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AULA 02 Tema: Culpa na Responsabilidade Civil Espécies de Responsabilidade Civil R E S P O N S A B I L I D A D E C I V I L PRINCÍPIOS BASE DA RESPONSABILIDADE CIVIL • NÃO CAUSAR DANO A OUTREM. - Sem dano, não há o que reparar. • RESTITUIÇÃO INTEGRAL - Sistema compensatório. CÓDIGO CIVIL • Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. • Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. CULPA NA RESPONSABILIDADE CIVIL CULPA E RESPONSABILIDADE • O CC/2002 pressupõe sempre a existência de culpa em sentido amplo (dolo) e em sentido estrito (culpa). • A CULPA se revela na inobservância de dever de cuidado: - Imprudência: Agir sem cautela; conduta precipitada. - Negligência: Não tomar precauções exigidas pela natureza da obrigação ou circunstâncias. - Imperícia: Incapacidade técnica para determinada função/profissão. • A RESPONSABILIDADE é uma reação provocada pela infração a um dever preexistente. CULPA LATO E STRICTO SENSU • EM SENTIDO AMPLO (lato sensu): DOLO Conduta intencional. O Agente atua de forma consciente de forma que deseje a obtenção do resultado OU assume o risco de produzi-lo. (dolosa) • EM SENTIDO ESTRITO (stricto sensu): CULPA Conduta não intencional. O agente não atua desejando obter um resultado danoso, mas acaba atingindo ao agir sem o dever de cuidado. (culposa) *** A inobservância do dever de cuidado revela-se pela imprudência, negligência ou imperícia. CULPA EXCLUSIVA X CULPA CONCORRENTE • CULPA EXCLUSIVA: quando o evento acontece por culpa exclusiva da vítima, desaparece a responsabilidade do agente. Deixa de existir a relação de causa-efeito (nexo causal). • CULPA CONCORRENTE: quando a vítima e o autor “concorrem” para a produção do evento danoso. IMPORTANTE: a culpa de um não exclui a culpa do outro. Será valorada a conduta de ambos para avaliação da proporção do dano que será suportado por cada um. - Vide: art. 944 e 945 CC. CULPA IN ELIGENDO x IN VIGILANDO x IN CUSTODIENDO • IN ELIGENDO: decorre as má escolha do representante ou preposto. • IN VIGILANDO: decorre da ausência de fiscalização sobre pessoa que se encontra sob guarda do agente. • IN CUSTODIENDO: decorre da falta de cuidados sobre algum animal ou objeto. IMPUTABILIDADE E RESPONSABILIDADE • É NECESSÁRIO possuir capacidade de discernimento. • Amental e menor de idade possui responsabilidade civil / dever de indenizar? • CÓDIGO CIVIL 2002 - Substituiu o principio da irresponsabilidade absoluta da pessoa privada de discernimento pelo principio da responsabilidade mitigada e subsidiária. - 933, I do CC trouxe a responsabilidade objetiva de pais, tutores, curadores. CÓDIGO CIVIL Art. 933. As pessoas indicadas nos incisos I a V do artigo antecedente, ainda que não haja culpa de sua parte, responderão pelos atos praticados pelos terceiros ali referidos. • RESPONSABILIDADE OBJETIVA – SEM CULPA CÓDIGO CIVIL Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes. Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser eqüitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem. • RESPONSABILIDADE MITIGADA E SUBSIDIÁRIA - Se o responsável pelo incapaz não puder cumprir com o ressarcimento do prejuízo, e o incapaz tiver condições/bens/valores, poderá o juiz condená-lo a uma indenização equitativa. IMPORTANTE! • A afirmação de que o incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis “não tiverem obrigação de fazê-lo”, tornou-se inócua em razão da modificação da redação do art. 928, caput (slide anterior), ocorrida na fase final da tramitação do Projeto do Código Civil no Congresso Nacional. • O texto original responsabilizava tais pessoas por culpa presumida, como também o fazia o diploma de 1916, permitindo que se exonerassem da responsabilidade provando que foram diligentes. A inserção, na última hora, da responsabilidade objetiva, independentemente de culpa, no art. 933 do Código Civil de 2002, não mais permite tal exoneração. • Desse modo, a vítima somente não será indenizada pelo curador se este não tiver patrimônio suficiente para responder pela obrigação. • O referido sistema sofreu profunda alteração, introduzida pela Lei n. 13.146, de 6 de julho de 2015, denominada “Estatuto da Pessoa com Deficiência”, considerando o deficiente, o enfermo ou o excepcional pessoas plenamente capazes. • As pessoas mencionadas nos dispositivos revogados, sendo agora “pessoas capazes” (salvo se não puderem exprimir a sua vontade, como prevê o art. 4º, III, do CC, como causa permanente), responderão pela indenização com os seus próprios bens, afastada a responsabilidade subsidiária prevista no mencionado art. 928 do Código Civil. Mesmo que, “quando necessário”, sejam interditadas e tenham um curador, como o permite o art. 84, § 1º, da retromencionada Lei n. 13.146/2015. • No art. 928, refere-se ao “incapaz” de forma geral, abrangendo tanto “aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade” como os “menores de 18 anos” (CC, arts. 3º e 4º), que passam a ter responsabilidade mitigada e subsidiária, como já se afirmou. • Em primeiro lugar, a obrigação de indenizar cabe às pessoas responsáveis pelo incapaz (menor de 18 anos). Este só será responsabilizado se aquelas não dispuserem de meios suficientes para o pagamento. Mas a indenização, nesse caso, que deverá ser equitativa, não terá lugar se privar do necessário o incapaz, ou as pessoas que dele dependem. Não mais se admite que os responsáveis pelo menor, pais e tutores, se exonerem da obrigação de indenizar provando que não foram negligentes na guarda, porque, como já mencionado, o art. 933 do novo diploma dispõe que a responsabilidade dessas pessoas independe de culpa. • Se os pais emancipam o filho, voluntariamente, a emancipação produz todos os efeitos naturais do ato, menos o de isentar os primeiros da responsabilidade pelos atos ilícitos praticados pelo segundo, como proclama a jurisprudência. Tal não acontece quando a emancipação decorre do casamento ou das outras causas previstas no art. 5º, parágrafo único, do Código Civil. IMPORTANTE! CULPA PRESUMIDA • “IN RE IPSA” – decorre do próprio fato. • Regra geral/clássica: comprovação da culpa do agente. • Para facilitar a prova da culpa e do dano (ato ilícito) foi estabelecida a presunção juris tantum, ou seja, a presunção da culpa. • O que tenho que comprovar: nexo causal (relação de causa e efeito entre o ato praticado pelo agente e o dano experimentado pela vítima). • Como o agente se defende: provando que não teve culpa ou a existência de caso fortuito. CULPA E RISCO • Evolução baseada na evolução da responsabilidade civil, necessidade de amparar as vítimas dos eventos danosos e a tarefa difícil em comprovar a culpa e obter a reparação. • Tem-se a chamada teoria do RISCO, admitida em hipóteses específicas pela legislação, porém, ainda prevalece no Brasil a teoria da culpa. Ex: responsabilidade objetiva (933, CC), risco da atividade desenvolvida (empresas nucleares), atividades comerciais (CDC). ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE •CIVIL X PENAL •OBJETIVA X SUBJETIVA •CONTRATUAL X EXTRACONTRATUAL RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL RESPONSABILIDADE CIVIL X PENAL •CIVIL: Patrimonial - Atribui responsabilidade. •PENAL: pessoal e intransferível. - Atribui pena. RESPONSABILIDADE CIVIL X PENAL • É possível, ainda, que em algumas situações possa haver a configuração de ambas responsabilidades (Civil e Penal). Ex: acidente de trânsito com danos materiais e lesão corporal. • Conforme bem explica GONÇALVES (apud Aguiar Dias, 2022): há certosfatos põem em ação somente o mecanismo recuperatório da responsabilidade civil; outros movimentam tão somente o sistema repressivo ou preventivo da responsabilidade penal; outros, enfim, acarretam, a um tempo, a responsabilidade civil e a penal, pelo fato de apresentarem, em relação a ambos os campos, incidência equivalente, conforme os diferentes critérios sob que entram em função os órgãos encarregados de fazer valer a norma respectiva. RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA RESPONSABILIDADE SUBJETIVA X OBJETIVA • RESP. CIVIL SUBJETIVA - Decorre da teoria da culpa. - CULPA como fundamento da responsabilidade. - A prova da culpa é indispensável, sendo pressuposto necessário do dano indenizável. • RESP. CIVIL OBJETIVA - Decorre da teoria do risco. - Há responsabilidade independente de culpa. (A culpa é irrelevante para a configuração do dever de indenizar). - Aqui é indispensável apenas: ação, dano e nexo de causalidade. - Apenas em situações específicas determinadas em lei. RESPONSABILIDADE OBJETIVA • A classificação corrente e tradicional denomina objetiva a responsabilidade que independe de culpa. Esta pode ou não existir, mas será sempre irrelevante para a configuração do dever de indenizar. Indispensável será a relação de causalidade entre a ação e o dano, uma vez que, mesmo no caso de responsabilidade objetiva, não se pode acusar quem não tenha dado causa ao evento. • Uma das teorias que procuram justificar a responsabilidade objetiva é a teoria do risco. Para esta teoria, toda pessoa que exerce alguma atividade cria um risco de dano para terceiros. E deve ser obrigada a repará-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa. • A responsabilidade civil desloca-se da noção de culpa para a ideia de risco, ora encarada como “risco-proveito”, que se funda no princípio segundo o qual é reparável o dano causado a outrem em consequência de uma atividade realizada em benefício do responsável; ora mais genericamente como “risco criado”, a que se subordina todo aquele que, sem indagação de culpa, expuser alguém a suportá-lo. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA • Regra no ordenamento jurídico Brasileiro; • A responsabilidade subjetiva subsiste como regra necessária, sem prejuízo da adoção da responsabilidade objetiva, em dispositivos vários e esparsos. • Apesar de haver leis que adotam a tese da responsabilidade objetiva (CDC, Lei de Acidentes do Trabalho, Lei da Politica Nacional do Meio Ambiente), é importante ressaltar que esta não substitui a subjetiva, mas fica circunscrita aos seus justos limites. • O art. 927, par. único do Código Civil: é uma inovação significativa e representa, sem dúvida, um avanço em matéria de responsabilidade civil. Pois a admissão da responsabilidade sem culpa pelo exercício de atividade que, por sua natureza, representa risco para os direitos de outrem, da forma genérica como consta do texto, possibilitará ao Judiciário uma ampliação dos casos de dano indenizável. (teoria do risco). E a culpa presumida, se encaixa em qual modalidade? A CULPA PRESUMIDA... • Se encaixa na hipótese RESPONSABILIDADE SUBJETIVA. •PORQUE? - A teoria da culpa presumida não elimina a culpa, como pressuposto da responsabilidade civil. A culpa do agente é presumida, porque o fato lesivo é considerado, por si só, como culposo. - No entanto, não há eliminação da culpa, mas apenas e tão somente, a transferência do ônus de sua prova, cabendo ao lesante (e não mais à vítima) fazer a prova contrária, rompendo com essa presunção de culpa. Ou seja, ainda envolve o elemento CULPA. - LEMBRE-SE: essa teoria da culpa presumida vem para facilitar o direito de reparação do dano à vítima e só acontece em situações específicas. RESPONSABILIDADE OBJETIVA TEORIA DO RISCO-PROVEITO • Impõe-se a responsabilidade objetiva de quem dela tira proveito, havendo ou não culpa. • Há também a consideração dos riscos decorrentes da própria atividade, especialmente as comerciais, quando, também amparada pelo CDC, advém a responsabilidade objetiva. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL RESPONSABILIDADE CONTRATUAL X EXTRACONTRATUAL • RESP. CIVIL CONTRATUAL - Decorre do inadimplemento contratual. - Gera o dever de indenizar – perdas e danos. - Art. 389 e s.s / Art. 395 e seguintes, todos o CC. • RESP. CIVIL EXTRACONTRATUAL - Decorre do ato ilícito (art. 186), ou abuso de direito (art. 187). - Art. 186 a 188 e 927 a 954, CC. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL • Vinculo jurídico; • Decorre de um contrato entre as partes (agente e vítima); • Descumpre o avençado (inadimplente); Exemplo: contrato de adesão (ônibus), quando um artista não comparece para o espetáculo, quando o comodatário não entrega a coisa emprestada porque, por sua culpa, ela pereceu. • Artigos no código civil - 389 e seguintes - 395 e seguintes RESPONSABILIDADE CONTRATUAL • O conceito genérico da culpa contratual vai assentar suas raízes na conjugação de dois fatores: a formação do contrato e a sua obrigatoriedade. FORMAÇÃO DE CONTRATO 1. LIBERDADE DE CONTRATAR 2. LIBERDADE DE ESCOLHER SEU CONTRATANTE 3. LIBERDADE DE ESCOLHER AS CLÁSULAS QUE CONSULTEM AOS SEUS INTERESSES RESPONSABILIDADE CONTRATUAL PRINCÍPIO DA OBRIGATORIEDADE • A vontade que foi livre de obrigar-se, até o momento em que se obrigou, gera os efeitos de uma fonte de direito para a outra parte, correspectiva da própria Obligatio; • Nascido da vontade livre dos contratantes, e formado com observância das normas jurídicas, o princípio da força obrigatória significa a irreversibilidade da palavra empenhada; • Nem mesmo o juiz, salvo nos casos expressamente autorizados em lei ou que firam algum dos novos princípios, tem a faculdade de revogar o contrato, ou alterar as suas consequências. Nascido da vontade livre dos contratantes, e formado com observância das normas jurídicas, o princípio da força obrigatória significa a irreversibilidade da palavra empenhada. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL • FUNDAMENTO DA OBRIGATORIEDADE: DIVERGÊNCIA DE AUTORES - Contrato social; - Conveniência dos contratantes; - Obrigatoriedade por força da lei (legal); - Própria liberdade de contratar; - Unidade de aceitação dos contratantes. • UNÂNIMIDADE o contrato, uma vez regularmente formado, impõe-se à vontade dos contratantes e se ampara em dois suportes: o ordenamento jurídico que a reconhece e a faculdade reconhecida aos contraentes de mobilizar o poder cogente do Estado para impor a observância ao pactuado, sob determinadas cominações. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL • FONTE FORMAL DE DIREITO: posto que reduzida em sua extensão às partes contratantes, a contravenção às suas cláusulas importa em sujeitar o inadimplente a responder por sua infração. CÓDIGO CIVIL Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. EXCLUDENTE DA RESPONSABILIDADE - Caso fortuito ou força maior; - Ônus do devedor; CÓDIGO CIVIL Art. 393. O devedor não responde pelos prejuízos resultantes de caso fortuito ou força maior, se expressamente não se houver por eles responsabilizado. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL COMO DECORRE A RESPONSABILIDADE • Abrange tanto o inadimplemento (Art. 389, CC), quanto a mora (art. 395, CC); • Pode o lesado exigir a resolução do contrato ou exigir o cumprimento, além da indenização por perdas e danos (art. 475, CC); RESPONSABILIDADE CONTRATUAL RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL • Aquiliana; • Não há vínculo contratual; • Descumprimento do dever legal; • Artigos no código civil - 186 a 188; - 927 a 954; RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL • Decorre de um dever negativo / obrigação de não prejudicar; CÓDIGO CIVIL Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. • Comprovada a atitude antijurídica, deve-se evidenciar a repercussão na órbita jurídica da vítima, causando-lheum dano; CÓDIGO CIVIL Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art186 • Apesar do CC/02 trazer essas duas espécies de responsabilidade, não há uma referência diferenciadora; • Nos artigos em que trata genericamente dos atos ilícitos, da obrigação de indenizar e indenização (186 a 188, 927/ss e 948/ss) o código não regulou a responsabilidade proveniente do inadimplemento da obrigação, prestação defeituosas ou mora dos contratos, que consta disciplinada no capítulo referente ao inadimplemento das obrigações (TÍTULO IV DO CÓDIGO CIVIL – Arts. 389 – 420). • Vale dizer, para a caracterização da obrigação contratual, abrange tanto o inadimplemento quanto a mora em qualquer obrigação. RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL POR ATO ILICITO (fundada no risco e decorrentes de fatos permitidos por lei) • Via de regra a obrigação de indenizar assenta-se na prática de um fato ilícito. Ex: motorista, que tem de pagar as despesas médico-hospitalares e os lucros cessantes da vítima que atropelou, por ter agido de forma imprudente, praticando um ato ilícito. • Outras vezes, essa obrigação pode decorrer do exercício de uma atividade perigosa. Ex: Acidentes de trabalho. • Em outros casos, ainda, a obrigação de indenizar pode nascer de fatos permitidos por lei e não abrangidos pelo chamado risco social. Por exemplo: o dos atos praticados em estado de necessidade, considerados lícitos pelo art. 188, II, do Código Civil, mas que, mesmo assim, obrigam o seu autor a indenizar o dono da coisa, como prevê o art. 929 do mesmo diploma; • CONTRATUAL: abrange inadimplemento ou mora relativos a qualquer obrigação, ainda que proveniente de um negócio unilateral (testamento, procuração, promessa de recompensa) ou da lei (obrigação de prestar alimentos). • EXTRACONTRATUAL: compreende a violação dos deveres gerais de abstenção ou omissão, envolvendo direitos reais, direitos de personalidade, direitos do autor, etc. O QUE PODEMOS USAR COMO DIFERENÇA? • TEORIA MONISTA: - critica essa dualidade de tratamento • TEORIA DUALISTA/CLÁSSICA: - tese acolhida pelo Brasil. ➢De fato, as soluções são idênticas para os dois aspectos. Em ambos, se faz necessário os elementos da responsabilidade: ação, dano, nexo de causalidade e culpa (sendo dispensada comprovação nos casos da responsabilidade objetiva). ➢Há ainda aspectos privativos que podem influenciar em ambas responsabilidades, como a “exceção do contrato não cumprido” e as “condições resolutivas tácitas” – 476/475, CC. IMPORTANTE CITAR CONTRATUAL EXTRACONTRATUAL ÔNUS DA PROVA O credor só precisa comprovar o descumprimento. Devedor só não será condenado se comprovar excludentes: culpa exclusiva da vítima, caso fortuito ou força maior. Ônus probandi. O autor (vítima) deve comprovar a culpa do agente. ORIGEM/FONTE CONVENÇÃO / CONTRATO DEVER DE NÃO LESAR CAPACIDADE DO AGENTE Agente plenamente capazes (mais restrita) Não necessariamente (art. 928, CC) GRADAÇÃO DA CULPA Normalmente dispensável Ampla (abrangente) ALGUMAS DIFERENÇAS • De acordo com o CC, o menor de 18 anos é, em princípio, irresponsável, mas poderá responder pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não dispuserem de meios suficientes (928, CC). • No campo contratual, este mesmo menor somente se vinculará se celebrar a convenção devidamente representado ou assistido por seu representante legal, salvo se, já tendo 16 anos, maliciosamente declarou-se maior (art. 180, CC). LIÇÃO DE CARLOS ROBERTO GONÇALVES, sobre a capacidade do agente... REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS • GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro: responsabilidade civil. 17 ed. vol. IV. 2022. São Paulo: Saraiva. • DINIZ, Maria Helena. Curso de direito civil brasileiro: responsabilidade civil. v. VII. 21 ed. São Paulo: Saraiva. • RODRIGUES, Silvio. Direito civil brasileiro: responsabilidade civil. v. IV. 27 ed. São Paulo: Saraiva. CONTATO • VIA E-MAIL INSTITUCIONAL ALYNNE.COSTA@UNINORTEAC.EDU.BR mailto:ALYNNE.COSTA@UNINORTEAC.EDU.BR Slide 1: AULA 02 Slide 2: PRINCÍPIOS BASE DA RESPONSABILIDADE CIVIL Slide 3: CÓDIGO CIVIL Slide 4: CULPA NA RESPONSABILIDADE CIVIL Slide 5: CULPA E RESPONSABILIDADE Slide 6: CULPA LATO E STRICTO SENSU Slide 7: CULPA EXCLUSIVA X CULPA CONCORRENTE Slide 8: CULPA IN ELIGENDO x IN VIGILANDO x IN CUSTODIENDO Slide 9: IMPUTABILIDADE E RESPONSABILIDADE Slide 10: CÓDIGO CIVIL Slide 11: CÓDIGO CIVIL Slide 12: IMPORTANTE! Slide 13: IMPORTANTE! Slide 14: CULPA PRESUMIDA Slide 15: CULPA E RISCO Slide 16: ESPÉCIES DE RESPONSABILIDADE Slide 17: RESPONSABILIDADE CIVIL E PENAL Slide 18: RESPONSABILIDADE CIVIL X PENAL Slide 19: RESPONSABILIDADE CIVIL X PENAL Slide 20: RESPONSABILIDADE OBJETIVA E SUBJETIVA Slide 21: RESPONSABILIDADE SUBJETIVA X OBJETIVA Slide 22: RESPONSABILIDADE OBJETIVA Slide 23: RESPONSABILIDADE SUBJETIVA Slide 24: E a culpa presumida, se encaixa em qual modalidade? Slide 25: A CULPA PRESUMIDA... Slide 26: RESPONSABILIDADE OBJETIVA TEORIA DO RISCO-PROVEITO Slide 27: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL E EXTRACONTRATUAL Slide 28: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL X EXTRACONTRATUAL Slide 29 Slide 30: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL Slide 31: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL Slide 32: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL Slide 33: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL Slide 34: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL COMO DECORRE A RESPONSABILIDADE Slide 35: RESPONSABILIDADE CONTRATUAL Slide 36 Slide 37: RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL Slide 38: RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL Slide 39 Slide 40: RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL POR ATO ILICITO (fundada no risco e decorrentes de fatos permitidos por lei) Slide 41: O QUE PODEMOS USAR COMO DIFERENÇA? Slide 42: IMPORTANTE CITAR Slide 43: ALGUMAS DIFERENÇAS Slide 44: LIÇÃO DE CARLOS ROBERTO GONÇALVES, sobre a capacidade do agente... Slide 45: REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS Slide 46: CONTATO