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Trabalho Teoria Crítica - Jeniffer

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TEORIAS DA COMUNICAÇÃO
Os processos de ação comunicativa compreendem três tipos de ação, três estágios de desenvolvimento, conforme estudamos em aula. A ação regulada por normas constitui seu núcleo, designando o comportamento que os sujeitos manifestam pelo fato de se orientarem por valores comuns.
Neste contexto, reúna mais dois amigos, em um trio, pesquise sobre os VALORES e CRENÇAS de seus avós, pais e amigos (da mesma geração que vocês) sobre a importância e o ponto de vista do TRABALHO (ação profissional), e sua expressão material.
Descreva as informações coletadas nos três grupos de indivíduos, e realize uma comparação entre as respostas de seus amigos do trabalho, analisando criticamente quanto ao senso comum de cada grupo de indivíduos pesquisado. 
GRUPO:
Giulia Valandro Farina Lima
Jeniffer de Aquino Barros dos Santos
Júlia Peter Krolow
Obs.: Cada estudantes pesquisou três pessoas. Cada uma fez a sua análise.
QUESTIONÁRIO
1. Qual é a importância do trabalho para você?
2. O que pensas sobre os concursos públicos e a estabilidade que vem com ele?
3. O que é ser bem sucedido na carreira para você?
4. Ser concursado, autônomo ou funcionário de empresa privada? Por quê?
5. Estar desempregado é?
RESPOSTA DA JENIFFER
· Janaina, 41 anos, psicóloga. 
1- A base, ganhar dinheiro para se sustentar. É uma contribuição com a sociedade. No fator saúde emocional de se sentir dignidade e se sentir útil. 
2- A estabilidade é bastante interessante, mas grande parte dos concursos públicos pagam pouco e dependendo da profissão não vale a pena. Eu como psicóloga, ganho mais do que no concurso público que é uma média de 1200 reais e ainda trabalho bem menos. 
3- Fazer o que gosta, cumprir os objetivos e ganhar bem. 
4- Trabalhar para mim, ganho muito mais, trabalho menos e tenho mais autonomia em fazer meus horários. 
5- Frustrante. Falta dinheiro, oportunidade de trabalho e de autonomia.
· Sérgia, 65 anos, dona de casa.
1- Me deixa feliz e realizada. Se fico sem fazer nada eu fico doente. 
2- Acho bom e importante. Tem mais segurança, sabe que não é por qualquer motivo que vão te mandar embora.
3- Pessoa que fazer aquilo que gosta e se preparou para isso (estudou, trabalhou), além de ganhar bem.
4- Depende. Para mim eu trabalhava fora e era muito feliz. Para trabalhar na UFSC, eu fazia concursos internos e assim era promovida. 
5- Uma merda. É desesperador, não ter um chão. É humilhante. 
· Vitória, 19 anos, estudante e dona de uma hamburgueria.
1- O trabalho é um dos momentos mais importantes do dia, é onde eu mais tenho que me concentrar e me dedicar.
2- Penso que o concurso público é uma boa chance para as pessoas neste país, mesmo estando em declínio no momento, nosso sistema CLT é precário. Em relação a estabilidade, foi o que me atraiu a estudar para concurso no passado, e que ainda mais motiva as pessoas hoje em dia.
3- Trabalho na minha própria empresa, então acredito que será quando ela tiver uma boa visibilidade no país e um grande valor de mercado.
4- Trabalhar para mim, eu gosto de ter liberdade para executar minhas ideias, poder arriscar. Não gosto de ter que seguir obrigatoriamente um planejamento de outra pessoa.
5- Ficar sem "rumo", quando estamos desempregados ficamos apreensivos, sem rotina fixa, muitas vezes podendo adiar ou até desistir de fazer coisas importantes. Acredito que cause uma desilusão ao menos momentânea em várias pessoas. 
RESPOSTAS DA JÚLIA
· Mary, 33 anos, manicure.
1- Para mim é importante para tudo, para o desenvolvimento pessoal, para me sentir útil e eu gosto de trabalhar.
2- Sem tempo para fazer, tenho duas filhas e trabalho em tempo integral.
3- Ter fidelidade com os clientes e montar meu negócio próprio. Trabalhar para mim, pois assim faço meu próprio horário, tenho mais autonomia.
4- Trabalhar para mim, pois eu faço o meu horário. 
5- Não sei, falta de oportunidade, às vezes a pessoa está porque quer também.
· Andréia, 42 anos, autônoma.
1. Realização, colocar a disposição os dons que Deus me deu para cumprir o propósito nessa terra, ser útil. Trabalho é sustento, é sentir-se útil.
2. Concurso público gera estabilidade que hoje significa a segurança financeira num futuro instável.
3. Ser bem sucedido é trabalhar com amor, trabalhar no que se ama fazer. É trabalhar onde você além de ter uma vida financeira estabilizada, possa ter qualidade de vida, unindo o útil ao agradável.
4. Trabalhar pra si. Porque me dá a capacidade de expandir, de crescer no que amo fazer, de desafiar minhas capacidades, de fazer meu próprio horário.
5. Desempregado é um vazio muito grande. É uma peça do quebra cabeça faltando. Não ter um alvo a acertar. Não se sentir útil em meio a sociedade. Significa depender dos outros.
· Naida, 66 anos, dona de um supermercado. 
1- Eu acho que é tudo para gente, nos distrai, trabalho é muito importante para todos, eu não consigo ficar parada, as pessoas se sentem inúteis quando não conseguem fazer nada.
2- Eu não sou muito a favor, eu nunca fiz, o emprego é sempre garantido, o salário é bom, mas é muito difícil de entrar, prefiro trabalhar na minha empresa. 
3- É tudo, se a pessoa se esforça ela ser bem sucedida, você não consegue ir para frente sem esforço, em qualquer profissão tem que ter estudo e esforço, tem que fazer de tudo para chegar lá, tem que abrir mão de muita coisa, e quando chegar não pode deixar de aproveitar a vida, não dá pra ser muito ambicioso, sempre querer mais e mais e não aproveitar a vida.
4- Prefiro ser autônoma, ser mandado pelos outros é ruim, sendo autônoma faço meu horário é posso inclusive empregar outras pessoas.
5- É muito triste, ela não sabe o que fazer, fica ansiosa, desesperada, não sabe como vai pagar as dívidas se tiver parcelamentos em atraso, por exemplo.
RESPOSTAS DA GIULIA
· Carolina, 42 anos, professora de inglês e empreendedora.
1- O trabalho faz você se sentir útil em alguma coisa, cumprir com seu propósito de vida. Têm muitas pessoas que são milionárias ou bilionárias e continuam trabalhando porque elas têm um propósito naquilo, amam fazer aquilo. Ou herdeiros, que não precisam trabalhar por dinheiro por exemplo, fazem trabalhos beneficentes. A importância do trabalho é cumprir a sua missão aqui na Terra. 
2- Eu penso que é besta! Não existe estabilidade. Porque depois as coisas podem mudar. Por exemplo, a pessoa tinha estabilidade naquele concurso público que foi vendido e ela perdeu o concurso, como já aconteceu em várias empresas. Então é uma estabilidade falsa. Acho que isso é mais pra quem tem medo e não gosta de inovar, porque vai fazer aquele trabalho a vida inteira.
3- Ser bem sucedida na carreira é fazer o que você ama. As pessoas pensam que ser bem sucedido é ter dinheiro, não é verdade porque há quem tem uma carreira, ganha dinheiro e é infeliz porque odeia sua profissão, só faz por causa de dinheiro! 
4- Depende do que você quer! Pra mim, ser autônomo. Depende do perfil de cada pessoa. Pra mim hoje ser autônoma é maravilhoso, porque eu odeio acordar cedo e cumprir horário. Eu gosto de ser produtiva. Quando eu era secretária executiva, tinha que cumprir horário e havia dias em que não havia nada para fazer, a pior coisa é ficar no trabalho ser ter o que fazer! Hoje eu faço os meus próprios horários de acordo com o que tem que ser produzido no dia. 
5- Ruim pra quem precisa ser empregado, que não tem o perfil criativo de empreendedor. 
· Isabela, 18 anos, estudante de direito e estagiária.
1- Trabalho significa independência financeira, com isso vem uma liberdade muito grande pra você dispor sobre as coisas que você quer fazer, sobre a sua vida. Tanto no ambiente de trabalho quanto na sua vida isso traz uma maturidade maior, tanto pra lidar com as situações quanto a forma que você enxerga o que gosta e o que não gosta. E sobretudo, aprendizado. 
2- Acho que tem carreiras maravilhosas dentro do concurso público. Gosto bastante, claro que é difícil pra entrar mas quando entra vem essa questão da estabilidade, você não tem que lidar com a volatilidade de ser autônomo oude lidar com um patrão específico de um empregado. Então, pra mim, é bem atraente. 
3- Ser bem sucedido é, em primeiro lugar, fazer o que você gosta. Não adianta estar num cargo alto, ganhando um monte e fazendo algo que odeio todos os dias, me sentindo inútil. Além disso, estabilidade financeira e estabilidade trabalhista. 
4- Eu quero ser concursada. Para mim, eu estando empregada está ótimo. 
5- Um dos maiores problemas do Brasil hoje em dia. Acabar precisando do auxílio do governo [referente aos necessitados de quarentena na crise do COVID-19] acaba sendo ridículo pra o que as pessoas necessitam. Vem com isso a questão do trabalho informal que não tem cobertura nenhuma da legislação trabalhista. Cada vez vem crescendo o número de trabalhadores informais, e agora na pandemia não tem como eles trabalharem então há essa instabilidade. Acho que o desemprego traz muitos problemas. 
· Gládis, 70 anos, professora aposentada. 
1- Trabalho nos proporciona liberdade, independência e vida social. É através dele que conseguimos satisfazer nossas necessidades básicas. E através dele também que promovemos o progresso do ambiente que vivemos, só há progresso numa sociedade ativa. O trabalho deve ser algo que fazemos por prazer, assim nos trará satisfação pessoal e seremos mais felizes. Como também tem que trazer compensação financeira. 
2- Eu sou a favor, porque acho que com a estabilidade o funcionário se torna mais responsável e competente. Mas tem muita politicagem que não valoriza o funcionário pela competência, e sim pelo partido político que está no poder, isso faz com que muitas vezes o chefe seja menos capaz que seu subalterno (e não admite), principalmente quando o comissionado (no caso o chefe) não é da área. Já foi pensado em avaliação, mas não funciona se quem avalia está no cargo por politicagem. 
3- Ser bem sucedido é se você trabalha com prazer, se está satisfeito com a sua atividade e sua remuneração está de acordo com o seu trabalho. Estar satisfeito com suas escolhas, ter compensação financeira de acordo com o seu trabalho e esforço para poder usufruir de vida social e familiar condizente com suas necessidades, objetivos e desejos. Conseguir progredir, ser promovido em sua profissão.
4- O concursado pode progredir nas promoções até mudando de função, mas sempre lutando pelos seus direitos, aposentadoria é uma garantia ou um tropeço na vida que o deixa impossibilitado de trabalhar, tem que ser sustento garantido. A autonomia é uma lutar diária sem garantia nos resultados, pode haver uma boa melhora para poucos, se o resultado for bom pode proporcionar vida bastarda. O empregado, é bom quando a empresa é grande e o cargo elevado, remuneração boa, mas sem garantias principalmente agora em que as empresas estão trocando pessoas competentes por novos funcionários para fazer economia. 
5- Mal do mundo atual. Todos trabalhando na insegurança, isso faz com que não haja colaboração entre os colegas de trabalho, cada um quer se destacar, consequência: famílias passando necessidade. Na época em que eu era ativa, não tinha isso! Se a pessoa trabalhava direito ninguém pensava em dispensá-la, visando maior lucro da empresa ou economizando no vencimento do que entrava novo porque na época havia menos mão de obra, hoje a concorrência é grande. 
ANÁLISE 
Serão analisados três grupos, o de jovens, o de adultos e o de idosos. O primeiro grupo é composto por: Vitória, 19 anos, estudante e dona de uma hamburgueria; Isabela, 18 anos, estudante de direito e estagiária; e Mary, 33 anos, manicure. Este é possui a geração Y (1980-1999) e a geração Z (2000- 2010). O segundo grupo é composto por: Janaina, 41 anos, psicóloga; Andréia, 42 anos, autônoma; e Carolina, 42 anos, professora de inglês e empreendedora. Todas fazem parte da geração X (1960-1980). E por fim, o terceiro grupo composto por: Sérgia, 65 anos, dona de casa; Neide, 66 anos, empresária; e Gládis, 70 anos, professora aposentada. Todas também estão na mesma geração, a Baby Boomers (1946-1964).
O grupo dos idosos é da geração Baby Boomers (1946-1964). É uma geração pós guerra, que buscava estabilidade na carreira e um emprego fixo. É comum perceber que essas pessoas trabalharam a vida toda na mesma empresa ou em serviço público. Na época de atividade deste grupo, havia menos concorrências no mercado de trabalho, a economia era diferente, onde a opções de profissões não eram tantas. 
O grupo dos adultos é da geração X (1960-1980). Essa geração possui um bom equilíbrio entre trabalho e família, e lida de ambos de forma separada. Costuma ser mais cauteloso ao compartilhar suas ideias e experiências por medo de se “queimar” no trabalho. Gosta de trabalhar menos e por isso possui maior foco. Aprecia a individualidade e a informalidade. 
O grupo dos jovens possuem características parecidas mesmo sendo de duas gerações diferentes ambas têm um laço forte com a tecnologia. Vitória e Isabela nasceram na geração Z (2000-2010), ou seja, possuem de forma natural a internet, pois ao começarem a escrever ela já existia. Mais do que existir a rede através dos computadores, a conexão com outras pessoas se dá também de forma móvel com os smartfones. Prezam a estabilidade e segurança, são mais competitivos, buscam independência, muitos desejam empreender, prezam pela saúde psicológica, valorizam privacidade e buscam constantemente em se desenvolver. Já a Mary nasceu na geração Y (1980-1999), isto é, cresceu numa época de grandes avanços tecnológicos e prosperidade econômica, e facilidade material, e efetivamente, em ambiente altamente urbanizado. Não abrem a mão de gerenciar sua vida pessoal simultaneamente com a profissional. No dia a dia do trabalho não tem medo de trocar informações, compartilhar experiências e possui uma grande capacidade de inovação. 
Foram feitas cinco perguntas, dentre elas: 1 – Qual é a importância do trabalho para você?; 2 – O que pensas sobre os concursos públicos e a estabilidade que vem com ele?; 3 - O que é ser bem sucedido na carreira para você?; 4 – Ser concursado, autônomo ou funcionário de empresa privada? Por quê?; e 5 – Estar desempregado é?
Para a pergunta 1, a geração Baby Boomers respondeu que trabalhar é importante para o sustento, mas principalmente para deixá-las feliz. Caso não pudessem trabalhar, deixaram bem claro que ficariam doentes. A geração X, todos sem exceção, responderam que o trabalho é importante para o sustento e para se sentirem útil. A geração Y e Z, que foram colocados no mesmo grupo, além de falarem do sustento, falaram sobre se sentirem útil, livres e de ser um grande agregador no desenvolvimento pessoal. 
Em resposta a pergunta 2, a geração Baby Boomers respondeu por quase unanimidade que a estabilidade do concurso público é boa e segura, a exceção foi da empresária que presa por ter o seu próprio negócio. Com a geração X, aconteceu a mesma coisa, acham positivo e seguro, mas uma enfatizou que não existe estabilidade. Já a geração Y e Z acham bem atraente e provavelmente fariam. 
Na pergunta 3, sobre ser bem sucedido na carreira, a geração Baby Boomers diz que ganhar bem e fazer o que gosta é tudo. A geração X respondeu a mesma coisa, ganhar bem e fazer o que gosta. A geração Y e X, além de dizer o mesmo do que as gerações anteriores falaram, acrescentaram que ser visto e lembrando também é sucesso.
Na pergunta 4, foi perguntado se preferiam ser empregados de alguém, serem autônomos ou concursados. A geração Baby Boomers no geral falou que depende da profissão, apenas uma disse preferir empreender. A geração X no geral prefere empreender e apenas um disse que depende. Já a geração Y e Z no geral prefere empreender, menos uma que prefere concurso público, pois faz direito e levou em conta as lindas carreiras. 
Na pergunta 5, sobre o que é estar desempregado, a geração Baby Boomers repudia este estado, diz ser desesperador, o mal do mundo e desumano. A geração X diz o mesmo, porém em outras palavras frustrante, sem autonomia. A geração Y e Z reforça o que as anteriores disseram, sem rumo e desilusão.
Tendoem vista o que foi exposto, a geração Baby boomers vê o trabalho como uma forma de sanidade e de sustento. Para eles ser bem sucedido é se sustentar e se sentir bem contribuindo com a sociedade. A ideia de estabilidade financeira os agrada bastante por se sentirem seguros e ao decidirem para quem trabalhar, acreditam que a escolha de fazer concurso público deve ser pensada de acordo com a profissão. Para esta geração o desemprego é o pior cenário. A geração X vê o trabalho como uma forma de sustento e de se útil. A estabilidade também os atrai, mas recebem mais sem ser concursado. Para esta geração ganhar bem e fazer o que gosta é a melhor definição de sucesso. Preferem empreender, apesar de que acharem que cabe a cada um resolver se irão trabalhar para outra pessoa ou de serem concursados. O desemprego é frustrante principalmente para quem não sabe se reinventar. A geração Y e Z, acreditam que o trabalho além de sustento é uma forma de se desenvolver pessoalmente e o sucesso está atrelado a ganhar bem, fazer o que gosta e de ter o reconhecimento por isso. Preferem empreender, pois podem colocar suas próprias ideias em ação e fazer seus próprios horários. O desemprego para esta geração é estar sem rumo e autonomia. 
No geral, estas gerações possuem os mesmos pensamentos no que diz respeito ao trabalho. Todos veem como o dinheiro como uma forma de sucesso e o empreendedorismo como uma forma mais vantajosa de alcançá-lo. Acreditam que o desemprego é uma forma de se sentir inútil e associam o trabalho também como uma atividade prazerosa. Prezam pela autonomia de escolher seus horários. Mesmo que as gerações mais antigas, como a Baby Boomers prefiram no geral a estabilidade, esta geração vem se mostrando ser bastante adaptável ao mercado de trabalho.

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