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R ES U M O TÍTULO DO RESUMO C IC LO B Á SI C O PROPRIEDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS CURSO: FISIOLOGIA CARDIOVASCULAR CONTEÚDO: EDUARDO GALVES RODRIGUES Amplie as possibilidades deste conteúdo em https://www.jaleko.com.br/ 4 PROPRIEDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS 1 INTRODUÇÃO O sistema cardiovascular é formado pelo coração, vasos sanguíneos, células e o plasma. Sua principal função é manter uma conexão fisiológica entre todas as células e tecidos do nosso organismo para manutenção da homeostase. Isso é possível pelo transporte de nutrientes, oxigênio e até mesmo excretas de um órgão para outro. Nesse sentido, temos o coração como uma bomba e os vasos sanguíneos como as estruturas responsáveis por conduzir todos esses elementos para todos os lados do corpo. Sem esse aporte de oxigênio e nutrientes e sem a eliminação dos excretas, a vida se tornaria impossível. Para sustentar um metabolismo extremamente alto e manter o funcionamento de sistemas complexos, como, por exemplo, sistema nervoso e endócrino, precisamos de muito oxigênio e nutrientes. Nossas células e tecidos passam por tanta diferenciação celular, que um tipo apenas de vaso sanguíneo não atende nossa demanda fisiológica. Precisa- mos de uma rede densa e diversificada de vasos sanguíneos, que hoje são chamados de vasculatura (FIGURA 1). 5PROPRIEDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS FIGURA 1 Figura 1: Vasos sanguíneos (vasculatura). Fonte: Silverthorn, 2017. A vasculatura é didaticamente dividida em sistema arterial, venoso e micro- circulação. Em geral, o sistema arterial conduz sangue do coração para os demais tecidos, o sistema venoso retorna sangue dos tecidos para o coração, e a microcirculação faz a conexão entre esses dois sistemas. Nessa dinâmica, os nutrientes e o oxigênio chegam aos tecidos via sistema arterial, e os excretas e gás carbônico retornam via sistema venoso. É na microcirculação, que fica entre os dois, que os nutrientes e o oxigênio são trocados com os excretas e o gás carbônico. 2 ARTÉRIAS O sangue é bombeado pelo coração através do ventrículo esquerdo para artéria aorta que se ramifica pelo corpo todo distribuindo o sangue arterial rico em oxigênio. Como o sangue precisa chegar a vários tecidos e órgão diferentes, encontramos uma grande diversidade de artérias (FIGURA 2). 6 PROPRIEDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS FIGURA 2 Figura 2: Tipos de artérias. As artérias apresentam uma parede mais espessa e uma luz mais uniforme. Essa morfologia está ligada à necessidade de transportar um fluxo mais intenso e com uma pressão maior. A espessura da parede aumenta a resis- tência dos vasos. Os vasos, em geral, apresentam três camadas em suas paredes. Túnica íntima (interna), túnica média e túnica adventícia (externa). Nas artérias, as três túnicas são bem aparentes em virtude da espessura dos vasos. Nas artérias, a túnica média é mais desenvolvida do que as demais. 2.1 Tipos de artérias A artéria aorta é de grande calibre, portanto chamada de elástica, pois apresenta uma grande quantidade de elastina em sua túnica média, fazendo com que seja bem versátil ao fluxo sanguíneo. Essa elasticidade permite a condução de grande quantidade de sangue sem comprometer a integridade de suas paredes. A artéria de grande calibre (elástica) se ramifica em artérias de médio calibre (musculares) que se ramificam em artérias de pequeno calibre e, por fim, arteríolas. Essas ramificações vão ficando cada vez mais delgadas conforme se aproximam das extremidades e suas paredes vão ficando cada vez mais finas (FIGURA 3). 7PROPRIEDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS FIGURA 3 Figura 3: Características dos vasos. Fonte: Silverthorn, 2017. Artérias de médio calibre apresentam uma quantidade maior de músculo liso do que fibras elásticas em sua túnica média. Essa proporção vai aumentando em direção às arteríolas. A resistência ao fluxo sanguíneo aumenta significativamente nas arteríolas, que são conhecidas como válvulas do sistema vascular. Com isso, observamos uma queda da pressão em nível das artérias de pequeno calibre e, principal- mente, nas arteríolas. O controle fisiológico do calibre desses pequenos vasos regula o fluxo sanguíneo para os tecidos e a pressão arterial (FIGURA 4). 8 PROPRIEDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS FIGURA 4 Figura 4: Variação da pressão ao longo dos vasos. Fonte: Silverthorn, 2017. 3 VEIAS O sistema venoso começa logo após os capilares, onde o oxigênio e nutrien- tes são consumidos pelos tecidos, enquanto o gás carbônico e excretas são produzidos pelos tecidos. Com isso, o sistema venoso é basicamente um sistema de retorno do sangue para o coração. A pressão menor nesses vasos faz com que o organismo dependa de adap- tações para o retorno do sangue das extremidades ao coração. As válvulas venosas ajudam, evitando o refluxo de sangue e possibilitando o transporte unidirecional. A contração do músculo estriado esquelético dos membros também ajuda nesse transporte. Alguns autores inclusive chamam os músculos da panturrilha de segundo coração fazendo uma analogia a esse mecanismo. Diferentemente das artérias, as veias apresentam parede mais delgada e uma luz mais disforme. Com isso, suas túnicas não são observadas com facilidade. Sem a necessidade de uma parede muito espessa, as veias apresentam a túnica adventícia mais desenvolvida (FIGURA 3). 3.1 Tipos de veias Como as veias são, geralmente, formadas logo após os capilares, o fluxo de sangue nelas começa circulando das menores até as maiores, que são as 9PROPRIEDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS veias cavas inferior e superior. Portanto, as veias começam extremamente ramificadas e finas e vão diminuindo sua ramificação e aumentando seu calibre (FIGURA 5). FIGURA 5 Figura 5: Tipos de veias. 4 PRESSÃO, VOLUME, FLUXO E RESISTÊNCIA De maneira bem resumida, o sangue flui nos vasos por gradiente de pressão, ou seja, do local de maior pressão para os locais de menor pressão. A maior pressão é encontrada na sístole do ventrículo esquerdo e vai diminuindo em direção à circulação sistêmica e retorna ao coração pelo átrio direito. A pressão vai diminuindo durante o percurso, principalmente, pelo atrito do sangue com as paredes dos vasos. O fluxo sanguíneo depende totalmente do gradiente de pressão. Para que tenhamos um fluxo que seja suficiente para nossa demanda metabólica, precisamos dessas diferenças entre as altas e baixas pressões no sistema de condução. Outro fator que influencia no fluxo é a resistências dos vasos ao fluxo. O fluxo sanguíneo tende a escolher caminhos com menor resistência. A resis- tência é influenciada por três fatores: raio do tubo, comprimento do tudo e a viscosidade do sangue. Essa resistência é calculada quando observamos a Lei de Poiseuille (FIGURA 6). Com isso, observamos que a resistência aumenta com o comprimento e a viscosidade, porém reduz com o raio dos vasos. 10 PROPRIEDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS FIGURA 6 Figura 6: Lei de Poiseuille. Rα resistência do vaso, L comprimento do vaso, η viscosidade do sangue, r raio do vaso. Só não podemos esquecer que essa lei é aplicada em tubos rígidos e em fluidos newtonianos. Portanto, a lei não deve ser interpretada literalmente em todo sistema, mas, sim, fornecer insights para que possamos entender a dinâmica. 4.1 Pressão arterial média A pressão arterial média (PAM) é definida como a força propulsora do fluxo sanguíneo. De maneira bem direta, a PAM é formada pelo débito cardíaco vezes a resistência periférica (arteríolas). Portanto, a PAM pode variar tanto com o débito cardíaco quanto com a resistência periférica (FIGURA 7). FIGURA 7 Figura 7: Pressão arterial média. Fonte: Silverthorn, 2017. Se o débito cardíaco aumenta, teremos mais sangue entrando no sistema arterial. Se a resistência não diminuir, a pressão aumentará. Da mesma ma- neira, se o débito cardíaco permanece inalterado, mas a resistência periférica aumenta, a pressão também aumentará. 11PROPRIEDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS Outros doisfatores que podem influenciar na pressão arterial são a distribuição de sangue entre os sistemas arterial e venoso e o volume de sangue (volemia). 5 REFERÊNCIAS 1. SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7. ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 2. NETTER, Frank H. Atlas de Anatomia Humana. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2000. 3. BERNE, Robert M.; LEVY, Matthew N. Fisiologia. 6. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. 4. ROSS, M. H.; REITH, E. J.; ROMRELL, L. J. Histologia: texto e atlas. 7. ed. São Paulo: Guanabara Koogan, 2017. Visite nossas redes sociais @jalekoacademicos Jaleko Acadêmicos @grupojaleko