Template_Seminário_Gestão_de_Segurança - rev 19 09 2023

Prévia do material em texto

2
PROCEDIMENTO DE TRABALHO EM ESPAÇO CONFINADO COM VISTAS A NR 33 – SAÚDE E SEGURANÇA NOS ESPAÇOS CONFINADOS
Acadêmicos¹
Tutor Externo²
RESUMO 
O procedimento de trabalho relacionado à saúde e segurança nos trabalhos em espaços confinados, é regulamentado pela Norma Regulamentadora 33 – Segurança e Saúde nos Espaços Confinados e tem como princípio estabelecer requisitos mínimos de prevenção a saúde e segurança do trabalhador durante a entrada e trabalho em espaços confinados, da capacitação para as pessoas que atuam nestes locais, da utilização de equipamentos de proteção de segurança adequados e do preenchimento de documentação de cunho técnico que garantam o atendimento dos itens de segurança e a responsabilidade pelos trabalhos. Este trabalho visa levantar quais são os procedimentos para realização de trabalhos nesses espaços com vistas a NR 33.
 
Palavras-chave: Espaço confinado. Avaliação. Controle de Risco. 
1. INTRODUÇÃO
Este trabalho de pesquisa tem por objetivo auxiliar e informar aos colaboradores de forma simples e objetiva quais são os riscos existentes em trabalho em espaço confinado e qual melhor procedimento para seguir e evitar um acidente.
O controle de doenças respiratórias causadas no ambiente de trabalho tem como objetivo principal minimizar a contaminação do local de trabalho. A NR 33 – Saúde e Segurança nos Trabalhos em Espaços Confinados, estabelece requisitos mínimos de prevenção a saúde do trabalhador. Quando esses requisitos não são alcançados ou ainda estão em fase de adaptação e em emergência os respiradores devem ser usados, pois, as vias aéreas e boca são áreas sensíveis a riscos ambientais, principalmente os químicos. 
Micro-organismos, poeiras, névoas, gases entre outros riscos são facilmente inalados e podem comprometer a saúde e a segurança do colaborador. Por isso, a proteção respiratória é muito necessária no ambiente de trabalho.
Assim, cada operação precisa ser avaliada para que a necessidade preventiva ocorra de forma adequada e observando os limites de tolerância de cada ambiente. A escolha do tipo de proteção respiratória a ser utilizada deve ser determinada por uma avaliação de risco criteriosa, devendo levar em consideração a natureza do risco, incluindo diversos requisitos, como: as propriedades físicas, deficiência de oxigênio, efeitos fisiológicos sobre o organismo, concentração de material de risco ou nível de radioatividade, limites de exposição projetados para os materiais químicos, além de considerar a localização da área de risco em relação às áreas onde há maior ventilação. 
Mas quais seriam os perigos de um ambiente confinado e quais procedimentos para evitar os riscos nesse ambiente? Este trabalho visa levantar quais são os procedimentos para realização de trabalhos nesses espaços com vistas a NR 33.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para entendermos melhor, espaços confinados são lugares onde aberturas de entrada e saída são limitadas, não possuem ventilação natural, além de ter pouco ou nenhum oxigênio, podendo ter produtos tóxicos ou inflamáveis, além de não serem feitos para ocupação contínua de trabalhadores.
Para se ter uma entrada segura, algumas medidas devem ser adotadas, por exemplo, somente entrar no espaço confinado após o supervisor de entrada realizar teste e adotar medidas de controle, além de evitar entrar nesse ambiente se às condições de trabalho não forem seguras o suficientes para o período de permanência. 
O ambiente de um espaço confinado deve ser devidamente sinalizado, com informações e alertas quanto aos riscos que podem ser encontrados nele, e seu isolamento é necessário para evitar que pessoas não autorizadas se aproximem desse espaço. 
Para um ambiente mais seguro, devem ser utilizados Equipamentos de Proteção Individual (EPI), estes devem ser fornecidos gratuitamente pelo empregador, lembrando que devem ser utilizados EPI's adequados para cada situação e risco existente, além do trabalhador ser devidamente treinado para seu uso. O site Prometal (2023), lista o cinto de segurança, capacetes, botinas de segurança, respiradores e luvas, como exemplo de EPI’s para esse ambiente. 
Lembrando que todo trabalhador tem o direito de conhecer os riscos do trabalho a ser executado, de conhecer os procedimentos e equipamentos de segurança para ser executado o trabalho, receber todos os EPI’s, conhecer procedimentos de resgate e primeiros socorros. Como dever do trabalhador seria fazer exames médicos sempre que solicitado, participar de treinamentos, comunicar algum risco, entre outros. 
Segundo Antonio Carlos Filho (2015. P.08) “Sabe-se que os ambientes confinados não foram projetados para a ocupação humana, o que torna os trabalhos ainda mais exaustivos, exigindo ainda mais dos trabalhadores”
Para Antonio Carlos Filho (2015. p.08):
Muitas empresas de diversos setores possuem em sua planta ambientes identificados como espaços confinados, sejam da área de química, petrolífera, frigorífica, alimentícia, construção civil, naval, agrícola entre outras.
Antonio Carlos Filho (2015, p.09) diz que “Esse estudo contribui para discutir a necessidade e sensibilização dos trabalhadores para que o trabalho seja realizado de acordo com as normas de proteção indicadas na NR-33 (...)”.
Para Silva (2021), em um ambiente confinado, todo empregador tem responsabilidade, por exemplo, indicar formalmente o responsável técnico pelo cumprimento desta norma, identificar os espaços confinados existentes no estabelecimento, identificar os riscos específicos de cada espaço confinado, implementar a gestão em segurança e saúde no trabalho em espaços confinados, por medidas técnicas de prevenção, administrativas, pessoais e de emergência e salvamento, de forma a garantir permanentemente ambientes com condições adequadas de trabalho, garantir a capacitação continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas de controle, de emergência e salvamento em espaços confinados.
Outras dessas responsabilidades por parte do empregador, seria, garantir que o acesso ao espaço confinado somente ocorra após a emissão, por escrito, da Permissão de Entrada e Trabalho, conforme modelo constante no anexo II desta NR, fornece às empresas contratadas informações sobre os riscos nas áreas onde desenvolverão suas atividades e exigir a capacitação de seus trabalhadores, acompanhar a implementação das medidas de segurança e saúde dos trabalhadores das empresas contratadas provendo os meios e condições para que eles possam atuar em conformidade com esta NR, interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeição de condição de risco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local, garantir informações atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cada acesso aos Espaços Confinados. 
Figura 1: Exemplos de Espaços Confinados
Fonte: Treinamento NR – 33.
Segundo o site Prometal (2023), “Os profissionais que trabalham em espaços confinados estão expostos diretamente a sérios riscos de diversas naturezas. As causas mais comuns estão relacionadas a oxigênio insuficiente ou excessivo, temperatura alta ou baixa e intoxicação química.”
A Fundacentro (2011), lista 4 fases de um espaço confinado, são elas: 
- Não Perturbado – O EC está em operação;
- Preparação da pré-entrada – O EC está fora de operação e deve ser preparado para pré–entrada do Supervisor de Entrada;
- Pré-entrada – O Supervisor de Entrada realiza a pré-entrada inicial para liberar as diversas frentes de trabalho;
- Entrada para Trabalho – Os Trabalhadores Autorizados entram no EC para realizar as tarefas e eventualmente mudar a atmosfera interna. 
 
 Em relação aos riscos e perigos:
Atmosfera Perigosa ou Potencialmente Perigosa. P.Ex.: Falta de Oxigênio – Asfixia, danos cerebrais, morte. Substâncias Tóxicas – Intoxicação, seqüelas, morte; substâncias Inflamáveis – Incêndio ou explosão, queimaduras, morte. Material que possa engolfar um trabalhador. P.Ex.: A parte superior dos silos contendo grãos é uma área que apresenta sério risco de engolfamento, asfixiae morte. A desobstrução ou limpeza da parte inferior do elevador de canecas também apresenta este risco. Paredes que convergem para dentro ou pisos que se inclinam para baixo ou áreas menores que apresentam afunilamento e que podem aprisionar ou asfixiar um trabalhador. P.Ex.: A parte inferior dos silos, como moegas ou tremonhas. Outros perigos e riscos como o mecânico, elétrico, hidráulico, vapor e líquidos. P.Ex.: Energias Perigosas. Máquinas sem proteção na transmissão de movimentos ou fios elétricos expostos. Ferimentos, eletrocução e morte. Atenção: Cuidados especiais devem ser tomados contra riscos mecânicos, elétricos e estruturais que podem causar esmagamentos, amputações, eletrocussões, queimaduras, explosões, afogamentos, quedas, desabamentos e soterramentos.
(FUNDACENTRO, 2011).
 
 
 
3.METODOLOGIA
Como esclarece Fonseca 2002, p. 32, apud Mettzer (2007), “a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites.”
 Dito isso, a pesquisa bibliográfica foi escolhida para a realização desse trabalho. Foi elaborado através de nossas experiências e também de profissionais da área de segurança do trabalho, empresa de treinamentos, sites como Prometal, Mettzer, Fundacentro, e NR 33- Saúde e segurança nos espaços confinados, do Ministério do Trabalho. 
	 
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Espaços confinados descritos como ambientes onde o acesso não deve existir, ou pode ocorrer desde que a permanência seja controlada. Os locais confinados, com sua geometria cativa, expõe o trabalhador a riscos de acidentes e óbitos. 
Segundo MORAES (2009), em número de óbitos, estes locais só são superados pelos acidentes com queda de altura na construção civil. 
São inúmeros os motivos que levam o trabalhador a comprometer a saúde nesses espaços, entre eles existem: a falta de treinamento para o uso adequado dos EPI’s – equipamentos de Proteção Individual, falta de cuidado específico, presença de gases tóxicos, área desconhecida, entre outros. 
Segundo MORAES JUNIOR (2008), um dos grandes problemas das áreas ou espaços confinados é que nem todas as pessoas sabem como identificá-los, distinguindo-os dos demais locais de trabalho, e, principalmente, avaliar o risco envolvido nos trabalhos efetuados neste ambiente. Para o leigo, trabalhar neste ou naquele lugar não faz muita diferença, principalmente no que diz respeito aos riscos ali presentes.
É fundamental que se tenha conhecimento dos riscos existente em toda área de espaço confinado. O monitoramento deverá ser constante e supervisionado por alguém capacitado para tal atividade. A comunicação sobre os dados coletados através do monitoramento pode terminar o tempo de duração da atividade, além de reduzir os riscos existentes. 
5. CONCLUSÃO
Em quaisquer situações de trabalho realizado em espaços confinados, tanto o trabalhador quanto o empregador devem ter treinamento suficiente, para que a saúde do trabalhador não seja comprometida. Os (EPI’s) – Equipamentos de Proteção individual são extremamente necessários na realização das atividades nestes espaços.
Por fim, foi possível constatar que ao avaliar o ambiente de trabalho, assim como os riscos existentes conforme a obrigatoriedade normativa de Segurança do Trabalho, os riscos à saúde dos trabalhadores envolvidos em atividades que se faz necessário a permanência em espaços confinados pode ser controlada.
REFERÊNCIAS
	 
BRASIL. MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. Nova NR-33 – segurança e saúde no trabalho em espaços confinados. Acesso em 07. Set. 2023. Disponível em: https://www.gov.br/trabalho-e-emprego/pt-br/acesso-a-informacao/participacao-social/conselhos-e-orgaos-colegiados/comissao-tripartite-partitaria-permanente/normas-regulamentadora/normas-regulamentadoras-vigentes/norma-regulamentadora-no-33-nr-33#:~:text=A%20NR%2D33%20%C3%A9%20uma,riscos%20psicossociais%20na%20sua%20reda%C3%A7%C3%A3o.
FUNDACENTRO. Guia de orientações para espaços confinados. Acesso em 07.set. 2023. Disponível em: http://arquivosbiblioteca.fundacentro.gov.br/exlibris/aleph/a23_1/apache_media/4QU94ASJN7Y5Y6SBRBAMBNH63DPLG4.pdf
METTZER. 5 dicas de como fazer uma pesquisa bibliográfica. Acesso em 07.set. 2023. Disponível em:https://blog.mettzer.com/pesquisa-bibliografica/
MORAES JUNIOR, Cosmo Palasio de. Espaços confinados. 2008. Disponível em: Acesso em: 2023.
MORAES, Giovanni Araújo. Normas Regulamentadoras comentadas e ilustradas. 7 Ed. Rio de Janeiro: Virtual. 2023.
NORMA REGULAMENTADORA n.º 33 SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABALHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS . Acesso em 03. Set.2023. disponível em: https://crpsc.org.br/ckfinder/userfiles/files/NR_33_espaco_confinado.pdf
NR 33: Segurança e Saúde no trabalho em Espaço Confinado. Acesso em 03. Set.2023. disponível em: https://prometalepis.com.br/blog/17-nr-33-seguranca-e-saude-no-trabalho-em-espaco-confinado/
PORT LABOUR. Treinamento espaço confinado. (2021) Pág. 5, 8. 
PROMETAL. Quais são os tipos de Espaço Confinado?. Acesso em 07. Set. 2023. Disponível em:https://prometalepis.com.br/blog/quais-são-os-tipos-de-espaco-confinado/
1 Ana Candida, Brenda e Orli
2 Giselle Barcelos
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI - Curso FLC 10093 – Prática do Módulo VI – 05/09/2023
	
	
	
image1.png