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Tecnologia RFID no Ambiente Hospitalar

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VI SECEB – SEMINÁRIO DE ENGENHARIA CLÍNICA E ENGENHARIA BIOMÉDICA 
INSTITUTO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES – INATEL 
ISSN 2358-338X 
SETEMBRO DE 2017 
 
 
 
 
 
 
Abstract – The radio frequency identification (RFID) is a 
technology that has existed for a few decades, however only in 
the last decade that it has been a growing technology. RFID is 
being pointed as the future of automatic identification 
technology, and is already a success in the area of supply chain 
management products. 
Identification technology Radio Frequency (RFID) uses 
electromagnetic waves to transmit information. It has a 
transceiver that transmits a radio wave via an antenna to a 
transponder, or tag, and the information is sent to a computer 
system. The scope of this technology allows managers related 
applications will traceability and control. In this context, the 
paper presents the applications of RFID technology in the 
hospital environment, which aims to address the applicability of 
RFID and discusses the importance of traceability and it is 
concluded that the implementation can provide improved 
security as well as speed and efficiency in hospital management., 
hospital management, traceability, RFID. 
Resumo – A identificação por radiofrequência (RFID) é 
uma tecnologia que já existe há umas décadas. Porém, só 
há uma dezena de anos, é que esta tem vindo a ter uma 
utilização crescente. A tecnologia RFID é apontada como 
sendo o futuro da tecnologia da identificação automática, 
sendo que já é um sucesso na área da gestão de cadeias 
fornecimento de produtos. A tecnologia de Identificação por 
Rádio Frequência (RFID) utiliza ondas eletromagnéticas para 
transmitir informações e possui um transceptor que transmite 
uma onda de rádio através de uma antena para um transponder 
ou tag e a informação é enviada para um sistema computacional. 
A abrangência dessa tecnologia permite aos gestores aplicações 
referentes á rastreabilidade e controle. Nesse contexto, o artigo 
apresenta as aplicações da tecnologia do RFID no ambiente 
hospitalar, cujo objetivo é abordar a aplicabilidade do RFID e 
discutir a importância da rastreabilidade, e concluir que a 
implantação pode proporcionar melhorias na segurança além de 
agilidade e eficiência na gestão hospitalar. 
Palavras chave: Equipamentos médico hospitalares, Gestão 
hospitalar, Rastreabilidade, RFID. 
I. INTRODUÇÃO 
Nos últimos anos, os sistemas automáticos de 
identificação têm vindo a ter uma aplicabilidade cada vez 
maior nos mais diversos setores de atividade, na 
monitorização 
 
 
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Instituto Nacional de 
Telecomunicações, como parte dos requisitos para a obtenção do Certificado 
de Pós-Graduação em Engenharia Clínica e Engenharia Biomédica. 
Orientador: Profa. Crishna Irion. Trabalho aprovado em 07/2017. 
monitorização de bens ou na gestão do fluxo de produtos. As 
tecnologias de identificação automática são, geralmente, 
utilizadas na coleta de informação sobre pessoas, animais ou 
produtos em trânsito [1]. 
Existem várias alternativas tecnológicas que tornam 
possível a identificação automática, sendo o RFID 
(Identificação por Radio frequência) uma delas. Esta 
tecnologia recorre às ondas de rádio para comunicar com 
etiquetas que podem custar desde alguns centavos a uma 
centena de euros, dependendo da aplicação e as 
características desejadas [2]. 
O ambiente hospitalar é uma área onde há um grande 
fluxo de pessoas, e requer uma atenção constante dos 
profissionais, nesse contexto, o uso da tecnologia RFID 
auxilia no serviço prestado, diminuindo consideravelmente a 
execessiva carga de trabalho que pode comprometer o 
atendimento e colocar em risco a vida de um paciente. 
Este trabalho tem como objetivo apresentar algumas 
aplicações da tecnologia RFID e suas vantagens e benefícios 
no ambiente hospitalar. 
II. EVOLUÇÃO DA TECNOLOGIA RFID 
Harry Stockman da Força Aérea Americana publicou a 
primeira descrição pública da tecnologia RFID nomeada: 
―Communications by Means of Reflected Power. Nesse 
artigo, o autor descreve a teoria básica da comunicação 
através da reflexão de energia, sendo abordadas a transmissão 
do radar (convencional), a comunicação por transmissão com 
alvos não reflectores e alguns métodos de modulação. Na 
conclusão do seu estudo, em 1948, Stockman refere-se à 
importante necessidade de desenvolver estudos e trabalhos, 
com o intuito de explorar as diversas áreas de aplicabilidade 
da comunicação por reflexão de energia e ultrapassar das 
barreiras por ele identificadas [3], a Figura 1 demonstra a 
evolução da tecnologia. 
 
 
Aplicabilidade do RFID no Meio Hospitalar 
Diego Augusto Pivoto & Crishna Irion 
VI SECEB – SEMINÁRIO DE ENGENHARIA CLÍNICA E ENGENHARIA BIOMÉDICA 
INSTITUTO NACIONAL DE TELECOMUNICAÇÕES – INATEL 
ISSN 2358-338X 
SETEMBRO DE 2017 
 
 
 
Figura 1 - Evolução do RFID [5] 
 
Depois dos estudos feitos por Stockman, foram 
necessários trinta anos e vários desenvolvimentos 
tecnológicos, para que a tecnologia RFID se tornasse 
efetivamente uma realidade. Os anos 60 e 70 foram palco de 
esforços comuns entre diversas empresas no estudo e 
desenvolvimento dos sistemas de RFID [4]. 
III. FUNCIONAMENTO DA RFID TECNOLOGIA 
Os sistemas RFID são compostos por: leitor com antena, 
transponder (tag, RF tag, etiqueta eletrônica) e controlador 
(computador), conforme indicado na figura 2. 
 
Figura 2 – Sistema RFID [6]. 
 
A comunicação por RFID ocorre através de dois 
componentes, o RF tag (ou apenas tag) e um leitor com 
antena. Ao se aproximar o transponder passsivo do leitor 
ativa o campo de radiofrequencia gerado, iniciando-se 
comunicação de dados [6]. 
As tags são responsáveis por identificar um produto ou 
equipamento do sistema. Existem três tipos de tags, a ativa, 
passiva e semi-passiva. As passivas não possuem fonte de 
energia própria, necessitando de energia eletromagnética para 
seu funcionamento. Já as semi-passivos dependem do sinal 
do leitor para comunicação, e os ativos apresentam uma fonte 
de energia própria através de uma bateria [7]. 
O principal componente do tag é o chip, pois ele controla 
a comunicação com o leitor. O chip possui uma memória 
onde são armazenados os dados. Esses dados são enviados ao 
leitor quando o chip é ativado pelo campo eletromagnético do 
leitor. Existem tags somente leitura que já vêm com um 
número único pré-gravado de fábrica em sua memória, e tags 
de leitura ou gravação, onde o usuário, com a ajuda de um 
leitor ou gravador, pode armazenar dados na memória do tag. 
A capacidade de armazenamento varia conforme o tipo de 
chip. Normalmente, em sistemas passivos, a capacidade varia 
entre 64 bits e 8 Kbits [8]. 
O computador em que está instalado o software de 
gerenciamento recebe os dados capturados pelo leitor e altera 
estes dados para que sejam lidos em outro sistema qualquer, 
assim integrando o fluxo de dados entre as tags e o sistema 
que solicita as informações dessa tag, como por exemplo, um 
Banco de Dados [9]. 
A antena é um dos elementos chave nos sistemas RFID 
pois a performance da antena, seja do leitor ou do tag, tem 
um efeito significativo na distância de alcance do leitor e na 
detecção apurada de um sistema RFID. Outra das formas de 
classificar os sistemas RFID é dividi-los em comunicação por 
campo de curta distância e comunicação por campo de longa 
distância, podendo alcançar uma distância de 0,5 a 5 metros 
[10]. As antenas podem ser agrupadas em antenas de curtas 
distâncias e de longas distâncias, consoante o tipo de 
comunicação que permitem. As antenas de campo longo são 
utilizadas no caso em que é necessário cobrir longas 
distâncias ou frequências altas (UHF e micro-ondas) e são 
mais sensíveis ao ambiente envolvente como aos líquidos ou 
aos metais. As antenas de campo curto são utilizadas para 
distâncias curtas e frequênciasde utilização baixa, LF e HF 
[11]. 
IV. RFID NO AMBIENTE HOSPITALAR 
Em meio hospitalar, a ocorrência de erros no decorrer do 
internamento pode, na maior parte dos casos, levar a um 
aumento considerável dos custos com a saúde [12]. 
A HealthGrades, uma organização de saúde Norte 
Americana, realizou um estudo referente aos anos 2000, 2001 
e 2002, no qual demonstrou que nos Estados Unidos da 
América morreram, em média, 195.000 pessoas por ano em 
consequência de erros que podiam ter sido evitados [13]. 
O estudo concluiu que o problema não se deve à falta de 
qualificação do pessoal de saúde, mas sim, a fatores como: 
más condições de trabalho, situações de stress, descuidos, 
excesso de trabalho, e cansaço [14]. 
A seguir, serão apresentadas algumas aplicações 
hospitalares envolvendo RFID. 
A. Redução de Infecções. 
A infecção hositalar é um agravo importante que pode 
causar risco a saúde do paciente, maior tempo de internação 
hospitalar gerando mais custos e mantendo hospitais lotados. 
As principais causas da Infecção Hospitalar são: esterilização 
e desinfecção inadequada dos artigos e equipamentos, quebra 
nas rotinas de limpeza do hospital, quebra dos procedimentos 
de rotina da enfermagem e médica. 
Lavar as mãos é uma maneira simples de evitar boa parte 
dos óbitos, mas fazer com que todos os profissionais adotem 
essa prática pode ser a parte mais difícil na redução dos casos 
de infecções hospitalares. 
A IBM desenvolveu uma experiência em um dos 
hospitais de Ohio-EUA, em que cada profissional recebeu um 
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crachá com a tecnologia RFID embutida e, através de 
sensores espalhados pelo hospital, todo o trajeto do 
profissional foi rastreado. Caso um médico ou enfermeiro 
entrasse no quarto de um paciente e não passasse pelo local 
de higienização, automaticamente o fato é gravado em um 
servidor [15]. 
B. Controle de Medicação 
No dia a dia de um hospital, a equipe de enfermagem 
precisa controlar uma quantidade muito grande de 
medicamentos para diferentes pacientes. Desta forma, e 
utilizando a tecnologia RFID, ao levar o medicamento para 
um determinado paciente, o profissional da saúde realiza a 
leitura da etiqueta do medicamento e a leitura de uma 
pulseira ajustada ao paciente, pode-se verificar se o 
medicamento a ser ministrado está correto [16]. 
 
 
Figura 3 – Controle da Medicação por RFID [16] 
 
Os dados são armazenados no servidor do hospital, e no 
momento exato de tomar a medicação o paciente receberá 
uma mensagem de texto informando qual a medicação deve 
ser administrada. Desta forma, o paciente aproxima o 
medicamento com a etiqueta junto ao leitor, e a identificação 
é transmitida ao servidor através de uma conexão de celular. 
O software do hospital determina se o código recebido é o 
mesmo do remédio a ser injerido naquele momento e envia 
uma confirmação ao paciente [17]. 
C. Segurança de Pacientes 
A identificação errônea de um paciente pode ter 
consequências (graves) na sua saúde, tais como, levar a uma 
incorreta administração de medicamentos, a um 
procedimento (endoscopia, cirurgia entre outras) invasivo 
indevido, atribuição de exames de imagiologia ou 
laboratoriais à pessoa errada o que, consequentemente pode 
desencadear um diagnóstico incorreto, induzindo diretamente 
em mais erros médicos [18]. 
 A Figura 4 ilustra um profissional da saúde verificando 
os dados do bebê utilizando a tecnologia RFID. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4 – Dados do Bebê obtidos por RFID [18] 
 
Além da rastreabilidade dos pacientes, a pulseira instalada 
no recém-nascido permite controlar o aleitamento materno 
nos casos em que a mãe não está próxima do bebê. 
Primeiramente, a equipe de enfermagem faz a identificação 
do frasco contendo leite e do recém-nascido com um leitor 
móvel. As informações coletas são comparadas com o Banco 
de Dados do hospital para verificar se o bebê está realmente 
sendo alimentado pelo leite de sua mãe. Verifica-se também 
se os recém-nascidos estiveram fora das unidades de 
aleitamento através de leitores que são implantados nas 
portas das salas. O principal objetivo dessa aplicação é 
certificar o fluxo dos recém-nascidos nas unidades de 
aleitamento o acesso de pessoas não autorizadas e a 
correspondência precisa entre o leite da mãe e o recém-
nascido [19]. 
Ainda relacionado com a segurança dos pacientes, o 
trabalho apresentado por Lin et al. (2006), demonstra o uso 
da tecnologia RFID para monitoramento de pacientes com 
necessidades especiais, no ambiente hospitalar ou ainda em 
domicílio [20]. 
D. Otimização da Gestão dos Equipamentos Médicos 
Os hospitais possuem uma numerosa quantidade de 
equipamentos. No entanto, todos os anos são gastos recursos 
excessivos (monetários e de produtividade), com 
equipamentos deslocados, roubados ou perdidos. Em relação 
à produtividade, estudos feitos comprovam que as 
enfermeiras desperdiçam tempo procurando equipamentos 
médicos, desviando-as assim do seu principal objetivo, cuidar 
dos seus pacientes [12]. 
A identificação por radiofrequência é uma solução 
adequada para esta problemática, pois permite identificar e 
localizar qualquer objeto (cadeira de rodas, raio-X portátil, 
bombas de infusão, máquinas de monitorização de pacientes, 
entre muitos outros) munido de uma etiqueta, mesmo que 
este esteja em movimento no hospital [21]. 
Com este sistema, o pessoal de saúde pode consultar, em 
qualquer momento, a localização dos equipamentos 
disponíveis, assim como, realizar a qualquer momento um 
inventário de todo o equipamento médico do hospital. Sendo 
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que estas operações podem ser efectuadas com o auxílio de 
um simples computador, PDA ou tablete. 
E. Segurança dos Recem Nascidos 
Outro domínio em que a tecnologia RFID aumenta de 
forma clara a segurança dos pacientes é no caso dos recém-
nascidos. Este objetivo pode ser alcançado evitando a entrega 
de bebés aos pais errados e prevenindo os raptos. Os 
hospitais atribuem as causas destes incidentes a erros 
humanos: má leitura da pulseira do bebé ou da mãe, queda 
e/ou perda da pulseira dos recém-nascidos, troca de berços, 
troca de bebés com nomes semelhantes, entre outras [22]. 
Em Portugal, esta implementação já foi reconhecida, 
sendo que a partir de 2009, tornou-se aconselhado o uso de 
pulseiras embutidas com etiquetas de RFID nos recém 
nascidos em todos os serviços de Obstetrícia, Neonatologia e 
Pediatria [23]. 
Um bom exemplo prático é o BlueTag produzido pela 
Logicpulse. Este sistema é composto por uma etiqueta ativa 
que opera em UHF, possuindo uma bateria com duração de 
18 meses, que envia sinais a cada segundo. Para aumentar a 
segurança deste sistema, as etiquetas possuem um aviso de 
bateria fraca e, para o caso de cortes energéticos, o posto de 
controlo está equipado com discos redundantes e alimentação 
de emergência. A aplicação de software associada é de 
utilização simples, sendo que, a partir de um computador, 
entre outras funcionalidades podem ser realizadas as 
associações das etiquetas entre a mãe e o recém-nascido; ou a 
gestão das saídas provisórias ou definitivas. O sistema 
BlueTag é caracterizado por utilizar dois tipos de leitores: 
leitores de longo alcance utilizados para cobrirem uma 
grande área, até aproximadamente 30 metros; e os leitores de 
curta distância, localizados perto dos acessos, possuindo um 
alcance de leitura ajustável que pode variar dos 3 aos 15 
metros. É também importante salientar que os leitores se 
encontram interligados, com alimentação própria e ligados a 
um alarmepróprio. Este sistema é igualmente utilizado com 
doentes que sofrem de Alzheimer, doentes psiquiátricos ou 
que apresentem algum risco de fuga ou de se perderem no 
hospital [24]. 
F. Controle de Acesso e Histórico dos Atendimentos 
Médicos 
O uso das etiquetas de identificação pelos profissionais de 
saúde permite o controle de acesso nos ambientes dentro de 
um hospital. As salas restritas, como UTI, centro cirúrgico, 
dentre outros, tem um controle de abertura mediante a 
aproximação do cartão de identificação do profissional. Essa 
tecnologia já é utilizada com frequência na indústria e em 
escritórios. Além de possibilitar o controle de acesso aos 
ambientes, a etiqueta de identificação poderia facilitar a 
localização dos profissionais de saúde dentro do hospital, 
pois sempre que algum profissional entra em um ambiente 
utilizando seu cartão de acesso, um novo registro é gerado, o 
que permite verificar qual foi o último local que o 
profissional entrou. 
Outra possibilidade com a identificação por radio 
frequência é gerar um histórico dos casos médicos 
acompanhados pelos estudantes de medicina. O histórico de 
cada paciente é associado à Tag do estudante, facilitando uma 
possível avaliação e discussão dos casos por parte dos 
professores e orientadores [25, 26]. 
G. Identificação, Triagem e Controle do Fluxo dos 
Pacientes. 
O uso da tecnologia RFID para o atendimento dos 
pacientes traria agilidade e segurança no atendimento de 
emergência para o ambiente hospitalar. Assim que os 
pacientes chegam ao pronto atendimento de um hospital, 
imediatamente eles recebem um cartão ou pulseira com uma 
etiqueta RFID, contendo um número de identificação único 
associado com os dados pessoais e com as informações 
necessárias para o atendimento. Desta forma, não haveria a 
necessidade do paciente preencher formulário a cada visita ao 
ambulatório, diminuindo o tempo gasto pelos funcionários da 
recepção na busca de arquivos sobre o paciente [27]. 
No caso de pacientes com necessidades especiais, 
pacientes com Alzheimer por exemplo, a identificação e o 
histórico médico nem sempre são obtidos com facilidade, 
pois estes pacientes muitas vezes tem dificuldade de 
comunicação e nem sempre estão acompanhados pela mesma 
pessoa. Desta forma, o trabalho apresentado por HALAMKA 
et al. (2006) apresenta uma opção de identificação por rádio 
frequência utilizando uma etiqueta subcutânea instalada nos 
pacientes. Esta etiqueta traria todas as informações e o 
histórico médico do paciente, facilitando o trabalho de toda a 
equipe médica, e garantindo um atendimento de qualidade. 
Outra funcionalidade da rastreabilidade dos pacientes está 
relacionada com doenças infecciosas. É possível, através das 
etiquetas de identificação dos pacientes, determinar em quais 
locais ele esteve presente e também monitorar se ele tentou 
entrar em alguma área restrita do hospital. Além disso, é 
possível emitir um alerta, ou alarme, caso algum paciente em 
isolamento tente sair da área determinada [28]. 
H. Controle Gestão da farmácia e dos medicamentos 
Os erros envolvendo a administração de medicamentos 
podem ocorrer aquando da sua prescrição, da execução da 
receita, da sua administração ou com o fim da validade dos 
medicamentos [75]. Assim, para auxiliar as enfermeiras, foi 
instituído o método dos cincos acertos para administração de 
medicação. Estas têm que se certificar que estão a tratar: o 
paciente certo, com a medicação certa, com a dosa certa, pela 
via certa e à hora certa. Apesar desta ajuda, e pelos 
enfermeiros trabalharem sob grande pressão, os erros 
continuam a acontecer [76, 77]. Além de possibilitar o 
controle de acesso aos ambientes, a etiqueta de identificação 
poderia facilitar a localização dos profissionais de saúde 
dentro do hospital, pois sempre que algum profissional entra 
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em um ambiente utilizando seu cartão de acesso, um novo 
registro é gerado, o que permite verificar qual foi o último 
local que o profissional entrou. 
VI. CONCLUSÃO 
O uso da tecnologia RFID no ambiente hospitalar é muito 
promissora, pois é completamente adaptável para inúmeras 
aplicações, desde rastreamento de objetos até controle de 
medicamentos em centros cirúrgicos. Desta forma, esta 
pesquisa apontou que o uso da tecnologia RFID no ambiente 
hospitalar é de fato uma ferramenta que pode apoiar a gestão 
hospitalar. 
Algumas aplicações apresentadas mostram que se trata de 
uma área com grande potencial, no entanto, para que esta 
tecnologia seja aceita e aplicada com sucesso em ambientes 
médicos é necessário investimento e pesquisa da tecnologia 
em diversas areas. 
O fator que mais tem contribuído para atrasar a aplicação 
em grande escala dos sistemas é o custo de implementação ao 
adquirir as etiquetas e os leitores, cujos preços variam de 
acordo com a aplicabilidade desejada, é também necessário 
estabelecer um plano de incorporação. Não só deve ser 
realizada uma adaptação do sistema ao ambiente em que este 
irá ser utilizado, mas também como é importante treinar os 
profissionais das competências necessárias para operar de 
forma correta estes dispositivos. Por fim, mas não menos 
importante, é a aceitação social desta tecnologia, sendo que 
existe uma preocupação cada vez maior em relação à 
segurança dos dados contidos nas etiquetas e à privacidade 
pessoal, existe algum desconforto por parte dos profissionais 
de saúde, que têm receio que ao transportarem uma etiqueta de 
RFID (para serem localizados de maneira rápida quando 
necessário), esta seja também utilizada como método de 
vigilância. Alguns dos inqueridos também expressaram a 
preocupação de que esta tecnologia venha a dar mais afazeres. 
Assim, como foi referido, é necessário formar os profissionais 
para que estes possam entender a finalidade das aplicações e 
os métodos de funcionamento. 
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