Buscar

Alvenaria Estrutural: Histórico e Materiais


Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 18 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão – IFMA 
Eloi Heleno Assunção Pestana 
Kindersley Macedo Mascarenhas 
Luís Henrique Serra Pinheiro 
Maikon Glaydson dos Santos Queiroz 
Wellington Sousa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Alvenaria Estrutural e seu desenvolvimento histórico: Materiais e sistemas 
estruturais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís – MA 
2014 
Eloi Heleno Assunção Pestana 
Kindersley Macedo Mascarenhas 
Luís Henrique Serra Pinheiro 
Maikon Glaydson dos Santos Queiroz 
Wellington Sousa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A Alvenaria Estrutural e seu desenvolvimento histórico: Materiais e sistemas 
estruturais. 
 
Trabalho submetido ao Instituto Federal 
de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão 
– IFMA como exigência do Curso de Engenharia 
Civil do IFMA para obtenção de nota na disciplina 
de Alvenaria Estrutural. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
São Luís – Ma 
2014 
SUMÁRIO 
 
 
1 CONCEITOS BÁSICOS ........................................................................................ 3 
2 BREVE HISTÓRICO ............................................................................................. 3 
3 MATERIAIS E SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO ..................................... 6 
3.1 TIJOLO .......................................................................................... 6 
3.1.1 Primeiros vestígios e usos ......................................................... 6 
3.1.2 O período georgiano 1714-1813 ................................................ 7 
3.1.3 Alvenaria victoriana 1830-1914 .................................................. 7 
3.1.4 Atualidade .................................................................................. 8 
3.2 ARGAMASSA................................................................................ 8 
3.3 PEDRA .......................................................................................... 9 
3.3.1 Utilização na construção civil ..................................................... 9 
3.4 AGLOMERANTES ....................................................................... 10 
3.4.1 Cal virgem ................................................................................. 10 
3.4.2 Cimento Portland ....................................................................... 11 
3.5 BLOCO ......................................................................................... 12 
4 SISTEMAS ESTRUTURAIS ................................................................................. 13 
4.1 Pilares e Vigas ............................................................................. 13 
4.2 Abóbada ....................................................................................... 13 
4.3 Cúpula .......................................................................................... 13 
4.4 Gótico ........................................................................................... 15 
4.5 Faróis ........................................................................................... 15 
4.6 Pirâmides ..................................................................................... 16 
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 17 
3 
 
1 CONCEITOS BÁSICOS 
 
A alvenaria é o resultado de uma composição básica, em obra, de tijolos 
ou blocos unidos entre si por argamassa, constituindo uma estrutura com resistência 
e estabilidade. Mais especificamente, a alvenaria estrutural é toda a estrutura em 
alvenaria, predominantemente laminar, dimensionada por procedimentos racionais 
de cálculo para suportar cargas além do seu peso próprio. 
A alvenaria estrutural condicionada à função das suas armaduras pode se 
dividir em: 
• Alvenaria Estrutural Armada: aquela que possui armaduras colocadas 
em alguns vazados dos blocos ou entre tijolos, devidamente envolvidas por graute, 
para absorver os esforços calculados, além das armaduras construtivas e de 
amarração; 
• Alvenaria Estrutural Parcialmente Armada: quando parte da estrutura 
tem paredes com armaduras passivas para resistir para resistir aos esforços 
calculados, além das armaduras com finalidade construtiva ou de amarração, sendo 
as paredes restantes consideradas não armadas; 
• Alvenaria Estrutural Protendida: aquela na qual a armadura é pós-
tensionada, sendo, portanto ativa. 
 
2 BREVE HISTÓRICO 
 
A alvenaria estrutural tem suas origens na Pré-História sendo assim um 
dos mais antigos sistemas de construção da humanidade. As primeiras alvenarias, 
em pedra ou em tijolo cerâmico seco ao sol, apresentavam grandes espessuras em 
suas obras mais imponentes e eram erguidas segundo regras puramente empíricas 
e intuitivas, baseadas nos conhecimentos adquiridos ao longo do tempo. 
 
4 
 
 
Obras em alvenaria estrutural 
 
Entre os séculos XIX e XX, obras de maior porte eram construídas em 
alvenaria com base em modelos mais racionais, servindo como exemplo clássico o 
edifício "Monadnock", construído em Chicago entre 1889 e 1891 com 16 pavimentos 
e 65 metros de altura, cujas paredes inferiores possuíam 1,80m de espessura. 
 
 
Edifício Monadnock, Chicago, EUA 
 
As construções em alvenaria de pedra ou tijolo cerâmico queimado, 
assentados com barro, betume e mais tarde com argamassas de cal, pozolana e 
finalmente cimento Portland, predominaram até o início do século XXI. 
Por volta de 1950, começam a surgir normas que permitem calcular a 
espessura necessária das paredes e a resistência das alvenarias, em bases de 
cálculo mais racionais e experimentações laboratoriais, principalmente na Suíça. 
5 
 
Bem sucedidos empreendimentos naquele país, parecem ser 
responsáveis pelo ressurgimento do sistema construtivo em alvenaria estrutural na 
Europa na década de 50, quando foram construídos muitos prédios altos, com 
paredes bastante esbeltas. 
Os anos 60 e 70 foram marcados por intensas pesquisas experimentais e 
aperfeiçoamento de modelos matemáticos de cálculo, objetivando projetos 
resistentes não só a cargas estáticas e dinâmicas de vento e sismo, mas também a 
ações de caráter excepcional, como explosões e retiradas de paredes estruturais. 
Hoje, nos Estados Unidos, Inglaterra, Alemanha e muitos outros países, a 
alvenaria estrutural atinge níveis de cálculo, execução e controle, similares aos 
aplicados nas estruturas de aço e concreto, constituindo-se num econômico e 
competitivo sistema racionalizado, versátil e de fácil industrialização, face as 
reduzidas dimensões do componente modular básico empregado (bloco). 
No Brasil, os primeiros prédios em alvenaria armada foram construídos 
em São Paulo, no Conjunto Habitacional “Central Parque da Lapa”, em 1966. Em 
1972 foram construídos quatro edifícios de 12 pavimentos no mesmo conjunto. 
 
 
Conjunto Habitacional Central Parque da Lapa 
 
A alvenaria estrutural não armada foi inaugurada no Brasil no ano de 
1977, com a construção em São Paulo de um edifício de nove pavimentos em 
blocos sílico-calcário. O início da década de 80 marca a introdução dos blocos 
cerâmicos na alvenaria estrutural. 
 
 
6 
 
3 MATERIAIS E SEU DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO 
 
3.1 TIJOLO 
 
3.1.1 PRIMEIROS VESTÍGIOS E USOS 
 
Os vestígios mais antigos de tijolos datam de 7500 a.C.; foram 
encontrados em Çayönü, no sudeste da Anatólia, na Turquia. Em descobertas mais 
recentes, foram encontrados tijolos de 7000 e 6395 a.C., em Jericó e 
em Çatalhüyük, respectivamente. A partir de dados recolhidos nestas e outras 
descobertas arqueológicas, foi concluído que os tijolos cozidos (em detrimento dos 
tijolos secos ao sol - adobe) foram inventados no terceiro milénio antes do 
nascimento de Cristo, no Médio Oriente. Os tijolos foram uma inovação tecnológica 
importante, pois permitiram erguer edifício resistentesà temperatura e à humidade, 
numa altura em que o Homem deixou de ser nómada, passando a ter a necessidade 
de possuir construções resistentes e duráveis. Por volta do ano de 1200 a.C., o 
fabrico de tijolos generalizou-se na Europa e na Ásia. 
A popularidade deste material pode ser seguida até à revitalização da 
fabricação de tijolos na Inglaterra ocidental nos finais do século XIII e princípios do 
século XIV. Era o resultado direto da falta de pedra local, uma crescente escassez 
de madeira de boa qualidade, e a influência da Europa onde a alvenaria de tijolo era 
largamente usada. 
Durante o período Tudor, os fabricantes e os assentadores de tijolo 
emergiram como profissionais distintos perfeitamente capazes de rivalizarem com os 
pedreiros. A partir do trabalho inicial pouco sofisticado, a construção com tijolo 
entrou na sua época áurea rivalizando com a pedra na sua popularidade como 
material estrutural. 
O tijolo era produzido geralmente na obra, em pilhas cozidas com 
madeira, mato ou turfa, por trabalhadores itinerantes. Produziam-se não só tijolos 
normalizados mas também muitos com formas extravagantemente elaboradas, bem 
exemplificadas pelas que formavam as fugas de chaminé enroladas em espiral que 
são típicas deste período. 
 
7 
 
3.1.2 O PERÍODO GEORGIANO 1714 – 1813 
 
O final do século XVII e o princípio do século XVIII foram um ponto alto no 
uso do tijolo. A sua fabricação foi muito melhorada, usando argila loteada, melhores 
moldes e cozeduras mais uniformes que conduziam a uma maior consistência de 
formas e dimensões. As cores do tijolo foram-se alterando em popularidade desde o 
vermelho até aos tijolos púrpura e cinzentos que estiveram na moda desde finais do 
século XVII até 1730, quando os materiais acastanhados ou cinzentos rosados 
substituíram as cores quentes. Esta tendência prosseguiu até meados do século 
XVIII com materiais cinzentos e, por volta de 1800, com a produção de materiais a 
partir das margas amarelas de Londres, que se aproximavam mais da cor de pedra 
desejada para uma fachada clássica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3.1.3 ALVENARIA VICTORIANA 1830 – 1914 
 
Este foi um período de revivalismo na arquitetura doméstica e na 
construção industrial. A primeira procurando regressar ao ‘medievalismo’ e a outras 
formas exóticas de construção como alívio contra a falta de espiritualidade da Idade 
da Máquina. A última, para a infraestrutura de fábricas, armazéns, pontes de 
caminho de ferro etc., todas largamente conseguidas através da barata utilização do 
tijolo. Durante este período, foi fabricado e assente um maior número de tijolos do 
que durante todos os períodos anteriores. Os métodos de fabricação do tijolo foram 
melhorados sob todos os aspectos, inclusivamente no que se refere a exatidão, 
8 
 
regularidade e na gama de cores disponíveis. Desde meados do século XVIII em 
diante, o processo de fabricação, tal como muitos outros, tornou-se. 
 
3.1.4 ATUALIDADE 
 
A Revolução Industrial trouxe a produção em massa de tijolos. As 
pequenas oficinas que produziam tijolos desapareceram para dar lugar a grandes 
fábricas, com fornos enormes, que tornavam a produção de tijolos mais rápida e 
barata. O uso do tijolo foi generalizado; por toda a Europa apareciam novas fábricas 
que precisavam ser erguidas e a indústria dos tijolos expandiu-se largamente. 
 
3.2 ARGAMASSA 
 
Acredita-se que a argamassa surgiu na Pérsia antiga, onde usava-se 
alvenaria de tijolos secos ao sol, com assentamento de argamassas de cal. Seu 
desenvolvimento como sistema construtivo, entretanto, ocorreu em Roma. Durante o 
Império Romano os homens tiveram a idéia de misturar um material aglomerante, a 
pozolana (cinzas vulcânicas), com materiais inertes, dando origem às primeiras 
argamassas. Portanto, há mais de 2000 anos, este material vem sendo utilizado 
tanto para pavimentar as edificações, como para unir e revestir os blocos que 
formam as paredes e os muros das mesmas. 
No entanto, a argamassa tal como conhecemos argamassa começa com 
a invenção do cimento por John Aspdin, em 1824 na Inglaterra. O método de 
fabricação consiste em cozinhar argila e calcário em forno giratório, a 
aproximadamente 1450 ºC; para formação de silicatos de cálcio hidratados. O 
produto deve ser então moído, junto com um terceiro componente, a gipsita, que tem 
a função principal de impedir que o cimento endureça instantaneamente com a 
água. 
Resultado da mistura de cimento, areia e água a argamassa e os 
concretos (quando à argamassa é incorporada pedra britada) passaram por uma 
revolução com a descoberta dos aditivos plastificantes e superplastificantes. A 
produção dessas argamassas e concretos compactos se deu a partir das décadas 
de 70 e 80. 
9 
 
Esses aditivos atuam de modo a diminuir ou aumentar a quantidade de 
água utilizada em sua composição global, pois tratam-se de substâncias químicas 
que fluidificam a argamassa. Com isso, a quantidade de água pode ser variada 
resultando em produtos finais que apresentam porosidades e propriedades 
mecânicas diversificadas. 
A combinação de plastificantes, superplastificantes e sílica ativa 
provocou, então, durante os anos 80, uma enorme revolução tecnológica na 
fabricação de argamassas chegando-se aos anos 90 à concretos bastantes 
resistentes e mais, ao superconcreto com um número muito pequeno de poros. 
 
3.3 PEDRA 
 
Os primeiros megalíticos apareceram cerca de 3.000 AC. (período 
neolítico superior) na Espanha e mais tarde no sul da França, inicialmente sob a 
forma de “dolms” (mesas de pedra) e assim usaram mais e mais a pedra, podemos 
citar grandes exemplos na história como as pirâmides de Quéops, Quefren e 
Miquerinos, a Esfinge, o templo de Carnac, Cova de Menga, a Acrópole em Atenas. 
As civilizações americanas dos Incas e Maias também utilizavam intensamente a 
pedra como elemento fundamental de suas construções, geralmente de fundo 
religioso. 
 
3.3.1 UTILIZAÇÃO NA CONSTRUÇÃO CIVIL 
 
O uso da pedra se intensificou e diversificou, sendo empregada em 
canais, túneis, pontes, palácios, igrejas e edifícios públicos. Posteriormente, na 
Idade Média, encontra-se em todos os países europeus obras clássicas construídas 
em pedra como, por exemplo: O Mosteiro de Santa Maria de Vitoria, O Louve e a 
Notre-Dame de Paris e o Escorial. 
As rochas, por sua durabilidade e fácil manutenção, são empregadas há 
milênios em pisos e pavimentos. Na Europa, são aplicadas em calçadas e passeios 
públicos na forma de placas espessas, também denominadas lajotas ou laje, desde 
a antiguidade até hoje. 
 
10 
 
Com aparecimento da construção metálica e o desenvolvimento do 
concreto armado, a pedra , como material estrutural , sofreu forte impacto. Diante da 
situação, a pedra de construção passou a ter seu campo de aplicação bem definido 
e limitado: muro de arrimo, fundações pouco profundas, bloco para pavimentação 
descontínua lastra de ferrovias e principalmente como material agregado, como 
componente do concreto de cimento portland de uso estrutural ou mistura 
betuminosa usada em pavimentação. 
Mais recentemente, aqui no Brasil, bons exemplos do emprego são as 
guias de calçadas que podem ser vistas, principalmente na cidade de São Paulo, 
paralelepípedos em ruas e calçamento das praças públicas. Além desses usos 
públicos, as pedras são usadas nas construções particulares revestindo pisos e 
paredes internas e externas, pátios, bordas de piscinas, churrasqueiras e etc. 
Seu uso também está associado a placas utilizadas no revestimento de 
paredes e pisos, funcionando neste caso não como material suporte ou base, mas 
como elemento de acabamento e proteção. 
Em decorrência de sua alta durabilidade e qualidade, o material voltou a 
ocupar importante papel nas construções, revestindo outros materiais menos nobre 
para dar a impressão do uso da pedra em forma maciça, com grandes efeitos 
arquitetônicospela, textura e belíssimo aspecto. 
 
3.4 AGLOREMANTES 
 
3.4.1 CAL VIRGEM 
 
Evidencia-se o emprego da cal com uma maior incidência nas 
construções, a partir da civilização egípcia, no ano 5.600 a.C sendo empregada 
como aglomerante numa laje de 25 cm de espessura, no pátio da Vila de Lepenke-
Vir, hoje Iugoslávia e posteriormente, em 2700 a.C ocorreu o seu emprego como 
material de vedação (argamassa) na pirâmide de Quéops. 
A Europa é considerada a propulsora da moderna indústria da cal, 
sobretudo França, Inglaterra e Alemanha, em seguida os Estados Unidos. O Brasil 
somente se destacou na década de 50, mas com poucos registros. Atualmente, o 
parque industrial brasileiro possui tecnologia e capacidade produtiva semelhante às 
indústrias mais modernas do mundo. 
11 
 
As reservas de rochas calcárias e dolomíticas, no Brasil, são superiores a 
40 bilhões de toneladas, distribuídas em todo o território nacional, sendo que os 
maiores produtores se localizam na região sudeste (Minas Gerais, São Paulo e 
Paraná), o consumo anual é da ordem de 58 milhões de toneladas. 
 
3.4.2 CIMENTO PORLAND 
 
O termo “cimento” é proveniente do latim “Caecmentun” que significa 
pedaços de pedras ásperas e não talhadas. Os antigos egípcios usam gesso impuro 
calcinado. Os gregos e os romanos empregaram calcários calcinados e, 
posteriormente, efetuaram a mistura de cal, água, areia e pedra britada, sendo 
considerado o primeiro concreto da história. Como as argamassas confeccionadas 
com cal não endurecem debaixo d’água, os romanos trituraram cal com cinzas 
vulcânicas ou com telhas de argilas queimadas finamente moídas, onde a sílica ativa 
e a alumina da cinza e das telhas se combinavam com o calcário formando o 
cimento pozolânico, denominação originada da cidade de Pozzuoli, onde foi obtida a 
cinza inicialmente. 
A Idade Média trouxe um declínio na qualidade e no uso do cimento e 
somente no século XVIII ocorreu o seu avanço tecnológico. Em 1756, John Smeaton 
constatou a importância da argila misturada ao calcário calcinado, sendo o precursor 
a reconhecer as propriedades químicas da cal hidratada. 
O desenvolvimento do cimento prosseguiu com os cimentos hidráulicos, 
como o “cimento romano” onde se nódulos de calcário argiloso, culminando na 
patente do cimento Portland. Este cimento era fabricado aquecendo-se uma mistura 
de argila, finamente dividida, e calcário, num forno até a eliminação do CO2, sendo 
que a temperatura era bem inferior à necessária para a formação do clínquer. O 
cimento moderno foi criado em 1845, por Isaac Johnson, queimando uma mistura de 
argila e greda (giz) até a formação do clínquer, possibilitando a ocorrência das 
reações necessárias à formação de compostos de alta resistência. 
O nome de cimento Portland, devido à semelhança de cor e de qualidade 
do cimento hidratado com a pedra de Portland, é empregado até os dias atuais para 
designar um cimento obtido pela mistura apropriada de materiais calcários e 
argilosos, ou outros materiais contendo sílica, alumina ou óxido de ferro, aquecidos 
12 
 
a uma temperatura necessária para a clinquerização e moendo-se o clínquer 
resultante. 
O seu emprego é consagrado na fabricação de concreto (origem latina 
“concretus” que significa "crescimento junto”). Salienta-se que a degradação das 
obras executada com o concreto de cimento Portland possui causas externas como, 
por exemplo, químicas, físico-químicas ou mecânicas. A extensão da deterioração 
depende da qualidade do concreto embora se deva considerar as eventuais reações 
com os agregados, a permeabilidade e as variações volumétricas. 
 
3.5 BLOCO 
 
A necessidade do homem proteger espaços em busca de abrigo, remonta 
à pré-história. Utilizando recursos naturais precisava defender-se dos predadores, 
dos rigores da natureza e de seus próprios semelhantes. Não demorou a perceber 
que sua sobrevivência dependia da segurança destes refúgios. Fechar espaços, eis 
a questão! A arte de construir evoluiu por milhões e milhões de anos. 
A utilização dos ligantes na construção se fez necessária pela 
necessidade em consolidar peças menores, muito mais fáceis de serem encontradas 
e manuseadas. 
A mescla de cal com pozolana dos romanos deu lugar ao cimento que J. 
Smeaton fez na Inglaterra em 1750. A este primitivo aglomerante hidráulico - que 
secava com água - juntaram-se os agregados areia e pedra. Com a utilização cada 
vez maior desta mistura, era preciso definir suas propriedades. Em 1818 Vicat 
estabelecia na França as primeiras propriedades do concreto simples, quais sejam, 
cura, pega e resistência a compressão. 
Os precursores dos blocos de concreto que conhecemos hoje talvez 
sejam os que J. Bresser produziu na Virgínia/USA em 1904. A tentativa de 
mecanizar um processo de moldar vários blocos numa mesma forma, mesmo que 
manualmente, ganhava corpo. O início do século XX abria a corrida para a 
fabricação de máquinas cada vez melhores. 
 
 
 
 
13 
 
4 SISTEMAS ESTRUTURAIS 
 
4.1 Pilares e Vigas 
 
Os primeiros materiais a serem empregados nas construções antigas 
foram a pedra natural e a madeira, por estarem disponíveis na natureza. O ferro, o 
aço e o concreto só foram empregados nas construções séculos mais tarde. Os 
pilares e vigas feitos de madeira foram descobertos ainda na pré-história. Utilizada 
nas construções isoladamente ou combinada com outros materiais, como a palha, a 
pedra, o ferro e o barro. 
 
4.2 Abóbada 
 
Todo o teto côncavo pode-se chamar abóbada. Cobertura encurvada. Do 
ponto de vista geométrico, a abóbada tem origem num arco que se desloca e gira 
sobre o próprio eixo, cobrindo toda a superfície do teto. As abóbadas variam de 
acordo com a forma do arco de origem. Abóbada ogival, também chamada gótica, 
cujo arco tem forma de ogiva, é uma marca da arquitetura árabe. Abóbada aviajada 
tem origem num arco cujas extremidades estão em desníveis. Há ainda a abóbada 
de lunetas. De menor altura, esse tipo está presente nas casas de estilo colonial 
americano e facilita a iluminação interior. 
 
4.3 Cúpula 
 
Parte superior interna e externa de algumas construções. Uma 
curiosidade das cúpulas é o aparecimento do óculo, abertura no seu ponto mais alto 
que permite a entrada de luz e que, muitas vezes, conta com uma pequena edícula, 
chamada lanterna ou lanternim. Outra curiosidade é que, normalmente, as cúpulas 
são duplas, ou seja, é feita uma cúpula interna, oca, e outra externa, encarregada da 
proteção da construção. 
 
 
 
 
14 
 
Tração e Compressão na cúpula 
 
Do ponto de vista estrutural, as cúpulas apareciam suportadas pelos 
cruzeiros das igrejas ou diretamente pelo solo e transferiam aos mesmos seu peso 
próprio, a pressão e sucção dos ventos e, em algumas regiões, toda carga gerada 
pela cobertura de neve formada. 
 
Cúpula 
 
A transferência de todas essas cargas era feita através de estruturas 
internas da cúpula, algumas seções verticais, os chamados meridianos. Estes 
meridianos, sob a forma de arcos funcionavam basicamente resistindo a esforços de 
compressão sendo assim constituídos por materiais resistentes a esses tipos de 
esforços como pedra, tijolos e concreto. Esses arcos com forte tendência a abertura 
em suas bases, eram resistidos por outras estruturas internas, os chamados 
paralelos (vide figura). Os paralelos, sob a forma de anéis ainda eram reforçados por 
correntes de madeira ou ferro as quais funcionavam resistindo a tração gerada pela 
abertura da estrutura. 
 
 
15 
 
 
 
4.4 Gótico 
 
Estilo que surgiu na França, na segunda metade do século XII, marcando 
as construções com abóbadas ogivais e motivos tirados da natureza, como as 
rosáceas. O gótico varia de país para país e culmina com estruturas finas de pedra 
demarcando grandes janelas com vidro. 
 
4.5 Faróis 
 
Um farol é uma estrutura elevada, habitualmente uma torre, dotada de um 
potente aparelhoótico dotado de fonte de potentes lâmpadas e espelhos refletores, 
cujo facho de luz é visível a longas distâncias. 
O primeiro farol de que se tem registro é o farol de Alexandria, construído 
em 280 a.C. na ilha de Faros. Os romanos também construíram diversos faróis ao 
longo do Mar Mediterrâneo, Mar Negro e até o Oceano Atlântico. Mas, com a 
derrocada do Império Romano do Ocidente, o comércio marítimo diminuiu e os faróis 
romanos desapareceram. Somente no século XI os faróis passariam a renascer na 
Europa Ocidental e, com a expansão marítima das grandes navegações, para 
o novo mundo. Um dos faróis dessa nova era dos faróis era a Lanterna de Gênova, 
cujo faroleiro era Antônio Colombo tio do navegador Cristóvão Colombo por volta 
de 1450. 
16 
 
 
Farol de Alexandria 
Atualmente são construções de alvenaria que incluem para além da torre 
(geralmente redonda para minimizar o impacto do vento na estrutura), a habitação 
do faroleiro, armazéns, casa do gerador de emergência, a "casa da ronca" (onde 
estão instalados os dispositivos de aviso sonoro que são utilizados em dias 
de nevoeiro). 
 
4.6 Pirâmides 
 
Blocos de mármore de até 200 toneladas sendo transportados em meio 
ao deserto, por até dois mil quilômetros. Brocas egípcias, que provam as hélices 
deixadas nas pedras, penetram nas rochas cem vezes mais do que qualquer broca 
moderna. Ângulos medidos com precisão óptica. Pedras tão bem dispostas que se 
quer passa uma agulha entre seus encaixes. Polimentos em mármores que só seria 
possível com o emprego de máquinas elétricas. Os alinhamentos com os pontos 
cardeais leste/oeste e norte/sul com precisão de milímetros. 
 
Pirâmides de Gisé 
17 
 
REFERÊNCIAS 
 
CAVALHEIRO, Odilon Pancaro. Alvenaria Estrutural: Tão Antiga e tão atual. 
Universidade Federal de Santa Maria. Coordenador do Grupo de Pesquisa e 
Desenvolvimento em Alvenaria Estrutural (GPDAE). Disponível em: < 
http://www.ceramicapalmadeouro.com.br/downloads/cavalheiro1.pdf>. Acesso em: 
26 Set. 2014 
 
FREITAS, José de Almendra. Alvenaria Estrutural. Universidade Federal do 
Paraná. Disponível 
em:<http://www.dcc.ufpr.br/mediawiki/images/7/70/TC025_Alvenaria_estrutural_A_x.
pdf>. Acesso em: 26 Set. 2014 
 
http://5cidade.files.wordpress.com/2008/05/alvenaria-de-tijolo-o-seu-
desenvolvimento-historico.pdf, acessado em 27/09/2014. 
 
M. A. Coimbra, M. R. Morelli - Desenvolvimento de argamassas microporosas para a 
construção civil, Departamento de Engenharia de Materiais, DEMa-USFSCar Via 
Washington Luiz, Km 235, C. P. 676, S. Carlos, SP, Brasil, 13565-905 
 
http://piniweb.pini.com.br/construcao/noticias/alvenaria-estrutural-de-blocos-
ceramicos-patologias-e-tecnicas-inadequadas-81236-1.aspx, acesso em: 
27.Set.2014 
 
http://www.arq.ufsc.br/arq5661/Argamassas/Textos/historico.html. Acesso em: 
27.Set.2014