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politicas gestão educacional-35


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A redução dos gastos sociais como uma das premissas essenciais do 
neoliberalismo, abria horizontes sombrios para o futuro da educação. A 
política educacional típica do período consistiu em reformar: reformar para 
tornar eficiente e eficaz a educação; reformar para adequar a educação aos 
ditames do novo paradigma da acumulação capitalista; reformar para 
flexibilizar as relações de trabalho entre os trabalhadores da área; reformar 
para criar mecanismos de controle (avaliação e autonomia) do ensino e da 
produção científica; reformar para tornar a forma de organização e gestão do 
ensino apto a converter-se em campo de domínio do capital e da produção de 
mercadorias.
As lutas sociais que haviam adquirido força e presença política nos anos 
80, conquistando importantes mudanças na Constituinte de 1987-8, passaram 
a ser desconstruídas tão logo foi promulgada a Constituição. No campo 
educacional, a liberdade concedida ao capital traduzir-se-ia pela ampliação 
progressiva de seu campo de ação, dando continuidade e ampliando a 
tendência privatizante dos anos da Ditadura Militar. Uma das maiores perdas 
para o ensino público, nesse sentido, ocorreu na própria Constituição Federal 
de 1988, que não garantiu a exclusividade de recursos públicos para os 
estabelecimentos de ensino mantidos pelo Estado, abrindo uma brecha – que, 
aliás, ainda não foi fechada – para o setor privado apropriar-se de novas 
fatias do fundo público para a educação.
Extraído de Minto (2007).
Os anos 90 foram marcados pela discussão das ideias de Piaget e Vygotsky, que possibilitou uma 
reflexão mais intensa sobre o cotidiano escolar, vislumbrando novos horizontes para vários temas 
importantes, com destaque para o currículo, que ensejou que o MEC elaborasse os Parâmetros 
Curriculares Nacionais PCN. Ocorreu, ainda, a aprovação da nova LDB, a Lei nº 9.394/96 (que será 
analisada detalhadamente na próxima aula).
PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS PCN
A partir de meados de 1990, o MEC os editou, nas diversas disciplinas dos Ensinos Fundamental e 
Médio, na intenção de garantir um currículo mínimo para os estudantes de todo o Brasil. A 
homogeneidade pretendida é denunciada por ignorar (e/ou desprezar) as singularidades regionais 
(e/ou locais), que são exatamente os saberes que estão vinculados ao sentimento de identidade. A 
despeito desta pertinente preocupação, os PCN revelam o esforço do governo federal de fortalecer o 
sistema de ensino brasileiro.
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