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As Sete Igrejas do Apocalipse


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“As Sete Igrejasdo Apocalipse” 
2 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
A igreja cristã em todas as épocas quer na passada, presente ou futura, é formada por 
todos aqueles que creem em Jesus de Nazaré, o Filho de Deus. No ato de crer está implícita 
a aceitação de Cristo por seu Salvador pessoal, para obedecer-lhe como a Cristo, o Príncipe 
do reino de Deus sobre a terra. 
A igreja de Cristo iniciou sua história com um movimento de caráter mundial, no Dia de 
Pentecoste, no fim da primavera do ano 30 d.C, cinquenta dias após a ressurreição do 
Senhor Jesus, e dez dias depois de sua ascensão ao céu. 
Essa igreja cresceu se expandiu, conforme Atos dos Apóstolos nos informa, e começou 
a ter alguns problemas, seja através das perseguições, seja através das heresias que se 
infiltraram, além de homens corruptos que se intitulavam apóstolos, crentes, pastores, mas 
que na verdade eram obreiros fraudulentos (1 Co 11.30). 
Em face dessa expansão se situar, ora sob o calor da perseguição, ora sob o ataque das 
heresias, ou as duas situações juntas, Jesus fala às igrejas que estavam na Ásia acerca de 
várias situações que estavam enfrentando e que ainda enfrentariam. 
Essa reflexão também pertence a nós e devemos acolhê-la e ponderar sobre as várias 
questões que essas cartas levantam, alertam, preveem. 
1. PANORAMA HISTÓRICO DO LIVRO DE APOCALIPSE 
Irineu e Eusébio afirmam categoricamente que o Apocalipse foi escrito no tempo de 
Domiciano1. (Ver Eusébio, História Eclesiástica III, 18,3 e Irineu, adv. 
Haer. V. 30.3). Esse testemunho foi aceito sem hesitação por 
Clemente de Alexandria, Orígenes e Jerônimo. João foi banido para 
Patmos no reinado de Domiciano. 
A data mais provável para a escrita do livro, é o ano 96 d.C. Nesta 
possível data, Domiciano decretou o “culto ao imperador”, fazendo 
disso uma prova de lealdade ao império. Os cristãos, provavelmente, 
se recusaram a adorar o imperador como se fosse um “deus”. E as 
consequências foram desastrosas para os santos naqueles dias. 
Este imperador desalmado deportara também a João para a ilha de 
Patmos “por causa da Palavra de Deus, e pelo testemunho de Jesus 
Cristo” (Ap 1.1). Houve, contudo, alguns períodos de curta ou de longa duração, quando a 
igreja foi alvo de feroz perseguição. 
As perseguições do primeiro século, efetuadas por Nero (66-68) e por Domiciano (90-95) 
foram, não há dúvida, explosões de delírio e ódio, sem outro motivo, a não ser a ira de um 
tirano. Domiciano, irmão de Tito, agindo no início de forma branda e moderada, ele em 
seguida cometeu um ultraje tão grande em seu insuportável orgulho que ordenou a adoração 
de si mesmo como deus e mandou que em sua honra imagens de ouro e prata fossem 
erigidas no capitólio. 
Nessa perseguição, João, o apóstolo e evangelista, foi exilado por Domiciano para a ilha 
de Patmos. Depois que o imperador morreu assassinado e o senado revogou as suas leis, 
 
1 Tito Flávio Domiciano (em latim: Titus Flavius Domitianu ; 24 de outubro de 51 — 18 de setembro de 96), habitualmente conhecido 
como Domiciano, foi imperador romano de 14 de setembro de 81 até a sua morte a 18 de setembro de 96. Tito Flávio Domiciano 
era filho de Tito Flávio Sabino Vespasiano com sua mulher Domitila e irmão de Tito Flávio, a quem ele sucedeu. 
 
 
 
 
Domiciano 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Latim
https://pt.wikipedia.org/wiki/Imperador_romano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tito_Fl%C3%A1vio_Sabino_Vespasiano
https://pt.wikipedia.org/wiki/Domitila_Maior
https://pt.wikipedia.org/wiki/Tito_%28imperador%29
 “As Sete Cartas do Apocalipse” 
3 
 
 
João foi posto em liberdade e no ano 97 veio para Éfeso, onde permaneceu até o reinado de 
Trajano. 
Essas perseguições deram-se de forma esporádica e não se prolongavam por muito 
tempo. Entretanto, desde o ano 250 a 313 d.C. a igreja esteve sujeita a uma série sistemática 
e implacável de atentados governamentais em todo o império, a fim de esmagar a fé sempre 
crescente. 
2. O LIVRO DE APOCALIPSE 
A palavra grega "Apocalypsis" significa revelação, e o livro com este nome foi descrito 
como "um panorama da glória de Cristo". 
O livro do Apocalipse começa com o anúncio do seu título e com uma bênção dirigida aos 
que prestam diligente atenção às suas solenes declarações proféticas: Versículos 1-3: 
"Revelação de Jesus Cristo, que Deus lhe deu para mostrar aos seus servos as coisas que 
em breve devem acontecer e que ele, enviando por intermédio do seu anjo, notificou ao seu 
servo João, o qual atestou a palavra de Deus e o testemunho de Jesus Cristo, quanto a tudo 
o que viu. Bem-aventurados aqueles que leem e aqueles que ouvem as palavras da profecia 
e guardam as coisas nela escritas, pois o tempo está próximo". 
Inúmeras profecias surgiram e desapareceram ao longo dos séculos e, no entanto, o livro 
que o apóstolo João escreveu no final do primeiro século continua conosco. Até hoje, depois 
de muitos anos de estudos intensivos, a mensagem e os mistérios desse livro continuam a 
fascinar os servos do Senhor no mundo todo. 
Tanto quanto eu sei, Apocalipse é o único Livro da Bíblia que apresenta um esboço 
inspirado de seu conteúdo. "As coisas que viste" referem-se à visão em Apocalipse 1: "As 
coisas que são" referem-se a Apocalipse 2 e 3, as mensagens especiais as sete igrejas. "As 
[coisas] que hão de acontecer depois destas" dizem respeito aos acontecimentos descritos 
em Apocalipse 4 a 22. Aquilo que João ouve em Apocalipse 4:1 corrobora essa interpretação. 
Recapitulando, é possível resumir as características básicas deste livro da seguinte 
maneira: 
🢣 Seu tema central é Cristo. Por certo, todas as Escrituras falam do Salvador, mas o Livro 
de Apocalipse de forma magnífica e de maneira especial, ressalta a grandeza e glória de 
Jesus Cristo. Afinal, o livro é a revelação de Jesus, não apenas de acontecimentos futuros. 
O tema predominante do Livro de Apocalipse é a volta de Jesus Cristo para derrotar todo 
o mal e estabelecer seu reino. E, sem dúvida alguma, um livro de vitória, e os cristãos são 
considerados "vencedores" (ver Ap 2:7,11,17, 26; 3:5,12, 21; 11:7; 12:11; 15:2; 21:7). Em sua 
primeira epístola João também considera o povo de Deus vencedor (ver I Jo 2:13,14;4:4;5:4, 
5). 
Para os olhos incrédulos, Jesus Cristo e sua Igreja não passam de derrotados neste 
mundo; mas para os olhos da fé, ele e seu povo são verdadeiros vencedores. Como Peter 
Marshall disse certa vez: "É melhor fracassar em uma causa que será bem-sucedida no final 
do que ser bem-sucedido em uma causa que fracassará no final". 
🢣 É "aberto". João recebeu a ordem de não selar o livro (Ap 22:10), pois o povo de Deus 
precisava de sua mensagem. Apesar de conter mistérios que talvez só sejam desvendados 
quando nos encontrarmos junto ao trono de Deus, Apocalipse pode ser compreendido. João 
enviou o livro para as sete igrejas da Ásia Menor na expectativa de que, quando lessem sua 
mensagem em voz alta, compreenderiam o suficiente de suas verdades de modo a serem 
 “As Sete Igrejasdo Apocalipse” 
4 
 
 
grandemente encorajados nas situações difíceis que enfrentavam. Em outras palavras, 
Apocalipse é um livro aberto, no qual Deus revela seus planos e propósitos para a Igreja. 
Quando Daniel terminou de escrever sua profecia, recebeu a seguinte instrução: "encerra as 
palavras e sela o livro" (Dn 12:4); mas João foi instruído a fazer exatamente o contrário: "Não 
seles as palavras da profecia deste livro" (Ap 22:10). Por quê? Desde o Calvário, a 
ressurreição e a vinda do Espírito Santo, Deus iniciou os "últimos dias" (Hb 1:1, 2) e está 
cumprindo seus desígnios ocultos neste mundo. "O tempo está próximo" (Ap 1:3; 22:10). 
🢣 É repleto de símbolos. Os símbolos são eternos em sua mensagem e ilimitados em seu 
conteúdo. O símbolo da "Babilônia", por exemplo, teve origem em Genesis 10 e 11 e seu 
significado cresce à medida que e usado ao longo das Escrituras, chegando ao ápice em 
Apocalipse 17 e 18. O mesmo vale para os símbolos do "Cordeiro"e da "noiva". É 
empolgante sondar os significados mais profundos transmitidos por esses símbolos. 
🢣 Trata de profecias. Esse fato e declarado inequivocamente em Apocalipse 1:3; 22:7, 10, 
18, 19; ver também 10:11. As cartas para as sete igrejas da Ásia Menor tratam de 
necessidades imediatas das congregações, que, aliás, continuam presentes nas igrejas de 
hoje; o restante do livro, porem, e dedicado quase inteiramente as revelações proféticas. Ao 
ver o Cristo vitorioso diante deles, os cristãos perseguidos encontraram encorajamento para 
a difícil tarefa de testemunhar. Quando estamos tranquilos quanto ao futuro, temos 
estabilidade no presente. O próprio João sofria sob o poder de Roma (Ap 1:9), de modo que 
este e um livro nascido da aflição. 
🢣 Contém uma benção. Observamos anteriormente a promessa em Apocalipse 1:3, bem 
com outras seis "bem-aventuranças" espalhadas pelo livro. Não basta simplesmente ouvir 
(ou ler) o texto; e preciso responder a sua mensagem de coração, considerando-a pessoal e 
declarando "Amém!" Com Fé ao que ela diz (convém observar os vários "Améns" ao longo 
do livro: Ap 1:6, 7, 18; 3:14; 5:14; 7:12; 19:4; 22:20, 21). 
🢣 É relevante. João escreveu sobre as coisas "que em breve devem acontecer" (Ap 1:1), 
"pois o tempo está próximo" (Ap 1:3) (ver também Ap 22:7, 10, 12, 20). A expressão "em 
breve" não significa logo" ou "de imediato', mas sim "rapidamente, velozmente", Deus não 
mede o tempo da mesma forma que nós (2 Pe 3:1-10), Ninguém sabe quando o Senhor 
voltará; mas quando ele começar a abrir os selos do livro (Ap 6:1 ss), os acontecimentos 
sucederão rapidamente e sem interrupção. 
3. A REVELAÇÃO TEM DOIS PONTOS FOCAIS: 
(a) Os propósitos de Deus: Por um lado, Deus informa os homens a respeito de Si mesmo: 
quem é Ele, o que tem feito, o que está fazendo, o que fará, e o que requer os homens façam. 
Assim é que o Senhor tomou Noé, Abraão e Moisés, aceitando-se em relação de confiança; 
informando-os sobre o que havia planejado e qual era a participação dos mesmos nesse 
plano (cf. Gn 6.13-21; 12.1 e ss; 15.13-21; Êx 3. 7-22). Semelhantemente, o Deus Todo- 
poderoso declarou a Israel as leis e promessas de Sua Aliança (Êx capítulo 20 a 23; Dt 4.13 
e ss; Sl 78.5; 147.19). Ele desvendou Seus propósitos aos profetas, seus servos (Am 3.7). 
Cristo disse aos discípulos durante seu ministério terreno: “...tudo quanto ouvi de meu Pai 
vos tenho feito conhecer” (Jo 15.15b). Deus revelou a Paulo, o grande “...Mistério da Sua 
vontade, segundo o seu beneplácito” (cf. Ef 1.9a e 3.3). No Apocalipse, Cristo revelou a João 
seu servo “...as coisas que brevemente devem acontecer”. 
 “As Sete Cartas do Apocalipse” 
5 
 
 
(b) A pessoa de Deus: Por um lado, quando Deus envia a Sua Palavra aos homens, Ele 
também os confronta consigo mesmo. “A Bíblia não concebe a revelação como uma simples 
transmissão divinamente garantida, mas antes, como a vinda pessoal de Deus aos homens, 
para tornar-se conhecido deles (cf. Gn 35.7; Êx 6.3; Nm 12.6-8; Gl 1.15 e ss). Esta é a lição 
que devemos aprender das teofanias2 do Antigo Testamento (cf. Êx 3.2 e ss; 19.11-20; Ez 1; 
etc), bem como do papel desempenhado pelo enigmático “anjo (mensageiro) do Senhor”, 
que evidentemente é uma manifestação do 
próprio Deus”. O Apocalipse não revela apenas o 
princípio de formação do grande plano de Deus 
na obra da redenção, mas de um modo 
particular, seu desenvolvimento e consumação. 
Seu conteúdo se compõe de: 22 capítulos, 
404 versículos, 12.000 palavras e 9 perguntas: 
(5.2; 6.10,17; 7.13; 13.4 (duas vezes); 15.4; 17.7; 
18.18). “A Bíblia divide a raça humana em três 
partes: os judeus, os gentios, e a Igreja (1 Co 
10.32), e contém, uma mensagem para cada 
uma das três. 
O Antigo Testamento trata das duas primeiras 
divisões. Por exemplo, o livro de Daniel trata dos 
judeus e dos domínios gentílicos, sem mencionar a Igreja graficamente. O Novo, dá a 
mensagem para a Igreja, e Paulo, especialmente, em todas as suas epístolas trata dela, 
enquanto que temos a palavra final de Deus para judeus, gentios e, a Igreja, no Apocalipse. 
Encontramos a Igreja no princípio do livro; Israel no meio; e as nações gentílicas no fim. 
O livro é composto ao redor do simbolismo do número sete. 
Há sete cartas para sete igrejas da Ásia Menor (hoje, atual porção da Turquia Asiática), 
capítulos 1 a 3. Sete selos num livro que se encontra na mão direita de Deus, capítulo 5. 
Sete trombetas que anunciarão estranhos castigos, capítulos 8 a 11. Sete castiças de ouro 
nas mãos de Jesus, capítulo 1. Sete anjos (agentes humanos), capítulo 1.20 e ss. Sete anjos 
(agentes divinos), capítulos 8 a 16. Um Cordeiro com sete pontas e sete olhos, capítulos 1.4 
e 4.5. Sete trovões, capítulo 10.3. Há também referência de um grande dragão vermelho com 
“sete cabeças” e “sete diademas”, capítulo 12.3. A Besta semelhante ao leopardo tinha “sete 
cabeças”, capítulo 13. No capítulo 17 do livro em foco, é-nos dito que, ela tem “sete cabeças”. 
Há também “sete montes” e “sete reis”, capítulo 17.9-10. Para os remidos do Senhor, há 
também “sete bem-aventuranças” (1.3; 14.13; 16.15; 19.9; 20.6; 22.7,14). 
Falaremos apenas das sete Cartas às igrejas, suas características, mensagens e 
destinatários, buscando entender o que Jesus falou para os crentes daquela época e o que 
tem para falar aos crentes de nossa época. 
4. A ILHA DE PATMOS 
“...na ilha chamada Patmos”: A palavra “ilha” ou “ilhas” encontram-se cerca de 38 vezes 
nas Escrituras e, alguns dos lugares onde aparece a palavra “ilha” pode ser traduzida para 
seu original hebraico “AI”. Os antigos usavam esta palavra do texto em foco: “ai” como “terra 
costeira” ou no sentido hodierno de Continentes. Era termo de designativo das grandes 
 
2 Teofania (Gr. Theos, Deus + Phania, manifestação). Manifestação de Deus, desde a voz até a imagem, perceptível pelos sentidos 
humanos (Gn 18.1-16; Jz 13.15-22). Manifestação na pessoa do Anjo do Senhor (Malak Iavé). 
 “As Sete Igrejasdo Apocalipse” 
6 
 
 
civilizações gentílicas do outro lado do mar. João, porém, como sabemos não deixa nenhuma 
dúvida a seus leitores quanto a “ilha” de seu exílio, esclarece ele: a “ilha” é “chamada 
Patmos”. 
O termo “patmos” significa “mortal”. O sentido original é, em razão de seu aspecto tristonho 
representado pela mesma ilha que leva esse nome. No 
tempo do império romano, a “ilha de Patmos” serviu de lugar 
de detenção para criminosos de alta periculosidade. 
Atualmente, a “ilha” que leva esse nome, é chamada 
“Palmosa”, encrava-se no Mar Egeu. Patmos é uma 
pequena ilha da Grécia a 55 km da costa da Turquia. Tem 
cerca de vinte milhas de circunstância. A “ilha de Patmos” 
antes do exílio de João, não tinha conotação nenhuma com 
o mundo religioso; depois, porém, como sabemos, se tornou 
célebre pela prisão e visão ali vivida e presenciada. Lá existe uma “caverna” chamada 
“Apocalipse”, onde milhares de pessoas religiosas realizam uma peregrinação anualmente 
em rememoração ao sofrimento do Apóstolo quando ali esteve. Alguns metros dessa 
caverna, encontra-se a escola grega, onde existe um salão com uma inscrição posterior ao 
reinado de Alexandre Magno. Esta inscrição, fez referência aos jogos olímpicos realizados 
durante o período grego. “Na ilha há também o mosteiro de São João, com uma biblioteca 
fundada em 1088 d.C. construída no formato de uma fortaleza com seus muros ameaçados, 
onde há curiosas obras. Em volta do mosteiro, agrupam-se as ruas tortuosas da Capital da 
Ilha”. 
4. AS IGREJAS DA ÁSIA MENOR 
Quem já se mudou para outra comunidade e teve de escolher uma igreja nova para 
frequentar sabe como é difícil examinar e avaliar uma igreja e seu ministério. Templos 
imponentes podem abrigar congregações moribundas, enquanto templos despretensiosos 
podem pertencer a congregações vigorosas em sua marcha para o Senhor. Uma igreja que 
parece "rica" pode ser pobre aos olhos de Deus (Ap 3:17), enquanto uma igreja "pobre" e, 
na verdade, rica para ele (Ap 2:9). 
SomenteJesus Cristo, o Cabeça da Igreja, e capaz de sondar cada congregação de 
maneira exata e saber qual é sua verdadeira condição, pois ele vê os elementos interiores, 
não apenas as aparências (Ap 2:23b). Nestas mensagens especiais para as sete igrejas da 
Ásia Menor, o Senhor apresenta a cada congregação uma "radiografia" de sua condição. 
Mas seu desejo e que todas as igrejas leiam essas mensagens e sejam beneficiadas por elas 
(observar o plural "igrejas" em Ap 2:7, 11, 17, 29; 3:6, 13, 22). 
Mas o Senhor também fala a indivíduos, e é nesse ponto que entramos em cena. "Quem 
tem ouvidos, ouça." As igrejas são constituídas de indivíduos, e são os indivíduos que 
definem a vida espiritual da congregação. 
Assim, ao ler estas mensagens, deve-se aplicá-las a vida, examinando o coração. Por 
fim, deve-se ter em mente que João possuía o coração de um pastor e que procurava 
encorajar essas igrejas durante um tempo difícil de perseguição. Antes de Cristo julgar o 
mundo, deve julgar o próprio povo (Ez 9:6; 1 Pe 4:1 7). Uma igreja purificada não precisa 
jamais temer os ataques de Satanás ou dos homens. Nas palavras de G. Campbell Morgan: 
"É admirável que a Igreja perseguida de Cristo seja a Igreja pura de Cristo. A igreja favorecida 
pelo mundo sempre foi a igreja contaminada". 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Ilha
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Costa_(geografia)
 “As Sete Cartas do Apocalipse” 
7 
 
 
Estas igrejas estavam em tão diferentes estados de pureza de doutrina e poder da 
piedade, que as palavras de Cristo para elas sempre servirão bem para o caso de outras 
igrejas e crentes. Cristo conhece e observa o estado delas; mesmo estando no céu, anda em 
meio às suas igrejas na terra, observando o que está mal nelas e o que lhes falta. 
Parece evidente, então, que, ao escrever às sete igrejas, João estava retratando a 
presente era desde a criação da igreja até o julgamento da igreja apóstata antes do 
segundo advento. Assim, o período de tempo descrito por esses capítulos compara-se 
essencialmente ao período descrito por Mateus 13. 
5. O PROPÓSITO DAS SETE CARTAS. 
a. João está escrevendo às sete congregações locais para suprir as necessidades de cada 
uma dessas assembleias. Pember diz: "Não há dúvida de que essas cartas são 
precipuamente dirigidas às comunidades a que foram escritas, e lidam com circunstâncias 
reais da época" (PEMBER, op. cit., p. 278.) 
Haveria, então, uma aplicação histórica direta do que está registrado aqui a cada uma das 
sete igrejas. 
b. Essas cartas revelariam os vários tipos de indivíduos e assembleias por toda a era. Seiss 
afirma o seguinte:”... as sete igrejas representam sete variedades de crentes, tanto 
verdadeiros como falsos. Todo cristão nominal é um efésio nas suas qualidades religiosas, 
um esmirneu, um pergamita, um tiatirense, um sárdico, um filadelfeno ou um laodicense. É 
desses sete tipos que toda a igreja é composta [...] 
As cartas apresentam uma estrutura bastante equilibrada. Smith sugere uma divisão em 
sete partes para cada igreja: 1) Proclamação; 2) Apresentação; 3) Declaração; 4) Aprovação; 
5) Censura; 6) Exortação; 7) Recompensa. 
6. AS SETE IGREJAS 
O Apocalipse foi dirigido a sete antigas igrejas específicas. Os romanos chamavam a Ásia 
Menor de “província da Ásia”; todas as sete igrejas 
estavam localizadas nesta região. Os destinatários 
originais deste livro eram os membros dessas igrejas e não 
os cristãos contemporâneos. Devemos ser suficientemente 
humildes para admitir que estamos simplesmente 
compartilhando a mensagem de Deus que lhes foi enviada. 
Através do Apocalipse, Deus continua a falar aos cristãos 
de nossos dias, mas devemos honestamente considerar 
em primeiro lugar o que este livro dizia à sua audiência 
original. Somente depois disso poderemos perguntar o que 
Deus tem a nos dizer através dele. 
O principal conselho de dignitários (cf. “as autoridades da província”, em At 19.31) reunia- 
se anualmente numa sequência rotativa de sete cidades estratégicas da Asia — as mesmas 
para as quais João escreveu, exceto que substituiu Cizico, mais. distante ao norte, por Tiatira, 
mais central. As sete igrejas distavam cerca de 80 quilômetros umas das outras, formando 
um círculo na província romana da Ásia (hoje Turquia Oriental). 
Os nomes são citados em sentido horário, a partir de Éfeso, na direção norte. O círculo 
completa-se em Laodiceia, a leste de Éfeso. É possível que nessas cidades estivessem as 
centrais dos correios que serviam as sete regiões geográficas. 
 “As Sete Igrejasdo Apocalipse” 
8 
 
 
6.1. A IGREJA EM ÉFESO 
• Éfeso: a igreja descuidada (Ap 2 :1-7) 
Cada uma das sete mensagens começa com uma descrição pessoal ou designação de 
Jesus Cristo proveniente da visão do Senhor apresentada em Apocalipse 1 (no caso de 
Éfeso, ver Ap 1:12, 16, 20). A congregação de Éfeso havia tido lideres "estelares" - Paulo, 
Timóteo e o próprio apóstolo João, mas o Senhor lembra seus membros que está no controle 
de seu ministério, colocando as "estrelas" onde lhe convém. Como é fácil a igreja tornar-se 
orgulhosa e se esquecer de que os pastores e mestres são dádivas de Deus (Ef 4:11) que 
podem lhe ser tomadas a qualquer momento. Algumas igrejas precisam ser advertidas a 
adorar ao Senhor, não ao pastor! 
Por causa da sua importância estratégica, Paulo havia passado mais tempo aqui (perto de 
três anos, At 20.31) do que em qualquer outro lugar nas suas três viagens missionárias. Ele 
fez muitos convertidos, tanto judeus quanto gentios (At 19.10) e construiu uma igreja forte. 
Nos anos 60 d.C., Timóteo foi colocado lá. (I Tm 1.3). A tradição da Igreja Primitiva afirma 
que João passou os últimos anos da sua vida nesse terceiro grande centro do cristianismo 
(depois de Jerusalém e Antioquia). 
Hoje essa metrópole poderosa do passado é um monte de ruínas. O rio Caister encheu o 
porto com lodo, de maneira que a cidade é somente um pântano de juncos. O mar fica a 
cerca de dez quilômetros de distância. 
Há três razões lógicas para João escrever primeiro para a igreja de Éfeso: 
a) Era a principal igreja na Ásia e estava situada na principal cidade da província, 
b) Era a cidade mais próxima de Patmos, a cerca de 100 quilômetros. Ela 
seria a primeira cidade a ser alcançada pelo mensageiro que levava essas 
cartas, 
c) Era a igreja-mãe de João. Nesse domingo pela manhã, o idoso apóstolo 
estava indubitavelmente pensando acerca das necessidades e problemas 
dessa igreja, bem como das outras seis igrejas que podem ter estado sob 
a sua jurisdição. 
ÉFESO. O nome significa “desejado”. Situação Geográfica: a cidade de 
Éfeso estava encravada no pequeno Continente da Ásia Menor. “Esta era 
a capital da província romana da Ásia. Com Antioquia da Síria e Alexandria 
no Egito, formavam o grupo das três maiores cidades do litoral leste do Mar Mediterrâneo. O 
seu templo da “Diana dos efésios”3 (At 19.28) foi considerado uma das sete maravilhas do 
mundo antigo”. Pelo menos duas vezes, Paulo esteve nessa cidade (At 18.19 e 19.1). Em 
sua terceira viagem por aquela região, ele não chegou até lá, mas estando em Mileto 
“mandou a Éfeso, a chamar os anciãos da Igreja”. Essa igreja recebeu duas cartas: uma de 
Paulo (epístola aos efésios), e outra de Cristo. A primeira em 64 d. C., a segunda em 96 d. 
C. 
Nos dias dos apóstolos, Éfeso era a terceira maior cidade do Império Romano, com uma 
população de aproximadamente 250 mil habitantes. Somente Roma e Alexandria eram 
maiores. Era uma cidade linda, de arte e arquitetura maravilhosa, muito do qual já foi 
 
3 Diana era a deusa da lua e da caça e que tinha uma correspondência grega que, no caso, era a deusa Ártemis. O templo mais 
famoso e suntuoso de Diana, ou Ártemis, ficava exatamente em Éfeso, aliás, o templo de Ártemis em Éfeso, foi uma das sete 
maravilhas da antiguidade. 
 “As Sete Cartas do Apocalipse” 
9 
 
 
restaurado pelos arqueólogos modernos. Era uma cidade porto, com comércio movimentado 
e lucrativo.Uma casa de banho era situada em cada portão da cidade e, não se admitia ninguém 
sem que antes tomasse um banho completo. Éfeso era um centro de educação com escolas, 
bibliotecas4 e salões para palestra. As casas dos mais favorecidos eram equipadas com 
encanamento de água quente e fria. O hospital era situado perto do centro da cidade. O 
extraordinário anfiteatro ao ar livre tinha capacidade para 25 mil pessoas e podiam-se ouvir 
as vozes do palco sem amplificação. 
Éfeso, nos dias de Paulo, era um centro de magia. Conforme esta informação tirada do 
excelente livro de Clinton Arnold: Éfeso pode ser considerado o centro da magia no Império 
Romano. Teria atraído os mais famosos mágicos, bem como outros que queriam aprender 
deles. Paulo ministrava aos mágicos em Éfeso com resultados extraordinários. Para ganhar 
esses poderosos a Cristo, devia ter havido inúmeros encontros de poder demonstrando 
claramente que o poder de Deus era maior que qualquer poder sobrenatural das trevas que 
os mágicos possuíam”. A superstição e a feitiçaria eram comuns naquela sociedade (ver Atos 
19.19). 
• APROVAÇÃO (vv. 2, 3, 6). Quanta bondade do Senhor começar com essas palavras de 
elogio! Em primeiro lugar, esta era uma igreja que servia, trabalhando com zelo na obra do 
Senhor. Sem dúvida, sua agenda semanal era repleta de atividades. Também era uma igreja 
que se sacrificava, pois, o termo "labor" significa "trabalhar à exaustão". 
A igreja de Éfeso era separada, pois examinava com cuidado os ministros que a visitavam 
(ver 2 jo 7-11) para determinar se eram verdadeiros. Paulo havia advertido os presbíteros de 
Éfeso de que falsos mestres surgiriam vindos de fora e até mesmo do meio da igreja (At 
20:28-31), e João os havia instruído a "[provar] os espíritos" (1 Jo 4:1-6). A igreja deve estar 
sempre alerta para detectar e rejeitar os ministros falsos de Satanás (2 Co 11:1-4, 12-15). 
Os cristãos efésios pagavam um preço para servir ao Senhor. Eram uma congregação 
firme, pois o termo "perseverança" significa "resistência em meio as tribulações". Não 
desistiam diante da adversidade. 
NOTA: Paciência dificilmente é uma tradução adequada para a palavra grega aqui, que 
significa persistência imperturbável”. O teólogo 
William Barclay comenta: “Hupomom não é a 
paciência inflexível que resignadamente aceita 
as coisas, e que curva sua cabeça quando 
preocupações aparecem. Hupomone é a 
bravura corajosa que aceita sofrimento, privação 
e perda e os transforma em graça e glória”. 
No entanto, observemos o que o 
comentarista bíblico Smith fala a respeito 
dessa questão: ““Fé, esperança e amor 
lamentavelmente estão faltando aqui. Contraste essa igreja com a de Tessalonicenses: Éfeso 
tinha obras, mas não obras de fé; trabalho, mas não trabalho de amor; paciência, mas não 
paciência de amor” (1 Ts 1.3).10 Ele então torna essa declaração significativa: “Não é demais 
 
4 Uma das maiores atrações de Éfeso é a biblioteca de Celso (ruínas), mandada construir pelo cônsul Gaius Julius Aquila como túmulo 
para o seu pai Tiberius Julius Celsus Polemaeanus, governador da Ásia. Suas obras foram concluídas em 135 d.C.. Sendo que a sua 
fachada, que observamos hoje, foi reconstruída nos anos 1970. Este edifício continha uma das maiores bibliotecas do mundo antigo, 
sendo que a maior parte do seu acervo foi transferido para Alexandria, dado como presente de Marco António a Cleópatra! 
 “As Sete Igrejasdo Apocalipse” 
10 
 
 
dizer que uma igreja pode ter todas essas virtudes mencionadas e mesmo assim estar 
destituída de vida espiritual”. Poderíamos acrescentar o seguinte: e o mesmo vale para cada 
indivíduo. 
Obviamente, que a questão central dos crentes efésios era sua falta de amor, ou melhor, o 
esquecimento dele, o amortecimento desse amor em relação a Cristo, o encolhimento, a 
supressão progressiva desse sentimento, que era demonstrado na falta de cuidado com os 
irmãos. Como nos diz Charles R. Erdman: “Esse era o amor por Cristo e o amor pelos 
companheiros cristãos. Os dois aspectos são inseparáveis”. 
• Exortação: 
O primeiro passo de volta para Deus é: Lembra-te. Lembra-te dos dias passados de 
bênção espiritual. Essa igreja tinha caído, n.o meramente tropeçado. Ela estava abatida. 
Esse era o caso do filho pródigo, de um modo geral. Mas ele lembrou-se (Lc 15.17) e voltou. 
A promessa aqui para o vencedor é que ele terá o direito de comer da árvore da vida. 
Adão falhou quando testado e perdeu esse direito. Agora esse direito é prometido àqueles 
que serão fiéis diante da tentação. Swete comenta: “Comer da árvore é desfrutar de tudo o 
que a vida futura tem a oferecer para a humanidade redimida”. 
6.2. A IGREJA EM ESMIRNA 
• Esmirna, a Igreja Perseguida 
I. “...ao anjo da igreja”. Podemos ver neste versículo, uma referência à pessoa de Policarpo; 
esse pastor nasceu em (69 d. C.), e morreu em (159 d. C.). 
O Dr. Russell Norman, diz que a etimologia do nome 
“Policarpo” significa “muito forte” ou “frutífero”. Policarpo foi 
discípulo pessoal do Apóstolo João, homem muito 
consagrado, foi o “principal pastor” da igreja de Esmirna 
durante o exílio do Apóstolo em Patmos. “O seu martírio é 
narrado por Eusébio, em sua História Eclesiástica. Foi levado 
à arena, lugar dos jogos olímpicos, um dos maiores teatros 
abertos da Ásia Menor, parte da qual construção permanece 
de pé até hoje”. Policarpo, deve ser realmente, o “anjo” do texto em foco, pois as evidências 
assim o declaram (cf. Ec 7.27). Embora era inevitável que Éfeso fosse a primeira na lista das 
sete Igrejas, é natural que Esmirna, sua grande rival, apareça na segunda. Entre todas as 
cidades da Ásia Menor, Esmirna era a mais bela. Era chamada, naquela época, o ornamento, 
a coroa ou a flor da Ásia. 
🢣 ESMIRNA. O nome “Esmirna” significa “amargo” e está relacionado a palavra“mirra”. A 
palavra é usada três vezes nos Evangelhos (Mateus 2.11; Marcos 15.23; João 19.39). De 
acordo com H. Lockyer, “O nome descreve bem a igreja perseguida até a morte, 
embalsamada nos perfumes prévios de seu sofrimento, tal como foi a igreja de Esmirna. Foi 
a igreja da mirra ou amargura; entretanto, foi agradável e preciosa para o Senhor”. Esmirna 
também é famosa por ser a terra natal de Homero (o poeta cego da mitologia grega) e como 
lar de Policarpo (bispo de Esmirna). 
🢣 Situação Geográfica: esta cidade encrava-se no pequeno continente da Ásia Menor. Em 
1970, Esmirna já contava com cerca de 63.000 habitantes e é, atualmente, a principal cidade 
turca, denominada Izmir. Os muçulmanos chamam-na “Izmir é infiel”. O Rio Meles, famoso 
na literatura, também era adorado em Esmirna. Próximo à nascente desse rio ficava a 
caverna onde, dizem, Homero compunha seus poemas. Com a conquista do Oriente pelos 
 “As Sete Cartas do Apocalipse” 
11 
 
 
romanos, Esmirna, passou a fazer parte da província romana da Ásia. A cidade de Esmirna, 
cujo nome significa: “mirra”, caracterizou-se pela forte oposição e resistência ao cristianismo 
no primeiro século da nossa era. A igreja local originou-se da grande colônia judaica ali 
estabelecida. Em Esmirna, no ano (159 d. C.), Policarpo, seu bispo, foi martirizado. 
Quando sofreu intensa perseguição dos imperadores romanos que tinham o objetivo de 
banir o Cristianismo da face da terra. 
Foi talvez a maior perseguição sofrida pela Igreja de Jesus Cristo até os dias de hoje. 
Atribui-se, então, à igreja de Esmirna o título de igreja perseguida. 
🢣 Aprovação (v. 9). As coisas não eram fáceis para a igreja de Esmirna! Seus membros 
eram perseguidos, provavelmente por sua recusa em ceder as exigências do mundo e dizer 
"César é o Senhor". Esmirna era um centro importante do culto imperial romano, e, sem 
dúvida, qualquer um que recusasse reconhecer César como Senhor era excluído das 
associações de profissionais, resultando em uma situação de desemprego e de pobreza5. O 
termo usado para pobreza nesta passagem significa "pobreza abjeta, que não possui 
absolutamente coisa alguma". 
Parece-nos que essa situaçãoserá potencializada na Grande Tribulação, com a 
implementação da Marca da Besta: “E que ninguém possa comprar ou vender, a não ser 
aquele que tenha a marca ou o nome da besta, ou o número do nome dela” (Ap 13.17). Esse 
sistema de controle e de alienação terá a função de promover a adoração da besta, embora 
de forma dissimulada, com a desculpa de motivos econômicos e logísticos, a ameaça de 
exclusão do sistema monetário e financeiro do planeta, fará com que os desavisados 
cometam um erro fatal. 
Também havia em Esmirna uma comunidade grande e prospera de judeus. É evidente 
que os judeus não precisavam aderir ao culto imperial, uma vez que sua religião era aceita 
por Roma; mas, certamente, não cooperavam com a fé cristã. Assim, os membros da igreja 
de Esmirna eram difamados e maltratados tanto por judeus quanto por gentios. 
Mas esses cristãos eram ricos! Viviam em função dos valores eternos 
imutáveis, de riquezas que jamais poderiam lhes ser tiradas. "Pobres, mas 
enriquecendo a muitos" (2 Co 6:10; 8:9). Na verdade, seu sofrimento por Cristo só 
aumentava essa riqueza. 
“... e a blasfêmia dos que se dizem judeus” (2.9). O Apóstolo Paulo escrevendo aos 
romanos diz: “...nem todos os que são de Israel são israelitas” (Rm 9.6b). “...não é judeu o 
que é exteriormente...” (Rm 2.28). Esses falso judeus, procuravam firmar sua origem no 
Patriarca Abraão, a exemplo dos demais, perseguiam a igreja sofredora da cidade de 
Esmirna na Ásia Menor (cf. At 14.2, 19, etc). Atualmente, o nome “Esmirna” no campo 
profético, representa a igreja subterrânea que sofre por amor a Cristo nos países comunistas 
e com domínio de radicais islâmicos. 
• Admoestação (vv 10, 11). Não há qualquer palavra de acusação para a congregação de 
Esmirna! É possível que não tivessem a aprovação dos homens, mas certamente recebiam 
o louvor de Deus. O Senhor, porém, lhe dá uma admoestação solene diante do sofrimento 
crescente: "Não temas!" 
 
 
 
5 POBREZA. Pobreza (gr. ptocheia) significa "que não possui nada". A pobreza dos cristãos em Esmirna era geral; 
economicamente, não tinham recursos, mas JESUS diz que eram ricos espiritualmente. 
 “As Sete Igrejasdo Apocalipse” 
12 
 
 
Ele garante que conhece os planos de Satanás e está inteiramente no controle da situação. 
Alguns cristãos seriam presos e julgados como traidores 
de Roma. Contudo, sua tribulação não seria longa; na 
Bíblia, a expressão "dez dias" significa "por pouco 
tempo" ou "alguns dias" (Gn 24:55; At 25:6). O mais 
importante era sua fidelidade: permanecer leal a Cristo 
a despeito das ameaças do governo. 
A "coroa da vida" era a coroa do vencedor entregue 
nos jogos esportivos anuais. Esmirna era uma participante de grande expressão nesses 
jogos, de modo que essa promessa deve ter sido especialmente significativa aos cristãos de 
lá. O Senhor reitera a promessa dada por Tiago (Tg 1.12) e garante a seu povo que não há 
motivo para medo. 
6.3. A IGREJA EM PÉRGAMO 
• Pérgamo, a Igreja Casada com o Mundo. 
“...ao anjo da igreja”. Não podemos determinar e, nem ainda há um pequeno vestígio no 
Novo Testamento, sobre quem era o “anjo” (pastor) da igreja de Pérgamo nos dias em que 
esta carta estava sendo enviada, visto que, o Novo Testamento não cita nominalmente a 
igreja de Pérgamo, apenas aquilo que é depreendido do texto em foco. Porém, pelas 
evidências internas e externas apresentadas pelos versículos que descrevem a posição 
desta igreja; nos faz pensar, em um cristão pertencente à Igreja Primitiva. Foi ele, sem 
dúvida, o substituto de “Antipas”, a fiel testemunha de Cristo (v.13). Terá sido Demétrio? (3 
Epístola de João v. 12). 
Pérgamo ocupava um lugar muito especial na Ásia. Não estava colocada junto às grandes 
rotas, como Éfeso ou Esmirna; mas era a maior de todas as cidades asiáticas do ponto de 
vista da história. Estrabão6 a chamou uma cidade ilustre e segundo Plínio era a "mais famosa 
de todas as cidades da Ásia". A razão era que, para a época em que João escreveu esta 
carta, Pérgamo tinha sido capital da Ásia durante quase quatrocentos anos. Por volta do ano 
282 a.C. foi designada capital do reino selêucida, uma das divisões do império que Alexandre 
Magno deixou ao morrer. Foi capital desse reino até o ano 133 A.C. 
• Localização. Pérgamo situava-se a 30 km do Mar Egeu, e cerca de 100 km ao norte de 
Esmirna. Devido a um embargo comercial, não podendo comprar o tradicional papiro, a 
industrialização de peles de animais (pergaminho) tornou-se forte na cidade. Como centro 
cultural destacou-se em possuir uma biblioteca com cerca de duzentos mil rolos e uma escola 
de medicina. 
• A Condição da Igreja em Pérgamo 
Ao se apresentar na carta à igreja em Pérgamo, Jesus enfatiza o poder da sua espada 
afiada de dois gumes (Ef 6.17; Hb 4.12; Ap 19.15), que simboliza o poder da sua palavra. 
Jesus afirma ainda conhecer o lugar onde a igreja estava estabelecida, as condições 
adversas, a fidelidade dos crentes perseguidos e martirizados, como no caso de Antipas, a 
quem o Senhor chama de “minha fiel testemunha”. Que possamos ser considerados pelo 
Senhor como fiéis testemunhas (gr. martys). 
 
6 Estrabão ou Estrabo (63 a.C. ou 64 a.C. a 24 a.C) foi um historiador, geógrafo e filósofo grego. Foi o autor da monumental 
Geografia, um tratado de 17 livros contendo a história e descrições de povos e locais de todo o mundo que lhe era conhecido à 
época. 
https://pt.wikipedia.org/wiki/63_a.C
https://pt.wikipedia.org/wiki/64_a.C
https://pt.wikipedia.org/wiki/24
https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Filosofia
https://pt.wikipedia.org/wiki/Gr%C3%A9cia_Antiga
https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_(Estrab%C3%A3o)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_(Estrab%C3%A3o)
https://pt.wikipedia.org/wiki/Geografia_(Estrab%C3%A3o)
 “As Sete Cartas do Apocalipse” 
13 
 
 
Nota: Pérgamo era um dos centros religiosos mais importantes do mundo antigo. Havia 
nessa cidade dois santuários famosos. Na carta do Cristo ressuscitado a Pérgamo, este diz 
que a Igreja dessa cidade está localizada no lugar onde se encontra “o trono de Satanás". 
Esta referência denota, sem dúvida, algo que para a Igreja Cristã era particularmente mau e 
hostil para a fé. Alguns creram encontrar nestas palavras uma referência ao esplendor 
religioso pagão da cidade de Pérgamo. 
(a) Pérgamo considerava-se defensora e custódia do estilo de vida grego e da adoração 
aos deuses pagãos dessa cultura. Pelo ano 240 a. C. os habitantes de Pérgamo haviam 
ganho uma grande vitória contra os invasores gálatas ou galos, povos considerados 
"bárbaros" ou selvagens. Foi graças a essa vitória que se conseguiu deter a penetração dos 
gálatas. Em memória do evento levantou-se um grande altar dedicado a Zeus. Foi erigido em 
frente do templo de Atenas, sobre o montículo cônico que dominava a cidade, a 250 metros 
de altura. Tinha o altar de 14 metros de altura, e estava localizado numa saliência rochosa 
da colina. Seu aspecto era o de um grande trono ou cadeira, sobre um dos lados da colina; 
e durante todo o dia, todos os dias do ano, elevava-se desde esse "trono" a fumaça dos 
sacrifícios o que nele se ofereciam a Zeus. 
(b) Pérgamo estava relacionada de maneira especial com 
o culto de Esculápio, deus da medicina e da cura, até o 
ponto que a este o estava acostumado a chamar "o deus 
pergaminho". 
🢣 Aprovação (v. 13). Como seus irmãos e irmãs em 
Esmirna, os cristãos de Pérgamo haviam sofrido 
perseguições, e um dos membros dessa congregação 
havia morrido por sua fé. Apesar do sofrimento intenso, a 
igreja permanecera fiel a Deus. Recusara-se a colocar 
incenso no altar e dizer: "César é Senhor". A descrição que 
Cristo faz de si mesmo ("aquele que tem a espada afiada de dois gumes", Ap 2:12) 
certamente animou seu povo, pois a espada também era um símbolo do procônsul romano. 
Era mais importante a igreja temer a espada de Cristo do que a espada de Roma(Ap 2:16). 
🢣 Acusação (vv. 14, 15). Apesar de sua coragem diante da perseguição, os cristãos de 
Pérgamo não eram irrepreensíveis diante do Senhor. Satanás não havia sido capaz de 
destruí-los ao vir como leão que ruge (1 Pe 5:8), mas ganhava território como serpente que 
engana. Um grupo de pessoas transigentes infiltrara-se na congregação com doutrinas e 
práticas que Jesus Cristo detestava. 
...A doutrina de Balaão”. Na Epístola de Judas (versículo 11): há referência a três homens 
caídos do Antigo Testamento: “Caim... Balaão... e Core” (cf. Gênesis capítulos 16, 22, 23, 
24). Nos dias neotestamentários seus nomes são tomados como figuras expressivas dos 
falsos ensinadores que, segundo se diz, entrariam no “seio” da Igreja Cristã (cf. 2 Pd 2.15). 
No texto em foco, é-nos apresentados: “a doutrina de Balaão”. 
Nota: Balaão é descrito como aquele que ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos 
filhos de Israel para que comessem dos sacrifícios da idolatria e se prostituíssem. Essa 
declaração preenche um pequeno hiato no relato do Antigo Testamento. Lá lemos que Balaão 
foi chamado por Balaque, rei de Moabe, para amaldiçoar os israelitas, a quem temia (Nm 
22.1—24.25). Quando Deus não permitiu que o profeta amaldiçoasse seu povo, 
evidentemente Balaão sugeriu uma maneira indireta de trazer a maldição divina sobre Israel. 
Isso é indicado em Números 21.16, em que Moisés disse às mulheres de Moabe: “Eis que 
Templo de Zeus 
Umas das sete maravilhas do 
mundo antigo. 
 “As Sete Igrejasdo Apocalipse” 
14 
 
 
estas foram as que, por conselho de Balaão, deram ocasião aos filhos de Israel de prevaricar 
contra o SENHOR, no negócio de Peor, pelo que houve aquela praga entre a congregação 
do SENHOR”. O “negócio de Peor” era uma combinação de idolatria e imoralidade (Nm 25.1- 
9), como podemos ler em Apocalipse. O que o relato deixa mais claro aqui é o fato de Balaão 
ter aconselhado Balaque a fazer com que suas mulheres seduzissem os homens israelitas 
nesses dois pecados. O esquema funcionou bem demais. Balaão também é mencionado em 
2 Pedro 2.15 e Judas 11. As características dos seguidores desta “doutrina” são: 
(a) Olho mau: malícia. 
(b) Espírito orgulhoso: egoísmo. 
(c) Alma sensual: imoralidade. 
“...comer do maná escondido”. Os gnósticos ofereciam “vantagens abertas”, mediante 
suas práticas imorais, seus prazeres e a satisfação da parte carnal do homem. Cristo oferece- 
nos aquilo que está oculto a maioria dos homens: o maná escondido! Para a igreja de 
Pérgamo o Senhor faz, ao vencedor, uma tríplice promessa: comer do maná escondido, 
receber uma pedra branca, e um novo nome. O “maná” era um tipo de Cristo, o pão da vida 
(Jo 6.48), ele caía no deserto, mas não era do deserto (Êx 16.35); Cristo, estava no mundo, 
mas não era do mundo (Jo 17.16). Admoestação: (vv. 16, 17). Antipas havia sentido a 
espada de Roma, mas a igreja de Pérgamo sentiria a espada de Cristo - a Palavra (Hb 4:12) 
-, caso não se arrependesse. Não se trata de uma referência à volta do Senhor, mas sim a 
um julgamento presente que sobrevêm à igreja quando ela é desobediente à Palavra de 
Deus. O Senhor apresentou-se como "aquele que tem a espada afiada" (Ap 2:12), de modo 
que a igreja não era ignorante desse perigo. 
6.4. A IGREJA EM TIATIRA 
• Tiatira : a igreja corrupta (Ap 2:18-29) 
“...Ao anjo da igreja”. Não temos notícia acurada sobre 
quem foi este “anjo” (pastor), a não ser aquilo que se 
depreende do presente texto. Lídia, vendedora de 
púrpura, e convertida por Paulo, era dessa cidade (At 
16.14). Da conversão de Lídia, que se deu 
provavelmente no ano 53 d. C. à carta dedicada ao anjo 
da “igreja de Tiatira”: em 96 d. C., corre um lapso de 
tempo de 33 anos. Podemos deduzir, ainda que 
improvável terem sido Lídia e seu esposo, os grandes 
instrumentos usados por Deus, para o início de 
formação daquela igreja. Talvez um de seus filhos seja o “anjo” (pastor) do texto em foco (cf. 
At 16.15). O nome Tiatira significa “Sacrifício de trabalho”. 
• Localização: A cidade de Tiatira estava situada no caminho entre Pérgamo e Sardes, na 
Ásia Menor. Atualmente chama-se Ak Hissar, na Turquia. Tornou-se uma cidade 
manufatureira. Na região de Tiatira crescia uma espécie de planta chamada de “garança”, de 
cujas raízes extraiam a brilhante tintura vermelha conhecida nos tempos antigos como 
“púrpura”. O livro de Atos dos Apóstolos nos relata que de lá veio uma piedosa mulher de 
nome Lídia, vendedora de púrpura e temente a Deus. Ela aceitou a mensagem de Paulo em 
Filipos e por ele foi batizada (Atos 16:11-15). 
Em Tiatira imperou a idolatria. Tal como na maioria das 
cidades daquela região, Tiatira tinha muitos templos dedicados a vários deuses. O mais 
 “As Sete Cartas do Apocalipse” 
15 
 
 
importante deles era o de Apolo, o deus-sol, filho de Zeus. De acordo com a religião pagã da 
Grécia antiga, Zeus era considerado o deus dos deuses ou o pai dos deuses, possuidor de 
toda a autoridade sobre as demais divindades. Os vários emblemas encontrados na 
descrição da cidade de Tiatira, tais como a púrpura, idolatria, deus-sol e o emblema de uma 
mulher, de nome Jezabel, mencionado na carta dirigida à Igreja daquela cidade (Apocalipse 
2:20), são considerados extremamente representativos e retratam com eficácia aquele falso 
poder religioso que se levantou para perseguir todos aqueles que defendiam a sua fé 
segundo os ensinamentos da Palavra de Deus. 
A mensagem mais longa é enviada à igreja da menor 
cidade! Tiatira era uma cidade militar e também um 
centro comercial com várias associações de 
profissionais. Em todo lugar onde existiam tais 
associações, quase sempre havia também idolatria e 
imoralidade - os dois grandes inimigos da Igreja 
primitiva. A cidade orgulhava-se de ter um templo 
especial dedicado a Apolo, o "deus Sol", o que explica 
por que o Senhor apresenta-se como o "Filho de Deus" 
(a única vez que esse título é usado em Apocalipse). 
João teve de transmitir uma mensagem de advertência 
Templo de Apolo 
e de julgamento severos a essa congregação, o que explica a descrição dos olhos e dos pés 
do Senhor. 
• Aprovação (v. 19). Os cristãos de Tiatira eram extremamente ocupados! Exerciam 
ministérios sacrificiais por outros. Suas obras cresciam e eram caracterizadas por fé, amor e 
paciência, de modo que a igreja não realizava apenas "atividades religiosas". 
🢣 Acusação (vv. 20-23). Infelizmente, o Senhor encontrou várias coisas para trazer à luz e 
condenar na congregação de Tiatira. Não há amor ou trabalho sacrificial que compense a 
tolerância do mal. A igreja permitia que uma falsa profetisa influenciasse as pessoas e as 
levasse a fazer concessões indevidas. Não é possível afirmar que essa mulher se chamasse, 
de fato, "Jezabel". Trata-se, provavelmente, de um nome simbólico: Jezabel foi uma rainha 
idólatra que estimulou Israel a acrescentar a adoração a Baal7 a suas cerimônias religiosas 
(ver 1 Rs 16 - 19). Os ensinamentos sedutores de Jezabel eram semelhantes à "doutrina de 
Balaão" que o Senhor condenou na igreja de Pérgamo (Ap 2:14). 
Ela ensinava os cristãos a transigir à religião romana e às práticas das guildas, a fim de não 
perderem o emprego nem a vida. 
🢣 Admoestação (vv 24-29). Nem todos na congregação eram infiéis ao Senhor, e ele tem 
uma palavra especial aos cristãos consagrados. Haviam permanecido afastados das 
doutrinas falsas e das práticas transigentes de Jezabel e de seus seguidores, daquilo que 
Cristo condena como "coisas profundas de Satanás" (observar o contraste com 1 Co 2:10). 
O Senhor não faz qualquer exigência específica; apenas pede que se mantenham firmes em 
sua resistência ao mal. A expressão "Até que eu venha" refere-se à volta de Cristo para 
buscar seu povo, ocasião em que ele os recompensará por sua fidelidade (ver Ap 3:3; 16:15; 
22:7, 17, 20). 
Jesus Cristo é "a brilhante Estrela da manhã" (Ap 22:16). A promessa em Apocalipse 2:28 
indica que o povo de Deus será identificado de maneira tão próxima com Cristoque ele 
"pertencerá" aos que são seus! No entanto, é possível que se trate também de uma alusão 
 
7 Conhecido em Tiro como Melcarte, “Rei da cidade“. Era considerado o deus do heroísmo e da história. O deus da realeza de Tiro. 
 “As Sete Igrejasdo Apocalipse” 
16 
 
 
 
 
 
 
 
Rio Pactolos 
a Satanás, que deseja tomar o reino para si e que ofereceu os reinos do mundo a Cristo, se 
ele o adorasse apenas uma vez (Mt 4:8-11). Em Isaías 14:12, Satanás é chamado de "estrela 
da manhã", em hebraico Lúcifer. O povo transigente de Tiatira seguia "as coisas profundas 
de Satanás", que os conduziriam a trevas e morte. Os vencedores de Deus, por outro lado, 
compartilhariam da verdadeira Estrela da Manhã: Jesus Cristo! 
6.5. A IGREJA EM SARDES 
🢣 Sardes: a igreja fraca (Ap 3:1-6) 
“...Ao anjo da igreja”. Nada se sabe acerca desse anjo (pastor) da igreja de Sardes, exceto 
aquilo que poderia ser depreendido do presente texto. Pelo uso da expressão: “tens nome 
de que vives” dá a entender sua grande popularidade. A História Eclesiástica menciona um 
“anjo” muito famoso dessa igreja, mas sua estada ali se seu no século II, e não no primeiro; 
seu nome era Melito. Melito, o Bispo de Sardes, do século II d.C., é mencionado três vezes 
na “História Eclesiástica” de Eusébio. Melito 
escreveu uma apologia, dirigida ao imperador 
romano, em defesa da fé cristã. Ele foi um crente 
intenso, dotado de grande poder e autoridade na 
sua geração. 
🢣 Localização: A antiga Sardes, capital da 
província da Lídia, era uma cidade extremamente 
importante. Ficava cerca de 80 quilômetros de 
Éfeso, no entroncamento de cinco grandes estradas, 
de modo que era um centro comercial. Também era 
um centro militar, pois se situava em um platô quase 
inacessível. A acrópole de Sardes ficava cerca de 
500 metros acima das estradas principais e constituía um forte invencível. A principal religião 
da cidade era o culto a Ártemis, um dos "cultos naturais" que giravam em torno dos conceitos 
de morte e de renascimento. 
Nota: A cidade de Sardes. “A cidade de Sardes, por estar situada a quinhentos metros acima 
do nível do mar, considerava-se inexpugnável. Ela orgulhava-se também de seus fabulosos 
tesouros. Suas abundâncias vinham, em parte, do rio Pactolos, que lhe fornecia ouro e prata 
em grandes quantidades. Suas águas, de tão excelentes, eram tidas como indispensáveis à 
boa saúde. 
Sardes também era conhecida pela produção de vestes de lã, um fato relevante na 
mensagem de Cristo para a igreja. Infelizmente, naquele tempo a cidade não passava de 
uma sombra de seu antigo esplendor, e é igualmente triste que a igreja de Sardes havia se 
tornado como a cidade - vivia só de nome. 
A mensagem a Sardes é uma advertência a 
todas as "grandes igrejas" que vivem à custa da 
glória passada. Vance Havner costumava lembrar 
que os ministérios espirituais muitas vezes passam 
por quatro estágios: um homem, um movimento, 
uma máquina e um monumento. Sardes 
encontrava-se no estágio do "monumento", mas 
nem tudo estava perdido! Havia esperança, porque 
Cristo é o Cabeça da Igreja e é capaz de dar nova 
vida. O Senhor descreve a si mesmo como Aquele que possui os sete Espíritos e as sete 
 “As Sete Cartas do Apocalipse” 
17 
 
 
estrelas. Existe apenas um Espírito Santo (Ef 4:4), mas o número sete indica plenitude e 
integridade (Is 11.2). O Espírito Santo dá vida à Igreja, e era exatamente dessa vida que o 
povo de Sardes precisava. Esse Espírito sétuplo de Deus é representado nos setes 
candeeiros (Ap 4:5) e nos sete olhos que tudo veem (Ap 5:6). 
• Advertência: “...Virei sobre ti como um ladrão”. O leitor deve observar com atenção a 
frase, “como” antecipando as palavras “um ladrão”. 
O Dr. Russell Norman Champlin, diz que essa frase tem as seguintes significações: 
(a) De maneira inesperada; 
(b) Como um laço tristonho para os que não estiverem preparados; 
(c) Sem nenhuma oportunidade de aviso prévio. 
A palavra “ladrão”, com esse sentido, no grego hodierno é Kleptós, indica alguém que 
normalmente não rouba com violência, mas que obtém sucesso com suas habilidades 
imprevisíveis, em contraste com outro vocábulo, Lestes, que significa “assaltante”, aquele 
que se apossa do alheio por meio da violência. 
🢣 Situação alarmante: Não há palavras de elogio para os cristãos de Sardes. O Senhor 
também não ressalta qualquer problema doutrinário que precise ser corrigido. Também não 
há menção alguma de oposição nem de perseguição. A situação da igreja seria melhor se 
houvesse algum sofrimento, pois, a congregação se tornara acomodada e complacente e 
vivia à custa de sua reputação no passado. Era uma reputação sem realidade, uma fachada 
sem poder. Como a própria cidade, a igreja de Sardes gloriava-se no esplendor passado, 
mas ignorava a decadência presente. 
As palavras decisivas para a igreja em Sardes nós podemos resumir da seguinte forma: 
"Despertem! Vigiem! Lembrem-se da Palavra que receberam e obedeçam!" Essa é a fórmula 
para o reavivamento. Deve-se guardar a herança espiritual, mas não a petrificar. Não basta 
ser fiel à fé e ter uma história extraordinária. Essa fé precisa produzir vida e obras. 
6.6. A IGREJA EM FILADÉLFIA 
• Filadélfia: a igreja fiel (Ap 3:7-13) 
🢣 Filadélfia. O nome significa “amor fraternal”, estando aqui neste apelativo o sétimo e último 
uso desse termo, no Novo Testamento (cf. Rm 14.10; 1Ts 4.9; Hb 13.1, 22 e 2Pd 1.7). 
🢣 Situação Geográfica: Filadélfia ficava em um local estratégico na rota principal do Correio 
Imperial de Roma para o Oriente, sendo chamada, 
assim, de "portal para o Oriente". Também era 
conhecida como "pequena Atenas" por causa do 
grande número de templos na cidade. Sem dúvida, 
a igreja situava-se em um lugar de oportunidades 
extraordinárias. O único problema mais sério em 
relação à localização era a ocorrência de abalos 
sísmicos. Filadélfia encontrava-se sobre uma falha 
geológica e, no ano 17 a.C., foi destruída por um 
forte terremoto, que também devastou Sardes e 
outras dez cidades. Alguns cidadãos recusaram-se 
a voltar para a cidade depois desse acontecimento, preferindo permanecer nos campos ao 
redor, conhecidos como "terra queimada". 
 “As Sete Igrejasdo Apocalipse” 
18 
 
 
Ao que parece, a cidade do amor fraternal não era nada segura! Jesus Cristo apresenta- 
se à igreja de Filadélfia como "o santo". Isso equivale a dizer que ele é Deus, uma declaração 
obviamente verdadeira. Jesus Cristo é santo em seu caráter, em suas palavras, em suas 
ações e em seus propósitos. Como Aquele que é santo, ele é separado de modo singular de 
todas as outras coisas, e nada pode ser comparado a ele. 
O segundo obstáculo era a oposição dos judeus da cidade (Ap 3:9). Na verdade, era um 
antagonismo satânico, pois não lutamos contra carne e sangue (Ef 6:12). Esses indivíduos 
podiam ser judeus na carne, mas não eram o "verdadeiro povo de Israel" no sentido do Novo 
Testamento (Rm 2:17-29). Por certo, os judeus possuem uma grande herança, mas ela não 
lhes garante a salvação (Mt 3:7-12; Jo 8:33ss). 
🢣 Encorajamento: Devido às perseguições sofridas o Senhor Jesus oferece três 
promessas maravilhosas e encorajadoras. 
🢣 Em primeiro lugar, ele trataria de seus inimigos (Ap 3:9). Deus encarrega-se das lutas 
do cristão que cuida da obra de Deus. 
🢣 Em segundo lugar, ele os livraria da tribulação (Ap 3:10). Sem dúvida, trata-se de uma 
referência ao tempo de Tribulação que João descreve em Apocalipse 6 a 19, o "tempo de 
angústia para Jacó" (Jr 30:7). Essa não é uma tribulação local, pois envolve os "que habitam 
sobre a terra" (ver Ap 6:10; 8:13; 11:10; 12:12; 13:8, 12, 14; 14:6; 17:2, 8). A referência 
imediata pode ser à perseguição oficial romana que estava por vir, mas a referência final é à 
Tribulação que sobrevirá a toda a Terra antes de Jesus Cristo voltar para estabelecer o seu 
reino. 
🢣 A terceira promessa aos cristãos de Filadélfia é que Deus os honraria (Ap 3:12). É 
provável que o simbolismo desse versículo fosse particularmentesignificativo para as 
pessoas que viviam sob o perigo constante de terremotos: a estabilidade da coluna, não 
precisar fugir, uma cidade celestial indestrutível. As cidades antigas muitas vezes 
homenageavam seus líderes construindo para eles colunas com seu nome inscrito. As 
colunas de Deus não são feitas de pedra, pois não existe templo na cidade celestial (Ap 
21:22). Suas colunas são as pessoas fiéis chamadas pelo nome de Cristo para a glória dele 
(Gl 2:9). 
“...Uma porta aberta”. Literalmente falando, “a porta aberta diante” da igreja de Filadélfia, 
aponto para sua posição geográfica na rota que ligava Jerusalém a capital do império, Roma. 
Profeticamente, porém refere-se à era missionária da Igreja, que começou nos fins do 
século XVIII e que chega até nossos próprios dias. “John Gil, escreveu pouco antes do 
começo dessa era, considerando a sua própria época como era da igreja de Sardes. Predisse 
ele que a era da igreja de Filadélfia seria uma espécie de reino espiritual de Cristo, com a 
renovação do amor e do evangelismo, além de grande colheita de almas para Cristo e suas 
igrejas”. 
Em sentido bastante real, a Igreja de hoje é semelhante à igreja de Filadélfia, pois Deus 
colocou várias portas de oportunidade diante de nós. Se ele abre as portas, devemos 
trabalhar; se ele as fecha, devemos esperar. Acima de tudo, devemos ser fiéis a ele e ver as 
oportunidades, não os obstáculos. Quem deixar as oportunidades passarem perderá as 
recompensas (coroas), o que significa ficar envergonhado diante do Senhor quando ele vier 
(I Jo 2:28). 
 “As Sete Cartas do Apocalipse” 
19 
 
 
6.7. A IGREJA EM LAODICÉIA 
🢣 Laodicéia: a igreja insensata (Ap 3:14-22). 
A cidade de Laodiceia, que fica perto da atual Denizli, foi fundada por Antíoco II (261-246 
a.C.). Nos tempos romanos, era a cidade mais rica da Frigia e a principal do “circuito” das 
“sete igrejas na província da Ásia” (1.4). Estava situada numa das mais importantes rotas 
comerciais, o que assegurava sua prosperidade comercial. Laodiceia era um centro bancário 
importante (em 5 a.C., Cícero, a caminho de sua província ciciliana, retirou dinheiro ali), e 
sem dúvida foram esses ricos estabelecimentos bancários que, em 60 d.C., financiaram a 
reconstrução da cidade após o grande terremoto que a destruíra. Autossuficiente, Laodiceia 
recusou ajuda do Senado na ocasião. 
“...Ao anjo da Igreja”. O leitor deve observar que em todas as igrejas, a mensagem inicia- 
se com a expressão: “...ao anjo da igreja”, e concomitantemente, já estamos familiarizados 
com esses seres denominados de “anjos” (mensageiros), que no contexto divino são 
chamados de “estrelas” (cf. 1.20; 2.1, 8, 12, 18; 3.1, 7, 14). Podemos deduzir daquilo que é 
depreendido, de (Cl 4.12, 13), onde lemos: “Saúda-vos Epafras, que é dos vossos servos de 
Cristo, combatendo sempre por vós em oração, para que vos conserveis firmes, perfeitos e 
consumados em toda a vontade de Deus. Pois eu lhe dou testemunho de que tem grande 
zelo por vós, e pelos que estão em Laodicéia...”. Que Epafras, tenha sido pastor nesta igreja, 
é bem evidente, mas, não podemos afirmar que trinta anos depois, o mesmo ainda se 
encontrava ali. 
Nota: Como no caso das igrejas anteriores, o Senhor adapta suas palavras a algo 
significativo com respeito à cidade onde a congregação se encontra. Laodicéia era conhecida 
por sua riqueza, pela produção de um unguento especial para os olhos e também por um 
tecido preto e lustroso de lã. A cidade ficava próxima a Hierápolis, famosa por suas termas, 
e de Colossos, conhecida por sua água fria e pura. 
Era uma cidade bancária e uma das mais ricas do mundo de 
então. Quando foi arrasada em 61 d.C. por um terremoto, ela 
recusou o auxílio do governo romano, tão rica e independente 
se sentia... “não preciso de coisa alguma” (3.17). Mas na 
verdade, era pobre (v.17). 
O Senhor apresenta-se como "o Amém", título de Deus no 
Antigo Testamento (ver Is 65:16, em que a palavra "verdade" é 
o termo hebraico amém). Ele é a verdade e diz a verdade, pois 
ele é "a testemunha fiel e verdadeira" (Ap 3:14). O Senhor está 
para dizer a essa igreja a verdade acerca de sua condição espiritual. Jesus falou a verdade 
à igreja em Laodicéia, estabeleceu de forma clara seus erros e definiu soluções que 
restaurariam sua condição espiritual ao modelo de Deus nas Escrituras sagradas. 
🢣 Haviam perdido o vigor (vv. 16, 17). A vida cristã tem três "temperaturas espirituais": um 
coração fervoroso, ardente por Deus (Lc 24:32), um coração frio (Mt 24:12) e um coração 
morno (Ap 3:16). O cristão morno é acomodado, complacente e alheio às próprias 
necessidades. Quem é frio pelo menos sente essa falta de calor! Tanto a água fria de 
Colossos quanto a água quente de Hierápolis ficavam mornas quando levadas pelos 
aquedutos até Laodicéia. 
Ao crer em Jesus Cristo, há motivos de sobra para ser "fervorosos de espírito" (Rm 12:11). 
As orações fervorosas também são essenciais (Cl 4:12). O coração dos discípulos a caminho 
 “As Sete Igrejasdo Apocalipse” 
20 
 
 
de Emaús começou a arder quando ouviram a Palavra (Lc 24:32). Não é de se admirar que 
Paulo tenha ordenado que sua carta aos cristãos de Colossos fosse enviada também à igreja 
de Laodicéia! (Cl 4:16). 
🢣 “...Rico sou”. O poder absoluto corrompe! Isto pode ser analisado tanto no campo secular 
como espiritual. Há criaturas que não se deixam mais admoestar; e vão a perdição (cf. Ec 
4.13). A experiência do servo de Deus deve está aquém da direção divina, pois sem ela 
jamais atingiremos o alvo (ver. Jr 9.1-14). O pastor de Laodicéia dizia consigo mesmo (à 
semelhança do fariseu): “Rico sou” (Cf. Lc 18.11 e Ap 3.17). 
🢣 “Estou enriquecido”. O orgulho cegou-lhe os olhos da alma. Isso serve de advertência 
para todos: o orgulho é pecado (Pv 21.4); mas dificilmente existe algo mais importante para 
o indivíduo carnal. 
🢣 “Quente” pode ser uma referência às águas térmicas e medicinais da vizinha Hierápolis. 
Na época, a água era encanada de Hierápolis a Laodiceia, e era morna. 
🢣 3.18|: Esse versículo menciona três elementos de que Laodiceia muito se orgulhava: 
riquezas financeiras, forte indústria têxtil e um famoso colírio. 
• Consideremos os pontos seguintes: 
(a) O orgulho é odioso para Cristo. (Pv 8.13); 
(b) Origina-se na justiça própria. (Lc 18.11); 
(c) Deriva da inexperiência espiritual. (I Tm 3.6); 
(d) Contamina o homem. (Mt 7.20, 22); 
(e) Endurece a mente. (Dn 5.20); 
(f) Impede a inquirição espiritual. (Sl 10.4); 
(g) É uma das grandes características do diabo. 1 Tm 3.6, e também dos ímpios. (Rm 1.30); 
(h) Impede o aprimoramento espiritual. (Pv 26.12); 
(i) Os orgulhosos eventualmente serão humilhados por Deus. (Is 2.12); 
(j) O orgulho espiritual, segundo Paulo tornar-se-á muito comum nos últimos dias (2Tm 3.2). 
O anjo dessa igreja tinha todas essas características em grau supremo. 
🢣 Vejamos algumas questões pertinentes em relação às características desta igreja: 
a) Haviam perdido os valores (w. 17, 18a). A igreja de Esmirna considerava-se pobre, 
quando, na verdade, era rica (Ap 2:9); a igreja de Laodicéia vangloriava-se de sua riqueza, 
quando, na verdade, era pobre. 
b) Haviam perdido a visão (v. 18b). Os cristãos de Laodicéia estavam "cegos" para a 
realidade. Viviam na ilusão, orgulhando-se de uma igreja preste a ser rejeitada. De acordo 
com o apóstolo Pedro, quando um cristão cresce no Senhor, sua visão espiritual torna-se 
mais aguçada (2 Pe 1:5-9). 
c) Haviam perdido as vestes (w. 17-22). Esses cristãos pensavam estar vestidos em 
esplendor quando, na realidade, estavam nus! A nudez representa derrota e humilhação (2 
Sm 10:4; Is 20:1-4). Os cristãos de Laodicéia podiam adquirir tecidos finos de lã em seus 
mercados, mas isso não bastaria para suprir suas necessidades. Precisavam das vestes 
brancas da justiça e graça de Deus. De acordo com Apocalipse 19:8, devemos nos vestir do 
"linho finíssimo, resplandecente e puro" que simboliza "os atos de justiça dos santos".“As Sete Cartas do Apocalipse” 
21 
 
 
🢣 Situação calamitosa: Essa igreja não recebe qualquer elogio do Senhor. Fica claro que 
os cristãos de Laodicéia estavam ocupados demais elogiando a si mesmos! Acreditavam 
estar glorificando a Deus quando, na verdade, envergonhavam o nome do Senhor, como se 
estivessem andando nus pelas ruas. 
🢣 O Senhor encerra esta carta com três declarações: 
🢣 Primeiro, uma explicação: "Eu repreendo e disciplino a quantos amo" (Ap 3:19a). Ele ainda 
amava esses santos mornos, apesar de o amor deles por Deus haver esfriado. 
🢣 Segundo, uma exortação: "Sê, pois, zeloso e arrepende-te" (Ap 3:19b). A igreja de 
Laodicéia deveria arrepender-se de seu orgulho e se humilhar diante do Senhor. 
🢣 Terceiro, um convite (Ap 3:20-22). Costumamos usar estes versículos para levar os 
perdidos a Cristo, mas sua aplicação básica diz respeito ao cristão. O Senhor estava fora da 
igreja de Laodicéia! Aqui, se dirige ao indivíduo: "se alguém ouvir" - e não à congregação 
toda. Cristo apelou a um pequeno remanescente em Sardes (Ap 3:4, 5) e, agora, apela ao 
indivíduo. Deus pode fazer grandes coisas na igreja até mesmo por meio de uma única 
pessoa consagrada. 
🢣 CONCLUSÃO: 
As cartas endereçadas por Jesus às igrejas do Apocalipse devem servir de constante 
objeto de interesse às igrejas hodiernas, por suas colocações precisas, observações 
pertinentes e dentro da ideia de que o Senhor conhece muito bem àqueles que o servem. Ao 
se dirigir aos pastores dessas igrejas, ele mostra sua veemência em estabelecer princípios 
que sejam inegociáveis para a saúde espiritual perfeita dessas congregações. 
🢣 BIBLIOGRAFIA: 
• WIERBSE, Warren W. – Comentário Bíblico Expositivo – Apocalipse – Geográfica 
• EARLE, Ralph. Comentário Bíblico Beacon. Apocalipse – CPAD. 
• DAVIDSON, Francis – O Novo Comentário da Bíblia – Vida Nova 
• HENRY, Matthew – Comentário Bíblico do Apocalipse – CPAD 
• SILVA, Severino Pedro da, Apocalipse Versículo por Versículo – CPAD 
• STRONG, James – Novo Dicionário Ampliado – Caribe 
• Bíblia Aplicação Pessoal – CPAD 
• ANDRADE, Claudionor Corrêa de - Dicionário Teológico – CPAD 
• Bíblia Discovery – Grego, Inglês e Hebraico 
• DAVIS, John – Novo Dicionário da Bíblia - Hagnos 
• Bíblia Digital ABSVD Wikipédia – Enciclopédia Digital 
• Bíblia de Estudo Arqueológica NVI – Editora Vida. 
• Comentário Bíblico Pentecostal do Novo Testamento – CPAD.

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