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1 Resumo de Neurologia ★ Anatomia do sistema nervoso autônomo Simpático: vai de T1 a L2 → pré ganglionar é curta Parassimpático: crânio sacral → S2, S3 e S4 → pré ganglionar é longa Simpático: fibras pré ganglionares saem pelas raízes ventrais → tronco simpático → neurônios pós ganglionares nos gânglios para e pré vertebrais → saem fibras pós ganglionares → glândula, músculo liso ou cardíaco. Reação de luta e fuga → Reação de alarme → SNA S - preparo para atividade muscular vigorosa; - aumento do fluxo sanguíneo para os músculos ativos; - aumento dos níveis sanguíneos de glicose; - dilatação dos bronquíolos e artérias coronárias; - aumento da pressão arterial e frequência cardíaca; ★ Córtex cerebral - Histologia Camadas do córtex cerebral, de fora para dentro: 1- molecular → camada com menos células, com mais fibras horizontais (células de Cajal) 2- granulosa externa 3- camada piramidal externa 4- camada granulosa interna 5- camada piramidal interna (geram fibras eferentes) 6- camada multiforme ou fusiforme → células de Martinotti fibras ascendentes que fazem conexão com os outros neurônios do córtex → medula informações 2 e 4- células granulares, principais interneurônios do córtex 3 e 5 → neurônios piramidais com corpo celular com formato triangular ★ Córtex de motricidade Organização hierárquica do movimento: TOMADA DE DECISÃO, Que movimento fazer? quem decide é o Córtex pré-frontal através das entradas sensoriais. PLANEJAMENTO e EXECUÇÃO MOTORES Fluxo de impulsos do córtex pré frontal para a área motora secundária que tem as informações de como fazer o movimento, um plano motor. Formado por: área pré motora e área motora suplementar A pré motora é responsável por controlar mov. de tronco e das partes proximais, ela não só planejar os movimentos, ela ajuda no controle dos movimentos. A Suplementar além de planejar movimento ela está ativa quando faz movimentos bilaterais, com 2 membros ao mesmo tempo. - Ela está ativa sempre antes do movimento, ela prevê o movimento Da área motora 2a para o córtex motor 1a → que executa o movimento Impulsos nervosos vão por trajetos descendentes para contrair os músculos TRANSMISSÃO DE SINAIS DO CÓRTEX MOTOR PARA OS MÚSCULOS Tratos descendentes fazem o tráfego de informações, o mais famoso é o cortico espinhal que sai do córtex motor 1 e 2, essas fibras se unem e descendem e fazem conexão com interneurônio inibitórios. o outro tráfego é o cortico rubroespinhal → controle motor distal e movimentos complexo, ele parte do córtex motor → importante para a manutenção do tônus Organização hierárquica do movimento Decisão → áreas de planejamento motor (5)→ circuitos de controle (4;5) → vias motoras descendentes (tratos) (3) → interneurônio espinhal (2) → neurônio motor inferior (1) → músculo esquelético 2 ✻ Aprendizagem motora Quanto maior a população de neurônios que representa um tipo de movimento, mais refinado é o seu controle *Movimentos finos executados por músculos podem ser aprendidos com a experiência! Processo de aprendizagem: no início tem vários pontos difusos no córtex motor durante a execução da tarefa, conforme vai repetindo a tarefa esses pontos difusos ficam localizados e vai aumentando em tamanho, e a área de representação daquela parte do corpo aumenta, surgem mais dendritos, mais terminações nervosas, a sinapse fica fortalecida → isso gera movimentos finos/ especializados ✻ Mecanismo de plasticidade neural: potenciação de longa duração Eventos: Estimulação continuada → Potenciação de longa duração → Aumento da amplitude dos potenciais pós-sinápticos excitatórios (facilitação) → Aumento na atividade sináptica → Alterações estruturais nos neurônios Aumenta glutamato → se liga em receptores AMPA → abre → influxo potássio → a despolarização do dendrito va remover um Mg que bloqueia o receptor NMDA → entrada de Ca pelo NMDA → encaminha outros receptores AMPA para a membrana e eles ocupam a membrana do dendrito → conforme vai praticando o dendrito se subdivide (1 vira 2) → aumenta dendritos → modificação plástica Os potenciais disparados então tem uma maior amplitude e a sinapse fortalecida não precisa mais fazer atividade repetidamente para ativar a via, pois as sinapses já estão formadas e fortalecidas ★ Vascularização do sistema nervoso central O encéfalo é irrigado pelas artérias carótidas internas e vertebrais, originadas no pescoço, sendo especializadas para a irrigação do encéfalo. Na base do crânio estas artérias formam um polígono anastomótico, o polígono de Willis, de onde saem as principais artérias para a vascularização cerebral. ARTÉRIA CARÓTIDA INTERNA: penetra na cavidade craniana pelo canal carotídeo do osso temporal, atravessa o seio cavernoso, no interior do qual descreve em um plano vertical uma dupla curva, formando um S (sifão carotídeo). A seguir perfura a dura-máter e a aracnóide e divide-se em seus dois ramos terminais: as artérias cerebrais média e anterior. ARTÉRIAS VERTEBRAIS E BASILAR: As artérias vertebrais direita e esquerda sobem no pescoço dentro dos forames transversos das vértebras cervicais e penetram no crânio pelo forame magno e fundem-se para constituir a artéria basilar. A artéria basilar percorre o sulco basilar bifurcando-se para formar as artérias cerebrais posteriores direita e esquerda. E no trajeto emite ramos: a artéria cerebelar superior, artéria cerebelar inferior anterior e artéria do labirinto e ramos pontinos. ✻ Círculo Arterial do Cérebro (polígono de Willis): É uma anastomose arterial na base do cérebro. Pode ocorrer e ser mais útil principalmente em caso de obstrução Composto por: a. cerebral anterior, a. cerebral média, a. cerebral posterior, a. comunicante anterior (comunica os dois hemisférios cerebrais) e aa. comunicantes posteriores ✻ Tronco Encefálico e Cerebelo: a. cerebelar superior, a. cerebelar inferior anterior e a. cerebelar inferior posterior Medula espinhal: A medula espinal é irrigada pelas artérias espinhais anterior e posteriores, ramos da artéria vertebral, e pelas artérias radiculares, que penetram na medula com as raízes dos nervos espinhais Aa. radiculares fornecem importantes anastomoses para as aa. espinais anterior e posteriores e suplementam o fluxo sanguíneo para a medula espinal ★ Drenagem As veias do encéfalo drenam para os seios da dura-máter, de onde o sangue converge para a veia jugular interna, que recebe praticamente todo o sangue venoso encefálico. Os seios da dura-máter ligam-se também às veias extracranianas por meio de pequenas veias emissárias que passam através de pequenos forames no crânio e essa veias drenam pequenas áreas de couro cabeludo para dentro do crânio. As paredes das veias encefálicas são muito finas e praticamente desprovidas de musculatura. Faltam assim os elementos necessários a uma regulação ativa da circulação venosa. Esta se faz principalmente sob a ação de três forças: a) Aspiração da cavidade torácica, determinada pelas pressões sub atmosféricas da cavidade torácica, mais evidente no início da inspiração; b) Força da gravidade, que torna desnecessária a existência de válvulas nas veias cerebrais; 3 c) Pulsação das artérias, cuja eficácia é aumentada pelo fato de que se faz em uma cavidade fechada. Este fator é mais eficiente no seio cavernoso, cujo sangue recebe diretamente a força expansiva da carótida interna, que o atravessa. Sistema Venoso Superficial é constituído por veias que drenam o córtex e a substância branca subjacente, anastomosam-se amplamente na superfície do cérebro, onde formam grandes troncos venosos, as veias cerebrais superficiais, que desembocam nos seios da dura-máter. Sistema Venoso Profundo compreende veias que drenam o sangue de regiões situadas profundamente no cérebro, tais como: o corpo estriado, a cápsula interna, o diencéfalo e grande parte do centro branco medular do cérebro. A mais importante veia deste sistema é a veia cerebral magna ou veia de Galeno, para a qual converge quase todo o sangue do sistema venoso profundo do cérebro. ★ Vascularização do SistemaNervoso 2 - Barreira Hematoencefálica Barreiras que separam fluidos extracelulares que circundam os neurônios de fluidos extracelulares do corpo - Barreira aracnóide: bloqueia a difusão a partir da dura máter em direção ao espaço subaracnóideo. - Epitélio coróide: bloqueia a difusão através do plexo coróide - BHE: bloqueia a difusão a partir dos capilares para dentro do SNC Líquido Extracelular Neural (LECN) ▪ Barreira hematoencefálica → proteção contra flutuações na composição sanguínea; ▪ O LCR influencia a composição do LECN; ▪ Células gliais condicionam o LECN ▪ Compartimento intersticial → barreira hematoencefálica (células endoteliais da microvasculatura encefálica); ▪ Compartimento cerebrospinal → barreira hematoliquórica (células epiteliais do plexo coróide). A barreira líquor-encefálica é mais fraca, dando passagem a um número maior de substâncias que as outras. Já as diferenças entre as barreiras hemoencefálicas e hemoliquórica são mais qualitativas que quantitativas; De modo geral, as barreiras hemoencefálica e hemoliquórica impedem a passagem de agentes tóxicos para o cérebro, como venenos, toxinas, bilirrubina etc. Portanto, estas barreiras constituem mecanismos de proteção do encéfalo contra agentes. Sendo a barreira líquor-encefálica muito fraca, às vezes há vantagem em se introduzir um medicamento no liquor, em vez de no sangue, para que ele entre mais rapidamente em contato com o tecido nervoso. O capilar cerebral é formado pelo endotélio e por uma membrana basal muito fina. Por fora, os pés vasculares dos astrócitos formam uma camada quase completa em torno do capilar. Todos estes três elementos (endotélio, membrana basal e astrócito) já foram considerados como sede da barreira hemoencefálica. Entretanto, hoje se admite que a barreira está no endotélio e uma série de pesquisas mostra isso. Os endotélios dos capilares cerebrais apresentam quatro características básicas que os diferenciam dos endotélios dos demais capilares e que provavelmente se relacionam com o fenômeno de barreira: a) as células endoteliais são unidas por junções íntimas que impedem a penetração de macromoléculas. Essas junções não estão presentes nos capilares em geral b) não existem fenestrações, são raras as vesículas pinocíticas. Nos demais capilares, essas estruturas são importantes para o transporte de macromoléculas; c) as células endoteliais não são contrateis. Ao contrário dos demais capilares, elas não possuem filamentos que, em presença de histamina, se contraem separando as células e tornando o capilar mais permeável. Assim, o cérebro fica protegido em situações em que há grande liberação de histamina na circulação, como em certos quadros alérgicos. ▪ A alta demanda metabólica do sistema nervoso (20% o2; 50% glicose) deve-se à necessidade dos neurônios em manter a diferença no gradiente iônico responsável pela excitabilidade neuronal. 4 ★ Caso clínico Integração motora Três Tipos Fundamentais de Movimentos • Postural (controle pelo tronco encefálico) • Ambular (controle pelo tronco encefálico e medula espinal) • Alcance/preensão (controle pelo córtex cerebral) • Feedforward e feedback CONEXÕES EXTRÍNSECAS do VESTIBULOCEREBELO (divisão funcional) ▪ Desenvolveu-se junto com (e funciona com) o sistema vestibular, no controle do equilíbrio do corpo ▪ Pessoas com disfunção vestibulocerebelar: equilíbrio perturbado (durante o desempenho de movimentos rápidos e com mudanças de direção) ★ Anatomia do sistema límbico A substância cinzenta cerebral pode ser dividida em três regiões principais: o córtex cerebral, os núcleos da base e o sistema límbico. O sistema límbico circunda o tronco encefálico, ele age como uma ligação entre as funções cognitivas superiores, como o raciocínio, e as respostas emocionais mais primitivas, como o medo. As principais áreas do sistema límbico são a amígdala e o giro do cíngulo, relacionados à emoção e à memória, e o hipocampo, associado ao aprendizado e à memória. Ele regula os processos emocionais e SNA está constituído pelo lobo límbico (giro do cíngulo + giro para-hipocampal + hipocampo) e por estruturas subcorticais a ele relacionadas. As áreas relacionada com os processos emocionais são hipotálamo, área pré-frontal e sistema límbico. Conexões intrínsecas e extrínsecas do sistema límbico: intrínseco - circuito de papez; extrínseco - conexões com o hipotálamo. ✻ Circuito de papez (conexões intrínsecas do sistema límbico): Sai do hipocampo pelo fórnix → chega no corpo mamilar (hipotálamo) → fibras se projetam para núcleos talâmico (mamilo talâmico) → pela cápsula interna vai para o giro do cíngulo → giro para-hipocampal → hipocampo Núcleo duro → são todas essas estruturas que fazem parte do sistema límbico ★ O Sistema Límbico e as Emoções Síndrome de Klüvere-Bucy: ablação de lobo temporal que leva a Alterações comportamentais: perde o medo, esquecimento, tendência oral, perversão do apetite, agnosia visual e tendência hipersexual Amigdala é formada por varios subnúcleos e cada núcleo está relacionado a uma função. Conexões da AMÍGDALA - Recebe sinais neuronais de: 1- todas as porções do córtex límbico; 2- córtex dos lobos temporal, parietal e occipital — especialmente das áreas de associação visual e auditiva - Transmite sinais para: 1- as mesmas áreas corticais; 2- hipocampo; 3- área septal; 4- tálamo; 5- especialmente para o hipotálamo Funções: comportamento alimentar, atividade das vísceras, agressividade, comportamento defensivo, medo O medo é desencadeado por um circuito centrado na amígdala. Neste sentido uma hiperexcitação da amígdala leva a hiperexcitação da(o): - CCA (córtex cingulado anterior) → sentimento de medo - COF (córtex orbitofrontal) → sentimento de medo - Substância cinzenta periaquedutal (PAG) → respostas motoras de medo (luta/fuga/paralisação) - Hipotálamo → resposta endócrina de medo (↑ cortisol) - Núcleo Parabraquial (PBN) → resposta respiratória de medo (↑ frequência respiratória) - Locus coeruleus (LC) → resposta cardiovascular de medo (↑ frequência cardíaca / ↑ PA). 5 O que são emoções? Respostas psicomotoras transitórias a estímulos (p. ex., ambientais), geralmente associadas a alterações neurovegetativas e de modo a criar um estado motivacional específico ✻ CIRCUITO DE PAPEZ Detecta estímulo emocional → detectado pelos órgão do sentido → tratos → córtex sensorial E são retransmitidos para o hipotálamo: - se forem para o córtex sensorial forma a corrente do pensamento e depois para o córtex cingulado anterior - a corrente do hipotálamo é a da emoção, ele acontece em estruturas subcorticais, o hipotálamo pode traduzir os sinais em respostas endócrinas e continuar passando sinais de volta para o tálamo anterior → seguem para o cingulado anterior → que já tinha recebido informações do córtex sensorial , ele integra as informações sensoriais com as hipotalâmicas de controle endócrino e através dele sentimos a emoção e o hipocampo regula as emoções, regula o hipotálamo → diminui as alterações endócrinas → modula o circuito ★ Memória - Hipocampo e Córtex Cerebral NATUREZA DA MEMÓRIA • Memória Declarativa (Explícita): opera de modo consciente. → corresponde às memórias que estão prontamente acessíveis à nossa consciência e que podem ser evocadas através de palavras • Memória Não-declarativa (Implícita ou de Procedimento): opera de modo inconsciente ou automático. → correspondem às memórias que estão em nível subconsciente, não podendo ser evocadas por palavras, mas sim por ações. TEMPO DE ARMAZENAMENTO • Memória Operacional (de Trabalho): segundos a minutos. • Memória de Curta Duração: alguma horas. • Memória de Longa Duração: a conversão do armazenamento em curto para longo prazo é denominado Consolidação. Memória de longo prazo é o armazenamento relativamente permanente da informação que foi processada pela memória de curto prazo. NATUREZA → LONGA DURAÇÃO - declarativa - explícita → pode expressar por palavras, ela está subdividida em fato (semântica) que é lembrar o conceito de uma palavra por exemplo- e a para eventos (episódica) determinar o tempo de alguma coisa, fatos marcantes, ex. dia do nascimento → lobo temporal medial, hipocampo - não declarativa - implícita → não descreve em forma de palavras. - subconsciente - priming → memória que serve para desempenhar uma tarefa a partir de pistas - habilidades - associativa → associar 2 eventos que ocorrem ao mesmo tempo → associar um ambiente a uma memória negativa - habituação (não presta mais atenção pois já está acostumado) e sensibilização (estar atento, a vida fica mais ativa) ✻ PLASTICIDADE SINÁPTICA É a capacidade dos neurônios de provocar mudanças nas conexões entre redes neurais em resposta ao uso ou desuso. As alterações na força sináptica dependentes do uso são um mecanismo subjacente a muitas formas de aprendizado. Sinapses individuais → mudanças duradouras na eficácia sináptica: ● alterações na liberação de neurotransmissor (pré-sináptico); ● alterações nos receptores glutamatérgicos pós-sinápticos; ● ação dos neurotransmissores neuromoduladores; ● vias de transdução de sinal ativadas; ● ativação gênica e síntese de novas proteínas. ✻ Plasticidade sináptica de curta duração: alterações pré-sinápticas A estimulação repetida de sinapses neuronais pode levar a breves períodos com uma força sináptica aumentada ou reduzida; 6 O que é plasticidade sináptica? O termo plasticidade sináptica refere-se às respostas adaptativas do sistema nervoso (SN) frente aos estímulos percebidos. A maioria dos sistemas no cérebro são plásticos, ou seja, são modificados com a experiência, o que significa que as sinapses envolvidas são alteradas por estímulos ambientais captados por alguma modalidade de percepção sensorial. Aumento na força de curta duração: → facilitação (dura de dezenas a centenas de milissegundos); → aumento (com a duração de segundos); → potenciação (com a duração de segundos a vários minutos e perdurando além da estimulação de alta frequência); As modificações de longa duração requerem períodos mais longos de estímulos condicionantes; Reduções de curta duração na força sináptica: → depressão (pode ocorrer durante uma estimulação de alta frequência); → habituação (é uma redução lenta e progressiva que ocorre durante uma estimulação de relativamente baixa frequência). ✻ A potenciação de longa duração no hipocampo pode durar dias ou semanas Reforço sináptico que durava dias ou mesmo semanas chamado atualmente de potenciação de longa duração (LTP). A LTP é facilmente demonstrada em muitas estações sinápticas dentro do hipocampo (parte do córtex cerebral considerada essencial para a formação de certas memórias de longa duração); LTP → COOPERATIVIDADE, ASSOCIATIVIDADE E ESPECIFICIDADE QUANTO À SINAPSE Mecanismo molecular proposto: potenciação de longa duração e depressão de longa duração A potenciação de longa duração (LTP) é o aumento de respostas pós-sinápticas durante horas, dias ou semanas após a breve estimulação repetitiva de aferentes pré-sinápticos. ✻ ÁREAS CEREBRAIS RELACIONADAS À MEMÓRIA • Hipocampo: consolidação das memórias de curta e longa duração; memória espacial ou topográfica. • Giro denteado: dimensão temporal da memória. • Córtex entorrinal: lesão causa déficit de memória ainda que o hipocampo esteja preservado. • Córtex para-hipocampal: pacientes com lesão são incapazes de memorizar cenários novos. • Córtex cingular posterior: lesão causa amnésia, desorientação e incapacidade de encontrar caminhos anteriormente memorizados. • Área pré-frontal dorsolateral: memória operacional. • Áreas de associação do córtex: armazenamento de memórias de longa duração, cuja consolidação depende da atividade hipocampal. • ✻ O ENCÉFALO NÃO POSSUI UM SÍTIO ÚNICO DE ARMAZENAMENTO DE LONGA DURAÇÃO PARA MEMÓRIAS EXPLÍCITAS • O armazenamento de qualquer item cognitivo está amplamente distribuído em muitas regiões encefálicas e pode ser acessado de forma independente. • Com o tempo as memórias explícitas são transferidas para diferentes regiões do córtex. • Muitas habilidades cognitivas motoras e sensoriais que foram formadas como memórias explícitas são retidas como memória implícita por tornarem-se muito enraizadas por causa da prática. ✻ Qual a importância do Hipocampo para a formação de memórias? Os mecanismos que selecionam as informações que serão eventualmente armazenadas incluem o hipocampo e a amígdala. O hipocampo intervém no reconhecimento de determinado estímulo, configuração de estímulos, ambiente ou situação, se são novos ou não, e, portanto, se merecem ou não ser memorizados. É evidente que, para isto, o hipocampo deve ser capaz de: a) distinguir estímulos, combinações de estímulos e ambientes; b) compará-los com memórias preexistentes, armazenadas no cérebro (não, como vimos, no próprio hipocampo); c) emitir informação referente à novidade ou não da situação ou do ambiente a outras estruturas (seus sítios de projeção). 7 ★ Hipotálamo e comportamentos motivados Hipotálamo faz parte do sistema límbico e ocupa uma posição central. Em volta de todo o anel límbico cortical tem o hipotálamo no meio. Ele é controlador do comportamento emocional e quem regula alguns desejos primitivos chamados de motivações > sede, fome, comportamento reprodutivo e sono. ● Centro de prazer (feixe prosencefálico medial) > núcleo accumbens ● Centro de prazer (feixe prosencefálico medial) > área septal ● Reação anormal à raiva > área septal ✻ Vias dopaminérgicas e principais regiões encefálicas No mesencéfalo tem um núcleo chamado de área tegmental ventral, tem um aglomerado de neurônios dopaminérgicos, que mandam suas projeções para: núcleo accumbens e córtex cerebral. Essa via que termina no núcleo accumbens é chamada de via mesolímbico, porque começa no mesencéfalo e termina no sistema límbico. Quem compõe sistema de recompensa é a via mesocorticolímbico → junção das duas vias formando essa. ✻ Conexões VISCERAIS EFERENTES: controle do SNA Hipotálamo controla eferencias viscerais, o sistema que controla isso é o SNA > todo conjunto de eferências motoras viscerais é controlado pelo SNA > e quem controla o SNA é o hipotálamo Hipotálamo anterior > SNA parassimpático, faz sinapse com neurônios pré ganglionares parassimpáticos Hipotálamo posterior > SNA simpático, faz sinapses com neurônios pré ganglionares simpáticos ✻ Regulação da ingestão de alimentos Hipotálamo lateral × Hipotálamo ventromedial O hipotálamo também é responsável pela fome e saciedade. Resposta aos níveis de leptina Comemos → aumento níveis de leptina na circulação (sintetizado pelo tec. adiposo) → chega no hipotálamo → receptores de leptina no núcleo arqueado → percepção dos níveis aumentados de leptina → envia projeções para o centro da fome → inibe o hipotálamo lateral e projeções para o paraventricular → centro da saciedade → ativa ele ---> perda do desejo a comida. Diminuição leptina → neurônios do núcleo arqueado → projeções para o hipotálamo lateral → ativa o centro da fome e envia projeções para o núcleo paraventricular → inativa o centro da saciedade ----> sente fome ✻ Regulação da ingestão hídrica - Neurônios que têm receptores que fazem a percepção da concentração de eletrólitos no sangue → osmorreceptores → ficam no área pré óptico → ele mandam informadores para o núcleo supra óptico → sede - Sangue muito concentrado → os neurônios do supra óptico enviam axônio para neuro hipófise → ativa → secreção de ADH → diminuição do fluxo de micção. ✻ Regulação da temperatura corporal - Termorreceptores detectam variações de temperatura, são terminações nervosas livres que estão na pele e nas vísceras. Eles também estão no hipotálamo, detecta temperatura do sangue. - Neurônios do hipotálamo sensíveis ao calor respondem aos impulsos de temperatura vindos dos termorreceptores → ativam neurônios que controlam a perda de calor → sudorese/ vasodilatação. - Se não está calor, não tem esses impulsos → ativa neurônios insensíveis ao calor → estimulam o armazenamento de calor → centro de conservação de calor → vasoconstrição/ tremor. A regulação é coordenada,as fibras se cruzam, quando um está ativo o outro ta inibido. Hipotálamo anterior > centros da perda do calor e da conservação do calor 8 ★ Linguagem Vista lateral esquerda do encéfalo Área de Broca → formação de palavras → motor → fica no giro frontal inferior Área de Wernicke → compreensão da linguagem, componente sensorial da linguagem → lobo temporal Broca está próxima do giro pré central que fica o córtex motor primário onde fica o homúnculo, tem área de representacao da boca, labios e lingua → componentes do aparelho vocal Lesão de AVC na área de Broca → consequências: resultam em afasia de Broca Aprosódias → distúrbios localizadas no hemisfério direito → local equivalente ao lado de broca só que do lado direito → fala monótona e sem ritmo ✻ AFASIA de Broca, motora ou não-fluente O sujeito apresenta dificuldade na produção da fala → componente MOTOR Compreensão da linguagem ouvida ou lida é bastante satisfatória → a compreensão da linguagem não está afetada e se ele ler ele compreende também Todas afasias são distúrbios da linguagem, a de broca afeta a produção da fala, o controle motor da fala, o plano motor, ativar músculos para o aparato vocal e produzir as palavras está afetado. Caracteristicas: - Palavras de conteúdo emitidas vagarosamente e com grande esforço. - Anomia. → dificuldade de encontrar nomes para as coisas - Agramatismo → não conseguir formular uma frase gramaticalmente correta - Sons não articulados com clareza. - Sílabas emitidas de forma grosseira, explosiva. ✻ AFASIA de Wernicke ou de percepção Na região de Werkinck há a integração todas as informações auditivas, visuais e somáticas e atribui o sentido/ significado → é a área de compreensão da linguagem Tem prejuízo da linguagem escrita e ou falada, ele não entende se ler ou se ouvir e não consegue responder uma coisa que faça sentido O sujeito apresenta produção da fala fluente. Porém tem dificuldade na compreensão da linguagem → incapaz de agrupar essas palavras em pensamento coerente, Conteúdo sem sentido e Erros parafásicos. ✻ AFASIA de condução O sujeito apresenta produção da fala fluente e a compreensão da linguagem é boa. Dificuldade em repetir a fala → comunicação entre regiões da compreensão e produção Quem tem lesão no fascículo arqueado nao consegue repetir uma fala, ao tentar repetir o que foi dito, irá trocar ou omitir palavras e fazer erros parafásicos. 9 ★ Morte encefálica M.E.: Total parada das funções encefálicas de modo irreversível. Quais pré-requisitos devem avaliados antes de realizar os exames que determinam o diagnóstico de morte encefálica? a) Presença de lesão encefálica de causa conhecida; b) Tratamento e observação em ambiente hospitalar pelo período mínimo de seis horas (quando a causa primária do quadro for encefalopatia hipóxico-isquêmica, esse período de tratamento e observação deverá ser de, no mínimo, 24 horas) c) Sem distúrbios metabólicos graves; d) Ausência de hipotermia; e) sem sedação É obrigatória a realização mínima dos seguintes procedimentos para determinação da morte encefálica: a) dois exames clínicos que confirmem coma não perceptivo e ausência de função do tronco encefálico; b) teste de apneia que confirme ausência de movimentos respiratórios após estimulação máxima dos centros respiratórios; c) exame complementar que comprove ausência de atividade encefálica. d) coma não perceptivo; e) ausência de reatividade supraespinhal manifestada pela ausência dos reflexos fotomotor, córneo-palpebral, oculocefálico, vestíbulo-calórico e de tosse ★ Consciência e controle da atenção Formação reticular: núcleos e tratos reticulares ▪ Núcleos da rafe: neurônios ricos em SEROTONINA ▪ Locus ceruleus: neurônios ricos em NORADRENALINA ▪ Área tegmentar ventral: neurônios ricos em DOPAMINA ▪ Núcleo pedúnculo-pontino: neurônios ricos em ACETILCOLINA Formação reticular: vai do alto da medula até o tronco encefálico. Intermediário entre subst. branca e subst.cinzenta. Ocupa a parte central do tronco encefálico. Núcleos da rafe Tem neurotransmissor serotonina, ele sintetiza esses NT que são considerados lentos, ou então neuromoduladores, eles não fazem parte da neurotransmissão rápida, eles entram meio que colaterais para fazer a modulação dessa transmissão rápida. Projeções serotoninérgicas: vai chegar serotonina em boa parte do encéfalo, chega no córtex cerebral e no tálamo. Locus coeruleus Projeções que chegam no córtex e no tálamo Ele tem melanina, chamada neuromelanina. Projeções norepinefrina: suprem amplas áreas do encéfalo, elas chegam ao córtex cerebral e chegam ao tálamo. A noradrenalina é importante para a regulação da atenção. Núcleo pedúnculo-pontino Sintetiza acetilcolina, esses aglomerados de neurônios produzem acetilcolina que projetam para o córtex cerebral e ao tálamo também. Tálamo é dividido em duas partes- tálamo sensorial e um núcleo reticular, a função do núcleo reticular quando estou dormindo é inibir o tálamo sensorial. Os neurônios colinérgicos do tronco (entre ponte mesencéfalo) mandam projeções para o tálamo sensorial e núcleo reticular. O N. reticular inibe o tálamo sensorial no sono. Na vigília tem a liberação de Ach no tálamo sensorial ativando ele e inibindo o N. reticular. 10 Se inibe núcleo reticular e sua função era inibir o tálamo sensorial, sem o funcionamento dele ele para de inibir o tálamo sensorial na vigília, aí o tálamo sensorial funciona normalmente de dia. Durante o sono isso não fica tão ativo, ai o núcleo reticular fica livre para inibir o tálamo sensorial. ✻ Sistema ativador reticular ascendente (SARA) Sistema da consciência: - COMPONENTES NO TRONCO ENCEFÁLICO = formação reticular e seu SARA* - COMPONENTES CEREBRAIS = prosencéfalo basal (anterior ao hipotálamo), tálamo e córtex cerebral SARA* da FORMAÇÃO RETICULAR são fibras ascendentes do(s): • Locus coeruleus (NORADRENALINA) • Núcleos da rafe (SEROTONINA) • Núcleo pedúnculo-pontino (ACETILCOLINA) *SARA tem um ramo dorsal (→ tálamo → córtex cerebral) e um ramo ventral (→ hipotálamo lateral / recebe fibras do n. tuberomamilar → córtex cerebral) O papel do SARA é levar neurotransmissores lentos, essas substâncias modulam a atividade neural do córtex cerebral, deixando ele mais ativo ou menos ativo → manutenção da consciência Durante o dia em vigília precisa ter bastante acetilcolina e noradrenalina banhando o encéfalo, os núcleos talâmicos sensitivos estão funcionando então tem informações sensoriais passando ali e as fibras do SARA modulando o córtex cerebral, então ele está regulando o córtex cerebral. Durante a noite precisa dormir (inconsciência periódica) núcleo reticular está ativo e inibe tálamo sensorial e perde a regulação e a passagem de impulso sensoriais. E também o hipotálamo anterior fica ativo, e ele vai diminuir a atividade do SARA que por sua vez diminui a modulação do córtex cerebral. ✻ Quais são os mecanismos que dirigem/controlam a ATENÇÃO visual? ▪ Redes de estruturas corticais e subcorticais distribuídas em todo o encéfalo Campo ocular frontal direciona a atenção Tálamo modula a atividade cortical córtex intraparietal que direciona a atenção ✻ A REDE NEURAL DA ATENÇÃO: o que está acontecendo em nosso encéfalo quando deslocamos nossa atenção visual para algo? Atenção de baixo para cima: é captada por um estímulo saliente (alto grau de contraste na sua característica) Mostra localizações para onde a atenção deve ser dirigida com base na saliência dos estímulos “O dente-de-leão amarelo cercado pela grama verde” Atenção de cima para baixo: se desloca para objetos de importância para o comportamento Mostra localizações para onde a atenção deve ser dirigida com base na nas informações cognitivas “Estou procurando por um amigo usando um chapéu vermelho” - Parte de um estímulo comportamental, do meu pensamento. ★ Cronobiologia PORQUE DORMIMOS? - função restauradora - conservação de energia - conservação e triagem da memória (principalmente a memória de procedimentos) - recalibração de redes neurais - proteção (períodos do dia com menos adaptação)→ Estudos de expressão gênica revelam que ocorre uma reorganização massiva de biologia celular e molecular de neurônios durante a transição da vigília para o sono. Luz inibe a produção de melatonina, no escuro ela é estimulada e age no núcleo supraquiasmático. 11 ✻ SONO REM - (rapid eye movement) - cérebro ativo em um corpo imóvel (William Dement) aumento da FC, aumento FR, diminuição do tônus muscular. ✻ SONO NÃO REM - (sono de ondas lentas) - cérebro ocioso em um corpo móvel (William Dement) → A frequência e a amplitude das ondas variam com as diferentes fases do sono. ✻ Ritmo circadiano: Luz → fotorreceptores → oscilador → vias eferentes → ritmos Oscilador composto de cel. relógios e fica no núcleo supraquiasmático que integra as informações aferentes e manda estímulos eferentes. ✻ Consciência: - Serotonina: nível de estimulação geral - Noradrenalina: atenção (direção da consciência) - Acetilcolina: seleção do objeto de atenção, baseando-se nos objetivos - Dopamina: motivação, atividade motora e cognição ✻ TEMPERATURA E DOR • Existe uma relação entre a variação de temperatura corporal e os sistemas analgésicos endógenos, de tal forma que a quebra do ciclo de temperatura e sono leva a maior sensibilidade a dor por perda do filtro talâmico para dor!!! Efeito colateral de medicamentos Anti histamínicos (antialérgicos). Fenergan - > prometazina Anti psicóticos (anti-dopaminérgicos). Haldol - > haloperidol Anti eméticos (anti-dopaminérgicos). Plasil - > metoclopramida Antidepressivos (agonistas serotoninérgicos). Prozac - > fluoxetina Benzodiazepínicos (agonistas GABAérgicos). Rivotril - > clonazepam
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