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UERJ – Faculdade de Educação / Consórcio CEDERJ Licenciatura em Pedagogia Língua Portuguesa Instrumental Coordenadora: Professora Helena Feres Hawad Avaliação a Distância 2 – 2024.1 Nesta atividade, você vai escrever um resumo do texto anexo a esta proposta de trabalho – “O teste clínico”. ATENÇÃO: Antes de fazer a AD2, é indispensável que você estude a Aula 16. A avaliação de seu trabalho levará em conta a observância das orientações contidas na aula. Observe as seguintes especificações sobre o formato do trabalho: O resumo deve ter, no mínimo, 250 e, no máximo, 300 palavras, e deve se organizar em um único parágrafo. O título será simplesmente “Resumo do texto O teste clínico”. Apresente o resumo em um arquivo PDF, digitado em fonte Times New Roman 12 ou Arial 11 (como preferir), em espaço 1,5, alinhamento justificado. Envie seu trabalho por meio da sala de aula virtual até o dia 21 de abril de 2024 às 23h. ATENÇÃO: a. A ferramenta para entrega do trabalho se fecha às 23h do dia 21/4/24. Para conseguir fazer a postagem, é preciso entrar nela, pelo menos, alguns minutos antes do fechamento, já que o processo de postagem não é instantâneo. Em nenhuma hipótese o prazo para entrega será prorrogado. Organize-se e faça o envio com antecedência para evitar contratempos na última hora. b. Após postar seu trabalho, saia da ferramenta da atividade, entre de novo e abra o trabalho para verificar se a postagem foi feita corretamente. Erros no envio ou na formatação do arquivo são de inteira responsabilidade do aluno. c. Em caso de dificuldade na formatação do arquivo ou no uso da ferramenta da atividade, peça ajuda a seu tutor de Informática Instrumental. Critérios de avaliação: O valor total do trabalho é de dez pontos, que serão assim atribuídos: 1. Coerência com a proposta, organização e clareza (observância do gênero textual pedido, do formato gráfico e da extensão estipulados na proposta; impessoalidade da linguagem) – 2,0 pontos 2. Correção ortográfica e gramatical (pontuação, ortografia, concordância, regência, colocação, estruturação das frases, seleção vocabular) – 3,0 pontos 3. Conteúdo e desenvolvimento (fidelidade às ideias do texto original, boa seleção dos conteúdos incluídos, relação adequada entre as informações, coerência e coesão textuais) – 5,0 pontos Na disciplina Língua Portuguesa Instrumental, as AD´s têm peso 2, e as AP´s têm peso 8 na composição da N1 e da N2. ATENÇÃO: Receberão nota zero: Trabalhos que fujam à proposta feita; Trabalhos que sejam compostos principalmente de cópia de fragmentos do texto proposto para o resumo; Trabalhos idênticos ao trabalho de outro aluno, independentemente de qual deles seja a fonte e qual seja a cópia; Trabalhos em que se caracterize cópia do trabalho de outras pessoas (de sites da internet ou de quaisquer outras fontes, mesmo com a indicação da fonte); Trabalhos enviados por engano (como arquivos em branco ou trabalhos de outras disciplinas). ANEXO – Fragmentos adaptados de PASTERNAK, Natalia; ORSI, Carlos. Que bobagem! Pseudociências e outros absurdos que não merecem ser levados a sério. São Paulo: Contexto, 2023. p.20- 24. O teste clínico A ideia de que, para determinar os benefícios (ou malefícios) reais de uma conduta, tratamento ou medicamento para a saúde humana, é preciso realizar uma comparação entre grupos é aceita, de forma intuitiva, desde a Antiguidade. É fácil ver por quê: testar o tratamento num número grande de pessoas reduz o risco de vermos benefícios ou problemas aparecendo por acaso (um paciente pode ter sorte de sarar por conta própria logo depois de tomar o remédio, mas o mesmo acontecer com dezenas ou centenas é mais difícil), e a existência de um grupo de comparação, o chamado “controle”, permite cotejar a evolução dos pacientes tratados com a dos que adotaram uma estratégia alternativa, ou não receberam nenhuma intervenção. Para ser realmente válida, no entanto, a comparação precisa ser justa. Por exemplo, não faz sentido testar, por comparação, o efeito de certa dieta na saúde se um grupo é composto de jovens atléticos, e o outro, de idosos obesos. Em termos bem abstratos, o ideal seria que os grupos envolvidos na comparação fossem exatamente o mesmo grupo, formado exatamente pelas mesmas pessoas, vivendo em mundos paralelos – e a única diferença entre os mundos fosse a existência ou ausência do tratamento. Como não somos capazes de manipular universos paralelos, um modo de simular isso é a randomização, isto é, a destinação de voluntários para um ou outro grupo de forma aleatória. A ideia de comparar grupos semelhantes para testar uma intervenção começa a ganhar relevância em saúde na metade do século XVIII, com um médico naval inglês chamado James Lind. Naquela época, o escorbuto – que hoje sabemos ser causado por deficiência de vitamina C – matava mais marinheiros do que as guerras. Os períodos prolongados no mar, sem acesso a alimentação saudável com frutas e verduras, eram o ambiente ideal para o desenvolvimento da doença. Vitamina C é essencial para a formação de colágeno, que por sua vez compõe o tecido conjuntivo. Também é necessária em vias metabólicas para produção de energia. A falta de vitamina C causa anemia, fraqueza, dores musculares, dificuldade de cicatrização, enegrecimento das gengivas e perda de dentes. A Medicina da época era baseada na teoria dos humores: o sangue, a fleuma, a bile amarela e a bile negra, que correspondiam também aos quatro elementos da natureza (terra, fogo, ar e água), e às estações do ano. O sangue estava associado à vitalidade e ao bom humor; a fleuma (cérebro), à calma e à compostura; a bile amarela, ao ódio e ao temperamento forte; a bile negra, à depressão e à tristeza. Quando esses humores estavam em desequilíbrio, a pessoa ficava doente – do que se origina a expressão “mal-humorada”. Para curá-la, obviamente, bastava equilibrar os humores. Com esse objetivo, usava-se a sangria, além de métodos purgativos, para provocar diarreia e vômitos. James Lind questionou se tudo aquilo fazia sentido e resolveu juntar toda a informação que havia sobre o escorbuto. Grande parte estava descrita em diários de bordo, e Lind encontrou descrições de cura com sucos de frutas e vegetais frescos, feitas por quatro cirurgiões de bordo durante a Guerra dos Sete Anos, que opôs as alianças militares lideradas por França e Inglaterra em meados do século XVIII. Ele fez o que chamamos hoje de uma revisão da literatura. Assim, com a autorização do capitão do HMS Sallisbury, Lind planejou seu primeiro experimento com 12 marinheiros em estágio avançado da doença. Os marinheiros foram divididos em seis grupos, e cada par foi alimentado com a mesma dieta básica, ficou alojado no mesmo local, e recebeu os mesmos cuidados. As diferenças eram que um par recebeu um quarto de copo de cidra por dia; outro recebeu vitríolo (uma combinação de compostos de enxofre); outro recebeu uma colher de vinagre; outro recebeu 150ml de água do mar; outro recebeu um limão e duas laranjas por dia, e o último, um preparado de noz- moscada. Lind possivelmente foi a primeira pessoa na Medicina a realizar um “teste clínico controlado”. O teste ainda era imperfeito, se pensarmos nos parâmetros de hoje: o número de sujeitos experimentais (marinheiros) era absurdamente pequeno, não havia grupo controle, e muito menos um grupo placebo. Mas a ideia básica, de uma comparação justa entre grupos, estava ali. O resultado: a dupla que recebeu limões e laranjas, que hoje sabemos ser boas fontes de vitamina C, sarou de uma forma que pareceu quase mágica! Foram adotados, ao longo da história, o grupo placebo e os chamados protocolos de cegamento. O grupo placebo – que recebe um produto idêntico em aparência ao medicamento que está sendo testado, mas quenão contém nenhuma substância ativa de fato – tenta isolar qualquer efeito que não possa ser atribuído especificamente ao medicamento testado, incluindo cura espontânea ou mero acaso. Os protocolos de cegamento visam a evitar que tanto os voluntários envolvidos no teste quanto os profissionais de saúde em contato com eles saibam quem faz parte do grupo controle ou do grupo de teste, a fim de que os resultados não sejam influenciados por sugestões ou expectativas. É com a adoção dessas estratégias que as ciências da saúde buscam se manter fiéis à atitude científica e, portanto, fazer por merecer o respeito e o prestígio social com que a sociedade trata as afirmações e recomendações que se dizem científicas.