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Os enunciados “É proibido fumar” e “Espaço reservado a não fumantes” parecem ter, a priori, a mesma interpretação, mas, na verdade, vinculam conteúdos distintos. Analise em que termos se dá essa distinção. IDEOLOGIA A ideologia, segundo Brandão (2004), pode ser entendida em duas perspectivas: • Por uma concepção marxista, que apresenta a ideologia como o mecanismo que leva ao escamoteamento da realidade social, apagando as contradições que são inerentes a essa realidade. Preconiza então a existência de um discurso ideológico que, utilizando-se de várias manobras, serve para legitimar o poder de uma classe ou grupo social. • Por um viés mais amplo, definida como concepção de mundo de uma determinada comunidade social numa determinada circunstância histórica, o que acarreta uma compreensão dos fenômenos da linguagem e da ideologia como estreitamente vinculados e mutuamente necessários. Nesse sentido, não há um discurso ideológico; com efeito, todos os discursos são ideológicos. O entendimento do que é ideologia se faz necessário para os estudos discursivos na medida em que a linguagem é uma via por meio da qual se pode depreender o funcionamento da ideologia. LEITURA COMPLEMENTAR Para entender melhor como o conceito de Ideologia passa a ter extrema importância na Análise do Discurso, leia o texto “Análise do discurso e os pontos de encontro tecidos na convergência das teorias”. (Visite a aula online para realizar download deste arquivo.) DIALOGISMO Considerando o signo linguístico e a enunciação como de ordem social e história, suas existências se devem justamente pelas necessidades de interação entre os indivíduos e o modo como eles se relacionam com o mundo. Nesse sentido, as diferenças de classe, por exemplo, encontram correspondência com as diferenças de registro linguístico, pois o signo é também ideológico, seu sentido vai ser estabelecido a partir da interação social. VERSÃO TEXTUAL A enunciação é carregada da fala do outro e a presença do interlocutor, como participante ativo do discurso, é tão importante quanto a presença do locutor, pois é em virtude da presença do interlocutor que o locutor toma a palavra. Nenhum dizer se ancora numa consciência individual, ele está imbricado da palavra do outro. Àquilo que é dito é incorporado o dito de outrem, para ratificar, reiterar, reformular ou opor. 75