Prévia do material em texto
Revisão de Prótese Total e Oclusão Prof. Antonio Vinicios Dos Santos Neto Exame Clínico do paciente: -Anamnese detalhada -Aspectos gerais, simetria de face, de corpo -Verificar cor de dentes, formato do rosto -Aspectos sistêmicos, doenças como diabetes, problemas hormonais, menopausa, etc. , (sensibilidade das mucosas, dificuldade de cicatrização), -Alterações de pressão arterial - Utilização de medicamentos que possam diminuir a salivação, -Aspectos psicológicos -Motivação do paciente -Exames complementares Exame radiográfico - verificar a presença de dentes retidos, raízes residuais, cistos, tumores, etc. Exame local - Volume e forma dos rebordos -Formato do palato -Presença de tórus palatino e mandibular (cirurgia) -Consistência da fibromucosa (flácida ou firme), a mucosa flácida deve ser preferencialmente removida cirurgicamente, se possível, caso não seja possível, a primeira moldagem deve ser feita com material elástico, de consistência que que não deforme as estruturas. -Volume das tuberosidades, verificar se são retentivas (cirurgia) -Verificar se o nível de reabsorção óssea expõe Forame Incisivo ou Mentual ((trabalhar com Alívios) -Verificar a inserção da musculatura, freios e bridas, caso possam interferir na retenção das PTs, corrigir cirurgicamente. -Verificar a presença de candidíase e outras pataologias (tratar) Moldagem Anatômica ou Preliminar -Função : obtenção do modelo de estudo, expondo a área basal ou chapeável do paciente, afastando tecidos moles e mostrando a área basal real do paciente. - Material : Moldeiras Perfuradas para Prótese Total !!! Silicone de pesado, ou alginato manipulado com menos água, a vantagem do silicone é poder empurrar o material com o dedo na região retro lingual, principalmente em pacientes com muita perda óssea mandibular. - As moldeiras escolhidas devem ser de tamanho adequado, cobrindo sem “muita folga” toda área a ser moldada. -Nas moldagens superiores, devemos pressionar primeiro a região posterior depois anterior, nas inferiores, pressionamos primeiro a região anterior, depois posterior. - Os modelos de estudo podem ser feitos com gesso tipo III (Pedra) Obs : tanto alginato como os gessos devem sempre ser guardados em recipientes hermeticamente fechados, para evitar que incorporem água da atmosfera e alterem suas propriedades. - Ao verter o gesso nos moldes, procurar colocar as porções sempre no mesmo lugar e vibrar par escoar, evitando assim a formação de bolhas. - Os modelos mandibulares nunca devem ser feitos em forma de ferradura, devemos fazer a língua de alginato ou cera antes de verter o gesso. Modelos em ferradura são mais frágeis e dificultam a montagem em articulador. Construção das moldeiras individuais - Obtidos os modelos de gesso, devemos recortá-los, tomando cuidado para não cortar a região do fundo de sulco. -Delimitar a Área Basal ou Chapeável, utilizando preferencialmente um lápis cópia. -Fazer alívios com cera nas estruturas nobres, retenções e porções do modelo que possam aparecer frágeis. -Aplicar isolante para resinas no modelo de gesso -Manipular resina acrílica incolor para bases de prova ou moldeiras, adaptar nos modelos, molhando os dedos no monômero e passando sobre a resina, recortar os excessos com o le cron. Fazer um cabo na região anterior, colocado com uma inclinação de 45º, facilitando assim a inserção na boca e evitando a interferencia dos lábios. Na moldeira inferior, podemos colocar dois pequenos apoios em resina para os dedos para facilitar pressionar hora da moldagem. -Recortar os excessos com a Maxi Cut e Mini Cut, recortar os freios e dar acabamento com tiras de lixa em mandril fendido. -Reduzir 2 ou 3 mm de toda a borda da moldeira para obter espaço para o material, para fazer a moldagem do selado periférico. Moldagem do selado periférico Visa reproduzir com precisão o todo o fundo de sulco nos modelos, com freios, bridas e inserções musculares, promovendo um bom vedamento periférico , evitando a entrada de ar que pode impedir a boa retenção das PTs, impedindo também a entrada de alimentos sob as próteses. -Aplicar adesivo específico para silicone, ou fazer cortes com 3 mm com um disco de carboril, montado em um mandril para peça reta, com o objetivo de reter o material . -Fazer um “cordão” de silicone pesado, adaptar na borda da moldeira e moldar o selado periférico, movimentando a musculatura e tracionando freios. Moldagem Funcional ou Corretiva Objetivos : obtenção do Modelo de Trabalho, que é a cópia fiel da região da área basal que a PT vai se sobrepor, permitindo um íntimo da base da mesma com a fibromucosa, promovendo conforto, bom vedamento e retenção. -Deve ser feito com material de baixa densidade (fluido), com boa capacidade de reprodução de detalhes, os mais comuns são silicone leve e pasta zinco eugenólica ( Lysanda). *No caso da utilização da pasta zinco eugenólica, devemos passar um pouco de vaselina nos lábios e regiões adjacentes do paciente. Modo de fazer Feita moldagem do selado periférico, recortamos os excessos internos, manipulamos o material, carregamos as moldeiras, levamos a boca do paciente, tracionamos freios, bochechas, pedimos para movimentar a língua. -Fazemos o encaixotamento dos moldes, colocando um cordão de cera utilidade, a uns 3 mm abaixo das bordas, para preservar a moldagem, inclusive formando a língua para o modelo não ficar em ferradura. Colocamos meia lâmina de cera 7 para formação da caixa que irá reter o gesso. -Vertemos gesso tipo IV (especial), preferencialmente com auxílio de um vibrador. Depois do gesso cristalizado (pelo menos 40min), removemos a cera, recortamos o modelo, tomando muito cuidado, para preservar o fundo de sulco. Construção das bases de prova São bases feitas em resina, que irão receber os roletes de cera e posteriormente a montagem odos dentes. Fazemos alívios em cera nas regiões com retenções e nas frágeis, isolamos e aplicamos a resina como nas moldeiras individuais. Essas bases podem ser mais finas que as moldeiras. Relações intermaxilares em Prótese Total : DVR, DVO, EFL, MIH e RC DVR- distância vertical de repouso, é a distância entre a maxila e a mandíbula , quando os músculos elevadores e abaixadores da mandíbula estão em equilíbrio, havendo um mínimo tônus muscular. DVO- distância vertical de oclusão, é a distância existente entre a maxila e a mandíbula, quando os dentes estão em oclusão, independente de serem naturais ou artificiais. EFL- espaço funcional livre, é o espaço entre as superfícies oclusais da maxila e mandíbula, quando esta se encontra em repouso, varia de 1 a 10mm, na média 3mm EFL=3mm MIH- máxima intercuspidação habitual, é a posição onde ocorre o maior número de contatos oclusais entre os dentes superiores e inferiores, independente da posição condilar. RC- relação central, é o relacionamento maxilo-mandibular, quando o conjunto côndilo-disco, adequadamente alinhado, está na posição mais superior contra a eminência articular, independente da posição dental ou dimensão vertical. DVR - EFL = DVO Exemplo: DVR = 55mm DVR( 55mm) – EFL( 3mm) = DVO(52mm) Métodos de obtenção da DVR Willys – distância entre comissura labial é igual a distância entre a base do nariz e o mento. ( Utilização do compasso de Willys) Deglutição- pedimos para o paciente deglutir saliva , quando ele vai para posição de repouso medimos a DVR Estética – medir pelos dois métodos citados e verificar se existe harmonia facial na medida determinada. Planos de orientação de orientação São estruturas compostas pelas bases de prova e roletes de cera, que tem a função de representar os arcos dentais e processos alveolares perdidos, em formato, dimensões e posicionamento, que serão substituídos pelas futuras próteses. ObjetivosGuardar espaço para montar os dentes na posição correta Registrar e garantir DVO e RC Registrar as curvas de compensação ântero-posterior e transversa (Spee e Wilson). Modo de fazer: Medir DVR /DVO, deixar anotado. Superior: Aquecer uma e meia laminas de cera, dobrar a cada 1 cm em forma de “sanfona”, dobrar novamente ao meio e esticar e acomodar sobre a base de prova, dando uma pré-conformação do arco dental. Este rolete deve ultrapassar em 2mm o tubérculo do lábio, (região anterior) e ter em torno de 5mm na região da tuberosidade. O rolete deve ser constantemente aquecido para permanecer em consistência plástica até que fique pronto, ele deve sustentar a musculatura da face e lábio, de forma que a estética fique satisfatória, permanecendo dentro da zona de neutralidade muscular (Zona Neutra), “fechando” na região posterior, formando o corredor bucal. A oclusal deve ter sua inclinação paralela ao Plano de Camper (Tragus/Asa do Nariz), procedimento feito com o auxílio da régua de Fox. O rolete inferior deve ser feito da mesma forma, coincidindo com o superior, mantendo também sua posição na Zona Neutra. Na região anterior deve ter a altura da linha seca/húmida do lábio, e terminando em zero no final da Papila Retromolar. Nos casos onde as tuberosidades são volumosas, precisamos baixar a cera nesta região. As placas formadoras da curva de Spee e Wilson, auxiliam na conformação das oclusais, facilitando o “encaixe das mesmas” e dão a pré-conformação quando individualizamos as curvas através do desgaste de Paterson. Os arcos devem proporcionar a DVO medida e calculada para o paciente, quando estiverem em oclusão, daí a necessidade de mantê-los em aquecidos para que se façam os ajustes com facilidade. Feitos os arcos de orientação, fazemos a transferência do modelo superior para o articulador, com auxílio do arco facial. Obs.: Os arcos faciais tem a função de copiar a inclinação crânio-maxilar e transferi-la para o articulador. Na transferência para o articulador, temos que observar a distância inter- condilar , e adequar o articulador para a distância medida (os articuladores que permitem essa regulagem). Os articuladores devem estar ajustados com 15º no ângulo de Bennet e 35º na trajetória condilar. Transferido o modelo superior, colocamos os dois arcos na boca do paciente, marcamos a linha mediana, linha alta do sorriso e comissuras labiais. Transferência do Modelo Inferior para o Articulador Levamos o paciente em RC, manipulando a mandíbula, sem forçar, relaxando a musculatura, Podemos utilizar grampos para prender o arco superior no inferior (pelo menos seis grampos), ou utilizamos silicone de moldagem para registrar a posição. Retiramos os dois arcos de orientação da boca do paciente sem alterar o registro da RC, e montamos o modelo inferior no articulador, com o pino guia incisal em zero. Escolhemos os dentes e a cor e enviamos para montagem dos dentes. Montados os dentes, provamos no paciente, verficamos a oclusão, estética e fonação. Escolhemos a cor da gengiva ou padrão de caracterização e enviamos para acrilização. Entrega das PTs Na entrega das PTs, verificamos e removemos qualquer imperfeição que possa ferir o paciente, fazemos algum possível ajuste de bordas, caso haja alguma interferência e algum ajuste oclusal caso exista alguma interferência oclusal severa, observado com auxílio de um carbono para ajustes oclusais. Os ajustes oclusais devem ser feitos em RC e movimentos excursivos de protrusão, retrusão e lateralidade. Normalmente os desgastes devem ser feitos desgastes nas cúspides de não trabalho (balanceio) que são as linguais inferiores e vestibulares superiores. Devem ser evitados desgastes em cristas marginais e cúspides de trabalho, salvo em casos de interferências importantes. Dificilmente uma PT se adapta com menos de 3 ajustes. Sempre que temos queixa de algum incomodo em bordas, devemos verificar antes o ajuste oclusal, pois as interferências oclusais refletem diretamente na base das PTs, ferindo e deslocando as mesmas. Sempre que ajustadas, devemos polir a s PTs, para maior conforto e também para saber se o paciente fez algum desgaste na prótese. Orientar sobre a higiene, orientar para não fazer nenhum “ajuste” em casa e sobre a necessidade de consultas periódicas para manutenção das próteses. Orientar a fazer reembasamento depois de 2 anos e trocar as PTs em 5 anos.