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Resumo - Mediação, Conciliação e Arbitragem: teoria e 
prática 
 O livro "Mediação, Conciliação e Arbitragem: Teoria e Prática" é uma 
coletânea organizada por Maria Darlene Braga Araújo Monteiro e Maria do 
Carmo Barros, abordando temas como mediação judicial, conciliação, 
arbitragem, cultura da paz e papel do advogado. A obra, dividida em dois 
volumes, visa promover a resolução de conflitos de forma cooperativa e 
eficaz, destacando a importância desses métodos para a estabilidade social. 
A publicação é fruto de uma parceria entre a Assembleia Legislativa do 
Estado do Ceará, o Instituto de Estudos e Pesquisas sobre o 
Desenvolvimento do Estado do Ceará (Inesp) e a Comissão de Mediação, 
Conciliação e Arbitragem da Ordem dos Advogados do Brasil - Ceará. A 
coletânea reúne artigos de diversos colaboradores e membros da comissão 
examinadora, contribuindo para disseminar a cultura de paz e a resolução 
pacífica de conflitos. 
A mediação é um meio adequado para tratar conflitos na sociedade moderna, onde 
os laços sociais estão fragilizados. Métodos não adversariais são eficazes para lidar 
com conflitos sociais, promovendo comunicação, restauração e transformação. A 
mediação tem raízes antigas em diversas culturas e religiões, sendo utilizada para 
resolver disputas. A técnica promove o diálogo, a escuta e a conscientização das 
partes, levando a acordos baseados no respeito mútuo. A mediação é útil em 
conflitos familiares, cíveis, comerciais, comunitários e escolares, sendo uma 
estratégia educativa e política. Com a recente legislação, a mediação tem 
despertado interesse e se tornou foco de estudos, trazendo novos paradigmas na 
resolução de conflitos. O uso de técnicas de mediação, baseadas em princípios 
como os do Programa de Negociação de Harvard, é essencial para compreender e 
disseminar a eficácia desse método na sociedade. 
 O medo é uma emoção importante que pode levar as partes envolvidas em 
um conflito a confundir pessoas com problemas e construir discursos 
defensivos. Antes de uma sessão de mediação, as partes costumam ouvir 
conselhos de familiares, amigos e profissionais, o que pode influenciar na 
forma como apresentam o problema e dificultar a resolução da contenda. O 
medo pode bloquear o raciocínio, a afetividade e a criatividade, tornando 
essencial que o mediador atue de forma imparcial para conquistar a 
confiança das partes e minimizar o impacto das emoções durante a 
mediação. A explosão emocional de um dos envolvidos também pode 
dificultar a resolução do conflito, tornando importante o papel do mediador na 
condução do processo. 
O texto discute a importância das regras de convivência para manter a ordem social, 
refletindo sobre a vasta quantidade de litígios que sobrecarregam o sistema judicial 
brasileiro. Diante disso, destaca-se a necessidade de explorar meios alternativos 
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para resolver conflitos, especialmente os familiares, onde a mediação se apresenta 
como uma possibilidade eficaz. 
Na mediação familiar, a ênfase está no diálogo facilitado pelo mediador, buscando 
alcançar um acordo mutuamente satisfatório entre as partes. Destaca-se a 
importância da sensibilidade do mediador e do tratamento cuidadoso das questões 
emocionais envolvidas. Quando as partes alcançam um acordo consensual, 
promovem não apenas a resolução do conflito, mas também o desenvolvimento de 
características como autorresponsabilidade. Além disso, reconhece-se que os 
conflitos familiares vão além do aspecto jurídico, envolvendo também questões 
afetivas e a necessidade de preservar o diálogo e a harmonia. 
 Apesar de não substituir o sistema judiciário, a mediação é vista como uma 
ferramenta complementar que contribui para a resolução de litígios, causando 
menos danos psicológicos e promovendo uma cultura de diálogo e acordo. 
Em suma, o texto enfatiza a importância da mediação como uma abordagem 
alternativa para resolver conflitos, especialmente os familiares, e destaca seus 
benefícios na promoção da paz, no fortalecimento das relações e no 
desenvolvimento pessoal das partes envolvidas. 
 
O texto aborda os princípios norteadores da mediação de conflitos, destacando 
quatro principais: imparcialidade, confidencialidade, liberdade e poder de decisão 
das partes, e não-competitividade. 
1. Princípio da Imparcialidade: O mediador deve atuar de maneira neutra e 
imparcial, sem ter qualquer vínculo com as partes envolvidas no conflito. Isso 
garante um tratamento igualitário e justo para todos os envolvidos. 
2. Princípio da Confidencialidade: Todo o conteúdo discutido durante as 
sessões de mediação deve ser mantido em sigilo pelo mediador e pelas 
partes. Isso contribui para a construção de um ambiente de confiança, 
permitindo que as partes expressem seus problemas de forma adequada. 
3. Princípio da Liberdade e Poder de Decisão das Partes: As partes têm 
autonomia para decidir iniciar, continuar ou encerrar o processo de mediação. 
Podem também escolher o método mais adequado para resolver seus 
conflitos, seja de forma voluntária ou mandatória. 
4. Princípio da Não-Competitividade: Na mediação, não há vencedores ou 
perdedores. Em vez disso, busca-se uma solução que atenda aos interesses 
de ambas as partes, promovendo uma abordagem colaborativa e não-
adversarial para a resolução de conflitos. Esses princípios são fundamentais 
para o sucesso da mediação, pois garantem um ambiente propício para o 
diálogo, a negociação e a construção de acordos mutuamente satisfatórios. A 
mediação promove a transformação positiva dos conflitos, permitindo que as 
partes administrem suas diferenças de maneira construtiva e amigável. 
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Inicialmente, destaca-se que o acesso à justiça tem sido buscado através de 
caminhos que incluem esses meios alternativos, dentro e fora do processo judicial. 
No entanto, apesar dos esforços, ainda há resistência por parte dos magistrados e 
advogados em adotar tais práticas, perpetuando uma cultura de litígio. 
 Uma diferenciação entre mediação e conciliação é estabelecida para 
possibilitar que as partes e os operadores do direito escolham a melhor 
abordagem para cada conflito. Apesar de haver diversas interpretações sobre 
em quais situações cada método é mais adequado, o novo CPC prefere o 
conciliador nos casos em que não há vínculo anterior entre as partes e o 
mediador nos casos em que há. 
No entanto, o livro ressalta a necessidade de promover mudanças estruturais e 
humanas nos tribunais para que esses métodos alternativos funcionem 
efetivamente. Isso inclui a criação de centros de mediação/conciliação em todas as 
comarcas e a formação de novos conciliadores e mediadores. Além disso, destaca-
se que esses meios são vistos como métodos de pacificação, não apenas de 
solução, buscando o restabelecimento do diálogo e a conservação da relação 
harmoniosa entre as partes em conflito. 
No entanto, apesar dos esforços legislativos, o sistema judiciário ainda enfrenta 
problemas de morosidade e ineficiência. A lentidão na resolução dos conflitos 
resulta em altos custos para o Estado e para os cidadãos, além de prejudicar o 
acesso à justiça e a efetividade do sistema como um todo. 
Diante desse cenário, é destacado o papel crucial da advocacia brasileira na 
promoção de discussões e propostas para aprimorar o sistema judiciário e promover 
uma cultura do diálogo na resolução de conflitos. A efetivação da justiça entre as 
partes requer uma abordagem mais colaborativa e proativa, em que sejam 
exploradas alternativas aos métodos tradicionais de litígio. 
O advogado-conciliador é um profissional que desempenha um papel fundamental 
na resolução de conflitos, atuando não apenas na representação legal de seus 
clientes, mas também na busca por soluções consensuais que evitem litígios 
prolongados e custosos. Sua formação acadêmica em métodos adequados de 
solução de conflitos é essencial para desenvolver habilidades específicas 
necessárias para essa função. 
Essa formação acadêmica pode abranger uma variedade de áreas,incluindo 
mediação, conciliação, negociação, arbitragem e justiça restaurativa. Os 
advogados-conciliadores precisam compreender os princípios, técnicas e práticas 
associadas a esses métodos, bem como as leis e regulamentos pertinentes. A 
formação acadêmica nessa área pode ser obtida por meio de cursos de graduação 
ou pós-graduação em direito, com ênfase em resolução alternativa de disputas 
(ADR, na sigla em inglês), bem como por meio de cursos especializados e 
treinamentos específicos em mediação, conciliação e outros métodos de resolução 
de conflitos. 
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Além disso, os advogados-conciliadores também podem buscar certificações 
profissionais em mediação e conciliação, que demonstram sua competência e 
habilidade na aplicação desses métodos. 
Em resumo, a formação acadêmica em métodos adequados de solução de conflitos 
capacita o advogado-conciliador a desempenhar um papel eficaz na resolução de 
disputas, promovendo a justiça e a harmonia social por meio de abordagens 
colaborativas e consensuais. 
A atuação do mediador em processos de mediação é fundamental para 
facilitar a comunicação entre as partes envolvidas em um conflito e para promover a 
busca por soluções consensuais. Ao longo desse processo, é comum que as partes 
envolvidas recorram a diversos mecanismos psicológicos de defesa para lidar com 
suas emoções e proteger sua autoimagem. Aqui estão algumas maneiras pelas 
quais o mediador pode lidar com esses mecanismos: 
1. Empatia e Aceitação: O mediador deve demonstrar empatia e aceitação em 
relação às emoções das partes. Isso pode ajudar a reduzir a resistência 
defensiva e encorajar uma comunicação mais aberta. 
2. Escuta Ativa: O mediador deve praticar a escuta ativa, demonstrando 
interesse genuíno nas preocupações e perspectivas de cada parte. Isso pode 
ajudar a diminuir a necessidade de defesa, pois as partes se sentem ouvidas 
e compreendidas. 
3. Validação das Emoções: Validar as emoções das partes é importante para 
criar um ambiente seguro onde elas se sintam confortáveis em expressar 
seus sentimentos sem medo de julgamento. Isso pode ajudar a reduzir a 
necessidade de defesa, pois as partes se sentem compreendidas e 
respeitadas. 
4. Reconhecimento dos Mecanismos de Defesa: O mediador deve estar 
ciente dos diferentes mecanismos de defesa que as partes podem utilizar, 
como negação, projeção, racionalização, entre outros. Reconhecer esses 
mecanismos pode ajudar o mediador a identificar e abordar questões 
subjacentes de forma eficaz. 
5. Questionamento Reflexivo: O mediador pode usar questionamentos 
reflexivos para ajudar as partes a explorar suas próprias motivações e 
comportamentos. Isso pode ajudar a aumentar a consciência das partes 
sobre seus próprios mecanismos de defesa e incentivá-las a considerar 
alternativas mais construtivas. 
6. Desconstrução de Crenças Limitantes: O mediador pode ajudar as partes 
a identificar e desafiar crenças limitantes que possam estar contribuindo para 
seus mecanismos de defesa. Isso pode envolver a exploração de 
experiências passadas e a consideração de novas perspectivas e 
possibilidades. 
7. Foco no Futuro e nas Soluções: O mediador deve orientar a discussão em 
direção ao futuro e às soluções possíveis, em vez de ficar preso ao passado 
e aos problemas. Isso pode ajudar as partes a superar seus mecanismos de 
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defesa e se concentrar em encontrar maneiras construtivas de seguir em 
frente. 
Em resumo, a atuação do mediador envolve o reconhecimento e a abordagem dos 
mecanismos psicológicos de defesa das partes de forma empática, respeitosa e 
construtiva. Isso pode ajudar a promover uma comunicação mais eficaz e facilitar a 
resolução colaborativa de conflitos.