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Educação no Brasil: século XIX

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da má preparação dos professores – permitiu uma discreta melhoria da qualidade do ensino 
primário, ainda restrito às aulas de leitura, escrita e cálculo.
6. Instrução secundária
A instrução secundária, cuja responsabilidade pela organização era das províncias, ainda era 
marcada pelas aulas régias, o que contribuía para que fosse vista apenas como um passaporte 
para o ensino superior, devendo preparar os estudantes aos exames de admissão. Quanto ao 
ensino superior, os cursos se restringiam aos: jurídicos, em Olinda e São Paulo; médicos, na Bahia 
e Rio de Janeiro; militares, no Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Fortaleza; de minas, em Ouro 
Preto; de marinha e ensino artístico, no Rio de Janeiro; e de ensino religioso, em 6 seminários.
Entre 1832 e 1850, vários relatórios foram escritos sobre a educação, tendo em comum os seguintes 
pontos:
- quadro caótico da educação primária,
- insuficiência do método lancasteriano, 
- preocupação com a qualidade dos prédios escolares,
- necessidade de fiscalização das escolas,
- quadro docente muitas vezes despreparado para desempenhar a contento 
a sua função.
Fonte [20]
A Reforma de Couto Ferraz, de 1854 [21], revela a tentativa do Governo Federal de criar normas 
que orientassem a educação nacional, ampliadas com o Decreto de Leôncio de Carvalho, de 1878, o 
qual precisava da aprovação do Legislativo, motivo pelo qual Rui Barbosa (1849-1923) [22] elaborou 
dois pareceres, em 1882: um sobre o ensino secundário e superior e o outro sobre o ensino primário e 
instituições complementares. A partir da relação estabelecida entre desenvolvimento econômico, 
político e social de algumas nações, com o grau da instrução primária alcançado, o Parecer apontava 
a educação como o caminho a ser trilhado na extinção da ignorância que assolava a nossa pátria, 
propondo a criação de um Ministério da Instrução Pública. Uma novidade consistia na defesa da 
implantação, no Brasil, dos jardins de infância, inspirados nos kindergartens propostos por Friedrich 
Fröbel (1782-1852) [23] na década de 1830, destinados às crianças de 3 a 7 anos.
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