
pelo atrito entre o solo e a superfície de reforço.
Figura 1 – Reforço com geotêxtil
Fonte: vadimgouida/iStock.com.
16
Os aterros construídos com base na substituição dos solos são 
viáveis para espessuras até 4,0 m de solo mole. Essa substituição 
pode ser feita total ou parcialmente, por meio de dragas ou 
escavadeiras, ou pelo uso de aterro de ponta. O aterro de ponta é 
feito por se executar um aterro na ponta do aterro projetado, em 
cota superior, de forma que ele, pelo seu peso, desloque e empurre 
o solo mole para fora do terreno. O resultado do aterro de ponta é a 
substituição de parte do solo mole e embutimento do aterro.
A substituição do solo, seja pelo método total, parcial ou por meio 
de aterro de ponta, apresenta dificuldade na garantia da remoção 
uniforme do solo mole, podendo gerar recalques pós construção 
e ondulações na superfície do aterro. Também tem como 
desvantagem a necessidade de altos volumes de bota-fora de um 
solo inútil e, possivelmente, contaminado.
Outra metodologia construtiva de aterros é por meio do 
adensamento. Quando é construído um aterro convencional sobre 
um depósito de solo mole, utilizam-se alturas de aterro de forma a 
compensar os recalques que ocorrerão no solo. Como a velocidade 
de adensamento dos solos moles, em geral, é baixa, para acelerar 
os recalques primários e compensar os recalques secundários, é 
adotada a utilização de sobrecarga temporária, drenos verticais ou a 
combinação deles.
A sobrecarga temporária, em geral de 1 ou 2 vezes a carga do 
aterro, contribui para a velocidade de recalque do solo mole até 
sua estabilização. Os drenos verticais consistem em dispositivos 
que melhoram a drenagem da camada do solo mole, servindo de 
caminho para a água até um colchão drenante que a envia para 
a superfície do terreno por gravidade ou bombeamento. Eles são 
cravados antes da execução do aterro, e podem ser utilizados 
juntamente com o uso de sobrecarga temporária. Neste caso, é 
possível o uso de vácuo de forma a reduzir a poropressão do solo, 
17
aumentando a tensão efetiva do solo e proporcionando melhoria da 
resistência da camada.
Quando o solo possui baixa capacidade de suporte que não permite 
a execução do aterro em uma única etapa, pode-se aplicar o 
aterro de forma lenta e gradual em duas ou três etapas. Também 
é possível a adoção de bermas de equilíbrios. As bermas são 
estruturas que compensam os momentos atuantes no conjunto 
solo e aterro, melhorando a estabilidade global. No entanto, esses 
sistemas construtivos exigem prazos maiores de execução. No 
caso das bermas, há necessidade de amplas áreas laterais para sua 
implantação.
Os aterros leves podem ser utilizados para minimizar a magnitude 
dos recalques primários resultantes da obra. Envolve a utilização de 
materiais leves como o EPS (isopor) para introduzir vazios no aterro. 
Este tipo de aterro tem prazos executivos menores, mas, seu custo 
pode tornar sua instalação inviável.
Outro tipo de método construtivo para execução de aterros, é o 
uso de aterros estruturados, como o aterro sobre elementos de 
estacas. Eles transmitem parte ou a totalidade do carregamento 
do aterro para uma camada de solo mais competente, adjacente 
ao solo mole. É feito um aterro de conquista e, posteriormente, a 
cravação das estacas. São executados os capitéis, e uma geogrelha 
pode ser instalada para reforço, acima deles. Em seguida, o aterro é 
executado. O aterro estruturado pode ser feito, também, por meio 
da execução de colunas granulares ou colunas de brita.
A escolha da técnica construtiva do aterro, depende das 
características do solo, do tipo de utilização da área e da vizinhança 
e das definições de custo e prazo possíveis.
18
Referências bibliográficas
ALMEIDA, M. S. S.; MARQUES, M. E. S. Aterro sobre solos moles. 2. ed. São 
Paulo: Editora Oficina de Textos, 2014. 
PARA SABER MAIS
Geossintético é um material polimérico que pode ser utilizado 
no reforço de estruturas de contenção, aterros sobre solos 
moles, estabilização de solos, drenagem e filtração, controle de 
erosão, entre outras funções. Existem vários tipos de produtos 
geossintéticos, tais como: geobarra; geotêxtil; geotira; geocélula; 
geocomposto; geofibra; e geogrelha.
No Brasil, o emprego de geossintéticos iniciou-se na década de 1970. 
Nessa época, a falta de informações sobre esses materiais, além 
da relutância de seu uso pela comunidade técnica, comprometia a 
credibilidade dos geossintéticos na utilização em obras geotécnicas. 
A partir da década de 1990, seu emprego cresceu.
Nos aterros sobre solos moles, a camada de geossintético é utilizada 
como reforço do solo, aumentando a resistência mecânica do solo 
e diminuindo sua deformabilidade. Conforme Palmeira (2018), seu 
uso pode aumentar significativamente o fator de segurança da obra, 
principalmente quando a relação entre a espessura do solo mole e a 
largura do aterro é baixa, tipicamente inferior a 0,7.
Para estabilização de aterros em solos moles, em geral, reforços 
geossintéticos são utilizados como geotêxteis tecidos, geogrelhas 
e geocomposto. Nos aterros sobre estacas e colunas granulares, 
o reforço geossintético pode ser feito para redução das tensões 
transferidas ao solo (efeito membrana) ou pela formação de uma 
plataforma de transferência de cargas para as estacas. Neste último 
19
caso, podem ser utilizadas múltiplas camadas de geogrelhas ou 
utilizar geocélulas de elevadas alturas.
Para se especificar o reforço que deve ser instalado, deve-se 
considerar: características do aterro; limites de deformações; 
requisitos para operação do aterro; e consequência de uma ruptura. 
O reforço deve apresentar resistência e rigidez à tração, aderência 
entre solo/reforço, resistência a danos mecânicos e durabilidade.
A análise de estabilidades de aterros sobre solos moles é realizada, 
preliminarmente, por meio de métodos de equilíbrio-limite, como 
os métodos de Fellenius e Bishop modificado. A contribuição do 
reforço geossintético é pela mobilização de uma força de tração 
estabilizadora na interseção entre o reforço e a superfície de 
ruptura.
Em projetos de situações críticas ou de maior importância, é 
recomendável soluções mais sofisticadas de cálculo, além de 
instrumentação geotécnica para o monitoramento da obra, por 
exemplo, construir um aterro experimental e monitorá-lo antes da 
execução da obra de grande porte.
Referências bibliográficas
PALMEIRA, E. M. Geossintéticos em geotecnia e meio ambiente. São Paulo: 
Editora Oficina de Textos, 2018.
TEORIA EM PRÁTICA
Você foi contratado para elaborar um projeto de um trecho de uma 
rodovia que deve ser entregue em até seis meses e, após, analisar 
os dados obtidos da investigação geotécnica, verificou-se que essa 
rodovia está sobre um depósito de solo mole.
20
O ensaio de sondagem apresentou que a partir de 2 m de 
profundidade, ocorre uma camada de argila muito mole com 6 m de 
espessura. As áreas de bota fora e empréstimo estão a menos de 
1,0 km, estando dentro do limite econômico para sua utilização. As 
áreas próximas são ocupadas por um bairro residencial.
Reflita: existem vários métodos construtivos que podem ser 
utilizados sobre solos moles, no entanto, nem todos são viáveis. 
Neste caso, que opções você poderia estudar como soluções para 
este aterro? Que critérios devem ser analisados? O que levou você a 
essa escolha?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos,todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Indicações de leitura
21
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
O capítulo indicado tem como objetivo apresentar as principais 
propriedades e usos dos materiais geossintéticos para reforços de 
solo nos projetos de engenharia geotécnica.
VERTEMATTI, J. C. Aplicações em reforços de solos. In: VERTEMATTI, J. 
C. Manual Brasileiro de Geossintéticos. 1. Reimpressão. São Paulo: 
Blucher, 2004. Cengage Learning, 2011. cap. 4. p. 63-174.
Indicação 2
O capítulo indicado tem como foco apresentar as definições do que 
é um aterro, seus elementos e recomendações de construção.
BOTELHO, M. H. C. Aterros. In: BOTELHO, H. C. B. Princípios da 
mecânica dos solos e fundações para construção civil. São Paulo: 
Blucher, 2015. cap. 17. p. 85-90.. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
22
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. O uso dos geossintéticos tem crescido em diversos projetos da 
engenharia geotécnica. São elementos fabricados com polímeros 
que podem ser utilizados para drenagem, filtragem, separação 
das camadas de solo e reforço da capacidade do solo. Nos 
projetos de reforço de aterro, a propriedade que o material 
geossintético deve possuir é: 
a. Resistência à tração.
b. Resistência à compressão.
c. Impermeabilidade.
d. Dureza.
e. Biodegradabilidade. 
2. Na execução de aterros sobre solos moles, nem sempre 
os equipamentos conseguem acessar e transitar no local, 
sem ficar atolados ou presos devido à baixa capacidade do 
solo de suporte. Por isso, para promover esse acesso dos 
equipamentos, deve-se executar um:
a. Aterro de ponta.
b. Aterro de conquista.
c. Aterro leve.
d. Aterro sobre estacas.
e. Aterro convencional. 
23
GABARITO
Questão 1 - Resposta A
Resolução: Os materiais geossintéticos utilizados como 
reforços de aterros em solos moles, deve apresentar alta 
resistência à tração, melhorando a distribuição das tensões 
na base do aterro. Sua utilização cria uma força de tração 
mobilizada que aumenta o fator de segurança do conjunto 
aterro e solo de fundação. 
Questão 2 - Resposta B
Resolução: Para promover a acessibilidade dos equipamentos 
necessários para a execução do aterro projetado, quando o 
solo apresenta baixíssima capacidade de suporte, deve-se 
executar um aterro de conquista. Ele permitirá as cravações, 
escavações, execução de ensaios ou outras atividades 
necessárias. 
Previsão de recalques e 
deslocamentos horizontais 
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Autoria: Bianca Lopes de Oliveira
Leitura crítica: Eduarda Pereira Barbosa
TEMA 3
25
DIRETO AO PONTO
Quando se aplica cargas sobre um solo, este é comprimido e 
pode sofrer deformações. Essas deformações podem ocorrer 
rapidamente, logo após a aplicação da tensão, ou se desenvolver 
de forma lenta em função do solo e de seu estado. Em solos 
moles, os deslocamentos verticais podem ser imediatos (Δhi), por 
adensamento primário (Δh) e por compressão secundária (Δhsec), 
como ilustra a Figura 1. O recalque total do aterro será a somatória 
desses deslocamentos.
Figura 1 – Tipos de recalques
Fonte: elaborada pelo autor.
Imediatamente à aplicação da carga, sem alteração no teor de 
umidade, ocorre o recalque elástico ou imediato. Seu cálculo é 
baseado na teoria da elasticidade, sendo maior no centro da área 
carregado do que nas bordas, no caso de aterros.
A partir de então, inicia-se a dissipação do excesso de poropressão 
ocasionado pelo acréscimo de tensão. Essa dissipação acontece 
pela drenagem da água contida nos vazios, promovendo reduções 
26
de volume do solo por um longo período. Esse é o recalque por 
adensamento primário, que pode ser calculado como:
• 
 
 
para argilas normalmente adensadas. 
• 
 
para argilas sobreadensadas; submetidas a uma tensão σ’o + 
Δσ’o ≤ σ’vm; e, 
• 
 
para argilas sobreadensadas submetidas a uma tensão 
σ’o + Δσ’o > σ’vm. 
Onde: Cc é o índice de compressão; Cs é o índice de recompressão; 
evo o índice de vazios in situ na profundidade de interesse; Δσv é 
o acréscimo de tensão; σ’vm a tensão de sobreadensamento; harg a 
espessura da camada de argila; e, σ’vo a tensão efetiva do solo in situ. 
O tempo necessário para se estabilizar os recalques por 
adensamento primário depende das condições de drenagem. No 
caso de drenagem unidimensional, o fator tempo é calculado como:
27
Onde: cv é o coeficiente de adensamento obtido no ensaio e hd é a 
distância de drenagem igual ao valor de harg no caso de drenagem 
em apenas uma face ou igual a metade do valor harg no caso de 
drenagem em ambas as faces. 
Com isso, calcula-se o recalque em função do tempo por, sendo Uv é 
a porcentagem média de adensamento vertical, em função do fator 
tempo:
Os recalques por compressão secundária ocorrem, segundo a 
hipótese tradicional, ao final do adensamento primário. Em solos 
orgânicos ou inorgânicos altamente compressíveis, possuem 
magnitude maior, sendo mais importantes do que o recalque por 
adensamento primário. Podem ser calculados pela equação:
Onde: tp* se refere ao tempo final do adensamento primário.
Os deslocamentos horizontais são nulos quando analisamos o solo 
argiloso subjacente ao centro do aterro. No entanto, os bordos do 
aterro sofrem deslocamentos horizontais pois não há confinamento 
lateral. Eles são calculados com base em correlações com os 
recalques máximos.
Tanto os deslocamentos verticais quanto os horizontais, devem 
ser previstos, pois em aterros sobre solos moles, tem magnitude 
elevada. Sua análise permite a escolha do método construtivo mais 
adequado, de forma a minimizar problemas nas construções.
28
Referências bibliográficas
ALMEIDA, M. S. S.; MARQUES, M. E. S. Aterro sobre solos moles. 2. ed. São 
Paulo: Editora Oficina de Textos, 2014. 
PARA SABER MAIS
Quando utiliza-se uma sobrecarga temporária em aterros sobre 
solos moles, acelera-se o processo de recalque do solo por 
adensamento primário e os recalques são compensados por 
compressão secundária.
O aterro a ser construído de espessura hf promove uma tensão Δσvf 
sobre o solo e determina um recalque primário a tempo infinito de 
Δhf. Uma sobrecarga de espessura hs sobre esse aterro (resultando 
em uma espessura total de aterro hfs) causa um recalque primário 
acumulado a tempo infinito igual a Δhfs. Quando se remove a 
sobrecarga em um tempo t1, promove-se uma aceleração no 
tempo de estabilização dos recalques. Esses recalques podem ser 
calculados pelas equações:
Onde Cc é o índice de compressão; evo o índice de vazios in situ na 
profundidade de interesse; Δσv é o acréscimo de tensão devido ao 
aterro final; Δσvf é o acréscimo de tensão devido ao aterro final σ’vm a 
tensão de sobreadensamento; harg a espessura da camada de argila; 
e, σ’vo a tensão efetiva do solo in situ.
29
Para se determinar o tempo t1 da remoção da sobrecarga 
temporária, pode-se utilizar um grau de adensamento Us:
A sobrecarga temporária também pode compensar os recalques por 
compressão secundária, de forma que estes não aconteçam durante 
a vida útil da obra. Em geral, essa compensação é feita durante o 
período construtivo pela aplicação de uma sobrecarga temporária, 
seguida de sua remoção parcial. Isso faz com que os recalques por 
compressão secundária ocorram sob a formade adensamento 
primário (ALMEIDA; MARQUES, 2014).
Referências bibliográficas
ALMEIDA, M. S. S.; MARQUES, M. E. S. Aterro sobre solos moles. 2. ed. São 
Paulo: Editora Oficina de Textos, 2014.
TEORIA EM PRÁTICA
Você está desenvolvendo um projeto de um aterro mole, e 
precisa prever o recalque por adensamento primário que o solo 
argiloso terá. Os ensaios realizados, forneceram alguns dados 
do solo de apoio. A argila está saturada, apresentando no ensaio 
de adensamento um coeficiente de recompressão de 0,06, um 
coeficiente de compressão de 0,35 e um índice de vazios igual a 0,85.
A sondagem mostrou que a camada de argila possui uma espessura 
de 2,0 m, entre duas camadas de areia. A tensão vertical total no 
centro da camada é de 250 kPa, e possui uma poropressão de 125 
30
kPa. O aterro a ser construído aplicará uma tensão no solo de 150 
kPa.
Com base nessas informações, qual será a estimativa de recalque 
por adensamento primário se a argila for normalmente adensada? 
Se o solo apresentasse um OCR igual a 2,0, qual seria o valor desse 
recalque?
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicações de leitura
31
Indicação 1
O capítulo indicado, Adensamento, tem como objetivo explicar a 
fundo a teoria do adensamento unidimensional de Terzaghi, além de 
apresentar a metodologia do ensaio de adensamento para obtenção 
das variáveis para a estimativa dos recalques.
MASSAD, F. Adensamento. In: MASSAD, F. Mecânica dos solos 
experimental. São Paulo: Oficina de Textos, 2016. cap. 10. p. 184-
213.
Indicação 2
O capítulo indicado, Adensamento, complementa os conceitos de 
cálculos de recalques por adensamento primário e compressão 
secundária, apresentando a solução numérica pelo Método das 
Diferenças Finitas.
CRAIG, R. F.; KNAPPETT, J. A. Adensamento. In: CRAIG, R. F.; 
KNAPPETT, J. A. Mecânica dos Solos. 8. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2018. 
cap. 4. p. 76-110. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
32
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Quando o solo recebe aplicações de carga, podem ocorrer 
deformações nele, denominadas recalques. O recalque que 
ocorre durante a dissipação do excesso de poropressões, 
transferindo a carga da água para o sólido, é o: 
a. Recalque por adensamento primário.
b. Recalque elástico.
c. Recalque por compressão secundária.
d. Recalque imediato.
e. Recalque por compressão terciária. 
2. Para projetar um aterro sobre solos moles é importante 
avaliar as deformações que este solo apresentará quando 
submetido à carga proveniente do aterro. A fim de se 
determinar o recalque total deste tipo de aterro, deve-se 
calcular três componentes de recalque, sendo eles:
a. Recalques elástico, recalque imediato e por compressão 
secundária.
b. Recalques elástico, por adensamento primário e por 
compressão secundária.
c. Recalques por compressão primária, secundária e terciária.
d. Recalques imediato, recalque diferencial e por adensamento 
secundário.
e. Recalques diferencial, por recompressão e por 
descarregamento. 
33
GABARITO
Questão 1 - Resposta A
Resolução: O recalque por adensamento primário ocorre 
devido à transferência de carga entre a água e os grãos do 
solo, envolvendo a dissipação do excesso de poropressão 
ocasionado pela aplicação da carga. Com a expulsão da água 
dos vazios, o solo se deforma. 
Questão 2 - Resposta B
Resolução: O recalque total de um aterro é formado por 
três componentes: o recalque elástico ou também chamado 
imediato, o recalque por adensamento primário e o recalque 
por compressão secundária. O recalque elático ocorre 
imediatamente após a aplicação da carga do aterro. O aterro 
por adensamento primário ocorre devido à dissipação do 
excesso de poropressão ocasionada pelo aterro. O recalque por 
compressão secundária acontece pela reestruturação do solo 
local. 
Estabilidade e monitoramento de 
aterros sobre solos moles 
______________________________________________________________
Autoria: Bianca Lopes de Oliveira
Leitura crítica: Eduarda Pereira Barbosa
TEMA 4
35
DIRETO AO PONTO
O projeto de um aterro sobre solo mole é realizado a partir 
da análise de estabilidade da geometria definida. Para isso, 
inicialmente, devem ser definidos os parâmetros dos materiais 
envolvidos como a resistência não drenada do solo de apoio do 
terreno, informações geotécnicas do aterro e características do 
reforço de geossintético. A análise de estabilidade consiste em 
verificar os três modos de ruptura que um aterro pode ter: ruptura 
pelo corpo do aterro, ruptura global do conjunto aterro-fundação e 
ruptura do solo de fundação.
A capacidade de carga do solo de fundação deve ser avaliada. Isso 
pode ser feito pelo cálculo da altura máxima do aterro em função da 
resistência não drenada Su do solo mole. De acordo com Fellenius, a 
altura crítica do aterro pode ser calculada por:
A altura admissível do aterro construído em única etapa é definida 
a partir da adoção de um fator de segurança, em geral, igual ou 
superior a 1,5.
A avaliação da ruptura global do conjunto aterro fundação pode ser 
feita a partir de métodos de equilíbrio limite, a partir da definição 
de superfícies de ruptura, circulares ou não. Os métodos mais 
utilizados para o cálculo do fator de segurança do aterro são o 
método de Fellenius, Bishop modificado e Janbu simplificado. Caso 
o fator de segurança calculado seja inferior ao estabelecido em 
projeto, pode-se utilizar a execução em etapas ou o uso de bermas 
de equilíbrio. Outra possibilidade é o uso de aterros reforçados com 
geossintéticos.
36
O uso de geossintéticos tem como objetivo resistir ao empuxo de 
terra que se desenvolve no interior do aterro, além de aumentar a 
capacidade de carga da fundação, aumentando significativamente 
o fator de segurança da obra. A análise de estabilidade dos aterros 
reforçados, inicia com a definição da altura crítica do aterro. 
Em seguida, é calculada a estabilidade do aterro em razão do 
deslizamento ou escorregamento da sua base por meio do equilíbrio 
de forças na horizontal.
O reforço do geossintético promove um esforço de tração 
mobilizado (T) que pode ser calculado por meio da avaliação de 
deslocamento lateral ou pelo método de ruptura por cunha ou por 
superfície circular a partir de programas de estabilidade disponíveis. 
O valor obtido deve ser comparado à resistência à tração admissível 
do material. Definido o valor do esforço de tração T, deve-se definir 
a deformação permissível εa (2% a 6%) e o módulo de rigidez do 
geossintético por meio da equação:
Nos aterros sobre colunas granulares, são executadas malhas 
quadradas ou triangulares de colunas de brita ou areia, encamisadas 
ou não com material geossintético. Seu projeto é embasado nos 
parâmetros de coesão, ângulo de atrito e pesoespecífico do 
conjunto solo-coluna. Devido à complexibilidade desta construção e 
à diversidade dos materiais, é recomendada a utilização de métodos 
numéricos para a análise de estabilidade, como exemplo o método 
dos elementos finitos, que permitem a não utilização de aterros 
experimentais. Este método permite a realização de simulações 
numéricas para diversas condições, considerando de forma mais 
realista as deformações ou tensões que se desenvolvem no aterro.
Construído o aterro ou durante sua execução, o porte da obra ou 
o risco inerente a ela, pode necessitar do estabelecimento de um 
37
programa de monitoramento geotécnico do aterro sobre solo mole, 
como ilustrado na Figura 1. Esse programa tem como objetivo 
verificar as premissas do projeto, ajudar no planejamento da obra e 
permitir que as obras vizinhas permaneçam íntegras.
Figura 1 – Programa de monitoramento geotécnico
Fonte: elaborada pelo autor.
Os dados obtidos no monitoramento permitem a obtenção de 
parâmetros de campo como o coeficiente de adensamento. A 
interpretação e análise desses dados é fundamental para o sucesso 
da obra.
Referências bibliográficas
ALMEIDA, M. S. S.; MARQUES, M. E. S. Aterro sobre solos moles. 2. ed. São 
Paulo: Editora Oficina de Textos, 2014. 
38
PARA SABER MAIS
O processo de construção de aterros sobre colunas granulares de 
areia ou brita envolve a execução de uma malha de colunas, que 
podem ser feitas com ou sem o deslocamento da argila, sendo 
destaque o uso das colunas instaladas por vibrossubstituição. 
Essa técnica foi desenvolvida em meados do século XX (ALMEIDA; 
MARQUES, 2014).
Seu procedimento construtivo segue as seguintes etapas: preenche-
se a caçamba com o material granular, que é içado e utilizado para 
preenchimento do tubo. É feita a penetração de um vibrador no 
solo, por jateamento, de forma a executar um furo de diâmetro 
maior que o vibrador até a profundidade desejada. Após o furo 
finalizado, este é preenchido com material granular e, por meio 
de curtos movimentos descendentes e ascendentes do vibrador, o 
material é vibrado enquanto mais material é introduzido. Durante 
esse processo, realiza-se também o jateamento de forma a manter o 
material granular limpo. Atingindo a superfície do terreno, a coluna 
granular é completada.
Como alternativa, a coluna granular convencional, pode-se utilizar 
as colunas granulares encamisadas com geotêxtil. Essa técnica é 
interessante quando as argilas do solo de fundação são muito moles 
e não fornecem um confinamento lateral da argila adequado. O 
encamisamento da coluna consiste na utilização de um geotêxtil 
com alto módulo e baixo coeficiente de fluência, mantendo boas 
condições de drenagem da coluna (ALMEIDA; MARQUES, 2014).
Nos aterros sobre colunas encamisadas, o espaço comumente 
adotado entre elas é de 1,5 m e 2,5 m, sendo o diâmetro das colunas 
da ordem de 0,80 m. Os valores de módulo de rigidez (J) do geotêxtil 
utilizado situam-se na faixa entre 2000 e 4000 kN/m. Um exemplo 
de aplicação desse método é citado por Almeida e Marques (2014) 
39
em uma rodovia próxima à cidade de São José dos Campos (SP), a 
100 km da cidade de São Paulo. Nesta construção, as colunas foram 
executadas utilizando-se equipamentos que fazem estacas do tipo 
Franki, com encamisamento de geossintético e areia. Os recalques 
medidos foram da ordem de 100 mm e estabilizados em seis meses.
Referências bibliográficas
ALMEIDA, M. S. S.; MARQUES, M. E. S. Aterro sobre solos moles. 2. ed. São 
Paulo: Editora Oficina de Textos, 2014.
TEORIA EM PRÁTICA
A escolha do tipo de aterro a ser adotado depende dos parâmetros 
do solo de resistência, da resistência do material a ser utilizado 
no aterro, do reforço, se houver, e da geometria do aterro, que 
permitirá avaliar a estabilidade global do conjunto aterro fundação.
Com base nessas informações, considere três projetos de aterros 
que foram construídos sobre uma camada espessa de solo mole 
subjacente a uma camada de solo argiloso de compacidade rija. 
Foi realizada a análise de estabilidade global de cada um, e obteve-
se um fator de segurança para os aterros 1, 2 e 3 de 1,15, 2,0 e 
2,1, respectivamente. Durante seu monitoramento, obteve-se um 
coeficiente de adensamento de 0,0005 cm/s, 0,05 cm/s e 0,0005 
cm/s.
Reflita: analisando os fatores de segurança obtidos e os coeficientes 
de adensamento, qual aterro teria melhor comportamento para a 
utilização de sobrecarga temporária? E ao uso de drenos verticais? 
Por quê? 
40
Para conhecer a resolução comentada proposta pelo professor, 
acesse a videoaula deste Teoria em Prática no ambiente de 
aprendizagem.
LEITURA FUNDAMENTAL
Prezado aluno, as indicações a seguir podem estar disponíveis 
em algum dos parceiros da nossa Biblioteca Virtual (faça o log 
in por meio do seu AVA), e outras podem estar disponíveis em 
sites acadêmicos (como o SciELO), repositórios de instituições 
públicas, órgãos públicos, anais de eventos científicos ou 
periódicos científicos, todos acessíveis pela internet. 
Isso não significa que o protagonismo da sua jornada de 
autodesenvolvimento deva mudar de foco. Reconhecemos 
que você é a autoridade máxima da sua própria vida e deve, 
portanto, assumir uma postura autônoma nos estudos e na 
construção da sua carreira profissional. 
Por isso, nós o convidamos a explorar todas as possibilidades da 
nossa Biblioteca Virtual e além! Sucesso!
Indicação 1
O capítulo indicado, Geossintéticos em aterros sobre solos moles, tem 
como objetivo explicar os aspectos que devem ser considerados nas 
análises de estabilidade de aterros sobre solos moles e os métodos 
de equilíbrio-limite a serem utilizados.
Indicações de leitura
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PALMEIRA, E. M. Geossintéticos em aterros sobre solos moles. In: 
PALMEIRA, E. M. Geossintéticos em geotecnia e meio ambiente. 
São Paulo: Editora Oficina de Textos, 2018. cap. 8. p. 179-220.
Indicação 2
O capítulo indicado, Aplicações em Reforço de Solos, complementa os 
conceitos de dimensionamento e especificação de geossintéticos, 
apresentando o método de Low et al. (1990) na análise de ruptura 
global.
VERTEMATTI, J. C et al. Aplicações em Reforços de Solo. In: 
VERTEMATTI, J. C. Manual Brasileiro de Geossintéticos. São Paulo: 
Blucher, 2004. cap. 4. p. 72-83. 
QUIZ
Prezado aluno, as questões do Quiz têm como propósito a 
verificação de leitura dos itens Direto ao Ponto, Para Saber 
Mais, Teoria em Prática e Leitura Fundamental, presentes neste 
Aprendizagem em Foco.
Para as avaliações virtuais e presenciais, as questões serão 
elaboradas a partir de todos os itens do Aprendizagem em Foco 
e dos slides usados para a gravação das videoaulas, além de 
questões de interpretação com embasamento no cabeçalho 
da questão.
1. Na avaliação de estabilidade de um aterro, devem ser 
analisadas todas as possibilidades de ruptura que possam 
ocorrer. Uma delas é a ruptura do solo de apoio do aterro, 
42
devido sua baixa capacidade de carga. Para se evitar esse tipo 
de ruptura, deve ser determinado o parâmetro de: 
a. Resistência à compressão do geossintético.
b. Recalque diferencial do solo.
c. Altura crítica do aterro.
d. Resistência de cisalhamento do aterro.
e. Módulo de rigidez do geossintético. 
2. Para realizar a análise de estabilidade de um aterro são 
utilizados métodos de cálculo para determinar os fatores 
de segurança do projeto em relação a estabilidade global, 
deslizamento e fundação. Certo projeto de aterro sobre 
solos moles apresentou um fator de segurança inferior ao 
necessário na análise de estabilidade global. Para solucionar o 
problema, o que o engenheiro poderia fazer? 
a. Adoção de bermas de equilíbrio.
b. Aumento da altura do aterro.
c. Colocação de sobrecarga temporária.
d. Retirada da camada de geossintético.
e. Redução das etapas do aterro para etapa única. 
GABARITO
Questão 1 - Resposta C
Resolução: Na análise de ruptura do solo de fundação de um 
aterro, deve-se iniciar pelo cálculo da altura crítica do aterro. 
Isso permite determinarse o solo é capaz de receber a carga 
prevista em projeto. 
43
Questão 2 - Resposta A
Resolução: Quando, durante uma análise de estabilidade 
global, encontra-se fatores de segurança inferiores ao 
adequado, pode-se utilizar a execução em etapas ou o uso de 
bermas de equilíbrio. Outra possibilidade é o uso de aterros 
reforçados com geossintéticos. 
BONS ESTUDOS!
	Apresentação da disciplina
	Introdução
	TEMA 1
	Direto ao ponto
	Para saber mais 
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 2
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 3
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Leitura fundamental
	Quiz
	Gabarito
	TEMA 4
	Direto ao ponto
	Para saber mais
	Teoria em prática
	Quiz
	Gabarito
	Inicio 2: 
	Botão TEMA 4: 
	Botão TEMA 1: 
	Botão TEMA 2: 
	Botão TEMA 3: 
	Botão TEMA 9: 
	Inicio :