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Meios de contraste e Exames Contrastados Professora: Bárbara Luíza Aula 1 Histórico 1865: Descoberta do raio-x, pelo físico alemão Wihelm Conrad Roentgen. 1896: Primeiro estudo conhecido utilizando contraste em radiografia, uma radiografia do estômago e intestino de um porco. 1897: Realizado o primeiro estudo comparativo da radiopacidade de diversos agentes de contraste, incluindo iodeto de potássio, brometo de potássio, subnitrato de bismuto, entre outros. 1918: Walter E. Dandy descobriu a técnica da pneumo-encefalografia ao injetar ar diretamente nos ventrículos cerebrais, destacando-os na radiografia. 1918: O contraste iodado foi utilizado pela primeira vez por E. H. Weld, administrado por via intravenosa, sendo iodeto de sódio a substância utilizada. 1927: O neurocirurgião português Egaz Moniz desenvolveu a angiografia cerebral pela introdução de contraste na artéria carótida através de punção cervical. 1931: J. Licord desenvolveu a mielografia com a introdução de um produto radiopaco no espaço subaracnoideo lombar. 1952: Desenvolvimento da técnica de angiografia da artéria vertebral por punção da artéria femoral na coxa, passando um cateter até a região cervical, pela aorta. 1960: Descoberta do uso de ácido metrizoico, triiodado e metal acetamido benzoico como agentes de contraste iodado padrão. 1970: Surgimento da radiologia intervencionista e terapêutica, com o início da oclusão de vasos tumorais e aneurismáticos através de cateteres para angiografia. 1970-1972: Desenvolvimento e introdução da Tomografia Computadorizada por J. Hounsfield, acoplada a um computador, revolucionando os métodos de formação de imagens a partir de raios-X. 1973-1974: Instalação dos primeiros aparelhos de Tomografia Computadorizada para exames de crânio nos EUA e em alguns países da Europa, seguido pelo uso da tomografia em outros segmentos do corpo. 1980: Introdução da angiografia digital, reduzindo a morbidade e mortalidade associadas aos exames de angiografia convencional. Atualidade: Os meios de contraste iodados (iônicos e não iônicos) e baritados são amplamente utilizados em exames contrastados, podendo causar reações adversas que variam de leves a graves, incluindo alergias, náuseas, convulsões e choque anafilático. Definição Meios de contraste são substancias que auxiliam na técnica radiológica, aumentando sua sensibilidade, melhorando a técnica ou realçando a imagem em questão. São administrados ao paciente antes ou durante o exame de imagem para aumentar o contraste entre diferentes tecidos ou líquidos corporais, facilitando a visualização e interpretação dos resultados pelos profissionais de saúde. Características ideais Baixa toxidade Baixa viscosidade Fácil administração, sem modificação química Fácil eliminação Fornecer contraste adequado Contraste Em imagens radiográficas (exames convencionais) pode-se distinguir quatro densidades básicas de tecidos. • Ar: O ar tem a menor densidade e aparece como a área mais escura na radiografia. • Gordura e tecidos moles: A gordura e os tecidos moles têm uma densidade um pouco maior do que o ar e aparecem como tons de cinza intermediários na radiografia. • Água: A água tem uma densidade maior do que a gordura e os tecidos moles, portanto, aparece como tons de cinza mais claros na radiografia. • Osso: O osso é a substância mais densa e aparece como a área mais branca ou radiopaca na radiografia. Classificação Os meios de contrastes são classificados como: • Via de Administração; • Solubilidade; • Composição Química; • Capacidade de interagir com os raios-X (absorção). Vias de Administração Oral: Administrado pela boca. Parenteral: Administrado por vias endovenosas (veias) ou artérias. Intratecal: Aplicado no canal medular. Ex. Mielografia Endocavitário: Ministrado por orifício naturais que se comunicam pelo meio externo. Ex.: Uretra, reto, útero, etc. Intracavitário: Ministrado via parede da cavidade em questão. Ex.: Fistulografia 1 2 34 5 Solubilidade Hidrossolúveis: Dissolve-se em água. Lipossolúveis: Dissolve-se em lipídios (gordura). Insolúveis: Não se dissolvem. Ex.: Sulfato de Bário. CAPACIDADE DE DISSOLUÇÃO - Habilidade de uma substância se dissolver em um determinado solvente em condições específicas de temperatura, pressão e concentração Composição Química Iodados: Possui Iodo como elemento radiopaco em sua fórmula. Não iodado: Não possui Iodo, mas utiliza substâncias como Bário ou Gadolínio em sua fórmula. Capacidade de interagir com os raios-X Contrastes Positivos ou radiopacos: Quando presentes em um órgão absorvem mais radiação que as estruturas vizinhas e são Compostos moleculares de elevado número atômico. Cor cinza claro e branca. Naturais: (tecidos, gorduras, etc) – alta densidade Artificiais (iodados e sulfato de bário) – alta densidade Contrastes Negativos ou radiotransparentes: Permitem a passagem dos raios X mais facilmente servindo assim como contraste negativo, como o ar e são Compostos de baixa densidade e baixo número atômico. Cinca escuro e preto. Naturais (Ar) – Baixa densidade Capacidade de um material de absorver a energia proveniente da radiação eletromagnética ou de partículas carregadas que atravessam o material Fases O contraste tem diferentes formas de “comportamento” no corpo durante os diferentes estágios do exame de imagem. As fases de contraste referem-se aos estágios temporais após a administração de um agente de contraste intravenoso durante um exame de imagem. São elas: • Fase Pré-Contraste; • Fase Arterial ou Fase de Captação Arterial; • Fase Venosa ou Fase de Captação Venosa; • Fase de Equilíbrio Tissular ou Fase Parenquimatosa); • Fase de Excreção ou Fase Pós-Equilíbrio. Fase Pré-Contraste: Esta é a fase inicial do exame, onde as imagens são adquiridas antes da administração do agente de contraste. Essas imagens fornecem uma linha de base para comparação com as imagens obtidas após a administração do contraste. Fase Arterial ou Fase de Captação Arterial: Após a administração do contraste, o agente de contraste é distribuído através do sistema arterial, atingindo primeiramente as artérias principais e depois os capilares. Esta fase é frequentemente observada em exames de angiografia ou em estudos de perfusão cerebral. Fase Venosa ou Fase de Captação Venosa: Após a fase arterial, o contraste é distribuído através do sistema venoso, passando pelos capilares e pelas veias. Esta fase é especialmente importante em exames como a venografia ou em estudos de perfusão pulmonar. Fase de Equilíbrio Tissular ou Fase Parenquimatosa: Após as fases arterial e venosa, o agente de contraste é distribuído nos tecidos dos órgãos alvo. Nesta fase, o contraste realça as características dos tecidos, tornando mais fácil detectar lesões, tumores ou outras anormalidades. Fase de Excreção ou Fase Pós-Equilíbrio: Em alguns casos, o contraste é eliminado do corpo através dos rins e da urina. Esta fase pode ser observada em estudos urográficos ou em exames que avaliam a função renal. OBS: Essas fases específicas podem variar dependendo do tipo de exame e da área do corpo sendo estudada Tipos de Contraste Os meios de contrastes são: • Iodo ; - denso • Gadolínio; - denso • Bário; - denso • Ar – negativo OBS: Duplo contraste: ar/bário. Iodo Contraste positivo Radiopaco Sua base é o elemento iodo(I). Meia- vida até excreção de 30 a 60 min À base de iodo, administrado tanto por via : oral e por via endovenosa (UTILIZADO NA TC). Para a adm ele tem que estar em uma temperatura corporal (37°), para que reduza a sua viscosidade, melhorando a fluidez e diminuindo a ocorrência de efeitos adversos. Podem ser: • Iodados de excreção biliar - (estudo da vesícula biliar e vias biliares) • Hidrossolúveis (solúvel em água) - (mais comumente utilizados) (de excreção renal) • Lipossolúveis (solúvel emgordura) Divisão De acordo com ionicidade (quanto a sua capacidade de dissociação quando em solução produzindo partículas osmoticamente ativas e eletricamente carregadas Cátions (+_/ ânions (-) se divide em: • Contraste Iônico: é aquele que, quando em solução, dissocia-se em partículas com carga negativa e positiva Contém íons carregados eletricamente. Alta osmolalidade Geralmente, têm maior potencial de causar reações adversas, como reações alérgicas ou efeitos colaterais nos rins. Por causa da carga elétrica, podem ser mais propensos a interagir com outras substâncias no corpo, o que pode afetar a precisão da imagem. Divisão • Contraste Não Iônico: Não contém íons carregados eletricamente, assim não liberam partículas com carga elétrica. Baixa osmolalidade Geralmente, são considerados mais seguros em termos de efeitos colaterais, especialmente para pacientes com histórico de reações alérgicas. Tendem a ser menos propensos a interagir com outras substâncias no corpo, o que pode resultar em imagens mais nítidas e precisas em alguns casos. Estrutura A estrutura básica dos meios de contraste iodados é formada por um anel benzênico ao qual foram agregados átomos de iodo e grupamento complementares, onde estão associado e substitutos orgânicos que influenciam diretamente na sua capacidade de toxidade e excreção. Estrutura Viscosidade A viscosidade altera o fluxo de injeção intravascular do meio de contraste e pode se tornar um fator limitante, principalmente em injeções manuais. A alta viscosidade também pode interferir na diluição do meio de contraste no sangue, causando variação do contraste no final da imagem. Protocolo Jejum de 6horas; Suspender hipoglicemiantes (medicamentos que tenham metformina como princípio ativos) 48 horas antes do exame Suspender medicamentos de uso continuo Indicações A Maioria das vezes é feito para analisar órgãos abdominais e vasos sanguíneos. Estudos vasculares Trato urinário Trato digestivo Aparelho genital Tomografias computadorizadas TÓRAX: é indicado na investigação de doenças vasculares e pleurais. CRÂNIO: tumores e abscessos cerebrais (PUS). COLUNA: inflamação do nervo ciático (controla as articulações), artrose lombar (degeneração nas articulações), hérnia de disco lombar. Contra Indicações Insuficiência Renal crônica ou aguda; Pacientes diabéticos em uso de Metformina Reações adversas anteriores Qualquer tipo de alergia a medicamento ou alimentos; Anemia falciforme; Mieloma múltiplo asma Iodo Um contraste iodado ideal tem que apresentar as seguintes características: • Hidrossolúvel • Baixa lipofilidade (excreção pela via renal) • Inerte (sem atividade) • Estabilidade química • Baixa vicosidade (resistência intrínseca de uma material em modificar a forma) • Baixa osmolaridade (quanto maior a osmolaridade, maior a quantidade de partículas, menor será a concentração de agua) Sua Vez Faça dois mapas mentais com os seguintes temas: • 1° - faça uma mapa falando de forma geral dos meios de contraste. • 2° - faça um mapa falando do contraste iodo Vídeos O que é contraste? - Dúvidas sobre contraste | IMEB https://www.Youtube.Com/watch?V=ja5irp3qqui. Quais são os tipos de contrastes? | IMEB. Https://www.Youtube.Com/watch?V=lxw9emt1w9c Contraste iodado iônico e não iônico qual a diferença? | Radiologando. Https://www.Youtube.Com/watch?V=dyz13ayyjk4